Difficile escrita por Delcastanher


Capítulo 8
#08 A culpa te diz algo?


Notas iniciais do capítulo

Não sei se ainda tem gente aguardando por essa atualização depois de três anos, mas eu estou aqui com mais um capítulo pra vocês. Seja pra nostalgia ou para criar uma nova onda de escritores voltando às origens... Anyway!

O QUE VOCÊ PERDEU EM DIFFICILE: Kurt e Blaine são melhores amigos de infância, porém depois de Kurt terminar seu namoro com Sebastian o Hummel convence Blaine a participar de um plano mirabolante: fingir ser seu namorado para fazer ciumes no Smythe. Sebastian aparentemente descobriu o plano, porém os beijos de Kurt e Blaine (simmmmmm!!!!) estão o fazendo acreditar que aquele namoro pode ser real e pode ter começado quando eles ainda estavam namorando. Fique com o capítulo de hoje!

Hope you like it!



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Após três baldes de pipoca e a sequência de IT 1 e 2, Kurt queria apenas morrer. Havia perdido a aposta com o melhor amigo, fazendo assim Blaine o responsável por escolher os filmes. Nunca havia se arrependido tanto de tirar o final de semana para assistir filmes como esse. Filme de terror, sério?

— O que essa cabecinha está pensando? – Perguntou Blaine conforme zapeava o controle remoto pela Netflix em busca de mais um filme de sua preferência. Talvez outro de fazer o castanho pular de susto.

— Sobre nós. – Antes que Blaine pudesse reclamar sobre não aguentar mais falar sobre esse namoro falso ou Sebastian, Kurt continuou. – Não aguento falar mais sobre esse namoro falso ou Sebastian. – Assumiu.

Blaine largou o controle sobre seu colo na cama e encarou o amigo. Aquilo era um tanto surpreso para o moreno, que podia jurar que estava a bordo de uma jangada em direção a uma cachoeira. Surpreso, comentou:

— Achei que fosse só eu... – Suspirou aliviado.

— Podíamos tirar uma semana só pra gente, né? Esquecer e parar com essa forçação de barra de ficar de mãos dadas, falando alto para ouvirem sobre nossas intimidades, os beijos... – Disse a última parte quase inaudível, como se não quisesse realmente parar os beijos.

— Acho uma excelente ideia. – Blaine sorriu. – Inclusive eu estava ficando um pouco receoso de comentar com você algumas coisas. Coisas que não comentamos com nosso... Namorado... – Fez uma careta sorrindo. Kurt apenas arqueou a sobrancelha e fez menção para o amigo continuar o pensamento. – Hoje eu conheci alguém. – Disse entusiasmado e envergonhado ao mesmo tempo.

— Conheceu alguém? – Repetiu como se não tivesse entendido.

— É, estava correndo e esbarrei em alguém. Foi legal. – Sorriu.

Kurt demorou alguns segundos para assimilar o que estava acontecendo. Estaria Blaine interessado em alguém? Isso só acontecia uma vez a cada vinte e sete anos, igual Pennywise. É, se Kurt estava fazendo referências à IT, realmente a coisa era nova.

— Preciso de mais informações. – Sentou-se na cama de uma maneira animada. – Quem é ela? – Kurt perguntou sem pensar muito e viu Blaine desviar o olhar. – Ou eu deveria perguntar quem é ele? – Perguntou sorrindo. – Ele ou ela?

Blaine sempre havia deixado claro que não se importava sobre o gênero de ninguém. Uma vez ficara interessado em Mat, seu colega de classe, porém também já havia gostado de Candace um tempo atrás.

— Definitivamente ele. – Blaine sentiu seu rosto corar furiosamente.

— E quem é o sortudo que chamou a atenção de Blaine Anderson, o padre mais sem graça da cidade que tem interesse em alguém a cada vez que o cometa Halley passa por aqui? – Brincou.

— Eu só sei o nome dele, não conversamos muito.

— Pois isso não é um problema pra mim. – Kurt puxou o notebook de Blaine que ficava em cima do criado-mudo ao lado da cabeceira da cama. – Com um nome eu sou capaz de saber sobre a vida inteira desse rapaz. – Sorriu olhando para o amigo, esperando uma resposta.

— Dylan Neel. – Blaine assumiu com certo receio.

Não havia sido nada de mais, certo? Os meninos haviam apenas se esbarrado no parque e trocado algumas palavras gentis... Talvez o rapaz fosse até hétero e tivesse uma namorada. Tudo isso era apenas um devaneio enlouquecido de uma mente perturbada por um namoro falso. Não é? Porque talvez Dylan nem houvesse se interessado em Blaine.

Na verdade, Blaine nem sabia como era quando alguém se interessava por ele. Era um adolescente porém sabia muito pouco sobre relacionamentos. E o pouco que sabia vinha sobre Kurt reclamar sobre seu namoro com Sebastian. Nesses três anos de Kurt e Seb o moreno adquiriu muita experiência sobre o que NÃO fazer em uma relação. Porém o que fazer... Como chegar na pessoa, como flertar... Era tudo muito novo, digamos assim.

— Dylan Julian Neel. – Kurt virou o notebook para Blaine. – Solteiro, mora em Elida, cidade vizinha daqui... – Dizia conforme lia o perfil do menino em uma rede social. – É um calouro da faculdade de Ciências Digitais... – Kurt encarou o amigo divertido. – Faculdade, Blaine? Você está cansado dos garotos do ensino médio? – Viu o amigo revirar os olhos e sorriu divertindo, continuando. – Faz parte de uma banda de Techno e tem uma Harley. Uau.

Kurt passava os olhos pela rede social de Dylan e se surpreendia pouco com o que lia, mas muito sobre Blaine. Nesses quase doze anos de amizade com o garoto nunca passaria por sua cabeça que Blaine seria capaz de se interessar por um cara como Dylan.

Ele era ordinariamente comum. Sem nenhum sex appeal ou algo do gênero. Era apenas um menino de cabelos castanhos claros, um tom abaixo dos cabelos de Kurt, com interesses um tanto diferentes de Blaine... Sério, tecnologia? Banda de Techno? Harley Davison?

O Hummel não conseguia imaginar Blaine com um rapaz daqueles. Imagina então imaginar Blaine subindo na garupa da moto de Dylan e deixando o capacete e o vento desmanchar seu penteado em gel que demorou horas para ser feito? Definitivamente aquilo era uma novidade pra Kurt.

— Ele parece ser legal. – Blaine comentou enquanto via a pagina aberta no notebook.

— Você devia adicioná-lo. –Kurt completou sem saber ao certo se concordava com aquilo que seus lábios soltaram. Sentiu Blaine o encarar surpreso.

— Não seria muito psicopata? Eu digo... Nós nos esbarramos esta manhã e em momento algum ele deixou claro que queria uma nova amizade ou... – Blaine foi interrompido por um toque.

BEEP – Fez o notebook em um barulho comum.

Os rapazes se olharam rapidamente e voltaram a observar a tela do notebook aberta na rede social, onde a conta de Blaine estaria logada e receberia uma mensagem no bate-papo.

Dylan Julian Neel diz: Oi, Blaine Atrapalhado Anderson! ;)

Dylan está digitando...



[...]

Kurt estava caminhando pelas ruas de Lima. Minutos atrás estava na casa do melhor amigo e pretendia passar o dia e noite por lá, mas após uma certa mensagem de uma certa pessoa sentiu que a atenção do amigo pra si havia sido afetada.  Deu uma bufada forte e lembrou-se do Anderson tirar o notebook de suas mãos com uma certa grosseria, alegando ser privacidade dele.

Privacidade? Os amigos não mantinham segredos entre si. Ou pelo menos era isso que Kurt achava. Essa ideia de Blaine começar a namorar esse tal Dylan começava a incomodar. Onde já se viu deixar o melhor amigo de lado para responder seu interesse e... Opa.

Kurt começou a se sentir mal quando começou a comparar as coisas. Muitas vezes havia feito a mesma coisa com o moreno e Blaine nunca sequer reclamou. Inclusive ajudava Kurt em seu relacionamento, como nem sequer hesitou em aceitar essa ideia de namoro falso, apenas para fazer os caprichos de Kurt. Realmente, ele era um ótimo amigo.

O castanho estava tão concentrado em seus pensamentos que nem percebeu o barulho de motor se aproximando e o seguindo por alguns instantes, até parar seu carro totalmente no mesmo nível da rua. Foi a buzina do Mustang que o despertou.

— Kurt! – Disse a voz conhecida.

— Sebastian. – O castanho disse em surpresa enquanto colocava a mão no peito como quem tentasse controlar as batidas do seu coração. – Assim você vai acabar me matando de susto.

— Você é muito lindo pra morrer. – Sorriu em um sorriso amarelo.

— Não seria “muito novo”? – Indagou.

— Talvez... – Sebastian girou os olhos por alguns segundos. – Você está sozinho? Precisa de carona? Eu posso leva-lo até em casa se preferir... – Kurt podia jurar sentir uma pitada de flerte no fundo de sua voz.

Tudo que o castanho mais queria era falar que sim, entrar naquele carro e ser de Sebastian novamente. Mas sabia que isso não aconteceria... Lembrou-se de ouvir Pam várias vezes falar com Clara sobre “o homem não compra a vaca se pode ter o leite de graça”. A irmã de Blaine sempre reclamava sobre como esse era um ditado antiquado e grotesco... Porém Kurt levava essas palavras até hoje.

— N-não sei se seria uma boa ideia. – Engoliu seco seu coração batendo e dizendo o contrário. – Blaine não iria gostar de saber que eu aceitei sua carona.

— E onde ele está agora? – Desdenhou Sebastian.

Kurt parou para pensar em Blaine provavelmente conversando sobre alguma coisa idiota com o novo amigo. Sobre como eles passariam provavelmente o dia inteiro conversando sobre coisas ridículas como a moto de Dylan, ou sua banda de música tosca ou sobre qualquer outra coisa que Kurt jurava que Blaine não gostava porém estaria enganado até então.

Não precisou de muito. Kurt apenas deu a meia volta ao lado e abriu a porta do passageiro, entrando naquele carro que já estivera tantas vezes antes. Porém dessa vez tinha a adrenalina, aquele frio na barriga.

— Seu namorado não sabe o que está perdendo. – Ouviu Sebastian falar enquanto dava a partida no carro e seguia o caminho da casa do outro, o que acabou gerando um certo desconforto no Hummel.

A viagem não demorou mais que cinco minutos e foi tudo em silêncio. Kurt observava a paisagem passar pela janela e sequer se importava de ter o cabelo bagunçado pela capota aberta do carro conversível.

— Você está quieto. – Disse o Smythe.

— Eu apenas pensando.

— Não gosto disso.

— Quando eu penso? – Kurt o encarou com as sobrancelhas no alto.

— Quando você fica quieto. – Sebastian não tirava os olhos da rua.

— Ah... – Kurt tomou alguns segundos.- São só... problemas.

— Eu entendo, você não quer conversar comigo sobre seus problemas com Blaine. – Sebastian disse o nome do novo namorado com um pouco de desdém, poderia dizer Kurt. Viu o carro estacionar em frente de sua casa e logo o motorista continuava a falar. – Eu não sei o que você viu nele.

— Em Blaine? – Kurt sentiu o coração gelar ao ver Sebastian virado para si. – Bom... Ele sempre fora um ótimo amigo e sempre esteve ali pra mim. Nossas famílias são como uma só e ele me entende só com um olhar. – Dizia como se fosse fácil.

— Mas ele te dá arrepios, Kurtie? – Sebastian disse se aproximando perigosamente. – Ele te deixa suspirando só de chegar perto de você? Ou então... – Levou a mão ao rosto do castanho. – Ele sabe teus pontos fracos, pontos quais você se arrepia só de tocar... – Passou seus dedos levemente pelos lábios do Hummel. – Ele aproveita essa boca do jeito que você gosta?

Kurt engoliu seco. O que Sebastian estava tramando? Não sabia, mas estava funcionando!

— Seb... – Não conseguiu dizer. O Smythe havia colocado o indicador sobre os lábios de Kurt.

— Shhh... Deixe-me terminar. – O espaço entre os dois estava quase nulo. – Ele te deixa excitado quando faz isso...

E antes que pudesse fazer Kurt raciocinar, os lábios de Sebastian estavam se perdendo na curva do pescoço do ex-namorado. Sua língua traçava um caminho até o lóbulo de sua orelha onde ali depositou alguns beijos e continuava o caminho até seu rosto.

Capturou os lábios do Hummel em um beijo selvagem, a língua de Sebastian procurava alma no beijo de Kurt. Os garotos se envolviam em uma sintonia maravilhosa, ambos sabendo o que o beijo do outro pedia, sugando um ao outro. As mãos na nuca puxando o outro mais perto possível e se não estivessem em um carro no meio da rua, provavelmente estariam tirando suas roupas nesse exato momento.

Foi Sebastian quem quebrou o beijo.

— Da próxima vez que beijar ele, lembre-se disso. – Disse sorrindo.

Kurt desceu do carro ainda meio desnorteado, com os lábios vermelhos e os olhos marejados. Mas o pior não era isso, e sim aquela sensação estranha. O sentimento de ter traído Blaine, por mais que soubesse que o namoro era apenas uma invenção.  Mas ainda assim, sentia-se sujo por ter beijado Sebastian.

Talvez fosse bom manter isso como um segredo.

Droga, Kurt.


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Notas finais do capítulo

Eu ainda tô enferrujada, mas tô voltando, prometo! Não sei qual é a próxima que devo atualizar, mas comemorem que estou voltando hahahah. E quem sabe não apenas atualizando, mas também escrevendo novas histórias... Quem sabe!



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