A Vida de uma Adolescente. escrita por Srta De Paula


Capítulo 1
Capítulo 1 - Psicólogo




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Estava deitada diante dos livros didáticos da escola, estava extremamente cansada de olhar para eles, às vezes, do nada, olho para a parede e começo a refletir na minha vida, se ela está difícil demais, se ela está fácil demais ou se eu complico demais. Eu gosto de pensar no que vai acontecer no dia seguinte. Eu realmente amo isso...

- Ana! Saia já do quarto, você tem psicólogo agora! Estamos atrasadas – disse Dona Marta, minha querida mãe.

Sai com a minha famosa roupa de mendigo: uma calça rasgada, com um All Star vermelho, com uma blusa preta e por cima uma blusa de frio meio caída no ombro. Meu cabelo estava para o alto e o coque estava desfiado. Eram duas da tarde, tinha acabado de sair da aula particular, em plena sexta chuvosa, e não acreditava que iria sair mais de casa, só queria ficar na cama, coberta de coisas quentinhas, mexendo no meu computador e por fim, a coisa que eu mais amo: série!

Minha mãe ligou o carro e na parte da frente estava eu, e atrás meu irmão de seis anos, o Gabriel. Ele era legal, mas me irritava na maioria dos dias. O carro ficou em silencio no meio do caminho, só tocava as musicas antigas que mamãe adorava. Mas, eu não estava ouvindo, eu estava com meus fones de ouvido, no volume máximo ouvindo música eletrônica.

Chegamos ao local. Estava com o aperto no coração, nunca fui a um psicólogo, nunca desabafei com ninguém, nunca tirei minhas magoas, nem nada. Minha mãe me mandou ir porque ela estava preocupada comigo, pois, eu estava ultimamente muito dentro do quarto, eu não saia como antes, para as festas e algumas amigas minhas (dedo duro) disse que eu só ficava sozinha na hora do recreio.

Saímos do carro, minha mãe e meu irmão foram na frente e eu fiquei para trás querendo conhecer mais sobre o lugar. Era um prédio bem grande, acinzentado e cheio de pessoas andando de um lado e pro outro. Passamos pelo porteiro e ele perguntou para onde queríamos ir.

- Boa tarde! Eu gostaria ir na Dra. Selene, a psicóloga, ela já chegou? – perguntou minha mãe.

- Boa tarde, bem, ela deve estar quase chegando, ela não costuma se atrasar senhora.

Minha mãe agradeceu e fomos para a sala de espera que tinha ao lado, ela pegou e começou a folear as revistas de noiva que tinha em sua frente. Minha mãe começou a dizer algumas expressões, tipo: “uau” ou “que lindo” pelos vestidos, e logo depois ela mostrou pro meu irmão, perguntou qual vestido ele acha mais bonito. Mãe acorda, por favor! Meninos não gostam de ver vestidos de noiva, ao menos que Gabriel seja... Ok! Deixa pra lá, prefiro deixar os pensamentos só pra mim.

A psicóloga chegou. Ela era magra, cabelos castanhos na altura do peito, era alta, estava usando uma calça jeans, uma blusa por baixo e um casaco de couro bem elegante, usava óculos, mas naquele momento estava em cima de sua cabeça. Ela trabalhava em outra coisa também, Selene chegou com vários papéis, uma maleta preta e seu notebook na outra mão. Ela era bem bonita.

- Você que é a Ana? – disse Selene.

- Sim sou eu! – olhei para baixo e me levantei enquanto ela me guiava até o elevador.

Despedi da minha mãe e do meu irmão.

Chegando lá em cima Selene abriu a porta e disse um pequeno “Seja bem Vinda”. O aroma do lugar era fantástico, era um cheiro mais doce, na sala tinha varias cadeiras, ursos de pelúcias pra todo lado, uma musica ambiente e jujubas. Entrei e me sentei no lugar que ela pediu.

- Então Ana, como você está?

- Ah – pensei – Estou bem na medida do possível. – sorri pelo canto da boca.

- Meu bem, pra começar bem a nossa consulta – se levantou pegando umas cartas que havia no balcão – eu espero que você escolha uma dessas cartas, elas te falam o que você está sentindo, retire uma, por favor!

Suspirei, olhei para as cartas e retirei uma.

- Bem, vamos ver o que temos aqui – afirmou Selene – Você tirou a carta “se sentindo confuso (a)”. Primeiro eu quero saber quantos anos a senhorita tem? Para eu colocar aqui na minha ficha.

- Tenho quinze anos.

- O que está acontecendo com você?

- Quando eu era menor meus pais se separaram e eu fiquei muito mal, até que começou a aparecer feridas em torno do meu cabelo e isso é péssimo, eu gosto muito de ajudar meus amigos e ao mesmo tempo em que me preocupo isso piora. Os remédios pra mim não causam nenhum efeito. Eu realmente queria que isso melhorasse de vez, mas infelizmente não tem cura.

- Ana, olha, seu pai estando com você ou não, ele vai continuar te amando, sempre vai gostar de você e do seu irmão. A preocupação com os amigos você tem que deixar de lado, fale pra eles para não te contar o que está havendo com suas vidas particulares por uma semana, você sabe que isso vai ser difícil, mas tem que superar.

- Selene? Você acha que eu deveria me afastar? – cocei minha cabeça.

- Afastar nunca! Se não, quando você voltar ao dia normal não terá mais nenhum amigo, porque você estaria se distanciando aos poucos. Ok? Tem mais alguma coisa pra me contar?

- Bem, eu namorei com um menino aos treze anos, se for ao total, o namoro durou um ano, eu confiava muito nele, e depois descobri que ele havia me traído com minha melhor amiga. Eu virei uma fera depois disso – comecei a chorar e não conseguia dizer mais nada.

Ela me ofereceu um lencinho de papel e algumas jujubas pra eu me acalmar.

- Como ele se chama?

- Se chama Matheus.

- Calma Ana, se você parar pra pensar, o seu “ex” não te amava de verdade, a vida está no início pra você, ainda vai vivenciar muito isso, vai passar por vários episódios desse tipo e não adianta fugir. Quando eu tinha sua idade fui traída também, mas invés de ser a minha melhor amiga na verdade foi minha irmã. – suspirou. - Ela tinha corpão, os meninos piravam nela, e eu era mais tímida. Mas agora estamos normais uma com a outra. E eu estou casada e ela solteira. – ela começou a rir.

Então, ri também!

- Nossa sessão está acabando e, eu gostaria de saber por que você decidiu procurar um psicólogo!

- Então Selene, na verdade foi minha mãe que marcou essa consulta, eu não queria vim, porque eu sabia que eu iria chorar feito um bebe, mas quando eu era menor eu ia ao psicólogo direto, eu realmente amava conversar com os maiores sabe? Então é isso.

- Muito bem, espero que eu veja você de novo! Obrigada.

Então nos levantamos, ela abriu a porta e me abraçou forte agradecendo novamente. Sorri. E sai pela porta descendo as escadas querendo achar minha mãe logo.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, qualquer comentário pode me chamar.



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