Era tarde demais. Harrison Wells já havia feito muito de seu plano para conseguir perdão e confiança naquela altura do campeonato. Mas ele estava arrependido, sem dúvidas.

Descobrir o nome de Flash, voltar ao passado, matar a mãe do mesmo e viver anos ao seu lado por simples ódio a ele, não valia mais nada agora. Conviver com Barry mudou seu ponto de vista sobre quem o Flash era. Ele se apegou ao garoto. E isso era um problema.

Ele passara a se preocupar. Não somente por que Barry era o único que o mandaria pra casa, mas porque ele gostava dele. Sem dúvidas, Barry Allen não era somente o velocista mais rápido do mundo.

Houvera momentos em que seu coração batera mais rápido. Aquele coração que só se alegrava quando presenciava parte do seu plano dando certo, passara a alegrar-se quando via um sorriso satisfeito do moreno mais novo. Ou quando ele pronunciava seu nome. “Obrigado, Dr. Wells”, era fascinante a reação que lhe causava. Não só isso.

O corpo tinha reações diferentes do começo. Antigamente, sua mão gostaria de enforcá-lo, até que Barry desse seu último suspiro de vida. Agora, ele gostaria de tocá-lo, até que Barry pedisse por mais, entre sussurros. De forma libidinosa.

Mas ele nunca faria isso. Não poderia.

Também houve momentos em que ele gostaria de poder abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem. Mas obviamente, isso nunca aconteceria, era culpa dele e somente dele.

Era isso. Era tarde demais. Sabendo que não havia mais volta, que já tinha cometido erros demais para serem consertados, Dr. Wells decide fazer a última coisa pelo inimigo que amou. Contar a verdade.

– Olá Barry... – Pronunciar seu nome e sorrir era seu costume prazeroso. Ele não faria mais isso e nunca teria o sorriso correspondido como gostaria. Mas ele adorou fazer isso por muito tempo. – Se está vendo isso, significa que algo deu horrivelmente errado. Estou morto, e os últimos 15 anos foram desperdiçados.

Não. Desperdiçados não era a palavra certa. Mas sem dúvidas, o último ano foi um dos melhores. Afinal, ele foi capaz de sentir algo novamente.

– Quinze anos. E agora percebi nesses quinze anos te ajudando a crescer, que nunca fomos inimigos de verdade, Barry. – Ele gostaria de poder ter dito isso frente-a-frente, mas sabia que nunca teria a chance.

– Não sou aquele que você odeia. Então, vou te dar o que você mais quer. – Veja só, Barry Allen... O que você foi capaz de fazer.

– Não vai importar. – Eu não terei você, então não tenho mais nada a perder. – Você nunca será feliz de verdade, Barry Allen, confie em mim. – A felicidade nunca chegará pra nós dois.

– Confesso que matei Nora Allen.

“Desculpe-me. É isso. Eu me arrependo de tudo que eu fiz e obrigado por ter feito com que eu mudasse, Barry.” Era isso que o Dr. Wells pensava, mas que não sairia por seus lábios.

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Tirar o pai da prisão seria finalmente uma meta alcançada. Barry ligou para Joe, pediu que reunissem todos no laboratório e Caitlin ofereceu-se para dirigir. Era isso, havia acabado.

Ela saiu antes que o vídeo terminasse, deixando-o só. Então Barry escutou as últimas palavras, na qual não esperava ouvir.

– Me desculpe. Saiba que eu me arrependo. Arrependo-me por você. – O último sorriso e ele prosseguiu. – Espero que um dia possa me perdoar. Obrigado por tudo, Barry....

Adeus, Barry Allen.