Viagem ao planeta Terra escrita por neko chan


Capítulo 46
Capítulo 46




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Fui a caminho de casa, estava quase escurecendo e eu estava completamente exausta, faltam apenas alguns pouco quilômetros até chegar em casa quando eu vi uma serpente branca de olhos vermelhos para na minha frente. Ela indicou com a cabeça para eu a seguir e a poucos passos dali havia um grande buraco, ela endicou o buraco com a cabeça pedindo-me para eu entrar.
— Eu não vou fazer isso agora, estou cansada
Eu me virei para continuar meu caminho, mas ela enrolou sua cauda no meu pé e me arrastou até o buraco, dei um grande grito quando meu corpo atravessou completamente o que eu julgava ser o covil daquela cobra com Tanta voando cima de mim, mas então percebi que........ Eu não estava caindo, eu estava completamente parada em um lugar completamente escuro, conseguia ver apenas Tanta, Azimonte, que estava nas costas de Tanta, e a cobra, que começou a deslizar no meio do ar indo para baixo, fazendo com que eu descesse também, já que ela ainda estava agarrada em mim. Chegando ao fundo senti meus pros tocarem em terra sólida finalmente, lá perto havia um grande lago e uma canoa, tudo isso em uma grande caverna, onde os únicos indícios de um teto seriam os grandes pilares de pedra grudados nele.
A cobra me soltou e deslizou para dentro da canoa, fazendo com que ela tomasse a forma de um homem com um capuz cobrindo todo seu corpo indicando um dos bancos para que nos entrássemos. Ele nos levou até mais fundo na caverna onde havia um grande portão semi-aberto com as imagens de vários ossos sendo pisados por um grande cão de 3 cabeças.
— Não posso passar daqui – disse o homem do capuz com uma voz muito grossa que escoava dentro da caverna toda juntamente com o barulhos dos pontos de água caindo dos pilares do teto – Preciso que entrem lá
— Ei, ei, ei, espera um pouco! Você quer que a gente entre no inferno?! Pra quê?
— Não inferno, submundo, e eu preciso que peguem o ruby
— Que ruby e por que?
— O ruby que está na coleira de Cerberus, precisam tirar dele
— Eu tenho cara de quem tem coragem de enfrentar o porteiro do submundo?
— Aquele ruby está interferindo seus pensamentos, ele não impede mais os mortos de saírem, isso vai causar um grande desequilíbrio no seu mundo
Encarei Tanta e Azimonte por um momento e descidinha sair da canoa para entrarmos pelo portão. Estava tudo escuro, apenas algumas brisas passavam entre nós, até eu perceber que eram na verdade os espíritos fugindo, ficamos no escuro por alguns segundo até que tochas flutuantes se acenderam bem acima de nossas cabeças, não era uma sala, era um mundo inteiro que ficava abaixo dos nossos pés, haviam prédios, casas e até mesmo algumas lojas, e a frente uma grande placa dizendo "Campos Elísios", passamos pela placa e tudo aquilo ficou diferente, as construções que antes pareciam ser feitas de pedra e barro, agora mudaram para casas de verdade e um chão de grama verde macia, além de muitas árvores. Tudo ali parecia bem normal, mesmo os espíritos dali não estavam fugindo, apenas "vivendo" suas vidas, andando mais um pouco tudo voltou a ser como aquela imagem da caverna, devíamos ter saído do campo, a nossa frente outra placa, "Tártaro", ao passar dela vimos um buraco enorme no chão, esse dava 50 vezes o que eu tive que cair, os espíritos saiam às pressas de dentro dele para a liberdade e a direita do buraco podia-se ver uma caverna de quase 1000 metros, infelizmente antes de podermos entrar e verificar Cerberus saiu de dentro dela, seus olhos estavam completamente negros, todos os 6, parecia que ele não conseguia ver, então nos aproximamos mais um pouco, mas ele acabou percebendo nossa presença e começou a latir ferozmente, Azimonte se transformou em um dragão e fez o máximo para nos proteger sem ferir Cerberus, subi pela sua pata e ele me levou até a coleira espinhosa de Cerberus que tinha um pequeno ruby no centro. Tentei ao máximo tirar, mas ela não queria sair, e ele balançando de um lado pro outro também não ajudava muito.
— Faz isso logo, não vou segurar ele pra sempre – disse Azimonte na minha cabeça
— Já tentou tirar um ruby colado na coleira de um cachorro gigante de 3 cabeças? Essa é minha primeira vez tentando isso!
Eu tentava e tentava puxar aquilo para todos os lados e ele né se mexia, Tanta foi até mim e tentou lançar fogo para soltar, nem se mexeu.
— Ah, quer saber... – eu disse abrindo minha mochila e tirando meu pesado livro de história e batendo no ruby fazendo-o cair no chão com um tilintar que ecoou a caverna com a calmaria depois da briga entre Cerberus e Azimonte – Uau, quem diria que fingir que ir pra escola pudesse salvar minha vida
Pulei da coleira de Cerberus e Tanta me agarrou para me deixar em segurança no chão, os olhos de Cerberus puderam voltar ao normal e ele pisca muitas vezes para ajustar a visão. Assim que se estabilizou ele olhou para o buraco e viu os espíritos fugindo, o que fez com que ele desse um grande latido fazendo faria correntes transparentes sairem de dentro de suas 3 bocas e agarrando suas pontas nos pescoços dos espíritos fugitivos, fazendo-os gritarem por ajuda e pedindo perdão para Cerberus, que os jogou de volta ao Tártaro.
— Vou começar a ser mais boazinha de agora em diante
— Fique sabendo que eu não vou perdoar você se for má, mesmo que tenha me salvado – disse Cerberus em minha cabeça com suas 3 cabeças de aproximando de mim e me lambendo por completo
Voltamos para aquela canoa que estava nos esperando do lado de fora com o homem nos agradecendo com um grande sorriso, que era a única coisa visível nele além do queixo que não estava sendo coberto pelo capuz, o buraco no teto por onde nós estamos nos sugou de volta para nosso mundo e se fechou assim que saímos.
— Mas uma tarefa cumprida, merecemos uma recompensa!
Desviei um pouco do meu caminho de casa e fui até uma loja de conveniência próxima para comprar 4 pequenos potes de sorvete. Ao chegar em casa deixei o sorvete de morango para minha mãe na geladeira e fui para o quarto entregar o sorvete de chocolate para Tanta e o de limão para Azimonte, tirando os dois escondidos da minha mochila, e peguei o de baunilha para mim.
Tanta e Azimonte foram dormir um pouco mais cedo, eu fiquei acordada olhando para a janela aberta olhando o reflexo da lua através do ruby. Joguei a cabeça para trás e dei um suspiro, me levantei da cadeira e pus o ruby na gaveta da escrivaninha junto das outras coisas que conseguimos nas outras missões e abri o guarda roupa para olhar o aquário com o ovo de leviatã, aquela pequena bolsinha dentro dele agora estava maior e mais parecida com um peixe, mas ainda pareciam um alienígena deformado, tivemos de trazer ele de volta para casa porque Morfus disse que não conseguia cuidar de um animal que ainda não me mexia, jogando o trabalho para cima de mim com a desculpa de que uma mulher é a melhor opção para cuidar de um bebê. Fechei o guarda roupa e fui para cama feliz pensando como seria assim que tudo isso acabasse e eu pudesse finalmente fazer todas essas coisas suicidas com ela de novo.


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