Musica Tema

Pov's Maria Joaquina

Quando chegamos na escola, estava tudo com um clima muito estranho, as aulas se passaram lentamente, e um ar desolado pairava sobre o dia.

Valéria : Tá tudo um pouco muito estranho, né ?_virou-se para mim, questionando.

Maria : Acho que aconteceu alguma coisa.

Carmem : Não tenha dúvida._virou-se para o nosso lado e cochichou.

Na sala de aula, tudo ocorria como que forçado, os professores davam aula como se esperassem algo de ruim passar porta a dentro.

Estamos tendo mais aulas vagas do que o normal, 36% dos professores pediram demissão, isso aqui está chegando a ruína.

O sinal tocou, fim de aula, acabou ! Agora é só irmos para casa e fingir que nada disso aconteceu.

"Todos os alunos compareçam no corredor principal, repetindo, todos os alunos compareçam no corredor principal." 

Encarei Carmem que esteva ao meu lado e ela arqueou as sobrancelhas, demonstrando receio, logo todos da classe se levantaram, pegaram suas devidas mochilas e saíram cochichando.

Margarida : O que será ?

Alicia : Algo nada bom, isso é o que é._afirmou com desgosto.

Chegando ao pátio, Daniel veio para o meu lado e entrelaçou a mão dele na minha, senti que os olhos de Melissa me estapeava, somente por nos olhar, encarei a Daniel e ele apenas negou com a cabeça, ele apenas me passou tranquilidade, e por mais que isso seja algo que eu não consiga sentir, com ele eu me sinto menos pior, talvez o medo viesse com uma intensidade mais fraca.

Helena : Infelizmente não temos boas notícias, pessoal.

Firmino : Não sabemos por onde começar, eu não sei por onde começar.

Otávio : Pelo começo._brincou e alguns colegas de sua turma riram, como se não entendessem a gravidade da situação, e talvez não entendam.

Percebi que Paulo deu uma cotovelada em Marcelina de leve, ela o empurrou e foi para o outro lado do pátio, Daniel segurou o riso, e eu apenas como sempre não havia entendido.

Helena : Saibam que isso não é culpa de vocês, as coisas acontecem por um motivo e..._a professora mordeu os lábios, e eu pude perceber que ela segurava uma lágrima .

Firmino : Talvez tudo isso um dia acabe, e voltemos a ser como éramos.

Carmem : Não estamos entendendo._gritou e todos começaram a murmurar e reclamar pela demora.

Helena : A escola Mundial chegou ao fim, encerramos as aulas, pra sempre ! A escola fecha segunda, a partir de hoje vocês estão automaticamente fora da Mundial.

...

Valéria : Inacreditável ! Não pode ser._sentou-se no banco da praça.

Margarina : Não pode ser real._passava a mão pela testa, aflita.

Alicia : E agora ? Estamos separadas ?

Maria : Não podem fazer isso.

Davi : Desculpa._murmurou, chegando por trás de nós.

Valéria : Que ? Davi a culpa não é sua ?

Margarida : ESTÁ OLHANDO O QUE BANDO DE DESGRAÇADOS ? _perguntou a um grupo de adolescentes do sétimo ano, que encaravam e cochichavam sobre Valéria e logo após soltavam uma risada.

Alicia : Isso não está certo !_se levantou engolindo o choro._não pode ser que passamos a vida toda em um lugar, e agora ele se feche por culpa de...

Davi : Vocês sabem quem fez isso ?

Valéria : Não._mentiu.

Davi : Gente, a culpa foi da minha mãe, ela veio denunciar e...

Valéria : A CULPA É DO CIRILO, ele que morreu, não foi ?_passava a mão pelo resto impaciente.

Maria : Valéria ?_a chamei e pude ver em seus olhos que os mesmos transbordavam ódio.

Davi : Desculpa gente, eu não posso ficar aqui._correu para casa.

Valéria : Tem algo que vocês não sabem.

Valéria abriu seu celular e suspirou.

Pov's Narradora

Mensagem On

Já pensou em olhar por cima de seus ombros ? 

—A

Mensagem Of

Valéria olhou por cima de seus ombros, e conseguiu ver o vulto de Cirilo, era quase que indecifrável, mas era o suficiente para lhe dar arrepios.

Valéria : Eu sinto muito._fitou Maria Joaquina, que sem entender franziu o cenho .

Maria : O que ?

Valéria : Não sei como contar isso.

Maria : Ele ainda está por aqui, não está ?_seus olhos se encheram de lágrimas.

Margarida : O que ? Quem ?_as encarou desesperada sem entender, assim como Alicia.

Maria : Ele-e-ele ainda está entre nós, eu não sei se posso viver com isso._sentou-se no banco e enfiou seu rosto em suas mãos, por onde saiam lágrimas sem cessar.

Alicia : Que ? Eu não estou entendendo...

Valéria : Cirilo, ele está vivo.

Margarida tapou sua boca com a mão, enquanto Alicia por sua vez incrédula arregalava os olhos .

Maria : Ele vai me matar, eu não quero ficar sozinha.

Valéria : Vem pra minha casa ?

Maria : Com o seu pai ? Aquele que está me ferrando na justiça ?

Valéria : O que ?

Maria : Ele foi até minha casa, e pediu pra minha mãe arrancar a verdade de mim, ele a convenceu de que eu estava mentindo e quer saber ? Seu pai é um tremendo cretino._dizia enquanto enxugava as lágrimas.

Valéria : Então você vai ficar em casa ?

Margarida : Não me olha assim, a Spencer está com meu quarto e eu estou morando no sótão agora.

Alicia : Me desculpa, mas minha mãe recebeu alta agora, e ela não pode ter estresse, o Cadu já faz muito barulho.

Maria : Então parece que eu vou pra sua casa._deu-se por vencida, pegando sua mochila sem vontade.

...

Paulo : Dana-se o que você pensa de mim, tá legal ? Não vai com a minha cara ? Experimenta me botar pra fora pra ver se eu não abro a minha boca.

Rosana : Pablo !_gritou quando o mesmo bate com um porta retratos no rosto do garoto, o jogando no chão.

Daniel : O que raios está acontecendo aqui ?_ajudou o amigo a se levantar, enquanto o mesmo limpava o sangue de sua boca.

Pablo : Sai da minha casa infeliz !

Paulo : Infeliz eu ? Você é canalha e ordinário a ponto de não assumir o que você faz, e eu sou o infeliz ?

Pablo : Se contar para alguém, eu mato você._com convicção Paulo solta uma risada um tanto forçada e amargurada.

Paulo : Acha mesmo que tenho medo de um velho flácido como você ?

Pablo : Deveria ._abriu a gaveta, aonde contia uma arma.

Paulo : Atira ai vai ! Tá esperando o que babaca ? Vai, atira ! ATIRA !_empurrou o mesmo, que contia mãos tremulas.

Daniel : Mãe, sobe !

Rosana : Eu não vou sair daqui.

Daniel : MÃE !_Rosana atemorizada, sobe para o quarto.

Maria : O que está acontecendo aqui ?

Valéria : O que é isso ?_acercou-se do pai e o encarou incrédula.

Pablo : Isso é culpa sua, idiota !_a empurrou.

Valéria : O que está acontecendo ?

Pablo : SUA CULPA !

Valéria : O que eu fiz ?

Daniel : Vai lá idiota ! Conta o que ela fez._arqueou a sobrancelha.

Pablo : ANHAÍ !!_gritou.

Anahí : Sim senhor._adentrou no local.

Pablo : Diga ao Rogger que prepare o carro, irei sair a negócios._disse rígido.

Valéria : O que eu fiz ?_repetiu, ignorando o ato deles.

Daniel : Esquece Valéria, não é culpa sua.

Valéria : Pai o que eu fiz ?_perguntou com lágrimas nos olhos.

Pablo : Nada meu amor, tá tudo bem._jogou a arma em cima de mesinha e abraçou a filha, acariciando-lhe sua barriga, e lhe depositando um beijo no canto da boca da mesma, fazendo-a se afastar rapidamente.

Maria : Lia, acho melhor subirmos.

Valéria encara Daniel assustada e logo sobe com Maria Joaquina.

Paulo : Isso é normal ?_dirigiu-se a Daniel, quando Pablo já não estava mais na sala.

Daniel : Você viu o que eu vi ? Ele praticamente...

Paulo : Beijou ela ?

Daniel : É_sussurrou incrédulo.

Maria : Gente, a Lia não quer se acalmar._apareceu de repente na escada.

Paulo : Eu não tenho nada com ela._disse indiferente, saindo da casa.

Daniel suspirou pesadamente e subiu as escadas.

Valéria : O que eu fiz ?_repetiu a pergunta a Daniel.

Daniel : Você ? Nada. Isso é entre nós três.

Valéria : Nós três ?

Daniel : Não nós três, falo de mim, Paulo e Pablo.

Valéria : Quer dizer nosso pai ?

Daniel : Não é exatamente o que quero dizer.

Valéria : Eu o odeio tanto._soltou seu cabelo, enquanto a dor de sua cabeça piorava.