- Sasuke, não vá muito longe. – disse uma mulher alta, de cabelos azulados e olhos preocupados.

- Mamãe, Sasuke não obedece, por que você não bate nele? – gritou o irmão mais velho de Sasuke apontando para a pequena criança.

- Nii-san. Olhe uma borboleta, é tão linda. – Sasuke apontava para a borboleta vermelha e verde que voava e dançava no céu.

- IDIOTA. Homens não devem achar borboletas bonitas. Não seja gay. – Itachi já tinha perdido a paciência com Sasuke.

- Você expulsou a borboleta. BAKA! – Sasuke começou a chorar. O grito de Itachi assustou a pobre borboleta.

- Meninos, não briguem. Itachi, se comporte com seu irmão.  – a mãe disse com a voz serena.

- Desculpe. – Itachi disse e olhou bem para Sasuke – vamos Idiota, vamos caçar as borboletas.

- Sério? Nii-san é o melhor! – Sasuke pulava de felicidade.

Parte 1

E então Sasuke acordou. Mais uma vez ainda estava escuro. Pensou em levantar e beber um pouco de água, mas então resolveu ficar na sua cama e pensando na vida. O que fazer agora? Ele já não agüentava mais as olheiras nos olhos. Ele estava exausto. Virou-se, arrumou o travesseiro e não conseguia dormir. Fechou seus olhos e imaginou aquele sonho de novo.

Mesmo que ele não quisesse admitir, Sasuke tinha saudades de sua família. Mesmo que fosse doloroso dizer isso, Sasuke precisava de alguém.

***

O dia apareceu e Sasuke estava cansado de ficar deitado, viu o sol abrindo e iluminando o céu. Levantou-se, tomou banho se arrumou e desceu para tomar café:

- Bom dia Hinata – disse sorrindo para a prima enquanto sentava para tomar seu café.

- Bom dia Sasuke-kun.

- Hinata, você não quer sair comigo e meus amigos sábado? Naruto vai também.

- Hã? Para onde vão sábado? E por que você falou do Naruto-kun? – Hinata começou a ficar vermelha. Sasuke já havia entendido a situação.

- Vamos, Sakura-chan também vai. – Sasuke sorriu para animar a prima.

- Sua nova aluna? Sasuke-kun então você também... – Hinata não terminou sua frase, mas Sasuke já sabia o que ela iria dizer.

- Não é isso Hinata. Sakura-chan é uma boa garota e me ajudou essa semana, então eu pensei que seria uma boa idéia convida - lá. – Sasuke apenas respondeu a primeira coisa que veio na sua mente.

- Espero que não passe apenas de sua aluna, Sasuke-kun é tão sozinho. – Sasuke não respondeu, apenas terminou seu café em silencio.

 ***

Sasuke estava indo para a escola, caminhando sozinho como sempre, na verdade não estava pensando em nada, sua mente estava vazia. Então seu celular tocou:

- Alô. – Sasuke atendeu.

- Sasuke? Ah é você. A Hinata está com você? Ela estava estranha ontem. Eu fiz alguma coisa pra ela? Onde você está? – Naruto gritava ao telefone e não terminava nenhuma das suas frases.

- Naruto, fale uma coisa de cada vez. Eu saí primeiro do que Hinata, então ela provavelmente ainda está em casa. Se você fez alguma coisa pra ela, quem tem que perguntar isso é você. E pelo que te conheço, você deve ter falado demais como sempre. E estou a caminho da escola.

- Cala a boca. Deixa que eu falo depois com ela. Tchau. – Naruto desligou antes mesmo de o Sasuke responder.

Sasuke continuou sua caminha. Sabia dos novos sentimentos de Hinata. Estava feliz por ela. Agora era orar para que o Naruto não estragasse tudo. Hinata era uma garota frágil e nunca dá pra saber o que ela está pensando, isso sempre assustou Sasuke. Mas quando se trata de amor, ela não consegue esconder.

***

As aulas passaram rápido, logo Sasuke já estava na biblioteca esperando Sakura. Ele sabia que ela se atrasava sempre, então pegou um livro e começou a ler. Viajou na estória da Bolota perdida.

“Uma bolota que acabou de nascer, caiu  e rolou entre a grama, logo caiu na água. Veio um peixe e disse ‘olá, vamos brincar? ’[...]”

Era nostálgico para ele ler aquele tipo de estória, sua mãe lia para ele sempre, ele amava, adormecia com a doce voz de sua mãe. Não importava para Sasuke o que aconteceu no passado quando o assunto era sua doce e frágil mãe. Ela o ajudava sempre. Não importava a situação. Ela era seu doce anjo. Para Sasuke, Anjo e sua mãe eram sinônimos.

Parte 2

Sakura corria, estava atrasada de novo. Sempre se atrasava dessa vez estava dormindo na aula de matemática, ninguém teve a coragem de acordá-la.

De certa forma Sakura sentia alívio, estava sonhando com sua mãe. Ela acariciava seu rosto e cantava a música da bolota para Sakura. Era tão nostálgico para ela, era tão encantador e ao mesmo tempo tão triste. Sakura sentia falta da sua mãe. Sentia-se sozinha. Sentia-se com sede, a única coisa que a satisfazia era sua mãe, ela ia bem na escola porque sua mãe disse que aquilo a faria feliz e que no futuro Sakura iria ganhar a boneca Ayumi que tanto queria, mas foi tudo em vão, Sakura não ganhou sua boneca. Sua mãe já não canta mais a músiquinha da Bolota perdida. Sakura se sentia própria Bolota.

Chegou à bibliotaca e avistou Sasuke, correu em sua direção.

- Me desculpe Sasuke-kun. – disse ofegante.

- Sem problemas Sakura-chan. Sente-se, vamos começar logo a aula. – Sasuke disse sorrindo. Mas realmente estava cansado de esperar.

Sakura sorriu, sentou-se e abriu seu livro. Sasuke começou a falar sobre a fração dividida por 5 e multiplicada por 2. A cabeça de Sakura começou a doer. Mais números, mais números, era um exagero todos aqueles números, pra que existir fração? Sakura pensava nisso como seu maior problema dentro da escola, coisas que pra ela não vaziam sentido aprender. Sakura balançava a cabeça levemente enquanto Sasuke perguntou quanto era o resultado. Seus olhos começaram a percorrer toda a mesa, até que pararam em um livro. Seus olhos nem piscavam, de repente, seu coração começou a bater forte.

- Sasuke-kun... – começou a dizer e tentou encontrar as palavras certas – esse livro... – apontou para o livro da Bolota perdida – onde você pegou?

- Aqui mesmo. Por quê? Tudo bem Sakura-chan? – Sasuke se assustou com a pergunta e a expressão da garota.

- Não é nada. Você vai levá-lo? – Sakura tentou disfarçar, mas não acreditava. Aquele livro, o livro que sua mãe prometeu. Ela precisava dele, ela procurou tanto por ele.

- Não, já li várias vezes, já sei até de cabeça, mas por quê? Você quer levá-lo?

- Sim. – Sasuke estendeu o livro e Sakura o pegou. O que ela estava sentindo naquele momento era inexplicável. Não era pela bolota e sim sentia que sua mãe estava lhe dando o presente agora.  – Obrigada Sasuke-kun. – Sakura sorriu.

Sasuke não entendeu. Será que aquele livro também significava alguma coisa para Sakura? Ele se sentiu aliviado. Ele não fazia ideia, mas estava satisfeito por ver o sorriso de Sakura tão doce.

- Sakura-chan, você vai levar alguma amiga sábado? – Sasuke mudou de assunto pelo silencio que ficou.

- Sim, se você não se importar Sasuke-kun, quero levar minha amiga Temari.  – Sakura sentiu as maçãs de seu rosto ficarem vermelhas, todos sabiam que Temari era uma garota barraqueira.

- Perfeito, tenho alguns amigos que iriam amar conhece-lá. – Sasuke sorriu, estava se referindo ao idiota do Chouji.

Sakura não entendeu, tinha alguém afim da Temari? Sasuke parecia não se importar com a fama da garota. Sakura apenas sorriu. Sasuke continuou a perguntar sobre a matemática infernal. Era como se aquelas aulas não fossem acabar nunca. Era irritante. Mas o coração de Sakura estava feliz e aliviado, afinal, acabara de descobrir que o livro que tanto queria na sua infância estava com seu “professor”.

***

Sakura chegou em casa, estava com seu livro na mão. O livro da biblioteca, o livro de sua infância:

- Estou de volta – gritou assim que entrou e tirou seus sapatos.

- Bem vinda de volta – ouviu sua tia gritar da cozinha. – Sakura vá se trocar para o jantar.

- Sim, já estou indo. – Sakura subiu as escadas correndo. Estava sorrindo. Aquele momento tão simples em que carregava o livro era tão feliz pra ela.

Sakura precisava pensar também na roupa que iria usar sábado, afinal, já era quinta-feira, só tinha mais um dia para se preparar. Será que usaria vermelho? Não, iria parecer muito chamativa, pensou a rosada, e que tal rosa? Bem... rosa? Será? Pensou. Mas parou de pensar por um momento. Afinal, aquilo não era um encontro, ela usaria as roupas que sempre estava acostumada a usar. Só iria sair com os amigos de Sasuke, nada daria errado. Se Temari não abrisse a boca e não estragasse tudo, não, Sasuke pediu para levar Temari. Por Kami-sama, a cabeça de Sakura ficou confusa.

- Sakura, você já está pronta? A comida vai esfriar. – gritou Tsunade.

- Desculpa tia, já estou indo. – Sakura gritou de volta. Arrumou-se rapidamente e desceu para fazer mais uma refeição com sua tia. – Desculpa a demora tia.

- Você demora tanto para se trocar. Aconteceu alguma coisa na escola?

- Não, não aconteceu nada. Ah, tia, Sasuke-kun me convidou sábado para sair com seus amigos. – tinha se esquecido de pedir.

- Que ótimo, vá Sakura, e se divirta. Eu quero conhecer esse rapaz. – Tsunade tinha o prazer de ver Sakura corar.

- Tia! Sasuke-kun só quer retribuir um favor que fiz a ele, apenas isso. – Sakura sentia seu rosto queimar. Nunca imaginaria que uma pessoa tão linda como Sasuke iria se apaixonar por ela. Jamais.

***

- Sakura, você já escolheu a roupa para o encontro? – Temari dizia enquanto tomava seu suco.

- Te-temari, como pode dizer isso? Eu já te disse – Sakura corou – vamos sair juntos, eu, você, ele e os amigos dele, jamais ele tentaria alguma coisa comigo.

- Sei – Temari alisava seu pão e pensava – quem sabe a gente dá um jeito amanhã, preciso arrumar um namorado também – Temari piscou.

Estavam no intervalo. Sakura ficou pensativa. Incomodara-se com o que Temari tinha acabado de dizer. Como assim? Por que as pessoas não entendiam que aquilo era só amizade entre duas pessoas? Um homem e uma mulher não podem ser amigos? Que patético. Pensou Sakura olhando friamente para Temari, que saboreava seu lanche sem ligar para o olhar da amiga.

Parte 3

- Sasuke-kun, vai sair que horas? – perguntou Hinata batendo na porta do quarto do Uchiha.

- Vou me encontrar com o pessoal na lanchonete 18:00, por que? Precisa de alguma coisa Hinata? – Sasuke gritou, estava tomando banho. Já era sábado, ia se encontrar com Sakura e os outros.

- Eu estive pensando. Eu vou sim Sasuke-kun. Já estou arrumada.

- Hã? – Sasuke ficou assustado – por que mudou de ideia?

- Quero me distrair um pouco, não é bom ficar em casa por muito tempo, né? Vira mania de dona-de-casa. – Sasuke percebeu na voz da garota uma pontada de mentira.

- Certo Hinata. Espere só um pouco, vou terminar de me arrumar. – Hinata estava mudando por causa do Naruto? Sasuke não podia acreditar. Ela nunca gostou de sair com ninguém a não ser o Sasuke, e ainda para fazer compras. Hinata era tímida e sem jeito para as coisas.

***

Sasuke e Hinata já estavam chegando à lanchonete, ambos, em silencio, nenhum deles queria falar. Era desnecessário qualquer tipo de conversa, afinal, eles sabiam que iria acabar na frase “você gosta do Naruto?” Sasuke não se intrometia na vida de Hinata, mas ela sabia que ele não iria aceitar esse relacionamento sem ao menos ver se Naruto ia dar alguma mancada. Sasuke respeitava Hinata, mas era ciumento em certos pontos.

Já estavam na lanchonete, já podiam ver um grupo alegre e chamativo no meio da lanchonete. Suspirou e caminhou até eles. Hinata veio logo atrás?

- Vocês são barulhentos. Escutei vocês a duas quadras daqui. – Sasuke disse com um sorriso falso no rosto.

- Mentiroso você mente demais Sasuke. Ei, Hinata você veio. – Naruto começou a fazer um escândalo. – que bom que veio, assim pode calar a boca desse imbecil.

- Na-naruto-kun! – Hinata  estava corada. Não encarava ninguém.

- Sentem-se. Sasuke-kun, você deixou Sakura-san e Temari-san aqui sozinhas. Elas não conhecem ninguém. – Ino dizia com sua voz serena. Mas seu interesse era se tornar amiga de Sakura e enfim, fizer com que ela a ajudasse com seu amor por Gaara.

Sasuke olhou para Sakura. Estava encolhida no canto. Ela sorria para ele. Sasuke retribuiu:

- Desculpe Sakura-chan, esses estranhos fizeram você ficar louca? – Sasuke sentou-se de frente para Sakura. E Hinata ao lado de Naruto.

- Não. Estou me divertindo muito. Naruto-kun e Shikamaru-san são divertidos. – Sakura sorriu. Mas mentiu. Estava tímida enquanto Temari se divertia com o Shikamaru.

- Dois palhaços – Sasuke disse virando os olhos.

- Que? – Naruto gritou. – ei, senhor problemático, diga alguma coisa.

- Se você calasse a boca ninguém te chamaria de palhaço. – Shikamaru disse isso e se virou novamente para continuar sua conversa com Temari. Afinal, ele era seu sensei.

Sakura começou a rir, nunca havia visto tanta gente da mesma idade reunida em um grupo para bater papo. Ela olhou pra Sasuke e viu seu rosto calmo. Ela sorriu. Chouji só comia e nada mais, Sasuke sentiu que era inútil falar de uma garota com ele naquele momento.

***

A noite havia chegado. Já passava das 22:00, Sakura não tinha hora para chegar, mas mesmo assim estava preocupada:

- Já está na hora de ir embora. Estou cansada de ouvir a voz nojenta do Naruto – Ino olhava no relógio agoniada, não conseguiu falar com Sakura sobre Gaara e achou aquela noite um desperdício.

- É verdade, Sakura-san sua mãe não te deu hora para chegar em casa? – Shikamaru perguntou inocente de toda a situação.

- Posso chegar a hora que quiser – Sakura apenas respondeu isso e revirou os olhos. Como era chato aquele clima. O que podia dizer? Ninguém tinha que se intrometer na sua vida.

Sasuke olhou pra Sakura. Ele sabia que aquilo não tinha agradado á Sakura, afinal, ela moveu as pernas que estavam esticadas e encostando em Sasuke.. O rosto de Sakura também mudou de repente. Seus olhos estavam caídos, Sasuke olhou debaixo da mesa e Sakura estava apertando os punhos. Sakura estava nervosa?

***

Já estavam fora da lanchonete. A noite estava fria. Sakura encolheu os braços.

- Foi um prazer ter vocês conosco Sakura-san e Temari-san. Deveriam sair com a gente mais vezes. – disse Ino para parecer simpática.

- Claro. Vamos com certeza. Adorei conversar com vocês. – Temari respondeu sorrindo. – Não é mesmo Sakura?

- Ah, sim. Fico agradecida pelo Sasuke-kun ter nos convidado. – Sakura sorriu. Realmente aquela noite tinha sido divertida.

- Não tem por que agradecer. Todos nos divertimos muito. Obrigado por vocês terem vindo – Sasuke olhou para as duas e agradeceu.

- Que problemático. Vamos logo embora. Já está tarde, vamos passar a noite toda agradecendo? – Shikamaru já estava agoniado. Queria dormir.

- Então. Levem as meninas em casa. Eu estou de carro. Vou levar Chouji em casa, já que prometi aos pais dele. Então Sasuke-kun leve Sakura-san em casa. Shikamaru leve a Temari-san. E Naruto leve a Hinata-chan. Afinal, elas não podem ir sozinhas para casa e como foi Sasuke-kun que convidou Sakura-san, ele tem o dever de leva - lá em casa. Shikamaru como já conhece a Temari-san pode leva – lá para casa. E Naruto como o único que sobrou leve a Hinata-chan. – Ino dava as ordens. Era a única que tinha paciência para isso. E seria errado deixar as garotas irem embora sozinhas. Ela se preocupava mais que qualquer um.

- Não é necessário Ino-san. Jamais quero incomodar o Sasuke-kun. – Sakura sentiu seu rosto ficar vermelho. Não queria incomodar.

- Não é incomodo. – Sakura se virou e viu o rosto sorridente de Sasuke. – não vejo problemas, afinal, já está tarde. Naruto, cuide de Hinata.

- Sa-sasuke-kun! – Hinata não tinha dito nada, mas ficou espantada com o que disse a loira Ino. Não podia sair sozinha por aí com o Naruto. Era impossível para ela.

- Certo. Vamos Hinata. – Naruto sorriu e começou a caminhar. Hinata o seguiu. Seu rosto estava queimando.

- Vamos então Shikamaru-san. – Temari sorriu. – Até logo a todos e obrigada pelo convite – Shikamaru se despediu e seguiu Temari.

- Então, vamos Chouji. – Ino caminhou para seu carro. Se virou para se despedir – Até qualquer dia pessoal. – Chouji se despediu a seguiu. Sakura apenas olhava para todos indo embora. Se sentindo um pouco triste. Tinha amado aquela noite.

- Sakura-chan, vamos? – ouvindo a voz de Sasuke, Sakura se virou e começou a seguir seus passos.

- Sasuke-kun, obrigada mesmo. Mas eu ainda acho que não é necessário você me acompanhar. – Sakura estava tímida. Sasuke já tinha feito tanto por ela, sem ele saber, claro.

- Sakura-chan. Você gosta mesmo daquele livro da Bolota perdida? – Sasuke mudou de assunto.

- Hã? – Sakura foi pega de surpresa – Sim. – apenas disse isso.

- Uma bolota perdida, sozinha. Parece mesmo minha história. – Sasuke ria e fazia ironia.

- Como assim? – Sakura o encarou confusa.

- Eu tenho uma vida perdida. Acho que ainda procuro pela minha casa. Estou perdido. – Sasuke ria sozinho. Sakura estranhava. O que aquele garoto estava fazendo? Mas ele só queria provar uma teoria.

- Mas, você mora com seus pais, Sasuke-kun? – Sakura se atreveu a perguntar.

- Eu sou órfão. Não tenho família, além da Hinata. Somos primos. – Sasuke encarou Sakura. A mesma parou de andar na hora. Ficou encarando Sasuke. Aquele garoto, tinha a mesma história que a dela. Será que também tinha perdido os pais pelo mesmo motivo que ela?

- Eu sinto muito. – Só conseguiu dizer isso e começou a andar de cabeça baixa, mas Sasuke não se moveu.

- Você também é órfã, Sakura-chan? – Sasuke queria provar sua teoria, afinal, estava muito curioso. Sakura sentiu seu sangue subir, seu estomago revirar. Seus olhos estavam abertos, ela ficou paralisada, sua respiração acelerou.

- Você – ela ainda buscava fôlego. Virou-se e encarou o jovem Sasuke – como você sabe? – Sasuke a encarou sério.

- Você me contou. – Sakura o olhava confusa. Começou a tremer.

- Eu nunca te contei sobre isso. – tinha certeza, afinal, aquele era um segredo que ninguém sabia, além dela e sua tia.

- Você só não percebeu Sakura-chan, você me contou enquanto estávamos na biblioteca e você viu o livro da bolota perdida. E hoje, quanto estávamos na lanchonete e Shikamaru perguntou dos seus pais. Você não se lembra de ter me contado? – Sasuke a encarava ironicamente. Sakura piscava, várias e várias vezes tentando entender o que ela tinha dito para ele descobrir.

- Eu estou indo. – seus olhos já estavam começando a ficar cheios de lágrimas, mas ela não queria derruba-lás, disfarçou e se foi. Sasuke a seguiu. Ela percebeu – pare de me seguir Sasuke-kun, eu sei ir embora sozinha.

- Não é essa a questão. Você me disse que eu poderia contar com você sempre que quisesse. Quero que você conte comigo também. Sempre que quiser. Quero que me conte se precisar. Somos parecidos, não somos?

- Somos? – Sakura sorriu. Afinal, ela não sabia como Sasuke tinha perdido seus pais. Mas da maneira dolorida que ela perdeu? Será?

- Você e eu nos parecemos com a bolota perdida. Procuramos o caminho de volta para casa, não é mesmo Sakura-chan? – Sakura andava mais rápido ainda. As palavras de Sasuke entravam e faziam som de eco nos seus ouvidos. – você quer voltar pra casa, mas de repente vem um peixinho te salvar, dizendo que quer brincar. Então você vê a necessidade de ter um lar. E então acaba morando com esse peixinho. Mas sua solidão não acabou. – Sasuke se lembrou de Hinata e Sakura da Tsunade.

- Você tem razão Sasuke-kun. – Sakura sussurou e começou a diminuir os passos. – eu sou órfã, mas nunca contei isso pra ninguém. Eu moro com minha tia. Mas estou feliz com ela. – Sakura olhou para Sasuke e sorriu. Aquele sorriso falso. Ela já estava acostumada com ele.

- Fico feliz de ter errado em alguma coisa – Sasuke também sorriu. – vamos parar com essa conversa então. – continuaram a seguir em silêncio. Sakura olhava para Sasuke de vez enquanto para ver sua expressão. Como aquele garoto poderia saber tanto sobre sua vida? Estava ficando preocupada e desconfiada.

***

- Você concorda comigo Hinata? A comida do meu pai é a melhor que tem. Você tem que ir no nosso restaurante qualquer dia desses. A primeira vez vai ser grátis. – Naruto apenas falava e nem ligava se Hinata respondia ou não.

- Sim! – ela só respondia isso. Realmente estava com medo. Sentiu que ia morrer.

- Hinata, você sabe se o Sasuke odeia jogar futebol? – enfim, Naruto perguntou algo útil para Hinata.

- Ele nunca me contou nada. Mas você deveria considerar o direito dele Naruto-kun – Naruto lançou um olhar maligno para Hinata. Isso a fez tremer na hora. – Mas... mas... mas...

- Você tem razão. Mas mesmo assim. Sasuke anda muito estranho ultimamente. Ele não se abre com você Hinata?

- Não! – Hinata ficou aliviada.

- Eu como amigo dele deveria saber dos problemas dele. Como ele se atreve a esconder tudo de mim. Será que ele me acha tão idiota assim? – Naruto mudou sua expressão. Estava triste agora.

- Não. Naruto-kun não é idiota. É uma boa pessoa por pensar no amigo acima de tudo. Eu admiro você Naruto-kun. – Hinata estava nitidamente corada.

- Obrigado Hinata. – Naruto abriu seu grande sorriso. – Eu gosto de conversar com você. Afinal, você é a única que tem paciência de me ensinar. Agradeço a você.

- Naruto-kun, o que é isso? Não é nada. – Hinata sorriu. Ficou aliviada de ver que a expressão do loiro tinha mudado.

***

- Você também está achando o mesmo que eu Shikamaru-san? – Temari perguntou enquanto caminhavam.

- Sobre eles estarem se apaixonando? – Shikamaru era esperto. Só era preguiçoso. Mas sua inteligência era sobrenatural. – já tinha percebido antes. Parece que teremos muito trabalho pela frente.

- Creio que logo Sakura vai dizer que está apaixonada pelo Sasuke-kun. – Temari sorriu. – vamos nos preparar para mais um romance de colegial.

- Temari-san e você não está amando ninguém? – Shikamaru examinou a menina.

- Claro que não. Eu sou de pedra. Não me apaixono tão fácil. E você Shikamaru-san? Como anda com sua namorada?

- Não sei bem. Por causa da escola não costumo vê-lá sempre. E quando nos vemos sempre brigamos. Problemático.

- Crise no namoro? Bem vindo ao clube dos solitários. – Temari sorria. Shikamaru a olhou e sorriu também.

- Problemático. – Temari o encarou confusa. Ele apenas gargalhou.

- Não ria seu bobo. Estou falando sério. – Temari deu um leve tapa na cabeça do Shikamaru.

***

- Ah, que nojo Chouji, não deixe salgadinho cair no meu cabelo. E ainda por cima estou dirigindo. – Ino gritava enquanto dirigia o carro.

- Desculpe! – Chouji se encolheu no banco.

Ino estava tensa. Ainda não consegui conversar com o Gaara adequadamente. Não conseguia se confessar e nada deu certo com a Sakura. Precisava se aproximar daquela garota. Ninguém fazia ideia do quanto Ino amava Gaara. Ela queria estar com ele sempre.  Ela queria que ele soubesse. Suspirou. Aquele cheiro de salgadinho de queijo estava estressando ela mais ainda.

- Inacreditável! – gritou e buzinou. Chouji estava ficando com medo do estresse da garota.

***

“Uma bolota que acabou de nascer, caiu e rolou entre a grama, logo caiu na água. Veio um peixe e disse ‘olá, vamos brincar?’ A bolota o encarou com medo, mas quando o peixinho sorriu ela o seguiu. A bolota e o peixinho sempre brincavam perto da água. O peixinho sempre sorrindo. Sempre alegre e a bolota pensativa. Como deveria ser sua mãe? Pensava a pobre bolota. Queria voltar pra casa, mas não queria abandonar o pobre peixinho. Estava dividida. Sua tristeza aumentou. Mas o peixinho sempre a alegrava nas horas de tristeza. Sorria e agradecia por pelo menos ter sido salva por alguém. Precisava de alguém para aquecer seu frio coração.

E esse alguém se chama Uchiha Sasuke.” – História da bolota perdida

“A bolota rola rola e vai caindo. Oh não, ela caiu dentro da lagoa.O peixe aparece e diz “Olá” “Vamos brincar juntos” ” – Música da bolota perdida