Eu começaria a trabalhar hoje, foi uma coisa de ultima hora, decidi que iria sair de casa, fazer faculdade e trabalhar, eu demorei pra decidir, mas quando eu tomei minha decisão, logo notifiquei os meus pais:

Flashback On:

Eu estava decidida, eu sairia de casa, queria ter minha independência, poder cometer os meus erros e poder viver, agora teria que enfrentar a fera antes de poder fazer isso.

-Mãe? – Falei batendo na porta do escritório dela, minha mãe era uma grande empresaria, ai alem de passar o dia fora, também trabalha em casa quando pode.

-Pode entrar querida. – Falou minha mãe.

Eu entrei bem devagar, ela estava lendo um documento e tomando o seu chá.

-O que você quer meu bem? – Perguntou ela.

-Er... Como posso começar?  - Falei.

-Pelo começo amor. – Falou ela fazendo um sinal para eu sentar na cadeira na frente dela.

-Er... Mãe eu já tenho 18 anos e quero fazer faculdade, mas gostaria de pagar com o meu próprio dinheiro... – Ela me interrompeu.

-Meu anjo, claro que você pode trabalhar na minha empresa.

-Mãe você não me entendeu, eu não quero só trabalhar, eu quero morar sozinha e arranjar um emprego com os meus méritos, eu não quero uma coisa fácil.

-Juliet, eu prefiro você aqui, ao meu lado, quem sabe você não se case com um dos jovens acionistas, você é tão jovem e bonita, logo você se arranjar com um bom partido. – Falou ela arrumando os seus longos cabelos grisalhos, ela acha que eu sou o que? Um jeito de firma os laços na empresa? Em que século ela vive?

-Mãe! O que é isso? Em que século você vive? Eu não quero me casar agora, eu quero viver! – Gritei.

-Abaixe esse tom! Você é a minha filha! – Gritou ela.

-Quer saber? Vou falar com o papai, ele pelo menos me entende! – Gritei.

-Volte aqui Juliet! Nem pense em falar com o Claudio... – Gritou ela antes de eu fechar a porta.

...

-Pai? – Falei entrando na biblioteca, ele era muito estudioso, sempre gostou de livros, e eu partilhava desse gosto com ele.

-Ah... – Falou ele procurando alguma coisa – Oi Juliet, eu ouvi uns gritos de lá em cima, aconteceu algo? – Falou ele ajeitando os óculos.

-Er... Aconteceu, eu quero sair de casa, trabalhar e fazer faculdade. – Falei bem rápido e depois segurei a respiração.

-Que ótimo minha filha! – Falou ele me abraçando, soltei a respiração – O que a Marie disse?

-Falou que queria que eu trabalhasse na empresa dela e também que eu casasse com um dos acionistas.

-Quer saber eu não ligo para o que ela pensa, - Falou ele se arrumando para sentar na grande mesa de frente para porta – eu vou ligar para uns amigos meus e... – Eu o interrompi.

-Pai, eu quero trabalhar pelos meus méritos, não só porque você cobrou uns favores... – Ele me interrompeu.

-Juliet, eu vou ligar para ver se tem vagas de emprego e eu prometo que eu não vou cobrar favores, mas só com uma condição.

-Fala...

-Você vai ter que me deixar comprar um apartamento de presente para você. – Era isso ou nada.

-Fechado.

...

Depois de muitas ligações do meu pai e muitas revistas de decorações lidas por mim, meu pai chega e diz:

-Meu anjo, você pode comemorar, você esta empregada. – Falou ele.

-Ah? – Falei.

-Eu consegui um trabalho pra você!

-Como o que?

-Você vai trabalhar na Boate de um amigo meu, você vai ficar na parte de bebidas e coquetéis, eu sei que você não sabe fazer isso, mas ele prometeu que iria te ensinar! – Falou ele muito sorridente.

-Ai! Valeu pai! – Falei dando um grande abraço nele.

-Também já consegui um apartamento pra você, ele não é grande, tem um quarto, uma suíte, um banheiro, uma cozinha, uma sala e uma varanda.

-Perfeito! – Falei apertando mais o abraço.

-Agora vou avisar a sua mãe, me deseje sorte.

-Sorte! – Falei correndo em direção ao meu quarto, já iria arrumar as minhas malas.

...

Eu ouvi inúmeros gritos dos meus pais, minha mãe tinha um linguajar maravilhoso, era cada palavra, uma mais bonita do que a outra, depois de muita discussão os gritos param e eu ouvi alguém bater na

minha porta:

-Pode entrar. – Falei.

-Juliet, eu resolvi tudo, você esta liberada para viver sozinha! – Falou meu pai me dando um abraço.

-Que ótimo, já quero me mudar amanhã! – Falei.

-Que disposição! Vamos, eu te ajudo a arrumar essas malas.

...

Depois de muito choro e de muita reclamação da minha mãe, consegui ter a minha casa só para mim, amanhã eu iria começar a trabalhar, isso vai ser perfeito, eu já estava cansada e decidi arrumar as minhas coisas amanhã...

Flashback Off.

E aqui estou eu, na esquina da boate, era agora ou nunca...