As Três Flechas - Interativa escrita por eMeoonbird


Capítulo 5
Ato 5


Notas iniciais do capítulo

quem é vivo sempre aparece, não?
Na verdade só postei hoje pra trazer uns avisinhos que estarão nas notinhas finais e pra dizer que tô viva.
É isso.



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A cor no céu já estava começando a mudar, saindo do azul claro com as nuvens brancas o manchando, para o alaranjado com toques leves de rosa claro.

Merle adorava observar aquelas mudanças no céu quando as horas iam se aproximando mais da noite, no entanto, ela não poderia fazer aquilo naquele momento se ainda quisesse treinar.

— Meg, por favor, vamos logo — a morena apressou a outra da porta do dormitório, de onde observava o céu a alguns minutos atrás.

Do meio dos beliches e baús surgiu uma garota pequena, com um arco nas mãos o qual balançava para chamar a atenção de Merle. Ela vinha correndo em direção a índia, levemente afobada.

— Finalmente achei um arco nessa merda — Sua voz saiu entrecortada e meio trêmula pelos seus lábios finos, e, assim que se pôs ao lado da outra, colocou seus cabelos lisos para longe do rosto e ajeitou a aljava sobre o tronco. Enquanto elas se dirigiam para fora do dormitório, a asiática terminou sua sentença ao dizer:

— E já disse para me chamar de Yuki, pare de ser tão formal comigo!

O tom da pequena era meio grosseiro e agudo, e estava bastante alto, de modo que Merle só pode encolher os ombros numa tentativa de virar invisível sob o olhar dos outros semideuses que estavam por aquela àrea.

— Obrigada por me acompanhar no treino de arco e flecha, Me–Yuki — a morena murmurou, tentando fazer a outra parar de encarar os outros numa tentativa de fazê-los desviarem o olhar.

A japonesa voltou o rosto para Merle com uma expressão inocente, ainda assimilando as palavras da outra. Quando isso aconteceu, deixou um sorriso que a índia considerava fofo dominar os lábios.

— Sem problemas, Matoaka! Adoro ver você treinar, me pergunto se serei tão boa quanto você um dia.

Merle envergonhou-se um pouco pelo elogio, e rebateu que suas habilidades não eram nada demais – e não eram mesmo. Megume estava apenas tentando deixá-la com vergonha e logo conseguiria isso.

— Para de ser tão autodepreciativa! — retrucou a japonesa, balançando a mão livre como se tentasse afastar um mosquito do rosto. — Estou apenas falando a verdade, qual o problema de concordar? Ninguém te achará arrogante se o fizer.

Merle apenas deixou um pequeno sorriso surgir em seus lábios e suspirou fraco. Yuki sempre tentava fazer a índia ser mais solta, todavia os métodos dela não deixavam-na mais confortável a tentar vencer a barreira de timidez que tinha.

— Além do mais, tem de aprender a aceitar elogios — continuou a pequena, sem olhar para a morena. — Ainda mais com esse corpo e essa pele negra maravilhosa, vai ter gente querendo te elogiar de todas as maneiras e se você não for esperta, pode acabar sendo enganada.

Merle sentiu as bochechas esquentarem no momento em que a japonesa citou seu corpo. Maldita pervertida! Bem que a índia estava estranhando ela não ter falado nada sobre ainda.

Matoaka resolveu ignorar o resto das palavras que saíam da boca de sua amiga enquanto apertava o arco simples que tinha em mão. Elas andavam em direção ao Campo Arco e Flecha, vez ou outra vendo algum semideus pelo caminho ou passando por algum campista conhecido.

Durante todo o percurso Yuki continuava a falar sobre como Merle deveria se acostumar a ouvir elogios e que deveria tomar cuidados com os mal intencionados e outras coisas que a índia preferia ignorar por já ter ouvido bastante dos discursos protetores da japonesa.

Foi justamente por não estar escutando a amiga que acabou esbarrando com alguém durante a caminhada.

— Desculpa! — a morena falou automaticamente de forma meio nervosa, dando um passo para trás enquanto olhava para o gramado do chão. Ela odiava quando isso acontecia, já que suas habilidades de socialização não eram as das melhores.

— Olhe aonde fica parado! — Yuki reclamou, ficando diagonalmente na frente de Merle, dando uma falsa impressão de escudo. O olhar irritado por sobre as pálpebras da japonesa era sinistro e somado ao seu rosto meio inexpressivo era um combo de apavorar qualquer um, no entanto não parecia ter muito efeito na pessoa em que a índia esbarrara.

Como não ouviu nenhuma resposta debochada ou até mesmo educada, a morena resolveu erguer o olhar para ver quem era o semideus – só para perceber que quase não se recordava dele por ter o visto tão poucas vezes.

— Nós não temos intenção nenhuma de arrumar briga… — o campista com mechas azuis tentou falar, porém acabou mais gaguejando do que soltando uma frase concreta. Parecia ter medo da Yuki, diferente de Zachary, que estava completamente apático em relação a encarada da japonesa.

— Ótimo, então saiam do nosso caminho — retrucou a Megume com um tom de voz frio, mantendo seu rosto sem nenhuma evidência de emoção, completamente diferente de minutos atrás.

O alemão lançou um olhar meio amedrontado e perdido para o filho de Hefesto, num pedido de ajuda que ficou claro até mesmo para a índia, que começou a se perguntar qual era o porquê de tanto medo que o outro sentia.

Zach inspirou fundo como se tivesse tentando ganhar paciência e falou num tom rouco e baixo:

— Precisamos falar com a Merle.

Yuki apenas levantou uma sobrancelha e cruzou os braços diante do peito, parecendo pensar um pouco enquanto Matoaka começava a encher a cabeça com perguntas, afinal ninguém chegava a tentar conversar com ela por causa do seu probleminha de comunicação.

A morena já estava pensando no pior quando ouviu a japonesa perguntar num tom de voz neutro:

— É coisa do líder? — Merle estranhou ainda mais o fato da outra não ter levado nada para o lado pervertido e começou a se sentir uma ponta de desespero na boca do estômago ao ver que tanto Zachary quanto Peter assentiram ao questionamento de Megume.

O que o líder iria querer logo comigo?

Esse e mais alguns pensamentos cruzaram na mente da morena, que apertou com força a madeira do arco que tinha em mãos. Sentia seu coração bater um pouco mais forte em nervosismo e só voltou a realidade quando sentiu a mão de Yuki em seu ombro.

— Vou te esperar ali na frente — O olhar preocupado da japonesa fez Merle relaxar o aperto que fazia no arco —, qualquer coisa, é só correr.

A índia deixou um sorriso pequeno surgir em seus lábios de forma inconsciente, mentalmente agradecendo a outra por entender sua fobia.

Afinal, o quê adianta gritar se ela mal consegue falar?!

Foi somente quando Megume parecia longe o suficiente para não ouvir sobre o assunto, que Peter pareceu relaxar e tomou as rédeas da conversa.

— Só pra ter certeza, você se chama Merle Hiawatha, certo?

A morena assentiu, já que tinha certeza que se tentasse falar, acabaria gaguejando e eles não iriam entender nada que disesse. Os semideuses a sua frente se entreolharam rapidamente, e o filho de Atena continuou.

— Bem, o seu nome está numa lista que o líder me deu… — O alemão parecia meio confuso em como anunciar a proposta, e a índia ficou mais nervosa ainda.

Seus dedos voltaram a pressionar com um pouco mais de forma necessária o arco e ela sentia de alguma forma que estava começando a suar.

— Uma… lista? — sua voz saiu meio trêmula, baixa, no entanto eles conseguiram ouvir.

De alguma forma Peter percebeu que aquela não era a melhor forma de abordar a campista, e acrescentou rapidamente enquanto Zachary parecia lhe julgar mentalmente:

— É, tipo aquelas listas de alunos destaques, sabe? — ele pareceu um pouco nervoso por causa da reação dela.

Mesmo sentindo meio ansiosa de forma que lhe fazia querer correr, Merle franziu as sobrancelhas com óbvia confusão.

— Destaque? — Sua voz ainda era baixa, entretanto havia saído de sua boca num tom mais firme.

Antes que o garoto de mechas azuis falasse qualquer outra coisa, o filho de Hefesto o cortou, dizendo:

— Uma lista pra entrar num grupo. — Zachary estava pouco se fudendo pras explicações, ele só queria sair do ar livre e do calor que estava submetido desde que Louis apareceu no Arsenal e voltar a fazer suas coisas. Era egoísta sim, mas ele não tava com paciência para seguir ordens no momento. — Vai querer entrar ou não?

Merle se assustou um pouco com o tom levemente rude do filho de Hefesto, e respondeu automaticamente, gaguejando por conta do nervosismo,  que queria sim enquanto movia a cabeça em concordância várias vezes.

Dessa vez era Peter que censurava o negro com o olhar, não só pela forma como ele havia falado como pelo fato que o outro havia dado o serviço do dia como concluído com um “obrigado”.

—...—

O azul escuro realçava o brilho das estrelas no céu quando Drew chegou no acampamento Divino. Já havia passado a hora do jantar faz tempo, no entanto ainda não estava no horário em que se era proibido andar pelo local, então o empousa viu alguns de seus campistas no caminho até a Casa Principal.

Ele sentia-se sem energia para continuar andando até o seu quarto, no entanto ele sabia que não teria o luxo de descansar assim que entrasse no casarão. Ninguém iria respeitar o seu cansaço de três dias de viagem, talvez quatro, apenas por estarem curiosos.

No momento em que passou pela porta da Casa Principal, Drew sentiu os cheiros familiares lhe invadirem o nariz ainda na sala. Fez uma careta de desgosto e seguiu seu olfato até onde os semideuses estavam localizados.

Passou pelo corredor e pela escada, e abriu a porta do primeiro cômodo, sendo recebido pelos olhares de três semideuses. Um suspiro frustrado foi solto pelo diretor, e ele entrou.

Estava na hora de compartilhar algumas informações.


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Notas finais do capítulo

Perdoem qualquer erro que esteja no cap, li e dei uma revisadinha meia boca – mas não consigo mudar um pronome ou nomezinho pra algum adjetivo, desculpa gente/Senpai.
(mas tá melhor que os outros esse)

Enfim, esse cap também não é muito longo e pra priorar terminou com um daqueles famosos cliffhangers, mas é isso que temos pra hoje gente, sinto muito.

Agora as notícias:

• adivinha quem já tá se fudendo porque tá terminando o ensino médio e tem que estudar não só pro ENEM mas pra fazer uma provinha pro pré-vestibular também? Isso mesma, euzinha.
Agora adivinha quem não está estudando?

•AINDA NÃO ESCREVI O CAP 6, ALGUÉM ME DÁ UNS TAPAS – ou uns links sobre bipolaridade, ou me lembra que 3F existe, ou me fala de algo da fic, sei lá – E EU PRECISO DE UM BETA, a. Só que não vai dar pra arrumar um agora, porque né, primeiro pontinho.

• não se preocupa, eu tendo saco/paciência/determinação ou não, contanto que esteja viva, termino 3F nem que seja num resumão estilo filme "baseados em fatos reais": então fulano fez isso, morreu ciclano e eles viveram até 199X.

• eu amo vocês ♥

(não sei se ficou claro, mas é, eu não vou postar outro cap tão cedo e.e)



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