Dormi como um anjo dormindo em sua nuvem, depois de ver o que o Armin escreveu, tirar print e depois dormir abraçada com o celular eu percebi uma coisa. Ele não escreveu aquilo pra mim, escreveu pra Aya. Mas eu só consigo pensar que foi pra mim. Falei que conhecia a Kiyo, que na verdade sou eu, mas eu sou a Aya, que diz conhecer Kiyo, que sou eu, mas... Tá. Acordei ao som do meu despertador, o que fazia meu coração chorar de raiva, fui inventar de colocar Hero –minha música favorita- como musica do despertador e agora odeio essa música. Hero era uma música tão boa, deveria ter colocado uma que não gostava.

Fui tomar banho e vesti a mesma roupa que havia vestido ontem porque hoje era sábado, ou seja, não preciso ficar vestindo coisa de gente normal. Desci as escadas e não havia ninguém na casa, subi as escadas novamente e bati na porta do quarto de Alexy.

– Oi. – Ouvi uma voz diferente da de cos—ERREI DE QUARTO AH JESUS DESCULPA.

– A-a-ah eu achei que f-fosse a do Alexy... – Eu não mereço acordar com a visão de Armin com um casaco e de cueca logo de manhã.

– Você é bem esquecida. – Ele fala entre risos. – Nossa, você tirou meu mal humor da manhã, obrigado.

– D-de nada. – Eu não consigo parar de gaguejar. Para Kiyo, para!

– Você acorda tão tímida assim? – Ele se abaixa e chega perto do meu rosto. O que me faz me afastar com o susto e bater com força na porta de Alexy.

– Você não para de se machucar?! – Armin fala e me levanta do gelado chão que eu havia batido a bunda.

– A última vez eu não me machuquei, me machucaram. – Falei sem reação.

– Ah, é. – Armin coçou a cabeça. (N/A: piolho)

– QUE MERDA VOCÊS FICAM FAZENDO NO CORREDOR! – Alexy grita abrindo a porta com tudo.

– Desculpa. – Falei rindo da cueca com unicórnios rosa de Alexy.

– EU NÃO POSSO NEM DORMIR EM PAZ! – Alexy está com um mal humor bem legal.

– Já é meio dia, Alexy. – Falo rindo.

– DE QUALQUER FORMA EU ESTAVA DORMINDO. – Alexy fecha a porta com força.

– Eai, conhecia esse lado de Alexy? – Armin fala rindo e se escorando na parede.

– Não. Mas quem compra aquelas cuecas? – Falo ainda rindo.

– Foi de um amigo. Era aquele negócio de amigo da onça. – Armin riu. – O mais legal mesmo é que isso que ele tem de manhã é tipo uma dupla personalidade, ele não vai se lembrar disso quando acordar direito.

– Kill me, Heal me. – Falo lembrando do dorama que o personagem principal tem transtorno dissociativo de personalidade.

– Eu só não pergunto o que é porque eu já assisti o dorama até a metade. – Armin fala sorrindo.

– Sério?! Nossa te amo. – Falo sem pensar e depois fico vermelha. Odeio isso.

– Eu sei. – Ele fala e eu bato na sua barriga com a força que eu tenho. – Já recebi piores.

– Meu tapa dói mais. Quer sentir? – Falo sorrindo de jeito psicopata.

– Não, obrigada. – Armin dá um passo pra trás. – Eu acho melhor eu trocar de roupa porque a primeira coisa que você olhou quando eu abri a porta não foi o meu rosto. – Ele entra no quarto sorrindo e eu viro novamente o cabelo do Castiel. Sentei no chão na frente da porta e comecei a rir baixo, eles são só dois na casa, mas são bem agitados.

– O que você-- - Armin abre a porta e eu bato a cabeça no chão. Por que eu inventei de escorar na porta?! – Sempre é assim. – Armin riu e me ajudou a levantar. – A sua perna ainda dói?

– Ah, não muito. Acho que já posso tirar esse negócio. – Falo sentando no chão novamente e desenrolando a faixa da minha perna.

– Você tá tão fofinha assim. – Armin fala e eu olho pra cima conseguindo ver seu rosto sorrindo e abaixo a cabeça rápido com vergonha.

– Como assim fofa? – Pergunto sofrendo pra não gaguejar.

– A minha roupa em você. – ERA DELE?

– E-e-era sua? Desculpa, eu vou devolv-

– MENINA O QUE VOCÊ TA FAZENDO?! – Alexy abre a porta e olha pra mim.

– Eu ia devolver a roupa pro Armin.

– VOCÊ IA TIRAR A ROUPA BEM AQUI?! – Alexy fala e eu percebo que ia tirar a roupa mesmo e entregar, eu preciso pensar antes de fazer as coisas.

– Ah, Alexy, que chato você. – Armin fala e olho pra ele, ele também estava vermelho como eu, mas fazia como se não tivesse se envergonhado.

– Vocês tem sorte de eu acordar agora. – Alexy sorri e eu lembro da cena de momentos atrás onde o Alexy parecia um maluco.

– Você já não tinha acordado antes? – Pergunto ainda sem acreditar na historinha do Armin sobre a dupla personalidade.

– Não que eu saiba. Só acordei de madrugada pra pegar biscoitos. – Alexy fala.

– Porque biscoitos? – Armin pergunta rindo.

– Não sei, acho que dei uma de sonâmbulo de novo, quando saí do transe eu tava sentado na mesa comendo o biscoito.

– Lembrou-se do Kentin? – Falei rindo. Meu melhor amigo de infância e o Alexy, eu shippo.

– Você o conhece? – Armin pergunta pra mim.

– Claro né, quem não conhece o garoto que quase voou no Castiel naquela peça? – Falei fingindo não ter interesse. Ainda lembro esse dia, quase morri de vergonha naquele palco.

– Falando nisso... – Ah não. – Você parece aquela garota. A principal.

– Eu nunca faço peças. – Não depois daquele dia.

– Mas eu tava lá, eu vi você. – Armin insistia. Claro que eu sabia que ele estava lá. Foi o urso mais fofo que já vi.

– Não, não, ela deve parecer comigo. – Falei ainda tentando disfarçar.

– Ai menina para desse rolo. Era ela sim. – Alexy fala de vez e eu coloco a mão no rosto com vergonha.

– Ah, tá com vergonha de que? Você tava fofa no dia, eu lembro. – Armin toca em um espaço do meu rosto em que eu não havia escondido com as mãos. Me arrepiei dos pés as pontas duplas.

– Tá, tá, parem. Eu não quero vomitar antes do café da manhã. – Alexy fala descendo as escadas.

– Termina de tirar essa faixa logo, ai a gente vai. – Armin fala e se senta no chão. Faço o mesmo e fico desenrolando a faixa calmamente. – Filha, vamos mais rápido.

– Eu não tô fugindo da policia. – Continuei desenrolando a faixa sem olhar para Armin.

– Então eu já vou. – Armin em um movimento incrível conseguiu levantar minha franja e dar um beijo na minha testa, correndo logo depois.

Eu não acredito no que eu acabei de sentir, os lábios dele, são tão... Quentes.