Morte: Amiga que Quero e que Me Recusa escrita por Ana Bela, ary_chan


Capítulo 1
Morte: Amiga Que Quero E Que Me Recusa




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Morte: Amiga Que Quero e Que Me Recusa

 

 

Eu andava na rua que era coberta por gotas pesadas de chuva, e que molhava meu ser que de fato, era o único que andava na rua sem qualquer tipo de proteção para que os pingos não me atingissem, ou mesmo não corria desta, com medo de molhar minhas roupas.

Não me importava com mais coisa alguma, para mim o tempo era algo que não existia tudo estava m preto e branco, e estava nem aí para aquilo que chamavam de chuva. Até que gostava dela, lavava minha alma de novos tormentos que caiam sobre minha essência.

Mas o que ainda me incomodara era a forte claridade do tempo, mesmo que as nuvens cobrissem o quente sol, sua claridade conseguia iluminar, e machucava meus olhos.

Pergunto-me o porquê disso. Sou um ser humano normal, e geralmente a luz do sol não me machucaria ou coisa assim. Por mais que tentasse esquecer tamanho incômodo que agonizava minha alma, era difícil, como eu estivesse sendo torturada.

Aliás, já devo ter medo da luz, pelo fato e me esconder na escuridão a tantos anos, anos de martírio, de solidão, onde tudo parece não mais ter vida, principalmente tudo que vem de mim, meus atos, meus passos.

Contudo, todos os dias após um sonho ruim findado, pergunto-me por que permaneço com minha existência viva neste mundo. Nada mais sirvo, aliás, ninguém sabe de minha existência, ou se vêm minha face, querem apenas distância de um ser anormal como eu. Ou simplesmente para acabar com minha paz, agonizam-me mais.

Cheguei a minha casa, e abri a porta calmamente, o que vi foi o que mais vejo em meus dias, o que desejo ver, nada mais do que escuridão, silêncio, nada caindo sobre minha mente, nada perturbando meu ser, tudo apenas silencioso, como se ninguém habitasse ali.

Fui até um cômodo qualquer, e fechei a porta deste assim que o abri e entrei neste, e o que ganhei foi mais silêncio e escuridão. Tirei as roupas molhadas que impregnaram em meu corpo, e procurei algum lugar onde houvesse minhas roupas secas e limpas. Assim que as achei, vesti-as

Um rápido pensamento passou pela minha mente, e esta doeu, sentei-me no chão, tentando esquecer aquilo, que havera acontecido naquela tarde, mas não saia de minha mente, apenas se aprofundava mais.

Por que diabos gostavam tanto de tirar a pouca apz que consigo após sair deste lugar que chamo de casa?Será que não cansam me apunhalar e tirar coisas de meu passado, que deveria ter ficado enterrado?Eu já perdi tudo neste mundo, ninguém mais pode em ajudar,todos que amo, estão mortos.

E agora, além e os perder, arrancam minha paz que só é adquirida com minha pouca esperança que ainda persiste em crescer em mim, dizendo que tudo isso alguma hora irá mudar, que essa dor não se abrirá mais, que e que tudo ficará melhor.

Se fosse realmente assim, eu conseguiria lutar contra todos esses seres que adoram me torturar a qualquer momento que eu coloco os pés para fora de casa. Ora, ainda tenho obrigações para cumprir já que estou viva nesta porcaria do mundo.

Sinto algo pulsando dentro de mim, já sabia muito bem o que era. Tateei meus dedos em volta de meu corpo, a procura de um objeto. Senti que algo cortante rasgou uma parte de meu dedo.

Mesmo já sentindo que sangrava bem pouco, fui até esse objeto co rapidez e o trouxe para mim. A faca que pegara, já rasgava minha mão, estava sangrando mais agora.Sentia meu sangue quente jorrar para fora de mim.

Mais lembranças ruins vieram a minha mente, comecei a chorar como uma criança perdida, a procura de encontrar sua casa. As lágrimas eram tão pesadas e grossas, como os pingos de chuva que derramavam no chão lá fora.

Peguei em uma parte da faca que não tera risco algum de cortar e levei até meu braço. E novamente, um corte nascera em mim. O provável escarlate que jorrava de mim, aumentara, como minhas lágrimas, que se misturam a este.

Dor nunca senti quando fazia atos assim, pois a “dor” não machucava, e sim me reconfortava por inteiro,minha alma parecia se acalmar com os cortes que nasciam e se espalhavam pelo meu corpo.Onde minhas mãos, meus dedos alcançavam,meu sangue provavelmente já havia jorrado.

Eu queria escapar de toda aquela insanidade que me atingira. E eu estava fazendo isso, chamando minha morte, mas por mais que a chamasse, ela não vinha a mim. Por quantas vezes pensei que eu dera meu último suspiro, e foi apenas um alarme falso. A Dama da noite adora brincar comigo, maldita seja. Mas eu a amo, eu amo a Morte, ela é a minha única saída de sair deste mundo insano, e encontrar a paz. Mas ela apenas brinca comigo,  mejogando para lá,para cá,como uma marionete inútil.

Adormeci com tais pensamentos, sentindo o sangue jorrando para fora de mim, as lágrimas haviam cessado antes de  eu adormecer no  gélido chão que repousei...

Quando acordei não estava em minha casa, era um lugar diferente e iluminado, mas desta vez a luz não me incomodava, era até bom senti-la, já não tinha mais medo da claridade.

Não sabia onde estava, mas aquele lugar emanava uma imensa paz, a paz que há tempos não sentia. Não... Eu devo estar sonhando, isso não pode ser real, andei mais um pouco sobre aquele local estranho, as pessoas já não me olhavam com indiferença nem como uma aberração, já não me torturam como antes, é até estranho sentir-se bem depois de tanto tempo.

Após andar um pouco olhei em volta, não poderia ser...Era impossível, mas estavam lá, todos que eu amava estavam sentados num gramado conversando e sorrindo, vi um deles acenar para mim, mas desviei o olhar.

Só pode ser mais um de meus devaneios inúteis, foi pensando nisso que olhei no horizonte e a vi...Sim, era ela, passeava por dentre as relvas e se destacava, pois era a única figura que estava em desarmonia com o ambiente que transbordava paz.

Oh minha amiga, até que enfim me ouvistes, minhas preces não foram em vão, saberia que uma hora ou outra iria me ouvir, até que enfim este dia chegou não mais viverei na escuridão e com medo, pois retornei a viver com meus entes queridos.

Sempre distinta e silenciosa, só age na hora certa, assim que tu és, minha amiga que já não mais me recusas.


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