A Coroa de Sangue escrita por M S Morgan


Capítulo 2
Heron II


Notas iniciais do capítulo

Hey manxs!
Beleza?
Aqui está o segundo capítulo!
Desculpem-me a demora.
Se estiverem gostando, acompanhem, divulguem, comentem, colem nas testas, façam tatuagens e etc e tal.
Até as notas finais!



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DIA 149 DO ANO 1410

— Heron, acorde.

A voz era insistente. Parecia estar preocupada com algo, mas Heron estava sonolento demais para perguntar o que era.

— Heron, vamos. É urgente. Seu pai está nos chamando.

A simples menção do pai fez com que ele abrisse os olhos e se deparasse com Edward Gold olhando-o, preocupado. A luz que iluminava seu rosto, somada às olheiras devido a falta de sono, dava-lhe uma aparência fantasmagórica.

— O que...

— Seu pai está chamando. — ele não esperou Heron terminar de perguntar para responder. — Um mensageiro chegou aqui durante meu período de guarda, pedindo para falar com o rei e eu o levei até lá. Eles passaram um bom tempo no escritório conversando sobre algo. Amos mandou que eu acordasse o Chanceler e Regina. — Ele ofereceu a mão à Heron para ajudá-lo a se levantar. — E então ele mandou que eu te chamasse e fosse até o escritório dele. Não tenho a mínima ideia do que está acontecendo, mas, aparentemente, é algo preocupante.

Heron pegou a mão que ele oferecia e levantou-se.

Sentiu sua cabeça girar e respirou profundamente, torcendo para que a sensação passasse logo.

— Está bem?

— Só cansado. — ele respondeu e começou a se mover pelo quarto. Percebeu que Edward usava um gibão acolchoado vermelho e calças pretas, portanto, era necessário que ele se vestisse adequadamente e não se apresentasse ao pai usando pijamas. — Pegue aquela camisa para mim, por favor? — pediu à Edward, indicando uma camisa branca que ele havia jogado em cima da poltrona de leitura mais cedo.

Após terminar de se vestir, saiu do quarto, seguido por Edward. Os dois carregavam suas espadas apenas por precaução.

Passaram por corredores e mais corredores cheios de retratos dos Lockwood. Heron sempre se sentira assombrado por aquilo. Não sabia se pela grandeza de seus antepassados ou pela austeridade demonstrada em suas representações, mas algo o incomodava ao passar por aqueles lugares. Parecia que os olhos dos antigos reis e príncipes encaravam-no para onde quer que ele fosse, como se ainda estivessem vivos.

Heron arrepiou-se com aquele pensamento.

Edward seguiu ao seu lado em silêncio, andando rapidamente e de cabeça erguida. Às vezes, quando tinham que dobrar um corredor, ele ia à frente de Heron para verificar se não existia nenhuma ameaça no local, mas só encontrava um guarda sonolento ou distraído demais, que se assustava com a presença do filho do rei e logo dava desculpas para seu comportamento.

Ao chegarem à porta do escritório de Amos, surpreenderam-se ao ver quem esperava-os.

Alexandra Scott estava parada lá, bela e impassível, ainda em suas vestes de dormir, com seus longos cabelos castanhos amarrados em um coque e seus olhos de cores diferentes espreitando o corredor. Heron sentiu suas entranhas gelarem ao vê-la. A melhor amiga de sua irmã causava esta sensação nele com frequência.

— Senhorita Scott. — Edward cumprimentou, sorridente.

Sir Edward. — Alexandra acenou-lhe com a cabeça. — O rei mandou que eu esperasse-os aqui.

— Esperava que você tivesse colocado roupas mais adequadas para a ocasião. — Edward riu e abriu a porta, segurando-a para que Alexandra passasse.

— Regina estava com pressa. — ela deu de ombros. — Como vai, pequeno príncipe?

Heron demorou um pouco para perceber que ela falava com ele.

— Com sono. — passou a mão pelo cabelo, tentando ajeitá-lo. Tinha consciência de sua aparência bagunçada e se incomodou com isso. Não queria que Alexandra visse-o daquela maneira.

A governadora riu da resposta e entrou no escritório, seguida por Heron e, finalmente, por Edward.

Como era próprio de um escritório de um rei, a sala onde Amos passava a maior parte de seu tempo era maior que o quarto de Heron.

As paredes pintadas de amarelo eram decoradas com mapas do Mundo Novo, estandartes dos Lockwood e estantes onde livros antigos eram expostos, prontos para consulta. Uma mesa de forma circular, onde o Conselho normalmente se reunia, estava posicionada no centro da sala, e a escrivaninha do Rei estava de costas para a maior janela do local, como sempre.

A grande diferença naquela noite era que a sala estava mais cheia do que normalmente estaria.

O Rei sentava-se em sua escrivaninha e escrevia algo apressadamente. Logan, o irmão do Rei e Chanceler do Reino, falava apressadamente com Adrien Kingsley, o Castelão do Castelo de Kernel, e com Andrew Larkin, um dos conselheiros e Governador de New Stronghold, enquanto Yves Gold, o Duque de Acker, e Herbert Matte, o Governador de Purple Meadow, estavam concentrados em um dos mapas emoldurados na parede.

Regina era a única pessoa em silêncio, apoiada na grande mesa circular encarando mapas e movendo peças em cima deles. Ela ainda vestia seu pijama, apesar de usar seu exclusivo robe vermelho por cima dele, colocado de maneira desajeitada e, provavelmente, às pressas. Alexandra imediatamente foi juntar-se a ela, e Heron viu que Regina levantou a cabeça e disse alguma coisa quando a governadora se aproximou.

Heron sentiu a falta de Gael, mas preferiu não questionar. Sabia que a mãe provavelmente havia proibido Edward de acordá-lo, e o irmão ainda estava dormindo enquanto todos lidavam com uma crise.

Finalmente, depois de alguns momentos de caos e confusão para Heron, Regina parou de encarar o mapa e veio até ele.

— Pronto para a guerra, irmãozinho? — ela perguntou e abraçou-o. Heron sentiu-se bem com este ato. Lembrava-lhe sua infância, quando a irmã ouvia-o gritando e chorando depois de ter um pesadelo e ia até o quarto dele para acalmá-lo. Nem sua mãe nem seu pai haviam feito isso alguma vez.

— Estamos em guerra. Ótimo. — Edward revirou os olhos e sorriu para Regina. — O que está acontecendo?

Regina soltou Heron e pegou a mão de Edward, levando-o até a mesa onde ela estivera antes. O príncipe seguiu-os e se posicionou ao lado de Alexandra.

— O Governador de Sapphire City decidiu se rebelar. — Regina falou, como se não fosse nada de mais.

Heron ergueu as sobrancelhas, impressionado e um pouco assustado. Sapphire City, apesar de um distrito pequeno, era fundamental para o comércio de Whitecastle. Não só era o principal distrito minerador e fornecia todo o carvão e metais que o reino usava, mas também era a principal rota para comprar e vender mercadorias para os reinos vizinhos. Portanto, uma rebelião significava paralisação do comércio e, consequentemente, uma crise no reino.

E todos sabiam como uma crise naquele momento acabaria com Whitecastle e sua supremacia.

— Sempre desconfiei dele. — Edward deu de ombros. — Shatner é um sujeito que me incomoda.

— Sexto sentido, hem? — Regina riu. — Porém, ele não incomoda a todos. O povo de Sapphire City o ama e apoia esta rebelião.

— Ele tem um exército pequeno. — Edward respondeu.

— Mas um dos mais bem preparados do reino. — Alexandra interrompeu, ainda analisando o mapa com as sobrancelhas franzidas. — Posso trazer o meu exército pelo lado leste. — ela indicou. — Demorarei cinco ou seis dias, mas é o melhor que temos agora.

Regina assentiu e fez um gesto com a mão.

Todos ao redor imediatamente pararam de falar e passaram a prestar atenção nela.

— Tenho um plano.

Os conselheiros tomaram seus lugares ao redor da mesa, como se Regina houvesse mandado que fizessem aquilo. Apenas o tio e o pai ficaram de pé, observando os mapas e o posicionamento das peças.

— Alexandra trará os exércitos de Strongfort pelo leste, enquanto eu levarei os da Capital pelo norte e me juntarei aos de Acker na fronteira de Sapphire City. — ela começou a explicar, movendo as peças pelo mapa, como se jogasse xadrez. — Iremos atacar simultaneamente e entraremos no distrito em poucas horas. Depois, nos reuniremos e marcharemos em direção ao Castelo de Safira, onde eu oferecerei ao governador a possibilidade de se render.

— Simples demais. — Andrew Larkin indicou as peças ao redor da representação de Sapphire City.

— Para que complicar? Eles estão presos, de uma maneira ou de outra. Shatner armou e ativou sua própria armadilha. Só vamos ajudá-lo a morrer. — Regina deu um sorriso que, momentaneamente, assustou Heron. Não se parecia com a irmã que sempre o confortara e ajudara, mas sim assustadora, como um dos quadros dos antepassados que decoravam os corredores. — Ele não conseguirá contra atacar a não ser que tenha reforços de fora do distrito.

— Ele pode ter reforços.

— Sapphire City é um distrito que faz parte do Estado de Acker. Além disso, faz fronteira com os distritos do Estado de Hunteryard. Irei utilizar os exércitos de Acker e o Duque Lucian Priestly não trairia meu pai e não deixaria que os governadores de seu estado traíssem. Ele é um homem de confiança. — Regina afirmou, de maneira um tanto quanto rude. Heron sabia que ela odiava o Duque de Hunteryard com todas as forças, mas, naquele momento, ela mentira tão bem que até mesmo ele acreditara que a irmã confiava no homem. — Ele, definitivamente, não tem reforços.

Andrew acenou com a cabeça.

— Como quiser, Vossa Alteza.

Regina sorriu, triunfante.

— E então, pai? — ela perguntou. — O que acha?

Amos permanecera em silêncio durante todo o tempo que Regina falara e, naquele momento, passava a mão pela curta barba castanha, como sempre fazia quando pensava em algo.

— É um plano de ataque simples, mas pode funcionar... O que acha, Logan?

— É bom. — o irmão do pai concordou. — É funcional e Regina está certa em relação às forças externas... O grande problema é que a única pessoa que comanda os exércitos da Capital é o rei e Amos não pode sair da Capital durante uma rebelião.

Edward, que não se manifestara até agora, levantou o braço, pedindo autorização para falar, que foi concedida por Logan.

— Dê o título de Comandante das Forças Armadas do Reino pra Regina.

Heron olhou para a irmã e percebeu que ela observava tudo com uma felicidade assustadora.

E então, percebeu que estavam fazendo justamente o que ela queria.

— Ela está manipulando a todos. — ele sussurrou para Alexandra, sua voz sendo encoberta pela conversa agitada que se iniciara na sala com a sugestão de Edward. — Ela quer uma guerra e quer o título. Eles podiam resolver tudo isso de maneira pacífica, mas estão fazendo o que ela manda.

Pelo canto do olho, Heron viu Alexandra sorrir.

— Você e eu sabemos que Regina fica entediada com frequência. Essa é uma maneira dela se divertir, Heron.

— À custa das mortes de inocentes? — ele perguntou, indignado com a resposta que recebera.

— Pessoas morrem todos os dias. — ela deu de ombros. — E, se deixarmos que os rebeldes fiquem vivos, quem garante que eles não se rebelarão novamente? Às vezes, alguns inocentes precisam morrer para que outros sobrevivam. Não é nossa culpa, Heron, o Mundo foi feito assim. Sua irmã está fazendo o bem — ela suspirou e apertou o ombro do príncipe, como se aquilo fosse reconfortante — e um dia você perceberá isso.

DIA 182 DO ANO 1410

O resto da noite transcorreu de maneira normal.

Regina interrompeu a dança de Alexandra e Heron e fez com que ele dançasse com ela. Eles não conversaram sobre nenhum assunto além da Assembleia e de como a festa estava maravilhosa. Foi uma dança meio trôpega, principalmente pelo fato de Regina estar embriagada.

Ela contou-lhe que pretendia voltar à Capital na manhã seguinte e levar Benn com ela. Benn, que fora como um irmão para Heron e que agora era o principal motivo de seus pesadelos.

Então, quando Regina e ele terminaram sua dança, ela se retirou da festa, com a desculpa de voltar para seus aposentos. Ela foi acompanhada por Alexandra e Heron percebeu que Benn havia sumido, assim como Gael.

De repente, viu-se sozinho no salão.

Não só seus irmãos e os amigos destes haviam ido embora, mas também seu pai, sua mãe, com quem ele pretendia dançar mais tarde, seu tio, que era o anfitrião da festa, a esposa dele, e até mesmo os primos. Patrick, o filho mais velho de Logan, nunca dispensava uma festa, assim como Regina e Gael, enquanto Leon não deixava de ficar até o final de uma celebração, pois acreditava ser falta de educação.

As pessoas que o cercavam eram desconhecidas para ele, plebeus e nobres que ele nunca vira ou fora apresentado.

Sentiu-se nervoso e decidiu voltar para seu dormitório. Sentia que não pertencia àquele lugar, ou que estava no lugar errado e algo poderia acontecer com ele a qualquer momento.

Saiu do local pelas grandes portas que davam acesso ao hall principal e subiu a escadaria, toda protegida por soldados da guarda do tio.

O Castelo de Longhill, ao contrário do Castelo de Kernel, onde ele, os irmãos, Benn e Alexandra haviam crescido, era uma construção bem mais iluminada e arejada do que a residência oficial dos Lockwood. As janelas eram amplas e quase sempre estavam abertas, e os corredores eram decorados com paisagens de florestas e bosques ensolarados e peças em marfim e mármore claro, nada tão sombrios como os quadros dos fantasmagóricos antepassados dos Lockwood. O castelo também tinha menos andares: quatro, contra sete do Castelo de Kernel, permitindo que o lugar parecesse bem mais cheio e familiar.

Mas nem sempre fora assim.

O pai e os dois tios haviam crescido lá, afastados da bagunça e agitação que a capital do reino oferecia, até a morte do Príncipe Albert, o irmão mais novo de Amos e Logan. Então, o avô de Heron, o Rei Amos I, decidira se mudar para a Capital e deixar o local abandonado. Por anos havia sido assim: o castelo caindo às ruínas, com ninguém querendo desrespeitar a vontade do Rei e ir cuidar do local onde seu filho caçula morrera. Fora Logan quem, após seu casamento com Ellen Hicks, mudara-se para lá, desafiando as ordens do pai, e revitalizara o castelo, transformando-o novamente em um lugar familiar, onde boas memórias estavam sendo criadas e guardadas.

Amos, o pai de Heron, até mesmo parecia mais feliz ali do que na Capital, e às vezes dizia que se arrependera de jogar os filhos diretamente no furacão que era a Corte e não dar a eles a mesma infância saudável que ele havia tido.

Heron sorriu ao passar por um quadro que retratava os Lockwood durante a infância de Amos: o Rei Amos I e sua esposa, a Rainha Frida, sentados no chão, ao ar livre, lendo para os três pequenos filhos. Heron sabia que Frida, sua avó, morrera pouco tempo depois da conclusão do quadro, deixando os jovens príncipes órfãos.

Não demorou muito para Heron chegar ao corredor de seu quarto, mas, ele parou assim que ouviu vozes agitadas vindas de lá.

— Você sabe que não podemos discutir este assunto no corredor.

Imediatamente, ele reconheceu a voz: Gael falava de maneira agitada, mas pastosa. Devia estar bêbado como Regina. Heron encostou à parede e esperou, tentando ouvir mais da conversa. Não era incomum que o irmão sussurrasse pelos corredores, mas, desta vez, não era como uma conversa entre ele e uma garota que ele estava dispensando.

— Ela vai me matar se descobrir que você sabe. — ele continuou a falar. Parecia amedrontado. — Eu jurei guardar segredo.

— Você e quem mais? — era a voz de Lena. A voz suave e assustadora com a qual Heron convivia há anos.

Repentinamente, Heron sentiu-se enjoado e tonto. Ninguém deveria saber daquilo, ainda mais a mãe deles, que usaria o acontecido como uma arma contra Regina.

Mas ela sabia. Heron não sabia como ela descobrira, mas ela havia arranjado uma maneira.

— Não faça isso comigo, por favor. — Gael respondeu. Heron sabia que ele estava a ponto de chorar. — Você sabe do que ela é capaz, mãe.

Lena suspirou.

— Eu disse que te protegeria, meu amor. Quando você era pequeno, lembra-se? Quando não chegava nem à minha cintura. E agora você já é um homem e pode se tornar um rei. Eu juro que não vou deixar que nada de ruim aconteça com você.

Depois disso, o corredor ficou silencioso.

Heron podia ouvir a respiração e os soluços chorosos de Gael.

Ele iria entregá-los.

Ele iria estragar tudo o que tinham feito.

— E Alexandra pensando que eu faria isso. — Heron sussurrou, irritado.

Seu mimado e egoísta irmão iria acabar com toda uma dinastia com uma simples confissão para a mãe e Heron não podia impedir aquilo sem parecer suspeito.

Então, algo cobriu sua boca.

Antes mesmo que ele pudesse reagir, Benn sussurrou em seu ouvido.

— Fique em silêncio e me siga. — Apesar de tudo pelo que tinham passado, a voz dele era reconfortante naquele momento. — Você não quer que ela saiba que você estava bisbilhotando, certo?

Heron assentiu e Benn soltou-o. Depois, começou a andar em direção ao local onde Gael e Lena conversavam. Heron olhou-o, confuso, mas depois o seguiu.

— Vossa Majestade. — Benedict ajoelhou-se à frente de Lena, ignorando a presença de Gael, que esfregava os olhos tentando esconder suas lágrimas. — A Senhora Lockwood pede por sua presença no Pequeno Salão, onde ela e outras senhoras estão preparando-se para o chá.

A rainha estudou Benn de cima a baixo com o mesmo desprezo que ela olhava-o há anos.

Houve um momento de tensão onde Heron pensou que Lena não acreditaria em Benn, mas logo foi quebrado quando ela olhou para Gael.

— Continuamos esta conversa mais tarde. — advertiu. — Heron, filho, você está muito bonito esta noite. — ela sorriu e acariciou a bochecha de Heron.

— A senhora também, mãe.

Lena acenou com a cabeça e andou para longe, desaparecendo em meio ao corredor mal iluminado.

— Sua irmã está te chamando. — Benn disse, enquanto levantava-se do chão. — E você também, Heron.

Gael assentiu e seguiu pelo corredor. Benn e Heron foram atrás dele.

Permaneceram em silêncio por algum tempo, ouvindo apenas as respirações um do outro. Os corredores do Castelo de Longhill só ficavam vazios daquela maneira em dias de festa, fazendo com que Heron se sentisse desconfortável naquele meio.

— Quando você vai me perdoar pelo que aconteceu? — O príncipe ergueu os olhos e se deparou com Benn observando-o fixamente. Era possível sentir a dor e o arrependimento que ele trazia no olhar. — Você perdoou Regina, Gael e Alexandra. Por que não eu?

Heron suspirou.

— Eu não os perdoei. Alexandra me ameaçou mais cedo com essa história, minha relação com minha irmã nunca mais foi a mesma e Gael... Bem, você viu como Gael se sente no meio de tudo isso.

— Ele se sente ameaçado por Regina. — Benn tentou explicar.

— Qual de nós não sente isso? — Heron lançou um sorriso irônico para o cavaleiro. — Além do mais, todos nós tivemos nossa parcela de culpa, porém a sua e a de minha irmã são as maiores.

— Eu não tive a intenção...

— Benn, por que insiste nisso? Eu vi o que aconteceu, eu vi minha irmã observando sem impedir. Vocês dois tiveram a intenção. Eu não entendo o que você pensava naquela hora e nunca vou entender. Regina realmente vale tudo isso? Vale todo esse risco?

Benedict não respondeu.

Continuaram o resto do caminho em silêncio, até finalmente chegarem ao dormitório de Regina.

Gael abriu a porta e entrou. Ele andava curvado, parecendo desanimado e, como Heron sabia, com medo.

— Heron. — Benn chamou, fazendo com que Heron parasse antes de entrar no quarto e se virasse para encará-lo. — Eu a amo.

Heron assentiu. Ele já ouvira aquilo há alguns anos. As mesmas palavras, a mesma paixão na voz, mas vindas de outra pessoa.

— Edward também a amava, Benn. — ele respondeu e entrou no quarto.


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Notas finais do capítulo

1- Eu vou tentar postar um novo no dia do meu aniversário (4 de novembro);
2- Me digam o que vocês acham que deve melhorar;
3- Me digam o que vocês odiaram;
4- Me digam o que vocês amaram;
5- Ouçam Fifth Harmony, pq eu amo Fifth Harmony.

Até a próxima!



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