Proibido Para Mim escrita por Sweet Girl


Capítulo 9
Bad night.


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores! Olha eu aqui de novo :)
Hoje eu queria dedicar o capítulo a Gabs, essa pessoa super incrível e que recomendou a história! Não tenho palavras pra descrever o quanto eu fiquei emocionada... Sério mesmo. Obrigada, amiga, por me acompanhar sempre e por ser essa pessoa tão iluminada. Love u ♥

Hoje o capítulo é meio corriqueiro... Porém, necessário.
Espero que gostem e não se esqueçam de comentar! Sinto falta de vocês ;(



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Passei a subir o lance de escadas da maneira mais devagar e contida possível, já que o risco de sofrer um possível acidente doméstico estava ultrapassando a margem dos 90%. As palavras que Damon havia me falado há poucos minutos atrás não paravam de perturbar minha mente. Eu simplesmente não conseguia enxergar a profundidade do que ele estava querendo explicar... Ou melhor, eu não queria enxergar. Àqueles próximos sete dias seriam como uma faca entranhada em meu peito, onde há cada segundo que se passasse, iria machucar e me ferir cada vez mais. E eu não estava preparada para isso, nem um pouco.

Cheguei ao primeiro andar e sentei-me na beirada da cama, ao lado de um jarro com as flores que Rose havia enfeitado. Passei a analisar melhor os detalhes das rosas vermelhas, percebendo que bem no interior havia uma ponta de um papel caramelo. Meu coração acelerou por alguns instantes e a minha respiração foi prendida, onde meus dedos ansiosos retiraram o objeto do local rapidamente. Puxei o adesivo que lacrava o envelope e encontrei um bilhete escrito com letra cursiva, onde se lia:

“Elena,

Provavelmente quando você estiver lendo esse bilhete, eu já terei conversado com você sobre certos assuntos. Contudo, quero reforçar a ideia de que eu não estou desistindo de nós, pelo contrário. Eu estou tão fissionado em tê-la como “minha Elena”, que preciso lhe dar essa chance de pensar, para que você possa ter certeza do que está por vir... E pelo o que iremos enfrentar. Reflita uma, duas, três vezes... Quando você estiver pronta, eu também estarei.

Um grande beijo (onde quiser),

Damon Salvatore.”

Ao finalizar a leitura, não percebi que estava chorando até que uma lágrima caísse sobre o papel e manchasse um pouco a tinta preta. Ergui o meu olhar em direção a nenhum ponto específico e respirei profundamente, lutando contra a vontade de sair gritando o quanto aquele “tempo” era patético e o quanto eu ansiava para finalmente poder ficar em seus braços. Não era justo eu finalmente ter encontrado a pessoa ideal e simplesmente não poder ficar com ela porque os meus pais não apoiavam.

Levei meus dedos até as lágrimas insistentes e as limpei com certa força, fechando os olhos rapidamente e não permitindo que eu derramasse mais delas. Mordi o meu lábio inferior sofregamente e tentei respirar o mais lentamente possível, antes que eu acabasse desenvolvendo um ataque cardíaco ali mesmo.

Fiquei em pé novamente e retirei o vestido que usava, pegando minha camisola que estava entre as cobertas e vestindo-a automaticamente. Desamarrei as sandálias e permiti que os meus pés cansados tocassem o chão frio, causando uma sensação de conforto repentina. Fui até o meu banheiro e retirei superficialmente a maquiagem do meu rosto, pois não estava muito entretida para tratamentos de beleza.

Saí do meu quarto e segui em direção ao vizinho, o de Katherine. A porta estava apenas encostada e assim que pude visualizar melhor o ambiente, percebi que ambos meus irmãos estavam no local. A luz principal estava apagada e a única iluminação do ambiente era a da televisão, onde passava um filme qualquer.

— Lena? — Jer perguntou assim que eu entrei por completo no quarto e fechei delicadamente o móvel atrás de mim.

— Sim, eu mesma — sussurrei aproximando-me da cama, onde sentei na mesma logo em seguida.

— Você estava chorando? — Katherine arregalou os olhos quando viu que o meu rosto estava um pouco inchado. Droga, não havia alternativa a não ser confirmar.

— Sim... — minha voz ficou embargada mais uma vez assim que me lembrei do fato.

— O que foi que aconteceu? — meu irmão levantou-se bruscamente e ficou sentado, assim como eu — Vocês dois estavam tão bem antes de subirmos... Até comentei com a Kath que poderia rolar um beijo, sei lá.

— Mas rolou o beijo...

— Rolou? — dessa vez fora a minha irmã que nos acompanhou na posição, completamente atenta com as minhas palavras — Então, por que você está chorando criatura? Era para você estar super feliz, dançando uma coreografia breguinha e nós dois tirando onda da sua cara de garota recém-apaixonada.

A palavra apaixonada chamou a minha atenção de uma maneira que não dava para ser explicada, mas eu não poderia transparecer a minha hesitação diante do que Kath falara. Afinal, aquele sentimento recém-descoberto ficaria apenas para mim por um grande tempo. Demorei bastante para conseguir sentir determinadas sensações mais intensas, e eu não as arriscaria por tão pouco.

— Sim, nós nos beijamos e foi maravilhoso. Mas antes de tudo, tivemos uma conversa franca e acabamos discutindo sobre certos assuntos. Enfim, resumindo tudo, Damon irá fazer uma viajem a trabalho durante uma semana, e pediu que nesses sete dias eu repensasse em tudo o que vivemos e no que estávamos para viver e enfrentar, caso ficássemos juntos.

Meus irmãos ficaram em silêncio por cerca de dois minutos, absorvendo todas as palavras que eu havia acabado de jogar em seus conscientes. Kath e Jeremy olhavam-me complacentes, como se estivessem procurando alguma maneira mais suave de me falar algo.

— Lena... — meu irmão quebrou o silêncio primeiramente, sussurrando o meu nome calmamente — Eu acho que Damon possa estar certo, foi realmente sensato da parte dele. Sabe por quê? Porque a relação de vocês dois pede esse tempo de adaptação, já que existem tantos fatores externos os atrapalhando. Se realmente for do desejo de vocês ficarem juntos, irão conseguir isso.

— Eu odeio ter que admitir isso, mas eu concordo com o pirralho — Kath falou seriamente, suspirando pesadamente e reproduzindo gargalhadas de minha parte. Jer a olhou feio e deu uma tapinha de leve no topo de sua cabeça.

— Eu sei que ele está certo e é isso que está me deixando tão irritada! E triste! E decepcionada! — ergui a voz, sentindo as palavras queimarem minha garganta em forma de brasa — Damon é tudo o que eu sempre quis em um homem... Ele é tudo. E agora eu estou frustrada por não poder ficar com ele de uma forma mais fácil.

— Ninguém nunca disse que o amor verdadeiro seria fácil... — fui interrompida por uma Katherine pensativa e filosófica, mais uma vez — É por isso que é tão maravilhoso encontrá-lo e mantê-lo! Elena, por Deus, coloque uma coisa nessa sua cabecinha maravilhosa e inteligente... Damon será seu uma hora ou outra. Apenas dê tempo ao tempo.

Assenti cansada, tentando fazer com que suas palavras entrassem em minha mente e permanecessem. Eu tinha convicção do que precisava, queria e desejava. Todos esses fatores apenas possuíam uma resposta, um único nome. Contudo, como precisaria enfrentar esses sete dias sem ele, decidi tentar afastar aquele sentimento de peso em meu coração.

— Ei, sabe o que eu estava pensando aqui? — Kath falou animada. Senti um arrepio na minha coluna ao ouvir suas palavras, afinal, quando minha irmã ficava muito empolgada, coisa boa não era...

— Lá vem...

— Que tal irmos à boate que vai ser inaugurada? Todas as pessoas legais irão comparecer!

— E as “não legais” também.

— Ah, Elena, larga de ser chata! Parece aquelas velhas cheias de gatos que não suportam um barulho mais altinho que já ficam incomodadas! — Kath resmungou a contra gosto e Jeremy apenas ria de nós duas — Eu não vou permitir que você passe o resto das suas férias enfurnada nessa casa!

— Mas Kath...

— Mas nada, Lena. Nós vamos à essa boate e ponto final.

...

A noite de sábado infelizmente havia chegado, juntamente com a confirmação de que Damon não havia mandado uma mensagem sequer desde o dia do jantar. Tudo bem que esses sete dias seriam de reflexão, então meio que era necessário não haver contato, contudo, eu não poderia negar o desejo que aflorava dentro do meu peito. Eu simplesmente queria estar com Damon, na verdade, eu necessitava. O Salvatore havia se tornado uma droga para mim, algo que eu já havia me viciado completamente e a cura seria praticamente impossível.

Olhei fixamente para a minha cama, onde em cima dela constava um vestido que Katherine havia ordenado para que eu usasse. Sim, ela havia mandado e recusou qualquer hesitação minha. Como detestava causar qualquer tipo de confusão, decidi aceitar o seu pedido nada amigável e torcer para que aquela noite acabasse o mais rápido possível.

Vesti um conjunto de lingerie preto e decidi colocar o vestido, torcendo para que ele ficasse bom em meu corpo e não precisasse enfrentar alguma vergonha. Desci o zíper da roupa e a posicionei sobre o meu corpo, ajustando-a onde necessário. Olhei-me no espelho e a única conclusão que surgia em minha mente era: eu estava parecendo uma prostituta.

Não era desmerecendo as profissionais do sexo, mas creio que ninguém em sã consciência gostaria de estar vulgar ao extremo, o que era o caso. O vestido preto era completamente colado e curto, quase aparecendo o começo da minha bunda. O decote generoso apertava os meios seios de maneira vantajosa, e a maquiagem escura em meu rosto não ajudava muito.

— Lena, o vestido ficou divino em você! — meus pensamentos foram interrompidos pela histeria da minha irmã que havia acabado de chegar ao meu quarto.

Virei meu corpo em sua direção e a analisei dos pés à cabeça, percebendo que sua roupa estava mil vezes mais comportada do que a minha. Continuava ousada e um pouco vulgar, mas Kath não seria comparada com uma puta de uma maneira tão fácil. Já comigo, a situação poderia não ser a mesma.

— Divino? Isso aqui está tão apertado que mal posso respirar! — soltei as palavras em um tom sufocante — Além de estar super curto!

— Sim, ele está curto... Mas esse é o charme! — Kath revirou os olhos diante das minhas afirmações e veio até a mim, ajeitando os cachos em meus cabelos.

— Katherine, eu estou me sentindo uma prostituta.

— Ei! Assim você me ofende, moça! Lembre-se que o vestido é meu...

— É, mas lembre-se que eu sou mais alta que você... E que tenho mais quadril também.

— Me chamou de puta e de reta — Kath fingiu estar ofendida em tom cômico.

— Você sabe que não...

— Eu sei que não, sua boba — minha irmã apertou a ponta do meu nariz e ajeitou o canto do batom nude em meus lábios — Só quero que você relaxe e se divirta. Suas férias daqui a pouco acabam e você depois irá se arrepender.

— Relaxar com essa roupa? Creio que não...

— Para de reclamar, calça os saltos e vamos embora! — Katherine resmungou alto e jogou as sandálias pretas em minha direção — A festa nos espera, baby.

Respirei profundamente e peguei as sandálias, calçando-as de forma automática. Peguei uma bolsa pequena e guardei meu celular e o cartão de crédito lá, duas coisas que seriam extremamente necessárias naquela noite. O cartão para pagar as despesas do local e o celular para entreter as próximas cinco horas que eu ficaria sentada na área externa.

Meu coração pesou por um instante e a imagem de um Damon aventureiro percorreu o meu campo de visão. Mordi o meu lábio inferior e tentei afastar aqueles pensamentos, mas só serviu para deixá-los mais intenso. Merda, aquilo iria ser realmente difícil...

Pegamos o carro e quem foi dirigindo foi eu, o que ocasionou várias reclamações vindas de Katherine durante o caminho inteiro. Eu não gostava de dirigir rápido, juntando com a minha "não-animação" para a festa, levamos quase o dobro do tempo para chegar ao local, mas, infelizmente, conseguimos chegar.

A boate estava lotada, onde precisávamos nos espremer para se locomover. As luzes do local incomodavam minha visão, assim como a música que estava muito alta. Além do fato de todos os homens tarados de Nova York estarem lá, nos engolindo com os olhos, quase que nos estuprando visualmente.

Katherine correu para o bar e pediu uma bebida automaticamente, enquanto flertava com o barman. Sentei-me nos bancos altos e pedi um refrigerante, já que eu não poderia colocar um pingo de álcool em minha boca. Voltei o meu olhar para a pista de dança e percebi que um homem estava olhando fixamente para mim. Bufei irritada e rolei os olhos. Era só o que me faltava mesmo...

O barman entregou-me o copo com o refrigerante e eu dei um gole generoso, fechando os olhos e aproveitando a refrescância que dominava minha garganta. Quando virei o meu corpo novamente em direção às outras pessoas, percebi que o tal homem intimidador estava ao meu lado.

— Oi, tudo bem? — ele perguntou sorrindo, mostrando todos os seus dentes da boca.

Tentei virar o meu rosto e conversar sobre qualquer assunto com Kath, ignorando-o. Mas assim que fui procurá-la ao meu lado, percebi que a mesma não constava mais lá. Um arrepio chato percorreu minha espinha quando a vi dançando animadamente com um homem no centro. Merda, teria que enfrentar aquela conversa super interessante, para dizer o contrário.

— Não. Eu estava melhor sozinha — sorri irônica ao responder assim que voltei meu campo de visão para o homem.

— Não era o que parecia — ele tocou na ponta dos meus cabelos, fazendo com que eu retirasse sua mão imediatamente de lá.

— Eu não vim para conversar com ninguém e nem flertar com ninguém. Agora se você me der licença, preciso sair daqui.

— Eu posso te acompanhar...

— Querido, eu não quero sua companhia. É tão difícil de entender assim?

— Garanto que se você deixar posso fazer a sua noite ser inesquecível. Começando em tirar esse vestidinho que aperta teus peitos.

Ao ouvir suas palavras, um sentimento de ódio cresceu dentro de mim, algo que circulava em minhas entranhas e levava pouco a pouco a minha sanidade. Estreitei meus olhos cada vez mais, sentindo minha mão formigar de uma maneira incrível. Não perdi tempo e depositei uma tapa bem forte em seu rosto, fazendo com que ele virasse o rosto devido à dor.

— Passar bem, idiota.

Saí à passos fundos em direção à área externa do local, onde poucas pessoas se encontravam. Apenas uns dois casais conversavam calmamente e silenciosamente pelos bancos, o que me deixou totalmente à vontade ali.

Me sentei na primeira cadeira vazia que vi, fazendo o meu exercício de respiração religiosamente e fechando os olhos, para que a raiva de segundos atrás pudesse passar. Contudo, meu coração pesava de uma forma estranha, não só pelo fato anterior, mas por algo que eu não sabia explicar. Era como se algo muito sério estivesse acontecendo naquele mesmo momento.

Perdida em pensamentos e reflexões, me assustei quando senti o meu celular vibrar dentro da bolsa. Abri o zíper da mesma rapidamente e olhei para a tela do aparelho, percebendo que era um número estranho que me ligava. Um pouco confusa, decidi atender logo a ligação.

— Sim?

— Elena Gilbert? — uma voz estranha e máscula anunciou o meu nome do outro lado da linha.

— Sou eu mesma.

— Desculpe à ligação a essa hora da noite, mas o seu contato era o primeiro da lista telefônica.

— Eu estava acordada, não há problema. Mas, aconteceu algo? Com quem eu estou falando?

— Na verdade, aconteceu. Meu nome é Joseph, eu trabalho no Hospital Mount Sinai, em Manhattan. E eu estou te ligando porque Damon Salvatore sofreu um acidente.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! NÃO ME MATEM! KKKKKKK
Quando o Damon falou que o hospital era sua segunda casa, ele não estava brincando...