Proibido Para Mim escrita por Sweet Girl


Capítulo 5
Answer.


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores!
Mais uma vez, obrigada por todos os comentários maravilhosos que vocês me enviam a cada capítulo postado. Eu simplesmente amo conversar com vocês ♥
O capítulo de hoje não acontece muita coisa, mas existem vários fatores importantes para o decorrer da história... Como uma conversa mostrando a relação de Kath e Lena, além de uma boa definição para os sentimentos confusos da Gilbert mais nova.

Boa leitura!



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Senti um arrepio transpassar entre os ossos da minha coluna, fazendo com que eu tivesse a certeza de que algo de bom não iria acontecer. Respirei profundamente e dei um passo à frente, percebendo que as expressões faciais da minha mãe ficaram mais rígidas, assim como as do meu pai. Caroline estava com a pele vermelha, ao contrário de Katherine e Jeremy, que tratavam aquela cena como algo normal.

— Eu vou vazar daqui — meu irmão foi o primeiro a se pronunciar, levantando-se rapidamente do braço do sofá e quebrando o silêncio que se instalara no local.

— Não! — a voz fria e calculista de Miranda cortou o ambiente — Você continuará aqui e verá o porquê de certas atitudes trazerem consequências severas.

— Por acaso, as atitudes em questão são minhas? — perguntei irônica, sentando-me na poltrona mais próxima — Porque se for, podem começar as acusações.

— Não trate isso como algo de que você não tenha conhecimento — mamãe ergueu o queixo, semicerrando os olhos — Você mentiu. Disse que se encontraria com a sua amiga... E eu inocente como sempre, acreditei. Mas em questão de poucas horas, Caroline aparece em nossa casa querendo saber do seu paradeiro.

— Sim, eu menti — respondi da forma mais natural possível, percebendo pelo canto do olho que Care havia ficado envergonhada em ter destruído a minha mentira — Mas sabe por que eu tive que chegar a esse ponto? Simplesmente porque a senhora se mete em minha vida de uma maneira sufocante. Você é minha mãe, não minha babá. Além do mais, eu sou adulta, sei dos meus deveres e obrigações. E depois que eu estava com Damon, que é meu amigo.

— Está vendo, Grayson? — ela se irritou profundamente diante de minhas palavras — Isso é resultado de más companhias.

— Até você, pai? — assustei-me diante de sua concordância com a minha mãe.

— Filha, eu e sua mãe sempre fizemos o possível e o impossível para que você e seus irmãos tivessem relações com pessoas do mesmo nível — a voz grossa e rouca do meu pai invadiu os meus tímpanos — Você nunca foi de mentir, Elena. Depois que começou uma amizade com esse marginal, está diferente... Rebelde, não concorda com nada do que dizemos ou fazemos. Você mudou e muito, sendo que para pior.

— Ele não é marginal! — senti as palavras queimarem minha garganta — De onde você tirou isso?

— Ele é marginal, sim! — Miranda gritou de volta, fazendo com que a coloração do seu rosto mudasse para escarlate — De onde já se viu ganhar a vida com fotos? Ele deve passar fome e acaba se aproveitando dos outros para comer!

— Olha a merda que você está falando! — levantei da poltrona e me aproximei dela, erguendo o dedo na direção do seu rosto — Não é porque você acredita que só médicos e advogados ganham dinheiro, que as outras profissões são fracassadas!

— Tire esse dedo do meu rosto e me respeite! — ela bateu no meu indicador, grunhindo as palavras com um ódio horrível — Você está proibida de se relacionar com esse homem! Ele não serve para você.

— E quem é que serve, Miranda Gilbert? — sorri sarcástica — Não fale de uma maneira como se minhas amizades não fossem para beneficiar apenas você.

— Essa pessoa que está em minha frente e falando desse jeito não é a minha Elena... — meu pai se pronunciou mais uma vez, retrucando decepcionado.

— Tem razão, pai — joguei os meus cabelos para trás e fixei o meu olhar no seu — Eu não sou a mesma Elena. Eu mudei sim. A diferença é que agora eu vou cuidar da minha própria vida e não permitirei que ninguém se intrometa mais.

Concluí minha fala, ajeitando a bolsa tiracolo em meu ombro e caminhando em direção as escadas. Antes de chegar ao primeiro andar, ainda pude ouvir a voz da minha mãe ordenando que eu voltasse para discutirmos mais, contudo, eu não voltaria naquela sala nem que me pagassem. Brigas e ofensas já estavam com suas cotas estouradas, e eu não fazia a mínima questão de explodi-las.

Abri a porta do meu quarto de supetão, fechando-a da mesma maneira. Joguei a bolsa no canto do cômodo e deitei-me em minha cama, sentindo cada centímetro do meu corpo tremer de nervosismo. Não estava acreditando nas palavras que havia acabado de ouvir... Não estava. “Marginal, proibida, fome e rebelde” passavam como um filme de horror em minha mente. Qual era o intuito de rebaixar uma pessoa de maneira tão brutal?

— Lena? — pude ouvir a voz de Katherine do outro lado da porta, sendo seguida por duas batidas no móvel.

— Pode entrar, Kath — respondi alto depois de respirar profundamente. A verdade é que eu não estava com a mínima vontade de conversar com alguém, mas como eu mal via minha irmã devido às nossas agendas malucas, acabei me convencendo a deixá-la entrar.

A claridade da luz do corredor atingiu o meu rosto irritado quando a porta fora aberta, revelando minha irmã no local. Seus passos com o barulho dos saltos eram as únicas coisas que podiam ser ouvidas no quarto, além do soluço irritante que insistia em escapar dos meus lábios. Katherine sentou-se ao meu lado e ligou o abajur que se encontrava no criado-mudo, permitindo assim, que ela visualizasse as lágrimas em minha pele.

— Irmã, não fica assim... — ela começou a falar de forma melancólica, erguendo minha cabeça devagar e depositando-a sobre seu colo — Você sabe como a mamãe é... O papai vai na onda dela também. Logo os dois esquecem isso e deixam você em paz.

— Até parece que é fácil assim, Kath — resmunguei entre o choro, sentindo seus dedos alcançarem meus cabelos e iniciarem um carinho gostoso, fazendo com que eu fechasse os meus olhos — Papai e mamãe adoram mandar em tudo o que fazemos, isso já não é mais novidade. O problema é que eles não querem minha amizade com Damon simplesmente porque ele é um fotografo! Isso não existe! É insano! Eu não posso parar de falar com ele porque...

— Porque você está gostando dele — Kath me interrompeu naturalmente, reproduzindo uma reação um tanto exagerada minha.

— Eu não estou gostando dele! — tentei parecer o mais verdadeira possível, já que eu queria evitar suposições e sofrimentos quando assumisse o que sentia — Damon é um ótimo amigo, inteligente e legal. Ele me faz bem, apenas isso.

— Elena, você é minha irmã, sabe que pode se abrir comigo — ela voltou o assunto para a pauta principal — Você sempre foi muito fechada no quesito relacionamentos... Nunca permitiu se entregar para alguém de uma maneira intensa. Eu, em minha humilde opinião, acho que já está na hora de você mudar isso. E pelo o que me parece, esse Damon parece ser uma maravilhosa oportunidade.

— Ele é maravilhoso mesmo — admiti cansada, levantando-me do colchão e sentando no mesmo, ficando assim, de frente para a minha irmã — Maravilhoso até demais, esse é o problema.

— Qual o problema em ser incrível? — Kath perguntou confusa, erguendo suas sobrancelhas — Achei que isso era uma qualidade, não um defeito.

— O problema não é isso... É que nos conhecemos há pouco tempo e tudo já está indo rápido demais — suspirei pesadamente, passando as mãos em meu rosto e cobrindo meus olhos inchados — Foi tudo de repente.

— As melhores coisas da vida são inesperadas — ela falou com um sorriso nos lábios, passando as unhas grandes por toda a extensão do meu braço esquerdo logo em seguida — Lena, não perca mais oportunidades de ser feliz.

— Você não entende... — suspirei fechando os olhos, mordendo internamente a minha bochecha com os dentes — É complicado.

— O que é complicado, Elena Gilbert? — sua voz se alterou rapidamente — Sentimentos? São, e muito. Mas se você ficar com isso na cabeça, nunca vai se permitir gostar de verdade de alguém. Elena, entenda que nunca ninguém será completamente feliz, as dificuldades sempre chegam, principalmente nos piores momentos. Na nossa vida teremos momentos de felicidade, não ela por completa. Por isso que estaremos sempre na busca desses momentos... Isso é viver, irmã.

Engoli a saliva à seco, sem conseguir falar uma palavra sequer depois do pequeno discurso de Katherine. A verdade é que ela estava certa, por mais doloroso que fosse admitir. Damon Salvatore havia se impregnado em minha mente de uma maneira sem igual, tornando-se algo com que eu precisava sempre estar perto. Ele me fazia bem... Ele me fazia feliz. Isso. Damon tornava minha vida cheia de momentos de felicidade, como Kath havia mencionado. Ele simplesmente fazia com que eu me sentisse única

— Eu vou ligar para ele — falei rapidamente, levantando-me da cama e indo até onde minha bolsa estava largada, a fim de achar o meu celular.

— Graças a Deus — Kath comemorou, levantando-se também da cama — Pensei que precisaria fazer isso por você.

— Engraçada toda... — rolei os olhos assim que me aproximei dela novamente, mas com o telefone em minhas mãos.

— Bom, vou deixar você sozinha — ela sorriu enquanto acariciava o meu rosto — Ah, só avisando que a Care disse que vinha te pegar amanhã para vocês passarem o dia juntas.

— Certo — confirmei freneticamente, fazendo uma nota mental para não esquecer quando eu acordasse no dia seguinte — Por falar na loira, ela deve ter ficado muito preocupada quando me viu subindo sozinha e muito irritada.

— Ela ficou mesmo — Kath riu levemente, assim como eu — Mas não se preocupe com isso, eu a tranquilizei e disse que a culpa não havia sido dela.

— Fico mais relaxada, então — sorri enquanto passava as pontas dos dedos nas marcas das falecidas lágrimas.

— Bom, vou embora agora... — ela sorriu antes de virar o corpo em direção à porta do quarto.

— Kath! — a chamei antes que fosse embora. Minha irmã se virou novamente com uma expressão confusa no rosto — Obrigada.

— Não há de quê, meu amor — Katherine se aproximou mais uma vez, abraçando-me com certa proteção e depositando um beijo em minha testa — Eu só quero te ver bem... E no momento, sei que quem fará isso será esse tal de Damon.

— Você está certa — comentei alegre assim que nos separamos — Obrigada, mais uma vez.

Katherine por fim saiu do quarto, deixando-me sozinha com os mistos de sensações que se entrelaçavam sobre meu peito. Os momentos felizes que compartilhei hoje à tarde com Damon, a raiva das discussões quando cheguei em casa, além da conversa com minha irmã, a qual parecia ter aberto os meus olhos diante de toda a situação. Tudo isso serviu para uma única conclusão: eu continuaria a me relacionar com Damon, independente de qualquer consequência.

Respirei profundamente tentando recobrar toda a coragem que eu estava segundos atrás. Desbloqueei a tela do meu celular e fui imediatamente ao contato de Damon, onde percebi que sob a tela, os meus dedos tremiam em profundo nervosismo. Como ele conseguia reproduzir tantos sentimentos e sensações em mim? Mesmo longe, era como se pudesse sentir o seu corpo, a sua pele, o seu calor... ele por inteiro.

Mordi o meu lábio sofregamente, clicando no início da ligação e levando imediatamente o celular a minha orelha. Os milésimos de espera pareciam uma infinidade de séculos, quando depois de uma impaciência pude ouvir sua voz deliciosamente do outro lado da linha:

— Elena Gilbert — tive a ligeira impressão de que quando ele anunciou meu nome, um sorriso, mesmo que breve, havia se formado em seu rosto.

— Olá, Damon — pude sentir minhas bochechas enrubescerem, mesmo que não estivéssemos frente a frente — Estou atrapalhando?

— Nunca — tratou logo de contradizer minha suposição, fazendo com que eu soltasse minha respiração, assustando-me ao perceber que eu estava realizando tal ato — Eu estava lendo um livro, mas não conseguia me concentrar. Liguei a televisão e comecei a assistir um programa de culinária, ou seja, tédio total.

— Imagino que sim — comentei envergonhada, tentando desesperadamente achar um assunto no mínimo interessante para explicar o porquê de minha ligação.

— Elena, não me leve a mal... Eu adorei que você tenha me ligado, não pense que achei ruim nem nada — Damon falou como se estivesse conversando com uma criança pequena, medindo todas as suas palavras — Mas por que você me ligou? Aconteceu algo?

— Na verdade, aconteceu — respondi sem graça, enquanto livrava-me do meu short jeans e vestia uma caça moletom macia — Meus pais são muito protetores com todos os filhos, mas principalmente comigo, porque fui a primeira a tentar contraria-los. Acredito que eles gostariam que eu tivesse amizade apenas com pessoas do meu ciclo social... É como se odiassem que eu me arriscasse, sabe?

— Sei...

— Hoje para poder encontrá-lo sem muitas especulações e caras feias, menti falando que iria me encontrar com Caroline, minha melhor amiga. Mas esqueci completamente de avisar para ela sobre toda a mentira — expliquei receosa, tentando fazer com que ele entendesse o que eu estava querendo dizer sem magoá-lo — Acontece que ela ligou para mim e eu acabei não ouvindo, o que a levou vir aqui em casa me procurar. Aí você já deve ter imaginando a confusão toda...

— Nossa, imagino sim — Damon suspirou pesadamente, como se estivesse prendendo a respiração como eu havia feito há minutos atrás — Desculpa as palavras, Elena, mas os seus pais são muito idiotas.

— Você não tem ideia — falei triste, já fazendo mil suposições em minha mente de que ele havia ficado chateado. Também não era por menos, eu no lugar dele também ficaria.

— O engraçado, é eles terem conseguido criar uma filha tão incrível como você — Damon retrucou rindo, levando-me a sorrir também.

— Obrigada, Damon — deitei-me em minha cama, cobrindo-me com o edredom floral — Você tem me feito muito bem. Sério.

— Fico feliz por isso, Elena, porque você produz o mesmo efeito em mim — uma comichão de felicidade dançou por todo o meu corpo, sensações que há pouco tempo eram tão estranhas para mim — E por isso, eu tenho o dever de te fazer esquecer os problemas, bem, pelo menos por um tempo.

— E como você pretende conseguir isso, Sr. Salvatore?

— Vamos falar sobre coisas de que você gosta — Damon pareceu animado, assim como eu, apesar do sono que se impregnava em mim — Me diga qual é o seu livro preferido.

— Isso é golpe baixo! — fingi irritação — Eu tenho vários livros que amo... É pecado escolher apenas um.

— Então, me fale uma história que realmente a encantou — ele sussurrou de uma forma sensual, embora eu tivesse uma ligeira impressão de que não foi intencional.

— Orgulho e Preconceito — afirmei sem rodeios, relembrando em minha memória os momentos maravilhosos que li naquele livro — Você sabe que eu sou uma romântica assumida... E a história de amor daqueles dois é maravilhosa.

— O que você quer, Elena? — Damon mudou o rumo da conversa, deixando-me atordoada. Onde ele estava querendo chegar?

— Como assim, Damon? — perguntei tentando desesperadamente entender suas palavras — O que eu quero em relação a que?

— Em relação ao amor — respondeu de supetão, pegando-me de surpresa.

— Ah, eu quero me apaixonar por alguém, quero viver uma história que me inspire.

— Isso é o que você diz para seus pais, seus irmãos, seus amigos... — Damon retrucou rapidamente, fazendo com que eu prestasse bastante atenção no que ele estava dizendo — Mas eu sei o que você realmente quer, na verdade, o que todos querem. Você quer um amor que a consuma, quer paixão e aventura e até um pouco de perigo.

— E-eu... Eu...

— Apenas admita.

— É... Sim. Eu quero ser consumida por esse sentimento e quero ser o motivo disso também. Eu quero uma paixão que arderá em meu peito, uma adrenalina que pulsará meu coração e um perigo procurado que me cegará. Eu quero tudo isso, Damon.

— E você terá — ele respondeu calmamente, podendo ser ouvida uma risada baixa logo depois — Eu posso ser o caminho para isso.

— Você... Você pode? — tentei fazer com que as palavras saíssem de minha boca de uma maneira normal, mas não fui muito feliz na tentativa.

— Posso — Damon falou rápido e claro, mais uma vez — Não fale mais nada, baby. Vá dormir e pense nessa conversa com carinho. Ligarei para você depois.

— Damon...

Shiu... — sussurrou novamente, fazendo com que eu me calasse automaticamente — Durma bem, Lena. Estarei pensando em você.

E com essas últimas palavras, Damon Salvatore desligou a ligação que nos conectava, deixando-me levemente atordoada com tudo o que conversamos. Decidida a descansar e ter uma boa noite de sonhos, eu desliguei todas as luzes que iluminavam o quarto e permiti que o meu último pensamento do dia fosse os olhos azuis e intensos do homem que tinha todas as respostas.


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Notas finais do capítulo

Qualquer semelhança com certas palavras do Dam na série NÃO É mera coincidência! Sei que é chato repetir essas frases, mas ela realmente se encaixa no que o moreno estava querendo dizer.
Mil beijos e até próxima quarta!