Recompensa escrita por Gessikk


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Essa fic na verdade é a primeira versão da One Atolados que eu já postei (link nas notas finais para quem não leu).
Eu tinha começado a escrever assim, mas no meio do caminho, mudei de ideia e fiz Atolados que é bem parecida com essa, com chuva e o jeep atolado, a diferença é que nessa versão, nosso casal favorita fica na cada da Lydia e não no Jeep. Como acabei terminando as duas versões, resolvi mostra essa para vocês também, que é bem mais inocente, com um climinha leve.
Espero que gostem!



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A garota se encolheu quando o trovão ecoou pela casa silenciosa, abraçando as pernas ao mesmo tempo que se esticava para pegar o controle e ligar a televisão, na tentativa de preencher o cômodo com algum som além da chuva do lado de fora.

Lydia não costumava ter medo de tempestades, mas quando a chuva começou com ela sozinha em casa e o vento assobiou pelos cômodos, ela não pode evitar o medo estúpido no meio da noite.

A menina continuou encolhida no edredom que havia colocado no sofá e encarou a televisão por alguns minutos, concluindo que o filme que passava era de terror. Lydia estava pronta para pegar o controle novamente, ansiosa para mudar o filme, quando batidas rápidas na porta da sala, fez com que ela pulasse de susto.

A Banshee estava decidida a se esconder e jamais abrir a porta, mas escutou uma voz conhecida, mais rouca que o normal, a chamando do lado de fora, gritando por cima do som da tempestade.

— Lydia, abre a porta, por favor! É o Stiles!

A garota abriu a porta, surpresa, se deparando com Stiles completamente molhado, sujo de lama e com a expressão fechada, as sobrancelhas franzidas e um bico enorme de insatisfação.

— O que aconteceu?

— Meu Jeep ficou atolado na lama, eu tentei tirar de todo jeito, acabei me sujando todo e não consegui. Depois a rua começou a encher e estava muito longe de casa para conseguir ir andando nessa chuva, então como estava aqui perto , resolvi vir aqui para, ham...— Lydia percebeu que o garoto ficou constrangido no meio da fala, então abriu a porta e o segurou pelo braço, puxando o garoto para cima do tapete de entrada.

— É claro que você pode ficar aqui, não vou te deixar lá fora com essa chuva!— O humano abriu um sorriso grato e Lydia o analisou criticamente.—Espera ai que vou trazer uma toalha, se não vai sujar a casa toda.

A garota voltou pouco depois com a tolha em mãos e entregou para o menino que começou a secar o cabelo bagunçado, resmungando preocupações sobre seu velho Jeep.

—É melhor você tomar um banho!— Lydia concluiu com uma careta, ao perceber o quanto o menino continuava imundo mesmo após se secar.

—Eu só vou ficar aqui até a chuva diminuir, posso sentar no chão até...

—Você vai tomar um banho!— O tom de Lydia mudou, se tornando uma ordem e o humano engoliu em seco, ele não ousaria contrariar a ruiva.

A Banshee empurrou o garoto para o banheiro, levando uma tolha nova e uma calça moletom de seu pai, que sem dúvidas ficaria comprida e larga demais no garoto magro.

Após o garoto começar o banho, a menina suspirou de alívio enquanto voltava ao sofá. Ela não falou para Stiles, mas no momento em que ele entrou na casa, decidiu que o garoto dormiria lá, assim poderia ter uma noite tranquila, sem ter medo por estar sem seus pais.

Não tinha como ser melhor, afinal Stiles era a certeza de uma companhia boa, agradável além do fato de que era muito fácil para a menina o convencer de fazer aquilo que ela queria.

O garoto parecia demorar tempo demais no banho, Lydia estava novamente encolhida no sofá, saltando com o som de cada trovão que a assustava e olhando temerosa para janela, onde os raios se exibiam no céu escuro.

—Você tem medo de tempestades?— A voz surpreendentemente grossa de Stiles, fez Lydia saltar pela milésima vez.

A menina teve vontade de dar uma resposta atravessada para o garoto, mas não conseguiu. Os olhos verdes, arregalados, se voltaram em direção ao menino e ela exibiu contra sua vontade um medo inocente em seu rosto.

Lydia estava tão fofa e delicada, que o humano teve vontade de gargalhar. E foi o que fez, uma risada gostava escapou do menino sem camisa, que foi rapidamente até o sofá onde Lydia logo substituiu a expressão de medo, por uma indignada.

—Sai daqui!— A voz de Lydia a traiu, em vez de soar irritada, ela soou extremamente manhosa ao colocar as mãos no peito nu de Stiles, em uma tentativa frustrada de o empurrar enquanto ele tirava a sua coberta.

— Você está com cara de quem quer ficar agarradinha comigo.

Os lábios de Stiles se contorceram daquele jeito sexy que desconcertava Lydia, a boca se virou de maneira cafajeste, ao mesmo tempo que levantou uma sobrancelha, tornando os olhos castanhos, irônicos.

—Ou se você preferir eu posso sentar nesse chão frio, sozinho, esperando a chuva acabar, mesmo estando sem camisa e cabelo molhado, desesperado para...

—Cala a boca e vem logo!

O humano ficou radiante por Lydia ter cedido e terminou de tirar a coberta da menina, a empurrando com delicadeza para então, se ajeitar no sofá, ficando por trás dela e puxando o cobertor sobre os dois.

A menina estremeceu quando Stiles fez questão de deixar seus corpos colados e apoiou o rosto em seu ombro, respirando fundo para que Lydia sentisse a respiração quente contra sua pele. Ele estava fazendo aquilo de propósito!

O garoto esticou o braço por cima da menina para alcançar o controle da televisão, ligando novamente o aparelho recém desligado.

Assim que o mesmo filme de terror que Lydia viu, apareceu na tela, o menino sorriu abertamente e a garota fechou os olhos com força.

Stiles aproveitou a oportunidade para passar um braço em torno da cintura da menina, a puxando para ainda mais perto, para que ela sentisse com clareza o seu corpo gelado e molhado.

— Você sabe que eu odeio filme de terror.

— E você sabe que eu amo.

]—Não prefere que eu coloque Diário de uma Paixão? — A menina tentou, ainda de olhos fechados e o garoto revirou os olhos.

— Sabe quantas vezes você me fez assistir esse filme?

— Só foram sete vezes!

—Toda vez que eu venho aqui você escolhe o filme!

— E vou continuar escolhendo. — Por fim, a garota optou por um tom mandão, sabendo que o garoto cederia.

— Assim que a chuva passar você pode escolher qualquer filme para ver sozinha!

Stiles destacou a palavra sozinha e desligou a televisão, emburrado, surpreendendo Lydia que não esperava aquela reação do garoto.

—Stiles!

Quando a menina chamou, o garoto agiu como uma perfeita criança, virando o rosto para a direção oposta de Lydia e aumentando propositalmente o bico em seus lábios. Ah! Como aquela boca era tentadora...

— Você pode escolher qualquer filme. — E essas foram as palavras mágicas para o garoto magricela sorrir.

— Estou prestes a ver um filme de terror com Lydia Martin!

A Banshee riu automaticamente com o ânimo de Stiles, que parecia ter esquecido completamente a sua irritação com o Jeep.

— Enquanto eu escolho, você podia pegar algo para a gente comer!

A menina pensou em reclamar da folga da menino, mas se conteve, vendo o quanto ele parecia confortável ao seu lado e sabia que se falasse alguma coisa, ele ficaria constrangido e sairia de sua casa na primeira oportunidade, já que sempre ficou extremamente nervoso perto de Lydia.

— Tudo bem, mas vê se pega leve com o filme!

— Não prometo nada.

A menina empurrou a coberta e Stiles, a contragosto, a libertou de seu abraço, lamentando internamente quando Lydia rompeu o contato dos dois para se levantar e ir na direção da cozinha.

O garoto escolheu o filme mais macabro que achou, que parecia ter muito sangue e susto. Ele queria que a garota ficasse apavorada, juntando o medo da tempestade que fazia com ela gritasse da cozinha toda vez que um raio iluminava a casa, assim tinha mais chances de ficar agarradinho com ela.

Lydia voltou depois de um longo tempo na cozinha, equilibrando um balde cheio de pipoca e uma pizza recém assada. Ela não estava acostumada a comer tanta besteira, mas conhecia Stiles o suficiente para saber que ainda precisaria pegar os biscoitos salgados mais o pote de sorvete para saciar de vez o menino.

— Como você sabe que eu amo pepperoni?— Stiles se levantou para ajudar a garota e pegou a pizza de sua mão, aproveitando para roubar um pepperoni.

— Todas as vezes que fomos comprar pizza você pediu o mesmo sabor.

Lydia estava pronta para fazer uma piada sobre as vezes que eles saíram nos últimos meses, apenas como amigos, é claro, porém a garota se distraiu quando Stiles virou em sua direção e ela teve uma visão completa do seu tronco sem camisa.

Se o menino fosse descrito em uma palavra, seria magro. Porém, era estranhamente bonito e a garota se espantou por ter observado essa beleza, afinal estava acostumada com pessoas como Jackson e Aiden, definidos, altos, loiros e típicos esportistas, mas, lá estava ela,

Lydia Martin se pegou admirando aquele corpo pálido, repleto de pintinhas.

Stiles demorou milhares de segundos para perceber o que Lydia fazia, imóvel com o balde de pipoca nas mãos.

O menino, quando percebeu, ficou subitamente constrangido e automaticamente, cruzou os braços sobre o abdômen ligeiramente definido, querendo se esconder do olhar crítico da menina.

— Você está olhando pro meu corpo?!— O garoto não pretendia falar aquilo, mas sem perceber, pensou em voz alta.

— Não estou não.— Lydia se forçou a parar de olhar e apoiou o pote na mesa de centro, ela era muito orgulhosa para admitir aquilo.

— Lydia, você estava me devorando com os olhos.— Quando o Stilinski falava uma besteira, dizia uma atrás da outra.

— Por que eu olharia? Você é magrelo, não tem nada de interessante para olhar.

Lydia pretendia mentir somente para despistar o garoto, mas só percebeu que o magoou quando a expressão de Stiles despencou. As bochechas brancas ficaram rosadas por vergonha e ele rapidamente sentou, lutando para esconder o corpo com o cobertor.

— Stiles, desculpa, eu não quis dizer isso.

— Tudo bem, foi estupido eu ter pensado isso e você tem razão, não tenho nada para alguém olhar. Sou só um magrelo.

A menina se xingou mentalmente, se odiando ter magoado o Stiles, só para não confessar que estava sim, olhando para seu corpo magro.

— Melhor eu avisar para o meu pai que estou aqui, mas quando a chuva diminuir eu vou para casa.

— Não, eu queria dormir com você!— Mesmo chateado com a menina, Stiles deu um sorriso irônico quando a garota percebeu o quanto aquela frase havia soado mal.— Quer dizer, queria que você passasse a noite aqui.

— Quando a chuva passar você não vai precisar de mim.— E só por o garoto não ter aceitado na hora, era um sinal de que estava realmente chateado com o comentário da menina sobre seu corpo.

— Preciso sim! Você sabe como eu fico assustada quando meus pais viajam, por favor, Stiles! — Lydia sentou ao lado do garoto, que encarava a pizza para não ter que olhar para ela— Por favor, está frio e eu não quero ter que dormir sozinha! Eu vou assistir o filme que você escolheu, vamos comer juntos e depois passamos o resto da noite agarradinhos.

Stiles se esforçou para não ceder, mantendo a expressão imparcial. Ele sabia que se continuasse assim, as propostas de Lydia para aquela noite iam melhorar.

— Stiles!— A menina esperou o garoto encara-la e só então, continuou a falar— Se você for embora, eu vou ficar sozinha naquela cama enorme, me assustando com qualquer barulho e sem ter essa linda visão — Ao falar a última palavra, a menina retirou o edredom que Stiles tinha escondido o corpo e passou os dedos com delicadeza em seu abdômen bonito— Acho que eu nunca falei que tenho tara por magrelos.

O menino não queria, mas sorriu. Aquele típico sorriso meio torto, com a boca aberta, o que lhe dava uma aparência quase angelical, mas com a mesma velocidade que o sorriso surgiu, ele desapareceu, sendo substituída por uma expressão desconfiada.

— Você está falando isso para me agradar.— Apesar do rosto sério, o garoto não resistiu e pegou uma fatia da pizza, colando na boca um pedaço enorme e mastigando com dificuldade enquanto olhava para Lydia.

A garota pensava no que falar, quando o garoto pegou o celular e ligou para o pai. Lydia esperou que o humano fosse dizer que daqui a pouco voltaria, mas se surpreendeu, quando Stiles disse, de boca cheia: — A Lydia falou para eu dormir aqui, a chuva está muito forte, não tem como eu voltar para a casa e ela está sozinha por causa da viagem dos pais.

O magrelo trocou mais algumas palavras com o pai, mas Lydia não prestou atenção, ela estava feliz por o garoto ter concordado em dormir em sua casa e não conseguia se concentrar em outra coisa.

Assim que o menino terminou a ligação e jogou o celular na mesinha de centro, Lydia se tacou nos braços do humano, agarrando seu pescoço e esmagando o rosto contra seu peito.

Stiles riu, desconfortável com a situação, mas correspondeu o abraço, aproveitando para acariciar o cabelo ruivo complemente amassado e bagunçado.

Ainda com o rosto em seu peito, Lydia beijou carinhosamente a pele gelada do garoto que estremeceu com o gesto, antes da garota se afastar dele com um sorriso meigo.

— Você vai precisar me recompensar por eu ficar aqui.— Stiles aliviou o clima com a frase provocativa, levantando uma sobrancelha, com uma expressão maliciosa.

Lydia riu, revirando os olhos e dando um tapa no seu ombro, antes de pegar uma fatia de pizza e morder um grande pedaço. Stiles amou aquela cena, a garota mimada lambuzando a mão de gordura, comendo a pizza com pedaços grandes e logo em seguida, lambendo os dedos, sem se importar com a boca suja.

O silêncio enquanto os garotos comiam, foi quase absoluto. Os dois estavam famintos, devorando a pizza, com os corpos próximos, muito próximos, mas eles não pareciam perceber isso.

Lydia começou a rir repentinamente, ela não estava mais se importando com a chuva e ao ver Stiles com o queixo sujo de ketchup, teve uma crise de riso. O menino não entendeu, fez uma expressão fofa e confusa, o que fez Lydia rir ainda mais.

— Você está sujo.— A Banshee se justificou e não deu oportunidade do garoto se limpar, ela se aproximou do rosto do menino e lambeu lentamente seu queixo sujo, subindo por seu maxilar até a língua encostar no lábio inferior.

Stiles arregalou os olhos, a boca ficou escancarada e o maxilar tremeu pelo nervosismo. Lydia deu um sorriso aberto e se ajeitou para mais perto do menino, puxando o edredom para cobrir os dois.

— Qual filme você escolheu? — A menina perguntou, pois já tinham acabado a pizza e puxou o pote de pipoca para perto. — Depois ainda tem sorve para a gente...

— Acho que minha boca está suja. — Novamente, Stiles falou por impulso, interrompendo brutalmente a garota.

— O que?

— Se você quiser limpar minha boca também...

— Quer que eu lamba seus lábios? — A menina virou novamente na direção do garoto, que permanecia sentado, ereto, enquanto ela deslizava no sofá, deitando e se apoiando completamente no humano.

— Quero que você me beije.

Stiles não sabia como teve coragem para falar aquilo, mas Lydia gostou de como aquela voz linda soou rouca de nervosismo.

Com o tempo, Stiles e Lydia tinham construído uma amizade sólida, saíam constantemente e passavam a tarde um na casa do outro, rindo, vendo filmes e conversando. Lydia, várias vezes, com seu jeito descontraído, quando estava muito animada, juntava suas bocas em um breve selinho e Stiles, todas as vezes ficava constrangido e sedento por um beijo verdadeiro, ele queria sentir a língua da garota em sua boca e naquele momento, em que Lydia lambeu seu lábio inferior foi o mais perto que ele chegou de conquistar o beijo tão desejado.

A Banshee se aproximou do rosto do menino, sorrindo e começou a lamber a boca de Stiles. Não foi algo inocente, sutil, a língua da menina era imoral e sugestiva, lambendo primeiramente o lábio inferior e depois se concentrando no superior.

O garoto ficou paralisado, respirando pesado, abriu os lábios automaticamente, fazendo com que Lydia, sem querer, deslizasse a língua para a boca de Stiles, enquanto lambia com devoção seus lábios.

Depois de vários instantes, Stiles estava desesperado pela expectativa de um beijo efetivo, apesar da sensação de estar sendo lambido pela garota ser deliciosa. Com um segundo surto de coragem, o humano agarrou a nuca da menina, inclinou a cabeça e juntou suas bocas.

"Meu Deus! Como ele beija bem!", foi a surpresa de Lydia, ela realmente não esperava que o garoto beijasse tão bem. A boca de Stiles se movia com força, quase machucando seus lábios grossos, mas isso era delicioso, ele não deu tempo para garota pensar, simplesmente colocou a língua molhada na boca da menina.

Podia ser impressão de Lydia, mas a boca de Stiles parecia mais quente, mais molhada do que as bocas que já havia beijado e olha que já tinha dado inúmeros beijos. A língua do garoto se movia de um jeito diferente, ele a esfregava contra a língua de Lydia, criando uma fricção gostosa, empurrava a boca contra a dela, misturando suas salivas.

Lydia não esperava por aquilo, mas Stiles estava tendo total controle do beijo, a coagindo de um jeito saboroso. As mãos da menina bagunçavam o cabelo já revolto do humano, puxando, esfregando os dedos contra sua nuca enquanto o garoto espremia o quadril da Banshee.

Os lábios e as línguas se moveram por longos minutos, fazendo com que aos poucos, Stiles relaxasse, cedendo o corpo, deitando no sofá e quanto mais a sua coluna se esticava no almofadado, Lydia se ajeitava por cima dele, libertando o cabelo do garoto para deslizar a mão no peito magro e perfeito.

A boca grossa e a fina, se separaram lentamente, ambos os lábios úmidos e dormentes. A nuca de Stiles estava arrepiada e os pelos de Lydia, eriçados.

O garoto, surpreso, manteve os olhos abertos durante todo o beijo e os mantinha arregalados, brilhando de satisfação. A menina, deliciada, permaneceu com as pálpebras franzidas, como ficou durante os longos minutos, para se concentrar na boca do menino.

Lydia demorou para exibir os olhos verdes e quando enfim os expôs, encontrou os olhos avelã, muito próximos de seu rosto.

Os verdes e os castanhos se analisaram por milhares de segundos, admirando o brilho um do outro, com os donos dos olhares apaixonados, voltando ao dia em que seus lábios se encostaram pela primeira vez, décadas antes, após o menino ter tido um ataque de pânico.

— Então, qual filme você escolheu?

Lydia se surpreendeu com a própria timidez, desviando o olhar do garoto e sorrindo sem jeito, espremendo os lábios um no outro, sem mostrar os dentes.

O menino demorou mais alguns segundos para sair do transe e compreender a pergunta da menina, que parecia extremamente confortável deitada por cima dele.

— É-é o, nã-o é a-a— A voz de Stiles subiu uma oitava, saindo extremamente fina e gaguejando em cada palavra.
Lydia teve outro ataque de riso, apesar de também se sentir constrangida e Stiles corou, o branco de sua pele se transformou em vermelho vivo, mas acompanhou a risada da menina, dando uma gargalhada gostosa e no entanto, tímida.

— Que droga! Eu esqueci o nome do filme. — Stiles tentou falar novamente e dessa vez, sua voz ficou muito rouca, mal saindo de sua garganta seca e em meio a risada da garota e a sua própria, ele tossiu, tentando inutilmente voltar a sua voz.

A menina parou de rir quando se distraiu com a beleza do menino. Ele ficava extremamente meigo daquele jeito fofo e nervoso e só quando observou isso, foi que Lydia parou de se contorcer em cima de Stiles, para apreciar o rosto próximo ao seu e aquele corpo bonito em contato com sua pele arrepiada.

— Você é tão bonito.— A garota falou naturalmente, pensando em voz alta.

O humano não arriscou falar, sabendo que sua voz falharia ainda mais. Apenas a encarou com incredulidade e os dedos de Lydia, automaticamente, foram ao seu rosto, deslizando sobre o suas bochechas, testa e lábios.

— Coloca o filme sem nome. — Ela disse com humor, ao perceber o quanto Stiles estava perplexo.

A mente do garoto estava confusa e a expressão demonstrava o constrangimento ao procurar o controle e perceber que Lydia ainda estava em cima dele. A Banshee não fez nenhuma menção de se mover, parecia extremamente confortável e a vontade naquela posição, o que fez com que Stiles fosse metralhado pelos próprios batimentos cardíacos.

Quando o garoto colocou o filme que escolheu, Lydia puxou o cobertor por cima dos dois e se ajeitou, colocando uma perna entre as coxas de Stiles e a outra para fora do sofá, a cabeça na clavícula dele e a mão em seu peito, onde fazia um carinho gostoso.

— Você... — Stiles começou a falar no início do filme e logo em seguida desistiu e não passou despercebido para Lydia as bochechas que coraram levemente.

— Quer beijar mais, Stiles? — Perguntou direta, os olhos verdes intimidadores.

— Ham...

— Nós somos melhores amigos, não precisa ter vergonha.—Nervoso, sem saber como agir, o garoto concordou com a cabeça.

Lydia riu e com os lábios grossos, engoliu a boca fina de Stiles. Novamente, a garota se surpreendeu com o prazer que o humano proporcionou a sua boca com seu mover único, diferente.

As línguas se esbarraram, escorregaram, provaram uma a outra. O sabor salgado das salivas se uniam, o cheiro de morango da menina e de sabonete do menino, os inebriava.

No filme, os atores gritavam de horror com o massacre que acontecia, o que por vezes, provocava sustos nos adolescentes que estremeciam, mas continuavam a se beijar.

Stiles permanecia com as mãos comportadas, na cintura da menina, espremendo os dedos ali. Já Lydia, tocava em toda parte exposta do corpo do menino, arranhando, deslizando, apertando.

— Por que você está fazendo isso? — Sem exata consciência do que fazia, Stiles falou sem desgrudar a boca da de Lydia.

— Fazendo o que?— Ela sussurrou rouca, mordendo com delicadeza o lábio inferior do menino.

— Beijando, me beijando.

Lydia se afastou do rosto do garoto, o observando e Stiles quis se matar, temendo que a garota desistisse de ficar com ele graças a sua pergunta.

— Eu acho que estou apaixonada por você.

Um trovão soou alto, mas Lydia nem sequer piscou, estava concentrada nos olhos castanhos. No filme ecoava barulhos de gritos e tiros, mas eles só ouviam os batimentos acelerados de seus corações, o peito de ambos se espremiam.

— Você ainda gosta de mim? Mesmo depois de tudo?

Mesmo depois de tudo. Mesmo depois de Stiles estar apaixonado por mais dez anos por ela, mesmo após ter namorado Malia por vários meses e depois acabarem terminando, mesmo após toda loucura sobrenatural, mesmo depois de tudo o que passaram.

— Eu amo você, Lydia e ainda não aprendi como se deixa de amar.

Ela sorriu, os olhos verdes ficaram espremidos, os lábios se curvaram como se tentassem alcançar sua testa.

Ele ficou atônito, a boca entre aberta, respiração vacilante, olhos atentos.

— Você tem razão, preciso o recompensar por ter ficado aqui.

O humano não teve tempo para se recuperar das palavras que ela tinha dito. Não teve tempo para raciocinar, entender que Lydia Martin estava deitada sobre ele com um olhar apaixonado e maldoso.

A Banshee ergueu o corpo, de maneira que sentou no quadril de Stiles e abriu os botões do pijama, revelando o sutiã lilás. Ela se desfez da blusa e logo em seguida, tirou a calça de moletom.

— Lydia.— Stiles só conseguiu pronunciar o nome da garota, arfando.

— Stiles.


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Notas finais do capítulo

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