Farol de Emoções escrita por Glenda Brum de Oliveira


Capítulo 5
Capítulo 4 - Descobertas e Coincidências


Notas iniciais do capítulo

O que Greg e Luna sentem quando se tocam ou estão próximos é muito forte. Eles não podem negar. Eles assumirão ou evitarão esses sentimentos? Que surpresas mais, a vida lhes reserva?



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Olhos nos olhos. Corações e respirações aceleradas. As peles se arrepiando. Era um turbilhão de sensações. Era a eternidade em segundos. Greg chegou a aproximar seu rosto na intenção de um beijo. E quase ouve um roçar dos lábios, mas Luna com relutância afastou-se.

– Obrigado! Desculpe minha falta de atenção e jeito.

– Você está bem? Machucou-se?

– Virei o pé, mas creio que não chegou a machucar. Estou conseguindo pisar. Está apenas um pouco sensível.

– Quer apoiar-se em mim?

– Acho que consigo andar sozinha. Vamos? Vovó já deve estar me esperando para o desjejum. Com fome?

– Já que você tocou no assunto, estou morrendo de fome. Não sei se foi a corrida ou o ar marinho.

– O mais provável é que tenha sido os dois.

Desceram devagar a encosta e seguiram pela praia. Era um caminho que em geral Luna não usava pois era mais longe. Mas andar ao lado de Greg fazia o trajeto maior valer a pena.

Já na pousada, dona Arabela esperava impaciente batendo com o pé no chão da varanda que ficava na frente da pousada. Mas sua irritação passou quando ela percebeu que Luna e Greg se aproximavam juntos e conversando animadamente. Entrou rápido para que não a vissem e achassem que estava bisbilhotando. Quem sabe se acertassem. Tinha medo da solidão, mas seu medo maior era morrer e deixar sua neta sozinha. Queria muito que ela casasse e tivesse sua própria família. Mesmo que isso significasse ficar sozinha na ilha.

Sorrisos ecoaram pela porta de entrada quando entraram. Subiram as escadas numa conversa animada. Minutos depois um Greg de cabelos molhados entrava pela porta da sala. Em seguida Luna também apareceu de banho tomado, bem disposta e sorridente.

– Parece que o exercício pela manhã fez bem aos dois. O desjejum está servido. Senhor Greg precisa de alguma coisa em seu quarto?

– Por enquanto está tudo perfeito. Tenho tudo de que preciso. Obrigada! E pode me chamar de Greg, apenas. Sou bem mais jovem do que a senhora.

– Certo. Luna você vai mais cedo pra biblioteca, hoje ou somente à tarde?

– Vou mais cedo. Preciso encomendar algumas coisas que estão faltando nas reformas. O Victorio deixou uma lista comigo, ontem no final da tarde. A senhora pretende sair? Vou mandar o pessoal entregar.

– Não vou sair. Está muito frio pro meu gosto e pros meus velhos ossos. Ficarei perto da lareira com meu crochê e um bom livro.

– Greg se desejar pode pegar uma carona com a Luna. A menos que deseje caminhar bastante.

– Posso?

– Sairei depois do desjejum. A biblioteca só abre às treze horas, mas pode dar uma volta pela cidade. O museu abre às dez.

– Boa ideia. Vou com você se não houver problema.

O resto da refeição foi acompanhada de histórias engraçadas de hóspedes que haviam passado por ali. Depois Greg e Luna rumaram para a cidade na caminhonete. Luna tinha muitas coisas para resolver. Combinaram de almoçar juntos.

Greg andou um pouco pela cidade. Depois foi até o museu. Queria ver se encontrava informações úteis para sua pesquisa. Viu fotos da cidade em diversos períodos de sua história. Uma réplica de barcos que afundaram nos últimos cem anos de história da ilha. Eram feitos por um artesão da ilha. Um senhor morador da ilha, que mergulhava e a partir do que via em seus mergulhos ele reproduzia esculpindo em madeira depois. As réplicas eram lindas.

O tempo passou voando. Quando Greg olhou para o relógio assustou-se com o horário. Saiu quase correndo em direção ao restaurante que Luna lhe mostrara de manhã. Tão preocupado estava em chegar no horário marcado que acabou esbarrando na porta com alguém. Voltou-se para se desculpar e abriu um largo sorriso quando percebeu que esbarrara com Luna.

Conversaram animadamente durante a refeição sobre as impressões de Greg a respeito do que viu no museu. Quase no fim do almoço Luna começou um interrogatório. Estava curiosa sobre o que Greg tinha vindo pesquisar naquele fim de mundo.

– Sobre o que você está pesquisando? Se posso me atrever a perguntar?

– É pessoal, mas acho que posso te falar. Precisarei de ajuda. E se você cuida da biblioteca, provavelmente é a única que poderá me ajudar a achar alguma coisa. A história da minha vida é nebulosa. Meus pais morreram quando eu era muito pequeno. Não lembro deles. Minha avó, quem me criou, se recusa a me dizer qualquer coisa. Apenas diz que é uma história amaldiçoada.- conforme Greg falava os olhos de Luna se arregalavam – Investigando por conta descobri que o naufrágio em que eles morreram foi aqui na costa da ilha. – Luna empalideceu. – Você está se sentindo bem?

– Só estou estupefata. É como se você contasse a história da minha vida. Meus pais também morreram num naufrágio aqui na costa. Talvez tenha sido o mesmo. Por isso me ofereci pra trabalhar na biblioteca. Queria ter acesso a todos os arquivos. Precisava saber mais sobre os meus pais e o que aconteceu com eles.

– Não sei o que dizer. Temos a mesma história. E pelo jeito perdemos nossos pais no mesmo naufrágio. O que você descobriu até agora?

– Houveram muitos naufrágios nessas águas por causa das pedras e rochedos que ficam meio escondidos. Por causa disso o farol foi construído. Um primeiro farol de madeira. Um incêndio o destruiu na metade do século XIX. Foi quando construíram esse de pedra que temos hoje. Desde que esse farol foi construído ele só ficou sem dar a luz duas vezes. Nessas duas vezes houveram naufrágios onde muitas pessoas morreram. Sei que há registros e os diários dos capitães, porque esses documentos deram entrada na biblioteca, mas não consegui encontra-los até agora.

– Estamos unidos pelas nossas histórias que se coincidem. É incrível!...Sua avó também se recusa falar sobre o assunto?

– Ela é evasiva. Diz apenas informações vagas que não ajudam em nada. Ou informações que não explicam nada realmente.

– Mas que mistério existe na nossa história que não querem falar a respeito? Eu descobri por acaso o nome dessa ilha e que meus pais morreram num naufrágio aqui. Minha avó viajou e eu precisava de uns documentos. Comecei a revirar algumas caixas velhas no porão. Em uma delas encontrei fotos dos meus pais, certidão de casamento e de óbito dos dois.

– Eu subi no sótão lá de casa por conta da reforma pra guardar algumas caixas e vi outras caixas que eu não me lembrava. Comecei a abrir e olhar o que tinha dentro delas. Também encontrei, como você, as mesmas coisas. Fotos e documentos.

– Vamos fazer um pacto? Vamos nos ajudar e descobrir o que aconteceu de verdade com as nossas famílias? E por que nos esconderam tudo isso?


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Notas finais do capítulo

O que Luna vai responder? Conseguirão trabalhar juntos? O que farão com o sentimento que os está invadindo?



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