Era terça-feira e me doía pensar que era a última semana com Sara. Havia pensando em várias maneiras de ficarmos juntos, algumas não haviam dado tão certo quanto esperado. Ela se recusaria que eu abrisse mão da faculdade, por exemplo, que me negou a transferência. De algum modo ou outro, estava tentando resolver algumas pendencias, e não tínhamos tempo a perder, devíamos nos ver o mais rápido possível para resolver tudo. Provavelmente o ridículo do Adam viria para cá ainda essa semana, e aí até ela resolver tudo, eu ainda ficaria mais tempo sem ela.

Via-me na merda.

Tudo que estava ruim, sempre poderia piorar. Avistei Teri Miller vindo em minha direção. Oh, merda! Merda! Merda! Merda! Não, não era merda, era uma grande bosta, um pouco sensual, mas ainda era uma bosta.

Quando Sara me deixou aqui, ela afogou suas magoas com Adam. E eu com Teri, mesmo que não houvesse contado para Sara. Teri não era algo sério e não durou mais que um mês, era muito grudada, e muito ciumenta. Depois de trocar seu nome pelo de Sara pela terceira vez, levei um belo tapa no rosto. Ainda podia sentir a dor, talvez ainda houvesse a marca de seus cinco dedos em meu rosto. Não a culpava, se Sara me chamasse pelo nome de outro homem também sentir-me-ia um lixo.

Teri chegou perto. Muito perto de mim. Teria de me livrar dela antes da chegada de Sara.

– O que você faz aqui? – Tentei ser o mais seco e rude que pude.

– Eu queria conversar com você sobre nós. – Fitou-me com um olhar de cão, que até me fez quere-la escutar.

– Não existe nós Teri. Há um bom tempo.

– Esse é o problema. Eu te amo, e eu queria te pedir desculpas pelo tapa. Também queria te pedir desculpas por tudo que te fiz e te disse. Só quero voltar com você, tentarmos ser um casal novamente.

– Teri, lembra-se de Sara? Então ela voltou. Temos uma linda filha juntos e é isso que eu quero para mim. A minha família. – Fitei-a sério.

– E é isso mesmo que quer para você? Um passarinho me contou que ela vai embora novamente e que você não conseguiu se quer uma transferência para faculdade para se mudar com ela. Pelo visto terá de ficar. O namoro virtual será o suficiente?

Confesso que quando Teri jogou-me tudo na cara, tudo realmente parecia incerto. Tudo que havíamos criado de concreto parecia-se desmanchar de encontro a realidade, como um carro em alta velocidade chocando frente a um muro.

Teri então me roubou um beijo, que eu não recusei e nem aceitei. Estava tão perdido em meus pensamentos que não reagi, e quando caí na realidade ela já havia se afastado de mim.

– Isso é só para você pensar um pouco. Depois que ela se for, e tudo ficar ao ar, talvez sinta vontade de algo realmente físico.