Gil deitou-se no sofá me puxando para cima dele, meu peso caiu sobre ele como chumbo. Não tinha forças, mas tinha um belo sorriso nos lábios. E ele também.

– Sar, não consigo imagina você sendo tocada por outro homem, só pensar em seu namorado tocando em ti...

Não deixei Gil terminar, talvez nem fosse hora de conversar sobre Adam. Não depois de momentos tão intensos, a culpa iria começar a me corroer em seguida.

– Adam nunca tocou em mim, não deste jeito. – Levantei-me, vestindo então a cueca de Gil e sua camiseta, adorava o cheiro dele tão perto de mim. Deveria dar uma espiada em Julia.

– Não? – Gil tentou esconder, mas tinha um ar de felicidade em sua pergunta.

– Não. – Fitei-o, enquanto me afastava aproximando-me de seu quarto. – Eu não o amo, não consegui simplesmente transar. É algo tão íntimo que não se pode fingir. Pelo menos eu não consigo.

Gil levantou-se e vestiu uma bermuda que estava jogada na sala. Foi para o quarto ver Ju, para que eu pudesse ir descansada ao banheiro. Quando sai do banheiro, encostei-me na porta do quarto, Gil não havia me visto ali, ele estava sentado na cama. Julia estava acordada e segurava o dedo dele.

– Oi princesinha, estava bom o soninho? Você ainda não se acostumou com seu papai? – O sorriso de Gil para Julia era a coisa mais sincera que havia visto. – É, eu sou sei papai, e não adianta. Sua mamãe pode achar um monte de namorados por lá ou até por aqui, você sempre será minha. Minha e de sua mamãe. – Julia soltou um riso, seguido de um bocejo. Olhava o dedo de Gil com intensidade, era algo novo que ela estava aprendendo, observava tudo que lhe era diferente.

– Ninguém substitui você na vida dela Gil, não precisa se preocupar. – Aproximei-me dos dois, e sentei-me na cama. – Temos que ir para casa não é minha fadinha? – Disse olhando para Jullia.

– Por que vocês não dormem aqui? – Gil sorriu-me. Mais uma vez me implorava com aqueles belos olhos azuis. Malditos sejam aqueles olhos.

– Não Gil, nem insista. – Tentei escapar daquela situação. – Não quero dar dor de cabeça para minha mãe, você sabe como ela é preocupada. Não, não e não.

– Sua mãe me ama, sempre quis que fosse o genro dela. – Gil riu divertidamente. – Se falar que está comigo com certeza ela vai até apoiar-me.