– Como pode ser tão linda? – Ele disse sorrindo.

– Por que ela se parece com você. – Quando disse isto, Gil abriu um sorriso encantador, um lindo sorriso que Julia tinha herdado.

Antes que Gil pudesse responder, foi então que Julia começou a chorar.

– Está com fome. – Disse para ele.

Então Gil me alcançou Julia. Sentei-me na cama, puxando alguns travesseiros para mim me recostar. Confesso que o cheiro de Gil naqueles travesseiros me atordoou. Levantei-me a blusa deixando um de meus seios a mostra, logo tampados pela boca de Ju que estava realmente faminta.

Gil não se conteve em reparar em meus seios. Aquele momento de amamentar Julia sempre havia sido de bastante ternura, ficaria decepcionada comigo se me excitasse, não ocorreu, mesmo com aquele olhar faminto que Gil tentou esconder algumas vezes.

Julia então dormiu, soltando meu seio.

– Como dorme. – Ele sorriu. – Havia esquecido que bebês dormiam tanto.

– Sim, ela dorme bastante de dia, para poder ficar fazendo festa a noite. – Ri com cautela para não acordá-la.

Arrumamos travesseiros e cobertores em volta de Julia, e a deixamos na cama para dormir descansada. Era melhor que o carrinho e meus braços precisavam de um descanso. Os de Gil também.

– Quer comer algo? – Ele fitou-me.

– Não, obrigada. – Sorri.

– Tem que comer algo, nem que seja uma fruta, um sanduíche, algo assim. Precisa estar sempre forte para poder amamenta-la. – Fitou-me com insistência.

Depois de um pouco mais de insistência Gil lavou-me uma maça e eu comi. Estranhei ele ter frutas em casa, mas tinha não só maças como outras. Depois de alguns minutos conversando na cozinha, Gil cerrou os punhos.

– Sara, não consigo mais me segurar. Desculpe.

Foram as ultimas palavras que ele me disse antes de beijar-me sem medo das consequências. Confesso, esqueci totalmente de Adam. O beijei. Matei a saudades que sentia, levei minha mão em seus cabelos fazendo que sua boca não desgrudasse da minha. Ele beijou-me com intensidade, me cobrando nesse beijo todos os meses que passei longe. Ele acariciava meu rosto durante o beijo, sem mãos atrevidas, ele me demonstrou tamanha doçura que jamais imaginava que vinha dele.

Ao terminarmos o beijo estávamos sem folego. Sempre que nos beijávamos nos entregávamos tanto que esquecíamos de respirar. Nos entreolhamos.