E se eu ficar? escrita por Day Real


Capítulo 35
O que passou, calou. O que virá, dirá. (Final)




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Silêncio. Clima de velório, e uma grande perda para a família. Mesmo se passando uma semana desde que Annelyn havia falecido em seu apartamento, Olivia compreendia o total espaço em que Mike precisava para se reintegrar a realidade que o esperava. Existia certos dias que ele ficava passeando pela casa de madrugada ou só se deitava as seis da manhã. Isso quando conseguia dormir com propriedade. Olivia não deixava de se preocupar, acordava nas madrugadas, passava a sua mão ao lado em que ele se deitava e sentia que não estava por lá. Essa rotina iria se estendendo dolorosamente. Ela reparava o quanto o estado do homem que ama estava se deteriorando, sendo tomado pela depressão após a perda de sua mãe. Triste era ficar de mãos atadas e não poder ajudá-lo, talvez nem conversas adiantariam, e assim dava continuidade à tristeza. Mike, se importava muito com os bebês. Não deixava de ser pai quando era preciso, Noah também tentava alegrá-lo no dia-a-dia. Mike não deixava que Olivia interrompesse seu sono para trocar as fraldas dos bebês ou até dar mamadeiras, nas madrugadas em que era necessário. Os gêmeos dormem em seus berços no quarto de Noah. As vezes, eles mostram que têm baita pulmões e choram em tom altíssimo, e o pequeno de três anos não se importa muito e continua a dormir como um anjo. Como é que ele deve conseguir esse feito?.
Em uma madrugada de sexta para sábado, Mike estava deitado ao lado de Olivia, de barriga pra cima, sem camisa e olhando para o teto, muito pensativo e sem sono, como de costume. A hora ia passando, Olivia mudando de posições na cama e nada do sono dele vir. Precisamente as quatro e meia, a babá eletrônica que estava situada no criado mudo no lado da onde Olivia dorme, transmitia o choro de Gracie. É claro que, Oliver, não deixou de dar seus miados breves acompanhado da irmã. Olivia acordou, ainda meio sonolenta, já pegando o aparelho e se preparava para levantar da cama.

— Liv, não precisa ir. Eu posso cuidar deles. - diz, em um tom carinhoso, tocando suavemente no braço dela.

— Não. Mike... você precisa dormir. Deixa que eu vou ver esses pimpolhos. - sorri, ao referir-se com carinho dos bebês. Logo, vai tomando coragem para se levantar, esfregando suas mãos aos olhos.

— Não, não, não, mamãe! Quero que descanse. - a adverte, com carinho.

Neste nomento, ele atravessa a cama e a puxa pela cintura delicadamente, fazendo-a deitar-se novamente.

— Meu amor, por favor. Deixa eu ir ver os bebês? Só dessa vez, vai?- implora, fazendo charme, deitada, o olhando sentar-se à beira da cama e calçar seus chinelos.

— Não senhora! - a responde, sério, para não haver insistências.

Olivia estica seus braços e acaricia as costas de Mike, com os seus olhos quase se fechando de tanto sono. Ele, por sua vez, sente cada dedo de Olivia desenhar cada parte de suas costas lentamente. Sorri por saber que ela demostra não ter desistido de sua pessoa, mesmo por estar meio distante e triste.

— Já te disse que você é o melhor pai e marido do mundo? - confessa, com a voz arrastada e bem sonolenta, mas, com sinceridade. Ainda continua o acariciando.

— Não. Ainda não. - sorri timidamente ao virar-se e pegar na mão dela. - Então, vai me dizer agora? - pergunta, sussurrando. Procura olhá-la nos olhos, mesmo quase ela nem percebendo por estar na fase de seu cansaço.

— Você é um ótimo pai para eles, Mike. E, também, um marido perfeito para mim. - diz, se preparando para se entregar ao sono.

— E, eu, te amo muito, Liv. Você não faz nem idéia do quanto. - beija a mão dela, repara que ela dormiu e, em seguida, sai do quarto em direção ao de Noah.

Chegando lá, os dois bebês se encontravam balançando suas pequenas pernas levando-as ao ar, para que o pai pudesse perceber o tamanho da ansiedade em que queriam ser pegos ao colo. Mike vai primeiro em Gracie que, ao pegá-la e já colocá-la em seus braços, fica completamente apaixonado por admirar os traços em que ela herdou de Olivia. Os olhos castanhos e os cabelos sedosos dela. Como pai super carinhoso que é estendeu-a em direção de seu rosto e deu um beijo na barriga de sua princesinha. Oliver não se aguentava, agitado com suas pernas e braços em evidência, chorava. Era ciúmes da irmã com o pai. Só pode! Mike trocava as fraldas de Gracie em uma pequena cama cercada ao lado do berço em que ela fica. Colocou rapidamente seus olhos no outro pequeno e brincou:

— Rapazinho, primeiro sua irmãzinha. As damas sempre em primeiro lugar. - sorri, com suas mãos em atividades dando os últimos retoques em Gracie.
Oliver se acalma só de ouvir sua voz.

Gracie já voltava tranquilamente para seu berço. Agora era a vez de Ollie. O papai fazia todo o seu trabalho, ao trocar sua fralda, pôde perceber que o problema dele era bem mais grave - a caquinha se fazia presente. Por isso era o seu total desespero em ser logo acudido pelo pai, em primeiro lugar. Isso justifica.

— Nossa, Ollie do céu! O - que - é - isso? - se espanta, ao sentir o cheiro forte da fralda. Em seguida, dá gargalhadas, devido ao momento.

Ambos já estavam bem trocados, com suas barrigas cheias de mamadinhas (termo carinhosos usado pelo meu sobrinho, em referência ao mamá) e ao colo do papai. É claro, cada um desfrutava dos braços fortes e aconchegantes dele, que usufruía de uma poltrona super confortável que é usada por Olivia quando os coloca para dormir ao ninar-los e amamentar-los. Ele não foi diferente. Balançava os gêmeos com muito zelo, fazendo-os hibernar tranquilamente. Enquanto ainda estavam sobre sua posse, observava-os, chegando a refletir sobre o que será da sua vida daqui pra frente.

— Olhem só para vocês, como são lindos! Como eu amei vocês desde a primeira vez que sua mãe me deu a grande notícia de que os carregava. Vocês e sua mãe são as jóias que tenho nessa vida. E sua tia, é claro. São minhas razões para que eu possa continuar vivo e não me suicidar, porque a perda da sua vó ainda dói muito em mim. Talvez o papai devesse morrer no lugar dela. Ou ir de encontro à ela. Eu amo vocês dois, mas também não posso deixá-los. E agora, o que será da minha vida sem dona Annelyn? - desabafa muito sentido. Dá um beijo na testa de cada um dos bebês, se despedindo, ao colocá-los em seus devidos berços cuidadosamente.

Ao se afastar do quarto e ir em direção à sala, Mike não consegue disfarçar o choro em que prendia ao lembrar de sua mãe. Na verdade, ele não queria estar aos prantos e acordar os bebês, com seus suscetíveis sons que consequentemente iria acompanhar em sua expressão dolorida da falta em que ela faz.... e que faz seu coração despedaçar. Em pé ao centro do cômodo, colocava a mão na boca para abafar qualquer som que denunciava mais uma vez estar entregue a dor e acordasse Olivia. O momento de desespero fez com que ele pegasse sua arma reserva - guardada cuidadosamente por Olivia-, em uma espécie de parede falsa que ligava a um pequeno armário bem acoplado à estrutura, na área de serviço.
Completamente desesperado, correu para o banheiro com a arma e parou em frente ao espelho. Olhou-se nos olhos. Reparava bem a sua feição de dor, pálpebras enxadas e olheiras por estar totalmente desequilibrado em suas noites de sono. Ele olha para a arma carregada e já preparada para disparar suas quinzes balas ao cartucho, é uma 9mm em que ele depositava sua confiança ou espera convite para ir direto ao encontro de sua mãe. Com os seus olhos já fechados, Mike estava com suas duas mãos na pistola e apontava expressivamente ao seu queixo. Ficou assim por um longo tempo. Estava prestes a cometer um desabafo, não um suicídio, o que ele mentalmente associa e quer agora desde que Annelyn dolorosamente o deixou. De repente em meio ao silêncio, ele ouve passos, acorda do pesadelo e esconde a arma, já era a hora de Olivia salvá-lo de sua pior escolha.

— Mike? Amor, você está ai? - o chama em tom moderado, parando no corredor, observando a luz que vazava debaixo da porta do banheiro.

— Sim, Liv. Eu... estou aqui! - a responde com a voz trêmula, havia acabado de tomar um susto.

Dentro do cômodo, Mike ouve que Olivia vinha se aproximando e colocando a mão na maçaneta da porta para adentrar ali. Por sorte, foi bem rápido a ponto de escorar a arma até o final da pia para que caísse em um cesto de roupas sujas que ficava logo ao lado.

— Por que você ainda insiste em ficar acordado e não vem dormir comigo? - se aproxima dele por trás e o abraça, recostando sua cabeça.

— Desculpe por minhas ausências, meu amor. - olha ao espelho, sorrindo, os braços de Olivia que envolvem seu abdômen. Aproveita e faz carinho neles.

Olivia vira Mike, envolve seus braços no pescoço dele e fica admirando cada centímetro de seu rosto. Ele passa seu olhar ao dela, lábios, dando indícios que não resistiria em que estivessem de imediato aos seus. Ela sorri, e ele também faz o mesmo. Então, encostam-se suas testas.

— Eu sempre vou precisar de você, Mike. - sussurra, com ar de choro, de olhos fechados.

— E eu sempre vou estar aqui por você, meu amor. Sempre. - sussurra, de igual modo à ela. Não a espera dizer algo a mais, dá um beijo na testa dela e, em seguida, a beija na boca apaixonadamente.

No domingo tradicionalíssimo para reuniões em familiares, Mike e Olivia decidiram fazer um piquenique no admirável e estonteante Central Park. Embora eles estando mais tranqüilos, Voight também havia recebido o convite. O ex-sargento de Chicago não ligava nenhum pouco em estar sempre cuidando de Noah, que por sinal, o adorava. Poderia parecer estranho ou até fora da normalidade ele estar se dando bem com Mike. Aliás, para Olivia, dava gosto de ver eles dois dividindo o mesmo espaço da toalha quadriculada que colocou sobre a grama para que pudessem sentar e fazer suas refeições em um grande piquenique amigável. Era bom ver os dois bebês sempre ao colo de Mike - que estava aparentemente com uma felicidade imensurável distribuindo sorrisos largos -. Dava gosto ver o que poderia ser improvável acontecer, após meses tão turbulentos e desavenças entre os dois. Então a paz se fazia presente. Até certo ponto.
Minutos mais tarde, Spivot via se aproximando vagarosamente de onde eles estavam. É bem verdade que por ser muito bonita, chamava a atenção de alguns que ali perto estavam com o seu andar elegante. Como estava um clima agradável de sol, fez questão de estar de short jeans curto, com o modelo em alguns rasgos na parte da frente, deixando visível suas coxas torneadas, uma camiseta branca bem justa não deixando de mostrar sua boa forma abdominal, óculos escuros, um chapéu super elegante e um all-star de couro branco. Como Mike estava de frente a direção em que ela estava vindo, logo a observava se aproximar, Olivia percebeu a cara de bobo que ele estava fazendo e sorrindo, resolveu seguir seu olhar e, ao avistá-la por cima de seus ombros, desferiu um olhar intimidador não disfarçando a raiva que sentia.

— Mike, foi você quem a convidou? - questiona, em um tom áspero.

— Sim. Algum problema?

— Não. Gostei de ver sua atitude.- diz, ainda mantendo certa indiferença em sua voz. Instantâneamente, se vira com os olhos fechados e conta baixo de um até dez.
Voight deixa escapar umas gargalhadas ao perceber o ciúme que Olivia deixara escapar, mas, de imediato, pára só de vê-la que estava lhe olhando muito brava.

— Me diz, o que ela veio fazer aqui?

— Piedade, Olivia, ela é minha irmã. Ela é da família agora. - responde, insatisfeito, pelo comentário que ela fez.

— Quem é da família não beija os que são da família, Michael. - rebate, visivelmente irritada. Já aproveitando o embalo, pega os gêmeos do colo dele, os põe no carrinho e ameaça sair de perto onde até então tinha clima sereno.
A doutora percebeu que o ambiente estava começando a mudar de figura, repara Olivia se afastar com os bebês, então, adverte ao longe:

— Olivia, por favor, fique. Vim em missão de paz.

Voight, com Noah em sua corcunda, olhava ao momento assustado e com medo de que o tempo poderia se fechar e as duas caírem no tapa. O caos já estava começando a se instaurar. Mike coça a cabeça ao ver que o olhar e a raiva de Olivia aumentaram, é claro que as pessoas que estavam ao redor ficaram apreensivos e pararam suas coisas ao verem que a situação deles estavam sendo a atração principal do parque. A discussão rolava sem cerimônias, a doutora vinha calma o bastante e não tentava rebater as coisas que Olivia a acusava, parecia que a mesma nem se importava muito por ser da família. O coro de Olivia ao desabafar diversas vezes eram "falsa", "mentirosa" e "enganadora" e não se deixava parar por total rancor que sentia dela. Voight foi obrigado a se afastar junto com Noah e os bebês para um passeio pelo parque para que não pudessem testemunhar tamanha confusão. Mike dava visão de total desespero ao ficar andando de um lado ao outro, até que foi ao seu limite, e deu um berro altíssimo para acabar a falação:

— Chega dessa merda! Chega!

As duas se espantaram e finalmente se calam, mas continuaram com os seus olhos arregalados ao se espantar com o nivel de estresse de Mike.

— Mike, já conversamos sobre nossa mãe e nós. Eu errei em ter vindo e estragado seu momento familiar. Me desculpe, mesmo. - murmura, Spivot, de cabeça baixa e completamente arrependida pelo momento turbulento.

— Tudo bem. Eu acho que a Olivia que lhe deve desculpas.

— Eu? Nada disso. Não e não. - se nega, ao entoar o gesto negativo com o dedo indicador de uma das mãos, rapidamente.

— Não seja estúpida, Olivia.

— O quê, Mike? Eu sendo estúpida?

— Sim. Você!

— Agora eu sou estúpida por discutir algo com ela sobre ter dado encima de você e ter te beijado enquanto eu estava grávida dos nossos filhos e você vem e me diz isso?

— Sim! - enfatiza, ainda chateado.

— Tudo bem. - sorri ironicamente e se afasta.

O silêncio toma conta da discussão de família mais assistida por pessoas que ali estavam. Eles testemunharam Olivia largar tudo e sair em disparada para seu apartamento, demostrando estar magoada pela última coisa em que Mike havia dito sobre sua pessoa, no momento acalorado. Voight vinha voltando com as crianças depois de um bom período, se deparava com as pessoas ao redor com aparência de espanto juntamente com Mike e Spivot que estavam completamente confusos. No apartamento, Olivia vinha entrando batendo a porta enraivecida, chutando uma bola de futebol do Noah que estava no caminho e acertando uns objetos frágeis que estavam em sua estante de livros levando-os ao chão com o impacto e os espatifando. Em seguida, desesperadamente, abriu uma garrafa de vinho e ia bebendo toda ela no gargalo. Depois de cinco de suas iguarias refinadas, muito bem usufruídas e estar bêbada, achou no carpete da sala seu alento e ali desabou. A raiva visivelmente a fez agir dessa maneira sórdida.
Já bem ao entardecer, Voight chega ao apartamento com as crianças e mais as coisas do piquenique mal sucedido. Assim que abriu a porta. Noah entrou disparado em sua frente e avistou a mãe dormindo ao lado das garrafas de vinho. O menino não pensou duas vezes em agachar ao lado dela e tentar acordá-la com uns tapas de leves em seu rosto.

— Mamãe! Mamãe! Acorda! - gritava assustado, repetindo os tapas junto da sua chamada.

Voight deixa os gêmeos dormindo ao carrinho bem no meio do caminho perto da porta de entrada, já fechada, e vai correndo acudir Olivia ao chão.

— Olivia! Liv! Por favor, acorde! - a chama, apoiando a cabeça dela ao seu braço enquanto acariciava seu rosto.

Noah entra em pânico e começa a chorar.

— Tio... eu quero a minha mamãe.

— Você logo a terá, filho. Confie em mim. - tenta acalmá-lo, sorrindo e olhando bem nos olhos dele.

O menino senta ao sofá levando suas duas mãos ao rosto e chorava copiosamente pela mãe ainda não ter acordado. Voight ergue Olivia ao colo para carregá-la até o quarto, mas, antes de partir, diz a ele:

— Não chore, filho. O tio aqui vai acordá-la rapidinho, você vai ver!

Noah não aguentou de ansiedade e foi atrás dos dois ao quarto. Olivia já estava acomodada, Voight ficou em pé ao lado da cama procurando uma solução para acordá-la mais rápido. Por sua cabeça passou duas idéias, uma civilizada e a outra mirabolante, como, fazê-la inalar levemente um algodão úmido com álcool ou tacar um copo de água em seu rosto. Ele foi até a cozinha, aproveitou e deu uma olhada nos gêmeos, e voltou para o quarto com um copo de água na mão - essa foi a que ele achou mais eficaz.
Noah deitou ao lado da mãe e se agarrou a ela.

— Noah, espero que sua mãe não brigue comigo por isso. - sorri e arregala os olhos para o menino.

— Ela não vai brigar. - diz ele, o incentivando a travessura meio que com solução.

Voight não pensa duas vezes ao tacar água no rosto de Olivia. Ela acorda assustada, sem saber aonde está, e se depara com Noah pulando em seu pescoço, também com alguns respingos de água, para abraçá-la. Ao olhar para Voight, ele automaticamente joga o copo pra longe e o quebra, assustado, sorri para tentar disfarçar o que acabou de fazer.

— Não gosta do fato de eu estar bêbada e querer dormir um pouco mais, não? - pergunta, com um semblante sério, apenas escondendo não estar brava.

— Ah... Foi sem querer. É que... eu queria que você acordasse logo. - a responde, temeroso.

— Agora estou com a sensação das fraldas dos bebês quando ficam ensopadas de urina. - brinca.

Ao se levantar com o rosto e seu vestido úmidos, se aproxima e fica frente à ele, o olha nos olhos. Por um momento parece estar brava ao ponto de desabafar todo seu descontentamento, mas acaba sorrindo e agindo com carinho, dando um beijo no rosto do ex-sargento.

— Você foi louco. Mas é desse jeito que eu poderia, quem sabe, ter me apaixonado mais por você.

Voight a segue com o seu olhar ao deixar o quarto e ir em direção ao banheiro. Depois de ouvir o que ela disse não pôde se quer deixar de dar um sorriso de canto de boca, colocando a palma de sua mão no local onde ela o beijou, expressando total satisfação.
A noite já se fazia presente. Tudo estava em clima familiar no apartamento. Olivia, por si só, parece bem mais disposta por ter curado uns 70% do porre das garrafas de vinho que tomou ao tentar esquecer as atitudes de Mike, mais cedo, que aos seus olhos, pareceu equivocadas e lhe magoou. Voight seguia na cozinha com os seus dons culinários ao estar preparando uma macarronada à bolonhesa, como forma de gratidão em estar se dando bem com a família. Momentos depois, a companhia toca. Ao abrir a porta, estranhando não estar esperando por visitas, Olivia se depara com Spivot e Mike, em pés e bastante apáticos na frente de sua moradia.

— Oi, Liv.

— Oi, Mike.

— Será que podemos conversar, Olivia? Prometo não tomar muito o seu tempo. - murmura, a doutora, calmamente e mantendo contato visual com ela.

Olivia fecha o semblante e desfere seu olhar inquisidor aos dois.

— O quê querem? - pergunta, com certa impaciência.

— Olivia, eu vou falar por mim. Sei que cheguei de intrusa na família e não quero atrapalhar vocês. Eu também sei muito bem que não gosta de mim... Tudo bem, eu relevo. - desabafa, mantendo a educação.

— Você sabe que eu não gosto de você, Spivot? - provoca.

— Está notório, Olivia.

— OK.

Olivia silencia logo em seguida, procurando não entrar em desavença com a mais nova cunhada. Mike, já aproveita e ergue sua mão como forma de apaziguar as coisas entre eles. Ele espera que ele logo a segure.

— Liv?

— Oi?

— Posso pegar na sua mão? - pede, suavemente, tentando persuadi-la com um olhar arrependido e um sorriso, que parecia ser sincero.

— O que você quer fazer, tentar me convencer de algo que sabe que me magoou? - questiona, ela, ironizando, ao arquear suas duas e perfeitas sombrancelhas.

— Por favor, quero que tudo fique bem entre nós. Sei que pode parecer estranho, porque eu estava certo mais cedo, mas, prefiro estar em paz com você.

— A preço de quê? - se mostra estar envolvida, com uma voz mais branda.

— Nenhum. Não há preço que pague o amor que eu sinto por você.

A doutora visivelmente torcia para que Olivia pegasse na mão de Mike de imediato. Depois da declaração emocionada dele, Olivia resolveu fazer mistério; sorria timidamente, revezava seu olhar entre os dele e sua mão, procurando o deixar ainda mais ansioso por sua decisão. Até que:

— Olhem, por que não entram e juntem-se a nós no jantar?

— Nossa! Vai ser ótimo. - sorri, Mike.

— Será que poderei entrar, em uma boa é claro? - indaga, a doutora, receosa.

— Você é da família agora. - a responde, Olivia, com um enorme sorriso e a surpreende.

— Então, era tudo uma brincadeira comigo?

— Digamos que, eu, Olivia, tenha obtido um coração menos rancoroso após um porre de vinho. - brinca, ainda sustentando um sentimento amistoso.

— Então, seja muito bem-vinda à familia, irmãzinha. - a felicita, Mike, não tirando o sorriso do rosto, ao passar seu braço até o outro lado do ombro dela e a chegar mais para perto de seu corpo, dando aquele aperto com carinho.

Os dois já se encontravam dentro do apartamento. Voight cumprimentou Spivot e Mike com um sorriso ao rosto e abraços calorosos. Ninguém entedia o total afeto dele e o quê fez amolecer de uns tempos para cá sobre ser bem amistoso. Mike seguia relutante sobre os seus pensamentos e estranhando o novo jeitão dele. Sua irmã, ia se rendendo aos encantos dos sobrinhos. Pegou Oliver como seu companheiro e sentou-se à mesa com ele ao colo. Mike se juntou a ela com Gracie e o pequeno Noah, sentado em um de suas pernas. Olivia seguia abrindo o vinho e os servindo. Ela não poderia abusar porque sua cota logo se esgotaria, por conta do episódio de mais cedo. Voight finalizou na cozinha, trazendo sua tigela de macarronada bem sucedida e a pondo ao centro da mesa. Todos estavam civilizadamente acomodados, felizes ao se olharem reunidos e finalmente podendo cravar a paz e a convivência em conjunto. Mas antes, Mike pega sua taça e a ergue ao ar:

— Antes, de qualquer coisa, precisamos brindar...

— Com certeza. Mas, sobre o quê ou quem, em especial? - pergunta, Olivia.

— Minha querida mãe, Annelyn. Se ela estivesse aqui, sei que estaria feliz por nos ver assim... felizes. - revela, sorrindo, ao olhá-los em sua volta.

— Então, à Annelyn! - diz, Voight, com certo entusiamo e emoção ao erguer sua taça de vinho.

Os três encostam suas taças na de Voight e saúdam respeitosamente à amada, gentil, adorável mãe e ser humano que ela foi. Após ao brinde, Mike que está com sua mão ainda na taça, sente Olivia pegá-la. Os dois casam seus olhares apaixonados e sorriem.
Parece que ela finalmente sabe que ele estará sempre por perto. Garantindo que nenhum outro a segure, a não ser o próprio, que foi o seu único e eterno escolhido.


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Notas finais do capítulo

Fãs de SVU, primeiramente, vim agradecer a vocês por acompanhar esta Fanfic e esperar, sempre, por ótimas emoções. Peço-lhes minhas sinceras desculpas pela demora em postar os capítulos. Sempre esperei o meu melhor emocional para escrevê-los, até aqui, porque mereceram toda a minha dedicação. Continuem sempre compartilhando essa história, e deixe que ela espanda seus horizontes, sempre para melhor. O meu muito obrigada, mais uma vez. Espero reencontrá-los em uma próxima Fanfic ou até na continuação desta. Um abraço e um beijo. Até breve, pessoal. ❤



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