POV´s Isabela

Monstro

Essa é a palavra que define a Regina

Ela faz de tudo para deixar minha vida ainda pior. Como se não bastasse me prender em um porão imundo, me tirar tudo que tenho e arranjar uma gêmea fajuta para me substituir, essa mulher ainda tem que me torturar.

Sim, torturas

Regina contratou uma falsa equipe medica para me fazer tomar medicamentos para “me controlar”, que na verdade são para me perturbar.

Esses medicamentos me deixam tonta, enjoada, é raro quando eu não desmaio.

Faz pouco tempo que recuperei a consciência, porém ainda estou um pouco zonza.

E eu achava que ela era ruim quando tinha 12 anos, mas me enganei feio. Era uma flor de pessoa comparada a agora.

Eu odeio essa mulher com todas as minhas forças. Odeio a Regina, odeio a Manuela, que roubou meu lugar e hoje vive feliz com aquele namoradinho meloso. Argh

Inferno de vida!

– Dona Regina mandou verificar se você tinha acordado – Sandro entra

– Não, ainda estou dormindo – digo irônica.

– Sério? – fala coçando a cabeça com cara de bobo – pensei que estava acordada

Bato a mão na testa, como alguém pode ser tão burro?

Acho que tenho a resposta para os meus problemas

– Oh Sandro, tem uma caixa com chocolates ali dentro do armário.

– Eu vou pegar um – diz animado – fica paradinha aí!

– Claro

Assim que Sandro vai até o armário e abaixa, eu saio de fininho e tranco a porta do porão.

– Aqui não tem chocolate – ouço Sandro reclamar

Ele percebe que eu sai, e começa a gritar

– Ei menina, volta aqui.

O deixo gritando

Quando chego até a sala encontro um dos seguranças encostado na parede dormindo, e babando, eca!

– Seguranças muito eficientes você contrata Regina – murmuro

Subo a escada até o quarto da Manuela... Argh, esse quarto é meu! Essa impostora o roubou. Como eu te odeio Manuela.

– Tudo mudou tanto – falo tocando meus antigos objetos.

O quarto está tão... Caipira, ainda tem algumas coisas minhas, mas são tão poucas, a maioria são da Manuela. Que ódio!

A colcha agora é de “florezinhas” tem muito verde e amarelo...

– Isso aqui parece mais a bandeira do Brasil – resmungo.

Deito em minha cama, que saudades.

Fiquei tanto tempo presa naquele porão imundo que esqueci como era bom deitar em uma cama tão macia.

Mas não posso ficar aqui, e se a cenoura vingadora ou um dos seguranças me pegarem?

Pego o celular da Manuela (que está em cima da penteadeira), com certeza está hackeado. Mas serve.

Preciso de algo para me defender, e não vai ser no quarto que a Manuela está que eu vou achar!

Onde vou conseguir?

– A casa da piscina! – falo alto e tapo minha boca com as mãos

Pulo a janela do quarto e caiu de cara no gramado.

Caminho entre as árvores até o outro lado da casa e entro na casa da piscina.

– Aqui só tem tralha – reclamo baixo

Vasculho as gavetas, mas não acho nada.

Que droga!

Vejo uma pá no canto da parede, eh... Melhor que nada

– Esse troço pesa – digo ao tentar levantar a pá

– Ora, ora, se não é que a espertinha tentou fugir novamente.

Sinto um arrepio na espinha

É a voz da Regina