Acordei no meio da noite um pouco assustada com o sonho que tive. Nele eu estava em Malibu com Richard, então Harry apareceu e houve uma breve discussão, no que resultou em um beijo meu e de Harry na frente de Richard que tinha ficado chocado e ido embora. Depois eu estava num velório, onde as pessoas choravam muito, com a minha mãe jogada aos prantos no chão gritando meu nome e Richard ria dela, com Sophie do lado segurando sua mão, então acordei.

Pela manhã Alexia veio me ver, ela parecia estar melhor, tinha até ajeitado o cabelo e colocado uma tiara.

–Evelyn eu vou para casa, a médica disse que só preciso vir ao hospital duas vezes na semana. Vou sentir muito a sua falta amiga - disse Alexia e depois me deu um abraço -, mas prometo que vou visitar você.

–Eu fico muito feliz Alexia - abri um largo sorriso -, você merece viver longe desse Hospital, tem muito tempo que está aqui. Aproveite!

–Obrigada Evelyn, tenho certeza que ainda sairemos juntas para nos divertir, você é uma garota muito especial. Obrigada por tudo mesmo.

Ela me deu um outro abraço, então foi ao encontro da mãe que esperava do lado de fora do quarto. Eu havia ficado muito feliz por ela ter se livrado do Hospital, ela estava morando aqui já fazia muito tempo, cerca de 4 anos. Fiquei imaginando quando eu estaria bem o suficiente para ir embora também, ou se sairia daqui só quando fosse a hora de ir para um caixão. Não gostava de pensar nisso.

Minha mãe apareceu no quarto quando eu estava rabiscando num caderno, por volta das quatro horas da tarde. Ela parecia estar um pouco nervosa.

–Oi filha - ela disse se sentando do meu lado.

–Oi mãe - a abracei.

–Precisamos falar sobre um assunto que eu tenho evitado há muito tempo, Richard.

–É verdade mãe... O que aconteceu com ele? - eu estava nervosa.

–Com calma - ela segurou minha mão -, eu quero que você apenas ouça agora, certo?

–Sim - concordei tensa.

–Quando você entrou em côma Richard ficou arrasado, como todos nós. Ele terminou a escola e passou um ano todo parado, não trabalhou e nem foi para a faculdade, vivia aqui nesse hospital com você. O segundo ano que você ficou em côma foi bem pior, a mãe dele tentou impedí-lo de visitar você e exigiu que ele seguisse em frente, vindo conversar comigo também sobre o fato de ele ter parado de viver por causa de você, foi quando tive que conversar com ele. - minha mãe respirou fundo - Eu disse para ele parar de visitar você e seguir em frente, que ele estava livre do peso de ter que vim visitar a namorada, pois vocês não precisavam mais ser um casal. Disse para seguir com a vida, conhecer uma nova garota, estudar. Deixar que a vida seguisse seu curso.

–Você deu a ele o direito de me esquecer para sempre? - falei com lágrimas nos olhos.

–Não. - ela olhou para baixo nervosa - Dei a ele o direito de ser feliz.

–Mãe você terminou nosso namoro sem me dar o direito de decidir!

–Como você iria decidir Evelyn? Você estava em côma filha!

Chorei com nunca, empurrando minha mãe para trás. Não sabia o que pensar, se é que eu poderia pensar em algo. Enxuguei minhas lágrimas no edredom e a encarei.

–E agora? Onde ele está? - perguntei angustiada.

–Ele está estudando na Universidade de Oxford filha. E agora ele tem uma namorada, a Jennifer. Eles se conheceram lá.

–Então é isso? Eu realmente morri para ele? - estava desolada.

–Tente entender filha, se fosse você que tivesse um namorado em côma eu ia querer que você fizesse o mesmo, seguisse em frente.

–Mas eu não tenho namorado nenhum em côma mãe! Não sei se percebeu, mas sou eu a pessoa que sempre está morrendo da relação! - Gritei chorando, olhando arrasada para a minha mãe que também chorava.

Ela me abraçou enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo. Meu namorado que agora é meu ex-namorado tinha seguido em frente rapidamente. Provavelmente eu não tinha significado muita coisa. Não sabia lidar com o fato de ter pedido três anos da minha vida. Nunca desejei tanto ter morrido.