No Outro Dia

P.O.V Paulo

– Oi, crianças! - Eu disse, entrando no quarto.

– Oi, Tio Paulo. - Disse Bellie. - Mas cadê a Tia Ali?

– Ela desmaiou, e está aqui no hospital.

– Foi algo grave? - Perguntou Théo, preocupado.

– Não, só um susto. Mas ela precisa repousar.

– Podemos ir ver ela? - Perguntou Bellie.

– Ela disse que não, porque vocês estão muito debilitados.

– Ela disse que não, mas você não disse. - Disse Bellie.

Paulo observou a garota que estava com um sorriso maroto.

– Quer saber? Você tem razão. Nós vamos lá. Mas depois, porque é hora da história.

"James Robert estava em seu quarto pensando em Mary Alice.

Porque será que tinha dito aquilo a ela, sabendo que era errado julgar antes de conhecer?

Ele tinha que pedir desculpas a ela. Não, ele ia fazer melhor que isso. Ele iria até a vila e ia conhecer todos os ple... quer dizer, todas as pessoas que moram lá, e os convidaria para sua festa.

Não sabia porque, mas Mary Alice havia mudado seu jeito de pensar. Quem sabe não seria bom conhecer pessoas novas? Sair um pouco daquele ambiente de ricos e nobres?

No mesmo instante, ele foi até a vila onde Mary Alice morava, e saiu perguntando onde era a casa dela.

As pessoas estranharam aquele nobre jovem procurando uma pobre donzela. Mas mesmo assim, disseram onde era.

Ele bateu na porta. Mary Alice abriu a porta com um grande sorriso, mas logo o desfez.

– O que quer? - Ela perguntou, rude.

– Quero me desculpar com você. E também quero que me apresente as crianças da vila.

Ela ergueu uma sombrancelha.

– Você não disse que eles não tem classe e não sabem se portar?

– Mudei de idéia.

Ela fechou a porta e saiu andando.

Quando ela estava lá longe, olhou pra trás e gritou:

– Você não vem?

Ele sorriu e correu atrás dela.

– Você vai me desculpar? - Ele perguntou.

– Vou pensar. - Ela disse e deu um sorriso."

P.O.V Alícia

Não sei o que está acontecendo comigo. Cada vez que Paulo chega perto de mim, meu coração bate. Quando ele segura minha mão, sinto uma coisa estranha no meu estômago. E, em seus abraços, me sinto segura.

Será que é amor?

– TIA ALI! - Bellie abre a porta.

– Bellie?! Pelo amor de Deus! Como chegou até aqui?! Você precisa voltar para o quarto!

– Sem problemas, Tia Ali. O Tio Paulo me trouxe aqui, com o resto do pessoal.

– O RESTO DO PESSOAL?!

– Oi, Ali. - Paulo chega com o resto das crianças.

– Paulo! Eu te disse pra não deixar eles virem!

– Tudo bem. Autorizaram eles a virem até aqui. Agora, mudando de assunto...

Ele chegou perto de mim, segurou minha mão e começou:

– Alícia. Há tempos que preciso te falar. Eu te amo. Eu te amo desde aquela vez que eu esbarrei em você, desde aquela vez na estrada, desde aquela vez em que você resolveu me ajudar, desde do nosso primeiro beijo, desde todos os momentos que estou com você.

"Alícia Gusman, quer namorar comigo?"

A pergunta tão esperada.

– SIM! - Eu disse, gritando.

Ele se aproximou do meu rosto, e sussurrou em meu ouvido:

– Que bom.

E me beijou.

"Ao fundo, pude ouvir as crianças batendo palmas."