Anjo ou Fera escrita por Giovanna


Capítulo 40
Capítulo 40 - I want you.




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ANNIE POV.

Chegamos à Ottawa de manhã, Maya já estava acordada e a primeira coisa que ela perguntou foi: O que aconteceu com você? Conseguir contar mais ou menos o que aconteceu ontem na festa. Menos a parte do beijo, ninguém jamais poderia saber disso. Não suporto mais as pessoas me vendo com maus olhos.

Tomei um banho, um bom banho e ao sair Maya já tinha preparado o almoço. Depois de almoçar, capotei. Não quero saber de nada hoje. Pedi para Maya despistar Scott, caso ele aparecesse por aqui.

[..]

Acordei já era noite. Maya estava estudando na mesa da sala. Lavei o rosto no banheiro, dei um jeito no cabelo e apoio minha cabeça na porta do banheiro.

— O que vai fazer? – perguntou Maya, com o lápis na boca me olhando.

— Não sei. – fechei os olhos e cruzei os braços.

— Não vai procurar explicações? – perguntou Maya, estranhando. – é ela sempre previa as minhas atitudes diante das situações – mas dessa vez será diferente.

— Cansei de explicações Maya. – digo, andando até a sala. — Entendi que algumas coisas não têm explicação, principalmente, quando se tem provas, fatos. Sabe?

— Nossa! – ela pisca rápido, colocando o lápis dentro do livro. — Que evolução.

Soltei um riso.

— Já estava na hora né?

— E o sentimento, o que vai fazer? – pergunta Maya, e sinto como se ela estivesse agulhando o meu coração.

A campainha toca interrompendo o assunto.

— Deixa que eu abro. – disse Maya, correndo até a porta. — Annie não está! – ela dispara e corro para o quarto.


AUSTIN POV.

Antes de sair de casa certifiquei-me que Scott não iria no blue hoje. Acompanhei Peyton e Jessie até lá, esperei elas fecharem a porta e bati na porta da frente.

Maya soltou uma mentira, cocei o nariz rindo e entrei. Parando na sala.

— Não é o Scott, sou eu. – digo, sei que ela está no quarto ouvi quando a porta bateu. — Austin.

Maya volta para a sala me fuzilando com o olha colocando seus cabelos preto azulado para trás da orelha.

— Você é surdo? Eu disse que ela não está. – repetiu Maya.

Esperei que Annie saísse do quarto por dois minutos e abri a porta, trancando em seguida. Escutei as batidas de Maya do lá lado de fora. E Annie pulou da cama ficando do outro lado, a janela estava aberta e bagunçava os seus cabelos loiros.

Engoli a saliva ao ver vestida com aquele pijama quase transparente, nem de longe ela fazia o meu estilo. Mas porra! Precisava tá vestida assim?

— Annie! – diz Maya batendo na porta. — Eu vou chamar a polícia.

Encarei Annie e cruzei os braços. Ela respira fundo ainda do outro lado da cama.

— Tá tudo bem Maya! – balbuciou ela.

— Certeza? – insiste Maya.

— Sim. – ela responde ainda fixando seus olhos azuis nos meus. — Olha, se você veio aqui a mando do Scott.

A interrompo rindo, coçando a nuca.

— Eu quero que você e o Scott se explodam. – a encaro, a minha voz sai extremamente rouca – costuma ficar ainda mais depois do show. — Vim cobrar meu celular.

— Hoje? – ela perguntou, movimentando as pernas nervosas tirando totalmente a minha atenção.

— É, pessoas descompensadas costumam ter amnésia.

— Você está me chamando de descompensada? – pergunta irritada, a menos de dois minutos ela estava amedrontada e agora já está me enfrentando. — Aquele celular já estava arranhado e muito mais, não sei como ainda fazia ligação.

— Por isso mesmo, vim aqui te cobrar outro. – caminho na lateral da cama e ela se inclina apoiando as mãos na janela. — Vai pular? – pergunto rindo e ela revira os olhos. — Caso contrário, posso ficar com esse. – digo pegando o celular que estava sobre o criado-mudo, me aproximando dela.

— Tudo bem. – ela diz fechando os olhos, respirando fundo. — Amanhã mesmo você pode passar aqui e pegar seu celular novo.

ANNIE POV.

Tomei um susto ao ver Austin entrar no meu quarto. Inteligência mandou lembrança Annie Pollard, como você não trancou a porta?

Ele ri pelo nariz. E posso sentir sua respiração muito próxima a minha. Continuei de olhos fechados.

— Você espanca o meu brother, me dá o maior trabalho, quase vomita no meu carro. – ele faz com a voz baixa e rouca, posso sentir o cheiro do seu hálito – hortelã. — Jogo o meu celular em uma floresta e quer que eu venha buscar ainda?

— Aquilo não era uma floresta, você poderia ter procurado. – balbucio ainda de olhos fechados – sei que foi idiotice o que acabei de falar, mas to nervosa, minhas mãos suando e meu coração está prestes a sair pela a boca.

— Olha só. – sinto suas mãos fores segurarem o meu rosto, abro os olhos e os seus olhos esverdeados já se encontraram com os meus. — Eu to de saco cheio de você; Scott está cego, mas ele vai acordar.

— Você não é obrigado a me suportar, nenhum de vocês. – rebato interrompendo ele. — Nem mesmo o Scott. – tiro a mão dele do meu rosto. — E fica tranquilo, que a partir de hoje a gente não vai mais se esbarrar, faço questão de mudar de calçada, prédio, qualquer coisa se for necessário.

Eu sei que não seria possível mudar de prédio ou de campus, meus pais me questionariam. Iriam achar que mudei porque briguei com Maya. Mas era tudo que tinha para dizer nesse momento.

Saiu da parede onde estava encostada passando por ele.

AUSTIN POV.

Não consigo tirar os olhos dela. Estou irritado e ela nervosa, muito nervosa. De anjo para fera em questão de minutos. Ela caminha até a porta e a puxo, segurando os seus olhos. Ela pisca rápido me encarando e olho para a sua boca.

Preciso saber, sentir, repetir aquela noite. Entender o porquê não consigo tirar o beijo dela, as palavras que ela usou contra mim da cabeça. A perna dela está tremendo, da mesma forma quando a beijei em Blumenau, da mesma forma que ficou quando a observei vestida na minha camiseta no hotel, que ficou quando a assustei impedindo que ela fugisse do hotel.

Ela passa a língua nos lábios rápido. Olha de lado. Inquieta, nervosa, gelada. E não está tentando se soltar dessa vez.

Aproximo minha boca da dela e ela fecha os olhos. Estou rindo por dentro. Aproximo um pouco mais e a boca dela já está entreaberta.

— Eu sabia. – sussurro e começo a rir, soltando ela. — Você me deseja.

Seu rosto cora, ela se afasta passando a mão entre os cabelos e na boca.

— Você é um idiota! – esbraveja ainda de costas.

— Eu que sou idiota? – aponto para eu mesmo. — Você estava toda derretida, esperando um beijo do melhor amigo do seu namorado. – frisei. — E eu ainda sou o idiota? – ri pelo nariz.

Sabia que essa mina não vali nada, ela esperou mesmo que eu fosse beija-la de novo? Ela é mina do meu brother, do meu parceiro. Aquilo em Blumenau foi uma necessidade, um ato impensado.

Ela caminha até a porta.

— Vai embora Austin! – ela destranca a porta.

— Eu vou, amanhã passo para pegar meu celular. – levantei as mãos rindo e caminhando até a porta. — Mas antes só uma coisa. – digo parando de frente para ela com a porta, ela olha de lado. — Eu sei que beijo bem, mas aquele beijo, não irá se repetir nunca mais. Foi um ato impensado, uma necessidade momentânea, como se você precisasse pegar uma joia que caiu no esgoto.

Ela me encara com a boca em formato “O”.

— No caso a joia era o seu silencio e quando cai no esgoto, foi quando beijei a sua boca. – passo a mão na nuca e saiu do quarto.

Maya levanta-se rápido do sofá e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, saiu do apartamento.


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