Anjo ou Fera escrita por Giovanna
Scott Pov.
Tentei sair atrás de Annie, mas minha perna estava doendo demais. Depois de quase quinze minutos Sam volta ao camarim e diz que não a encontrou. Estava nervoso, essa festa tem muita gente. É um lugar desconhecidos e uma cidade desconhecida para Annie. Depois de meia hora Austin me manda uma mensagem dizendo que a encontrou no restaurante.
Peyton e Angel me ajudam a caminhar. Puta que pariu! Estávamos distantes, mas não posso deixar Annie escapar de novo. Obriguei Jessie a vir conosco, ela tinha que explicar tudo para Annie. Chegando no restaurante. Austin me encara irritado se afastando. Annie está vermelha de chorar, seus cabelos bagunçados do vento.
Peyton e Angel me soltam. E coloco a força sobre uma perna só. Annie se aproxima e dá um tapa firma na maça do meu rosto. E começa a arder imediatamente. Com a mão no rosto levanto a cabeça.
— Annie, você tá...
Antes que pudesse terminar, Annie dá outro tapa. Jessie se aproxima mais Peyton a segura.
— Porra! – vocifero, irritado.
— Doeu Scott? – ela diz enquanto chora.
— Não bata no meu homem! – grita Jessie.
Austin faz sinal para Peyton.
— Você não se meta, vamos sair daqui. – diz Peyton, puxando Jessie contra sua vontade.
— Deixa ela vir. – esbraveja Annie e sinto vontade de rir. — Não vai doer tanto quanto tá doendo em mim.
— Annie para. – pede Angel, se aproximando ao lado de Annie.
— Angel, por favor, eu preciso ir embora dessa cidade. – ela diz em tom de suplica e continuo observando.
— Você não vai embora sozinha! – serro os dentes, tentando encostas em Annie.
Ela dá outro tapa.
— Não chega perto de mim! – ela grita me empurrando – nunca vi ninguém me olhar assim.
— Agora já chega! – esbravejo, Annie tá merecendo uma boa palmada, ela tá exagerando. Ela se assusta, baixando a cabeça ao me ver levantando a mão.
— Ei!Ei! – grita Sam, largando o copo de cerveja no chão e segurando os meus braços. — Ficou doido?
Austin logo se aproximou, ficando do meu lado também.
— Bate Scott! Esse seu lado eu não conhecia. – grita Annie, parecendo decepcionada.
— Annie, você procurou cara... Não se bate em homem bêbado. – diz Angel embriagada.
Merda! As lagrimas começam a sair do meu rosto, Sam me apoia em uma das mesas do restaurante. Minha perna não para de latejar, meu rosto de arder e meu coração de doer por ver Annie desse jeito.
— Você está bêbada! – sussurra Annie, se afastando de Angel.
Austin se aproxima ficando a minha frente.
— Vou pegar gelo, seu rosto vai sangrar. – zoa Sam, correndo para dentro da boate.
— Você enlouqueceu? Bater em mulher? – vocifera Austin, jogando os braços.
Annie sai correndo de novo. Jogo a cabeça para trás segurando minha perna.
— Vai atrás dela Austin! – peço cabisbaixo, mordendo os lábios de dor. — Ela vai se perder, ela não conhece esse lugar, ela não tem grana suficiente. – digo entre lagrimas.
Austin respira fundo andando de um lado pro outro.
— Vai Austin! – grita Angel, apontando para a direção que Annie saiu. — Isso não é momento de descontar seu ódio contra ela.
Angel está colocando o copo gelado no meu rosto, enquanto espera por Sam.
— Porra! – sussurra Austin, que sai correndo.
Annie Pov.
Nunca me senti tão sozinha quanto agora. A única pessoa desse local que eu achava que me protegia, estava com sua ex no colo e ainda levantou o braço para me bater. Nunca pensei que Scott fosse capaz disso, Mesmo bêbado.
Encolho os meus braços enquanto caminho pelo o estacionamento. A Maya tinha razão, deveria ter trazido um casaco, tá muito frio. Tiro o meu salto, meus pais estão pedindo socorro. Igual a mim.
Não sei o que fazer. Para onde ir. Como sair daqui, não tenho dinheiro suficiente, na verdade nem vim preparada para isso. “Não bata no meu homem” – a Jessie tem razão. Scott nunca foi meu, sempre foi e sempre será dela. Não tem como isso dar certo. Nunca. Eles sempre estarão juntos.
Sinto um braço me puxar. E por um momento pensei que fosse um homem estranho. Solto o ar ao perceber que é Austin.
— Me solta! – grito. — Se você não me soltar, eu vou gritar mais alto!
— Grita! Pode gritar, quero ver quem vai te ouvir. – sua voz rouca irritada é diferente, ele sai me puxando – até onde o carro está estacionado.
Ele me solta me fazendo bater contra o carro. Meus ombros doeram agora. O Scott deve ter mandando ele vir dá a surra que não pode dá. Ele me prende contra o carro, com um braço encostado. E estou ofegante, meus olhos encaram os esverdeados dele. Estou com medo, com muito medo.
— Escuta só. – aponta com o indicador no meu rosto e a lagrima desce. — Para de chorar porra, gaia não mata!
Baixo a cabeça.
— Você não entende! – sussurro.
— E nem quero, entra na porcaria desse carro. – ele abre a porta do carro.
— Eu não vou deixar você me prender. – levanto a cabeça desencostado da lataria do carro. — Não quero ficar perto do Scott e muito menos da Jessie – limpo o rosto colocando o cabelo atrás da orelha.
— Tá vendo algum deles aqui? – ele revira os olhos apontando para o estacionamento, completamente vazio de pessoa e lotado de carros. — Você tá vendo alguém além de nós dois nessa porcaria desse estacionamento? – ele grita e meu corpo arrepia.
Ele me puxa para dentro do carro. Trancando a porta em seguida. E começo a bater contra o vidro, eu vou me asfixiar aqui dentro. Ele não tá louco.
— Se você quebrar, vai te machucar. – me assusto, ao ouvir sua voz. Ele está sentando no banco do motorista.
— Isso é crime! – esbravejo encarando-o.
Ele não responde. Começa a desabotoar a camisa social branca. E engulo seco ao olhar para o seu peitoral. Ele olha de canto e desvio o olhar. Me acomodando no banco, olhando para a janela.
— Olha só Pollard. – ele me encara segurando o volante.
— Annie. – corrijo, ainda olhando para frente.
— Annie, eu não vou ficar correndo atrás de você. – ele deu de ombros. — E pode apostar, não estou aqui querendo. O Scott e Angel me obrigaram.
— O Sam poderia ter vindo. – rebato.
— O Sam está bêbado e cuidando do seu namorado que você espancou.
— Ele não é meu namorado. – vocifero.
— Que seja porra! – ele esmurra o volante irritado, fecho os olhos com medo e ele solta uma risada. – claro, deve estar muito engraçado me ver nessa situação.
Ele liga o carro e me acomodo olhando para a janela, com um dos braços apoiados na porta. Baixo o olhar e começo a chorar baixo, passo a língua na boca mordendo o canto do lábio. Assim que Austin pega a pista principal completamente escura, ele acelera. E sinto meu estomago dar voltas assim como a minha cabeça.
Coloco a mão na boca e ele me olha de lado.
— Não... – ele diz, enquanto me observa, levanto a cabeça. — Você não vai fazer isso.
Ele freia o carro rápido no acostamento e os outros carros buzinam atrás. Ele desce do carro correndo e abre a porta.
Me inclino de lado abro as pernas, dane-se a minha calcinha. E vomito. Cerveja pura.
— Droga! – grita Austin, sua camisa social aberta me tira o foco e ele esmurra o carro. — Não sabe beber, não bebe porra.
— Ninguém mandou você correr idiota. – digo, respirando fundo.
Ele abre a porta traseira e tira uma agua que tem no cooler. Desço do carro ainda descalça. E caminho um pouco pegando ar, olhando para o céu. Austin é muito alto, minha cabeça pare abaixo do seu peitoral. Tento decifrar suas tatuagens e ele me entrega a agua.
— Dá para parar de me olhar? Depois te dou uma foto. – ele pisca e eu reviro os olhos.
— Idiota! – sussurro bebendo agua, para tirar o gosto ruim da boca.
O celular de Austin começa a tocar, ele tira do bolso.
— É a Angel. – ele diz e tomo o celular da mão dele e jogo nos matos que ao nosso lado. — Você pirou? – grita colocando a mão na cabeça. — Porque fez isso? – anda de um lado pro outro com a mão no queixo. — Puta que pariu! – ele se afasta.
Sei que corro risco dele me bater ou me deixar aqui mesmo. Mas não quero que Scott saiba onde eu estou, quero distancia dele.
— Não quero ver o Scott, eu avisei.
— Você tá muito bêbada mesmo! – ele esmurra novamente a lataria da land rover, só que dessa vez amassando – arregalo os olhos, não conhecia a força de Austin e estava subestimando a sua paciência. — Droga! – ele sussurra.
— Era pra ser em mim esse murro? – pergunto gaguejando.
Ele deu a volta no carro, sentando no banco e batendo a porta com força.
— Entra! – ele grita.
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