Anjo ou Fera escrita por Giovanna


Capítulo 23
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Scott

Estamos passando na frente do prédio blue – e lembro-me de Annie. Estamos voltando para o Red. Sou o único apto para dirigir. Jessie já despertou e ajudamos a subir para o Blue com Peyton.

― Scott – chama Austin, sentado no sofá da sala do red.

― Fala. – digo tirando a camisa.

― Como está superando sua seca? – pergunta entre risos.

― Ta foda. – confesso ao lembrar ― Foda pra caralho.

― A mina não dá uma abertura?

― Não. Ela é.... – pauso.

― To ligado. – ele continua rindo.

― Não zoa Austin, to falando sério. – sento-me ao lado dele apoiando o cotovelo nos joelhos. ― O Dylan me deu maior sermão por isso.

― Eu disse alguma coisa? – estendeu os braços.

― Riu como se não fosse verdade. – o olho de canto.

― Porque eu não acredito mesmo. – ele levanta-se do sofá. ― Que meninas da idade dela ainda sejam virgens. E principalmente ela, que namorou dois anos. – deu de ombros.

― Se não fosse, ela não faria tanto jogo duro até para tocar na bunda dela. - disparo, Austin engasga e cospe a agua que bebia fora começando a rir.

Fiquei irritado com isso e fui direto para o quarto. Todo assunto que se trate da Annie nessa casa é motivo de briga, deboche e mais.

― Scott! – ouço Austin me chamar, mas continuo tirando a calça.

Posso ouvir ele e Sam gargalharem alto.

Annie

Próximo mês já é Natal. Não consigo lembrar-me do natal do ano passado. Briguei com Martín na mesma noite, chorei muito e meia noite já estava dormindo. Esses foram os quatro meses mais intensos da minha vida inteira. Sempre fui uma criança e adolescente privada de muita coisa, hora para voltar, tive limites de lugares para ir e com quem ir. Mas agora eu sou quase independente vejo que muita coisa mudou.

Hoje os meus pais vêm me visitar pela a manhã. Estou a espera deles, enquanto tento dar uma arrumada no apartamento. O cruzeiro é daqui a alguns e como são oito dias, não posso perder tantas aulas da faculdade logo assim no início. Minha irmã, a Megan, me mandou uma foto a última cor que colocou no seu cabelo foi um verde limão. Meus pais surtaram. A campainha toca, são eles.

― Oi mãe. – abro a porta abraçando-a.

― Que saudades filha. – ela diz quase me esmagando com o abraço.

Megan e o papai entram em seguida.

― Cadê a May? – pergunta Megan, olhando ao redor.

― No Campus. – respondo, hoje ela tem grupo de estudos.

― Dia de hoje? – estranha Enrique, meu pai.

― Sim, é o grupo de estudos. Eu também deveria estar lá. – dou a volta no balcão. ― Mas, vocês são mais importantes.

― Até que tá arrumado isso aqui. – diz Megan, jogando-se no sofá.

― Meninas organizadas. – diz rindo Tisha, minha mãe.

― A gente tenta né mamãe. – digo rindo. ― Ansiosos para o cruzeiro? – tiro o porta-retratos de Scott da sala antes que eles percebam.

Não avisei ao Scott que meus pais estariam aqui hoje; inventei uma desculpa que passaria o dia no salão.

― Um pouco, você deveria ir. – diz minha mãe, entrando no meu quarto.

― Bem que eu queria, mas não posso. Não tenho tempo para organizar uma viagem. – explico sentando-me ao lado do papai no sofá.

― A sua irmã também não quis ir, preferiu ficar na casa da vovó.

Encaro a minha irmã.

― Porque Mari? – pergunto a Megan, que continua mexendo no celular.

― Recuperação. – dispara papai. ― Ela não teve escolha, é um castigo.

Megan revira os olhos e dou risada. Que saudade que eu estava disso.

― Não sou como você irmãzinha, inteligente, noiva.

― Não sou noiva Meg, para com isso.

― Acho bom. – diz papai ciumento.

Eu e mamãe começamos a preparar o almoço. Enquanto papai e Megan me mantinham informado das coisas em Ottawa. Maya chegou quase uma hora depois e se ajuntou a nós na cozinha.

― O Martín esteve lá em casa. – diz minha mãe, sussurrando. ― Ele está aqui não está?

― Como sabe? – a olho de canto.

― A mãe dele me procurou, fez o maior barraco na rua. Pedindo que levasse você para fora do país.

Dou risada.

― Até parece que o filho dela é um inocente e faz algo que ela quer.

― Tentei conversar, mas não tive como, ela não me deixou falar.

― É, o Martín realmente tem a quem puxar.

― Ele veio aqui? – pergunta, preocupada.

― Sim. – minha mãe se assusta. ― Mas não teve nada, fui bem firme com a minha decisão quando sair de Stratford mamãe e estou até namorando.

― Como assim filha? – pergunta, surpresa.

― É, depois eu conto, no momento certo. – a beijei na testa.

Gostava dessa liberdade que a minha mãe tinha comigo, só contei que estava namorando com o Martín quase um ano depois. E com Scott que já começou errado, também vou demorar para falar até que tudo realmente se firme.

Meus pais vieram só passar o dia, eles eram comerciantes e não tinha como deixar tudo lá nem se quer pôr um fim de semana. O cruzeiro foi um presente irrecusável do irmão do meu pai, então eles não tiveram opção.

― Porque não dormem aqui? – sugere Maya.

― Não podemos filha, - diz minha mãe. ― O comércio não para. – ela brinca.

Acompanhei eles até a saída do prédio. E abracei Megan até bagunçar o seu cabelo verde limão.


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