Anjo ou Fera escrita por Giovanna


Capítulo 12
Capítulo 12 - Surprise




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ANNIE POV.

Terminei de ler algumas páginas do livro indicado da semana. E estou quase dormindo quando escuto o PLIM! Do meu celular. Estico a mão e olho o visor. “Que não seja uma mensagem irritante do Martín, por favor” – peço em pensamentos. Pego o celular e surpreende-me a ver que era: Scott.

“Annie, eu sei que não tem justificativa para o que eu fiz. E por isso eu não te procurei AINDA, porque não sabia nem o que dizer e até agora não sei. Mas não iria conseguir dormir sem falar com você. Eu peço desculpas por toda situação que te coloquei e que coloquei a Maya também, você não merece ter escutado tudo aquilo, pelo menos não daquela forma. Eu não vou insistir que me desculpe, porque eu sei que é quase impossível. Mas, eu não vou desistir de você assim, darei o teu espaço. Mas te quero pra mim, como minha namorada e ÚNICA. Se você me dê uma oportunidade eu posso tentar explicar ou me expressar como deveria. Beijos, Scott”

Sinto meus olhos lagrimejarem. Mas me recuso a chorar. Como posso dar uma segunda chance a algo que já começou errado? Isso me lembra Martín, que não agiria dessa forma, já teria derrubado a porta do meu apartamento ou até coisa pior. Scott, era diferente, eu sentia isso. Era divertido quando estávamos juntos. Amanhã resolvo isso. Tem um ditado que diz que: as vezes coisas precisam dar errado, para depois vir a dá certo.

Na manhã seguinte acordei com uma ligação dos meus pais, que saudade de casa. Já faz quase três meses que estou aqui e já parece uma vida. Hoje tenho aula até três horas somente. Urfah! Pelo menos um tempo de folga.

― Vai fazer o que hoje? – pergunta Angel, falando baixo no meio da aula.

― Como assim? – inclinei-me um pouco.

― Saímos cedo, temos tempo livre e talz. – eu ri pela a forma de gesticular da Angel.

― Vou conhecer a orla com Maya e Dylan.

― Gatinho o seu amigo, porque não apresenta?

― Ele é ex da Maya. – disparo.

― Ah Claro. – ela ri.

― Mas, porque a pergunta?

― Nada, só para saber. – responde Angel, desviando a conversa e voltando a presta atenção na aula.

Olho para a janela da sala, totalmente área com o que o professor de neuroanatomia estava falando. Scott, vou mandar uma mensagem para ele.

“Scott, eu não sei se é certo o que estou fazendo e que a Maya irá me matar por isso. Hoje vou a orla com ela, se você quiser ir, para conversamos, seria uma boa oportunidade de resolvermos isso de vez. Beijos, Annie”

Não entendi o motivo de sairmos cedo hoje. Mas ao que parece ia ter uma reunião do conselho hoje. O sinal toca pontualmente às 15:00 e nunca vi tanta gente apressada assim. Parecia véspera de feriado ou o último dia do semestre antes das férias. Começo a rir de algumas pessoas e encontro-me com Maya no quiosque.

― Droga! – sussurro ao olhar a bateria do celular.

― Que foi? – pergunta Maya.

― Meu está descarregando, como vou ligar para o Dylan agora? – pergunto, fechando os olhos contra o sol.

― Liga do meu. – ela tira o celular da bolsa. ― Toma, mas liga restrito. – reviro os olhos.

― Ai que drama senhorita Maya Pahad.

Disco o número do Dylan, retrito como a Maya pediu. E ele disse que já estava a nossa espera na esquina depois do campus.

― Ele não poderia buscar na porta não acha? – pergunta Maya, resmungando enquanto caminhamos.

― Nem muda de humor tá? – digo rindo.

Avistamos o fusion branco do Dylan, parece aqueles carros de racha sabe? Lindo. Ele estava encostado a nossa espera, com uma roupa bem despojada. Bermuda, uma blusa azul e um chinelo.

― Vamos? – pergunta Dylan, olhando para Maya.

― Vamos. – entro no banco traseiro e Maya também.

Dylan dá a volta no carro entrando no banco do motorista, é claro.

― Vocês estão me achando com cara de taxista? – brinca Dylan olhando através do retrovisor interno.

― Vai Maya, senta lá. – disse apontando para o banco do passageiro.

― Não provoca Annie. – responde, olhando para a janela.

― Ok, eu vou. – desço e sento-me no banco ao lado de Dylan.

SCOTT POV.

Dei um sobressalto do sofá quando recebi a mensagem da Annie. Corri direto para ao banheiro, tomei uma ducha rápido. Estou espantado, não esperava por essa resposta. Mas já era um bom começo. Estou trocando de roupa e Austin me olha sem entender.

― Qual a boa de hoje? – pergunta Angel, entrando com Sam destras.

Quase tinha me esquecido que hoje a turma de medicina saia mais cedo.

― Vou para a orla agora. – respondo vestindo a camisa.

― Nossa que detetive. – brinca Angel, jogando a bolsa no sofá.

― Porque detetive Angel? – pergunta Peyton, sentada ao lado de Austin no sofá.

― Também não entendi. – diz Austin.

― É que a princesinha vai estar na orla. – responde Angel, olhando para o relógio. ― Daqui a meia hora e não sei como ele descobriu. – disse apontando-me.

Jessie jogou outro copo contra a parede.

― 3,00$. – grita Sam do quarto. ― Já to até anotando.

― Partiu então galera? – pergunta Austin, levantando-se do sofá.

― Partiu pra onde? – o encaro.

― Vamos todos para orla, todos. – diz Jessie rindo.

― O-que? – encaro Angel, que estendeu os braços para cima. ― Porra Angel.

Entro no quarto furioso. Sim, não tinha necessidade de falar que Annie estaria lá. Conheço os meus amigos, e principalmente Jessie. Terminei de calçar o tênis, em fim pronto.

ANNIE POV.

A vista de Ottawa dali era maravilhosa. O calçado tinha gente correndo, algumas pessoas gravando certamente uma novela. Maya e Dylan trocaram olhares, e torcia para que Scott chegasse logo. Não pretendo segurar uma tocha olímpica. Não que eu já tenha decidido dar uma segunda chance a ele, mas.

― Que tal o point Burger? – pergunta Dylan.

― Então você conhece Floripa? – pergunta Maya ríspida.

― Sem briga gente. – interfiro.

― Pode ser. – ela concorda sem olhar para Dylan.

Chegamos ao Point Burger, ele ficava quase dentro de posto de gasolina. Na esquina entre duas avenidas. É andar duplo. Sentamos em uma mesa que fica na lateral do Point. Contra o sol.

― Ow! – um homem passa gritando em cima do teto solar e posso reconhecer aquele carro.

― Droga! – sussurro.

― Que foi Annie?

― Nada Dylan, nada. – respiro fundo pegando o cardápio. ― Vamos pedir? – forço um sorriso.

Enquanto esperamos o pedido Maya e Dylan trocam provocações. O homem que passou gritando é Austin, posso reconhecer seus cabelos e as tatuagens do braço e na cintura, já que ele estava sem camisa. Estou olhando o cardápio para distrair.

― Olá. – ouço uma voz áspera se aproximar da mesa.

Fecho o cardápio e levanto o olhar. Não. Não é possível. Tomo um gole da agua de Maya.

― Iae cara. – diz Dylan levantando-se para cumprimenta-lo. ― Senta aê.

Mas-o-que?

― Não quero incomodar. – diz Martin, fitando-me com os olhos e mão no bolso da calça.

Ah! Sim, você nunca incomoda Martin. Forcei um sorriso e encarei Dylan, que sorria. Ele parecia saber que Martín apareceria, e certamente não me avisou. Porque eu jamais viria e muito menos marcaria com Scott.

― Posso falar com você Annie? – pergunta Martín.

― Não.

― Por favor. – insiste.

― Tá tudo bem. – levanto-me da mesa, colocando minha bolsa na cadeira ao lado. – sei que não irá me deixar em paz caso não o escute.

Afastamos um pouco da mesa, ficando na lateral do Point. Mas na calçada de uma casa qualquer que tinha do lado.

― Então Martín. – digo quebrando o silencio.

― Não me chama assim, não combina com você. – ele está parado na minha frente, me encarando firme.

― Mas é o seu nome não? – cruzo os braços.

O carro passa novamente só que dessa vez mais devagar, estacionando ao lado do carro do Dylan. Engulo seco e sinto minhas mãos suando de nervoso ao Scott descendo do carro, em seguida, Angel e toda a sua turma.

― Algum problema? – pergunta Martin seguindo o meu olhar. ― Quem são eles?

― Ninguém importante, dá pra ser rápido com essa conversa? – peço ao ver Scott aproximando-se da lateral do Point.

― Porque pressa? Eu preciso. – ele pausa.

― Cadê Annie? – ouço a voz crepitante de Scott aproximando-se da mesa que estava a poucos minutos, olho de longe, e ao lado dele está Austin e Sam.

Tampo o rosto com a mão tentando disfarçar. Martín segura o meu ante braço, de longe essa cena parece até romântica.

― Viu cara? – sussurrou Austin batendo no ombro de Scott. ― Essa daí não vale tanto a pena, e muito menos largar as galinhas. – em tom embriagado.

Tiro a mão do rosto e encaro Scott que está me encarando de longe. Que merda! Porque Martín tem que sempre tentar estragar tudo? E Dylan? Porque não me avisou que Martin viria. Parece até que planejei tudo isso, toda essa situação. Que chamei Scott aqui para que me visse com Martín.

Posso ouvir Jessie e Peyton rindo igual umas hienas, bem destras dos meninos.

― Fiquem quietas hienas! – brinca Sam, falando alto.

― Annie! – grita Austin, ainda parado ao lado da mesa com Scott.

― Quem é esse cara? – sussurra Martín me olhando.

― O Scott quer falar com você, vem cá. – grita Austin, provavelmente embriagado segurando uma cerveja.

Porque Scott não veio sozinho? Piso fundo no chão e saiu caminhando. Martin é claro vindo bem atrás de mim; Dylan me olha confuso; pego minha bolsa.

― Vamos embora Maya! – digo, evitando olhar para Scott que está bem ao lado de Dylan de pé.

― O-que? – ela pergunta sem entender, mas levantando-se.

― Casa, embora, vamos? – insisto.

― Annie, o cara. – diz Dylan, o interrompo.

― Por favor. – peço em tom de quase suplica.

Passo por Scott, Austin e Sam cabisbaixa. E andando o mais rápido que posso. E lá está mais uma vez Annie Pollard fugindo de qualquer problema. Sou a primeira a chegar no estacionamento, olho de longe e Dylan está pagando o pedido ao garçom. Scott me encara de longe e faz menção que vinha ao meu encontro.

― Não cara. – diz Sam, segurando-o pela a camisa.

― Qualé Scott? Vai atrás dessa menina? – repreende Angel.

― Deixe ele gente. – diz Jessie em tom provocante.

― Fica quieta Jess. – pede Peyton.

Dylan logo corre ao nosso encontro. E entramos finalmente no carro, bato a porta com força, Dylan e Maya se entreolham. Chegando à casa joguei-me no sofá. Agradeci por Dylan não ter subido conosco. Maya senta-se ao meu lado, solto o ar pelo nariz.

― O que é que tá acontecendo com minha vida? – fecho os olhos.

― Muito cobiçada. – brinca Maya.

― Fala sério May.

― Vem cá, que coincidência o Scott aparece né? – ela diz enquanto liga a televisão.

― Eu combinei com ele, entendeu? – levanto, sentando. ― E não sei como o Martín foi parar lá, culpa do Dylan também, ele não tinha nada quer ter dito onde estávamos. – levantando-me andando até o quarto.

― Opa! Opa. – diz Maya, levantando-se andando atrás de mim. ― Como assim combinou com Scott?

― Eu queria conversar com ele May, entende? – digo enquanto tiro a roupa. ― Preciso de um bom banho.

― Conversar o que dona Annie? – pergunta Maya, ela nunca entendia o motivo de sempre dar segunda chances as pessoas.

― Ele pediu e eu cedi, estava legal. – pego a toalha. ― Foi divertido e não tínhamos nada para ter essa cobrança toda. – saiu do quarto caminhando até o banheiro.

― Você é muito confusa. – diz entre risos.

― Eu sei. – digo fechando a porta do banheiro.

SCOTT POV.

Assim que vi Annie conversando com aquele cara, deduzi que era seu ex pelo a intimidade e proximidade que estavam. Mas porque ela queria que eu os visse juntos? Que palhaçada é essa? Austin a chamou ela não deu ouvidos, saiu me deixando em pé sozinho. Eu merecia no mínimo uma explicação do motivo daquilo. Mas ela parecia que realmente esperava por isso, então não tinha o que dizer.

A observei saindo rápido do Point, pensei em ir atrás mas Austin e Sam impediram-me. Já tinha feito isso uma vez. E olha só o que ela me aprontou.

― Vamos beber. – grito ao vê-la entrar no carro.

― Aê! – grita Angel batendo palmas. ― O Scott voltou! – ela diz agarrando-se ao meu pescoço.

― Partiu! – grita Austin, saindo abraçado com Peyton.

Jessie pisca sorrindo, mas não retribuo. Preciso beber, desde quando comecei a ficar com Annie que não bebia e nem se quer dava um rolé com meus amigos. Paramos em qualquer botequim e questão de segundos já tinha secado toda uma grade de cerveja.

Jessie provocava dançando, seu short estava bastante curto. A encaro já sem camisa e tomando um gole da minha cerveja. “Nunca troque o certo pelo o duvidoso, nunca meu filho” lembro das palavras da minha mãe. A três dias que eu e Annie paramos de ficar, e ela já voltou para os braços do ex. Enquanto eu? Estava em casa esperando o espaço que dei para ela terminar. Que idiota. Subo em cima da mesa e começo a jorrar cerveja.

― Ei, ei! – grita Sam pegando a cerveja da minha mão. ― Calma cara.

― Não enche Sam.

― Claro que não, vou é secar. – diz Sam, virando a lata de cerveja na calçada.

― Vocês estão sem controle hoje. – diz Angel, gargalhando alto.

― E você está até controlada demais. – rebate Peyton.

― Tenho obrigação de dormir em casa hoje, então viu né? – diz Angel, revirando os olhos. – ela não estava bebendo hoje, o que era muito estranho.

― Saquei, porque não de casa Angel? – pergunta Jessie.

― Porque não rola cara, eles não vão querer pagar ap tá ligado? Não eles morando aqui, e naquela imensa casa. – responde Angel. ― Vocês têm sorte porque seus pais moram em outra cidade. Porra! – grita Angel correndo.

Angel me segura para não bater com a cabeça no chão. E me tira de cima da mesa, tá tudo girando. Jogo a cabeça para trás. E apoio meus braços atrás do pescoço de Angel.

― Me ajuda aqui. – grita Angel, e logo Austin se aproxima e apoio o outro braço no seu pescoço. ― Porra Scott.

― Não reclama Angel. – resmungo.

Isso é a última coisa de que me lembro depois de desmaiar. Estava bebendo desde das três da tarde quando encontrei-me com Annie no Point. Misturei tudo: pinga, cerveja, vodca, uísque, batidas de morango e qualquer cachaça que fosse possível.

Quando desperto estou de baixo do chuveiro com Angel e Austin segurando a minha cabeça e corpo. Depois do banho, continuo um pouco inconsciente. Austin vira duas glicoses na minha boca e depois me joga na cama. Viro de lado ainda um pouco enjoado.


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