Saint Seiya: Teomaquia escrita por AnybodyButMe


Capítulo 1
Ressurreição: Uma nova Batalha se aproxima!!!




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Numa região desconhecida do mundo, de onde os homens apenas conhecem por mitos e lendas, Zeus, Deus do Trovão, da Lei e Ordem e Senhor Supremo do Olimpo, construiu uma épica Fortaleza...

Com o simples estender de seus braços, um enorme raio cortou os céus, forjando o Complexo Templário onde desde as Eras Mitológicas, quatro guerreiros regem a direção das forças da natureza.

Neste mesmo local, as grandes bestas e fúrias devoradoras de homens, vencidas pelos valorosos heróis do passado, tiveram suas almas lançadas no esquecimento, numa dimensão sem tempo ou espaço, onde ficariam eternamente errantes em torno do cosmos. Este era o Mávrou Trýpa, o Abismo da Escuridão, onde não se ouve, fala ou sente...

Os quatro guerreiros, escolhidos pelos Deuses por sua coragem e senso de justiça, abdicaram de sua vida mundana para servir o propósito divino, recebendo dos Mestres do Olimpo a imortalidade parcial, a qual apenas os próprios Deuses ou o Destino poderiam ferir.

Uma noite fria e silenciosa, assim como todas as outras. A Sul, Norte, Leste e Oeste, os guardiões do tempo observavam as estrelas... Mas eis que de repente, de uma maneira inexplicável, uma aparição misteriosa surge em suas frentes, e num instante, todos a veem, como se as grandes distâncias entre suas posições deixasse de existir...

Era um ser de baixa estatura, vestindo um manto de cor negra, que lhe cobria a cabeça e escondia o rosto. O misterioso indivíduo andava silenciosamente em direção à escadaria principal do templo, quase que ignorando a presença dos jovens guerreiros, que olhavam pasmos.

O pacífico Nanuq, que protegia o Templo do Norte, logo perguntou:

Quem és tu?

O ser misterioso apenas sorri e continua seu trajeto. A serenidade de Nanuq desaparece, dando lugar à uma inquietude ao perceber que a pessoa a sua frente se trata de uma garotinha.

Roald, representante do Templo do Sul, atônito, parecia não acreditar no que via:

Como chegaste até aqui? É impossível para um humano, senão nós, vir a este lugar!!!

Então a criança, exibindo seus belíssimos olhos verdes, quase que hipnotizantes, retruca com uma voz infantil e meiga, mas que ao mesmo tempo soa arrogante e maligna:

Têm a audácia de me comparar a vocês, criaturas insignificantes?

E George, orgulhoso guerreiro do Ocidente, intimida a pequenina com sua voz forte e imponente:

Zombas de nós, criança? Quem pensa que és?

Aslan, o maior defensor do Oriente, reage quase que de imediato às declarações de George, dando um ultimato:

Seja quem fores, é melhor sair, antes que tenhamos que usar a força!!!

A jovem, ridicularizando a investida de seus oponentes, apenas com uma mirada ameaçadora, transporta uma cosmo-energia tão reluzente e multicolor, que literalmente envolve e cega os olhos dos patronos dos quatro ventos. O sangue que sai de suas vistas se transforma em sua própria prisão, os privando de seus movimentos.

Hi Hi Hi, pobres homenzinhos tolos...– zomba a menina ao caminhar sem obstáculos.

Ela sobe degrau por degrau, num ritmo lento e desesperador, finalmente parando na frente do Portão do Abismo da Escuridão, que mais se parecia com um Arco feito de rocha. Na parte mais alta, em Grego Antigo, está escrito:

"Aquele que entrar aqui, perderá para sempre seus caminhos."

Nanuq: Ei!!! O que fazes aí? Não podes adentrar no portão!!!

???: Como disse? EU não posso?

George: Tu... Tu não entendes o que estás prestes a fazer?

E então, como se estivesse abrindo uma porta, a garota faz um único movimento que revela o gigantesco buraco negro no Espaço-Tempo...

Um barulho ensurdecedor toma conta do ambiente, e várias partículas voam como meteoros em direção às estruturas do Templo, como se fossem um enorme “braço” de uma galáxia instável. A destruição é incontrolável, e mesmo usando poderosas e brilhantes armaduras, os guardiões estelares são repelidos como folhas ao vento, batendo violentamente contra os pilares da magnífica obra criada por Zeus. Incrivelmente, nada afeta a pequena invasora, que se diverte com a calamidade criada por ela própria.

Que brisa deliciosa!!! Faz até cócegas no meu rosto, hahaha...

Tchau, Tchau, bobões...– acena a estranha menina enquanto desaparece no horizonte, num ar perturbadoramente inocente.

Em um segundo, tudo se acaba, e Nanuq, Roald, George e Aslan caem no chão, derrotados.

Ao se recuperarem, preveem o pior:

Roald: Não posso crer... Como um ser tão pequenino foi capaz de um feito tão extraordinário?

Aslan: Nunca vi um cosmo como aquele, é algo fora do comum... Quando tentei me defender, já estava preso à luz daqueles olhos; era como se tivesse invadido minha cabeça e roubado minha consciência...

Nanuq: Irmãos... Podemos estar lidando com uma criatura terrivelmente poderosa... no nível de um...

George: Não pode ser... Se esta criança estiver planejando fazer livres as almas vingativas presas no Mávrou Trýpa, o Equilíbrio Cósmico será quebrado, e o Universo entrará em colapso... Teremos falhado em nossa missão de proteger o Cronos Mítico da Ordem!!!

Por um momento, os quatro mais valorosos entre os homens sentiam um pavor tão grande quanto a desgraça que lhes assolava. Mas este pavor logo se transformaria em coragem...

Já dentro do abismo, a menina é capaz de controlar todo o caos da ultra-dimensão apenas com um levantar de suas mãos. Toda a distorção do Espaço-Tempo se transforma num corredor extenso iluminado por tochas e enfeitado por estátuas e objetos peculiares, como vasos e copos, posicionados em altares específicos. As estátuas remetiam a Deuses e Deusas, e os objetos continham escrituras e pinturas relacionadas a monstros mitológicos.

Em sua caminhada, a jovem para na penúltima estátua e diz com um profundo rancor:

É assim que ele me vê? Maldito seja você e seus bastardos!!!

Ela retoma sua serenidade, e então continua a andar. Neste momento, retira o capuz que lhe cobre a cabeça, revelando sedosas e brilhantes madeixas de cor rósea.

Ah! Enfim vou poder tirar esse véu, ele estava bagunçando meus cabelos...

Seu rosto é doce e terno, como o de qualquer criança, mas seu olhar é profundo... impactante... insano. É como se guardasse algo de sinistro dentro daquele corpo frágil e inofensivo.

Ela então se aproxima de um local privilegiado entre os vários altares. Lá se encontra um cálice de ouro, e nele está descrito um enigma:

“Não bebais deste cálice, mas faça-o beber de ti mesmo.”

Como num passe de mágica, a criança faz surgir uma adaga cerimonial em sua minúscula mãozinha, e num corte rápido, fere seu pulso esquerdo sem pestanejar.

Ao ritmo que cai seu sangue cor de escarlate dentro do cálice dourado, a pequenina entoa uma canção triste e melancólica, que se ouve de todas as direções; e eis que abruptamente, a hemorragia e a canção cessam, dando lugar a uma única frase em alto e bom tom:

Seres amaldiçoados pelos Deuses, eu agora os invoco!!!

E cada gota de sangue converte-se em cosmo puro, cruzando todo o salão desde o chão até a boca de seis vasos maiores; e destes, seis almas vingativas escapam. Gritos e múrmuras de dor e ódio podiam ser ouvidos:

Malditos Deuses!!! Vocês são os verdadeiros monstros!!!

Atena... Devolva minha beleza!!!

Eu sou aquele que vos eliminará!!! Seus poderes não podem vencer o destino...

Vingarei a desgraça que me causaram!!!

E então, clama a menina:

Geryon, o Exército de um só homem!!!

Cérbero, o fiel Guardião do Tártaro!!!

Quimera, a majestosa Fera Híbrida!!!

Anteu, o filho da Mãe-Terra!!!

Medusa, a mais temível das Górgonas!!!

Lâmia, a Serpente das cavernas escuras!!!

Venham até mim, e eu vos libertarei!!!

Isso chama a atenção dos espíritos inquietos, que pairam ao redor da jovem.

Acalmem seus corações aflitos, eu vim lhes tirar daqui!!!

Estarrecidas, as almas questionam a garota:

Como? O que quer dizer com isso?

Por acaso estás louca?

Esse cosmo resplandecente... Eu já o senti uma vez...

A criança confirma a impressão do espírito ao fazer uma grande revelação:

Sim, pobre criatura infeliz, contemple sua senhora!!!

Eu sou Hera, a grande Rainha do Olimpo, soberana de todos os Deuses!!!

Isso agita as almas das bestas-feras, que se enfurecem ao ver que aquela à sua frente era uma Olimpiana; e o espírito que havia reconhecido seu cosmo se irrita ainda mais.

VOCÊ!!! Maldita seja você, Hera, que me causou tanto mal!!! – E os gritos da Lâmia, outrora um bela monarca das terras líbias, transformada em um monstro rancoroso graças aos ciúmes de Hera, ensurdeciam a todos.

Hera: E quanto ao mal que TU me causaste ao ser amada por Zeus? E teus filhos concedidos pelo adúltero, que de tão belos, me trouxeram dor e inveja? Deveria agradecer-me por minha piedade!!!

A raiva entre os espíritos aumenta, até que a pequena Hera se cansa e os conforta instantaneamente com a sua mirada hipnotizante.

Um silêncio toma conta do salão, e a Deusa inicia sua argumentação:

Todo o sofrimento a qual vocês foram submetidos são culpa de Zeus e de sua injustiça!!! Ele e sua promiscuidade geraram filhos e filhas prepotentes; e o que ele me deu? Personificações de sua brutalidade e estupidez!!! Todas as decisões tomadas por ele são profanas e ridículas!!! Não passa de um idiota imaturo escondido atrás de um valentão rodeado por relâmpagos e trovões!!! Até mesmo nosso pai Cronos não foi tão fraco e impotente!!!

Está na hora de Zeus e seus filhos e irmãos deploráveis serem eliminados, e uma nova era de Justiça e Ordem ser iniciada sob meu comando!!!

E um calmo e sereno espírito questiona:

E onde nós entramos nessa história? Porque deveríamos confiar em uma garotinha se passando por Hera?

Hera: Diferentemente “dele”, eu cumpro minhas promessas... E se juntarem-se a mim em minha luta legítima, lhes darei a recompensa merecida.

???: Qual recompensa?

Hera: Como ousa me questionar? Digo que lhes darei um poder nunca antes visto, e lhes tornarei Deuses!!!

E como fará isso? – indaga outra alma.

AAAAAH!!! Calem-se todos!!! Por acaso duvidam da grande Hera? – responde Hera, desconfortável, como uma criança ao ser desafiada.

E eis que usando sua adaga, corta alguns fios de cabelo e os lança contra seus opositores.

Tomem isto e vejam a prova do meu poder!!!

Neste momento, os seres, antes nuvens disformes de energia cósmica negativa, ganham corpos perfeitos e uma forma real e vívida graças aos cabelos de uma Deusa...

Impressionados e realizados por agora possuírem uma forma humana, os seis monstros se ajoelham diante de Hera e juram fidelidade:

Tu és nossa senhora, e lhe devemos obediência, ó bondosa Hera!!!

E Hera abre um sorriso de felicidade e euforia, agindo como se ganhasse um presente.

Isso é tão bom, hahahahaha!!!!

Agora, que mostraram sua gratidão e obediência, lhes darei o poder das Armaduras Divinas, e o conhecimento secreto dos Deuses!!!

Ao dizer isso, a gratificada miniatura de Deusa evoca uma cosmo-energia iluminada e bela, e plumas de um Pavão majestoso rodeiam suas costas - uma aura de poder infinito.

Então surgem seis Armaduras Divinas; tão brilhantes como a luz solar; cada uma correspondente à criatura que a trajara.

Esta grande força envolve os seis seres mitológicos, que agora se tornam Semideuses, com o poder e perfeição de um Olimpiano.

Hera: Agora partilham do meu sangue e poder. Tornar-se-ão meus guerreiros e defensores do meu ideal.Mostremos nossa força a Zeus e sua escória; façamo-lo tremer mais do que tremeu perante o grande Tífon!!!


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Notas finais do capítulo

*Decidi dar um tom "arcaico" para alguns personagens (em destaque, os Guardiões dos Ventos) para fortalecer a parte "épica" do conto (que tem grande inspiração na narrativa da "Ilíada" de Homero e outros textos Gregos), e também definir o tempo em que estão ali. Os vejo como homens que perderam o contato com a Civilização há muitos anos, e por isso se utilizam de um palavreado antigo e "pesado". Seus nomes e trajes têm relação direta com a região que representam; pretendo detalhar isso nos próximos capítulos, e ainda realizar trabalhos de arte para ilustrar a concepção deles e de outros personagens.

*A razão para a Deusa Hera surgir, e de certa forma, "agir" como uma criança mimada também tem motivos inspirados na Mitologia Grega, que irei esclarecer em breve. *Nomes e expressões em negrito terão grande importância no decorrer da História.



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