Continuei com o carinho e não escutei um protesto sobre isso. Mas é claro que tudo que é bom, dura pouquíssimo.

—Luna, o que está fazendo? — questionou ele, de repente, segurando fracamente meu pulso.

Desvencilhei-me e aproximei-me de seu rosto. Dessa vez, eu podia enxergar seus olhos arregalados, olhando-me com estranheza — como se eu fosse a esquisita aqui, né...— e com curiosidade.

— Você disse que eu podia fazer o que quiser, Jimmy — sussurrei, perto de seu ouvido. Tenho leve impressão de que meus seios estão roçando na sua cara nesse exato momento.

— Eu disse “você pode fazer o que quiser” e não “o que quiser comigo”. Tem uma grande diferença, sabe?

Me afastei e liguei o celular, com a luz fraca nos iluminando.

— Por que sempre se esquiva de mim? — sentou-se na minha frente, suspirando pesadamente.

— Eu não me esquivo de você, é só que…

— Que…? — incentivei-o a falar.

— Eu beijo muito mal, Luna.

Foi tudo.

Eu. Beijo. Muito. Mal.

— Essa é sua desculpa?! Sério, Jimmy? Nem para inventar algo convincente?

— É sério! Quando beijei uma garota da quarta série, ela me disse que eu beijava muito mal, então…

— Vamos ver se é verdade.

E então, subitamente, eu o beijei.