Neverland

Tudo estava muito enfeitado, colorido, com pessoas que geralmente se odeiam e quase sempre estão tentando se matar por ai conversando normalmente. Isso a deixava com raiva. Tudo o que ela mais desejava naquele momento era sair de lá e poder ser quem ela realmente era, mas para sair, ela teria que sair sem ser notada por ninguém. E "por ninguém" quer dizer não ser notada por seu pai. Como ele nunca a notava, ela resolveu sair normalmente de lá e ir para seu navio, onde poderia se sentir bem.

Sua vida era como um novelo de lã, muito complicado de desembaralhar. Nunca havia conhecido sua mãe, e seu pai nunca gostou dela. O lugar onde ela vivia era o pior. A trazia tantas memórias de quando havia um amigo, que na verdade sempre fora um traidor. Ela sabia que estava sozinha nessa, sempre soube.

Enquanto caminhava pela floresta, a garota avistou algo, uma alavanca. Puxou-a e viu uma rocha ir para o lado, como uma porta. Era, obviamente, a entrada para algum lugar, ela apenas não sabia o que havia dentro desse lugar. A curiosidade tomou conta de seu corpo e, ao dar o primeiro passo dentro daquele buraco, ela começou a escorregar. Ao cair no chão, a garota levantou-se rapidamente, tirou o pó de suas roupas e viu que dentro desse lugar era extremamente iluminado.

–Não pode ser. O esconderijo do Pan- sussurrou para ela mesma, surpresa

Na hora seguinte, a garota ficou olhando todo o local, onde seu inimigo mortal vivia, até ouvir um barulho. A garota já sabia quem estava por vir, então, apenas sentou na cadeira que ficava na mesa de jantar, a cadeira dele.

–Olá, Peter. Eu pensava que você só iria chegar mais tarde

–Como você descobriu aqui?- Peter perguntou, aproximando-se de sua cadeira

–Você achou que eu não a encontraria? Não seja bobo, Pan. Nós dois sabíamos que mais cedo ou mais tarde, eu acabaria encontrando o seu precioso esconderijo

–Saia daqui, agora

–Claro, mas saiba que eu voltarei. Foi uma visita agradável, Pan- a garota disse sendo sarcástica enquanto caminhava em direção a saída

–É sempre bom te receber aqui, Hook- o menino retrucou, cinicamente- Até mais

A menina saiu do esconderijo do garoto e foi a seu navio. Ao chegar lá, encontrou seu pai bebendo com sua tripulação; ele a chamou para sua cabine e disse:

–Amanhã você estará indo para Auradon, Catherine