Damon●

Bem, hoje ficamos até bem tarde, papá! – Comentou a Bea observando o pôr-do-sol

Verdade ursinha, até estou admirado como a vossa ainda não ligou – Rimos em conjunto

Elas devem estar entretidas demais com o casamento e a Layla – O Kai argumentou

Ou devem estar a dormir, elas têm dormido muito também! – Comentou o Duarte enquanto caminhávamos para o carro

Bom, como nenhuma das duas atende, suponho que o Duarte esteja certo nesta! – Sorriu depois de ligar para as duas

Não tem problema, já estamos a chegar! – Digo quando entramos na rua da casa, uma vez que a praia fica a 10 minutos de casa. Assim que chegamos, estava o telemóvel da Elena caído em frente ao pequeno jardim da frente, a porta entreaberta e nenhum sinal das morenas, bom pele menos não no rés-do-chão, porque assim que subimos as escadas, ouvimos a voz da Bonnie e da Layla

Meninos! – Surpreendeu-se assim que saiu do quarto do Filipe com a Layla. Cumprimentou o Kai e passou a filha para o colo dele

A mamã? – Perguntaram os gémeos em uníssono

Se não estiver a comer, com certeza está a dormir, ela virou uma preguiça com aquela pança grande! – Gozou com a morena fazendo os meus filhos gargalhar e neguei sério – Venham amores, vamos tomar banhoca! O último a despir é um urso malcheiroso! – Gritou, uma vez que eles correram para a casa de banho do quarto deles

Onde está a Elena, Bonnie? – O Kai perguntou

Eu não sei, a última coisa que eu me lembro, foi de ela ir lá abaixo comer e depois recebeu uma chamada, depois disso apaguei com a Layla – Nos olhou preocupada

Eu não acredito nisto! – Passei as mãos no cabelo, nervoso – Como é que ela pode desaparecer assim? – Pergunto visivelmente irritado

Calma, ela se calhar foi comprar comida ou foi até a casa dos pais, já ligaram para ela? – Perguntou

Já, ela não atende – O kai falou calmo

E para mais, o telemóvel dela estava caído à porta… - Alertei

Calma, sabes como ela é, ela é despassarada! – Acalmou a minha melhor amiga

Tia! Vais demorar muito? – Perguntaram da casa-de-banho, fazendo a Bonnie pegar na Layla e ir ao encontro dos gémeos. Passei as mãos no cabelo, nervoso

Bonnie, já voltamos! – Avisei antes de descer as escadas e ela só respondeu um “Tá!”. Comecei a guiar em direção à casa dos meus sogros, não demorou muito uma vez que já era de noite e as pessoas já estavam todas a jantar, provavelmente. Saí do carro com o Kai atrás de mim e toquei à campainha e logo apareceu a Dona Miranda sorridente

Boa noite, queridos! – Cumprimentou-nos

Boa noite, sogrinha! – Ela deixou-nos entrar

Boa noite, tia! – Sim, o Kai e a Bonnie tratam a mãe da Elena por tia, simplesmente por já terem feito parte da mobília daquela casa

Está tudo bem? Os gémeos e a Elena? – Perguntou

Os gémeos estão com a Bonnie em casa – O Kai sorriu

E a Elena, nós pensávamos que ela estava aqui, uma vez que não estava em casa – Tentei disfarçar o meu nervosismo e logo a sua expressão sorridente mudou para preocupada

E já lhe ligaram? – Perguntou

Ela deixou o telemóvel em casa – O Kai suspirou comendo uma fatia de bolo, e encarei-o sério – Que foi? Ainda não jantei! – Defendeu-se e suspirei negando

Miranda, amor, adivinha quem chega hoje! – O meu sogrinho apareceu com o telemóvel na mão – Boa noite, meninos! – Sorriu

Boa noite! – Respondemos em uníssono

Quem? – Perguntou ao marido

O Jeremy, ele avisou que chegava em 10 minutos mais ou menos – Olhou o relógio

Então está explicado! Ela deve ter ido buscar o irmão. – A Dona Miranda sorriu aliviada e senti um pouco do enorme peso sair do meu peito

Então vamos para vossa casa, eles devem lá passar por causa dos gémeos – O meu sogrinho pegou nas chaves do carro e no casaco e assim foi, seguimos todos para a minha casa de novo, onde a Bonnie dava de jantar aos gémeos, o Kai decidiu ir tomar banho também e uma vez que o Jeremy ainda ia demorar por causa do trânsito que havia surgido do nada, decidi tomar banho também. Mas a sensação de a Elena estar em perigo não saiu da minha cabeça e do meu peito. Como nem eu, nem o Kai tínhamos jantando, a Dona Miranda meio que nos obrigou a comer. Quando o Jeremy chegou, já era 00h, mas o meu mundo caiu quando ele chegou sozinho e ainda perguntou pela irmã. Corri até ao telemóvel dela, e reparei que tinha uma chamada da Katherine e ainda umas mensagens e a única coisa que me vinha à cabeça era a Caroline Forbes.

Não! – Falei comigo mesmo atraindo todos os olhares para mim, peguei nas chaves de casa e do carro.

Onde vais? – O Kai perguntou

Acho que já sei onde ela está. Não saiam daqui! – Falei sério e entrei no carro, o ligando em seguida e seguindo para a Agência de Modelos Forbes, Lda.

Sim, a loira psicopata é dona de uma agência de modelos, ela adora moda, era o esperado, mas no fundo, ela recruta algumas das modelos para os seus trabalhos sujos, só aquelas que ela vê que não lhe darão futuros problemas, e como tem muito dinheiro, paga-lhes bem para se calarem. Demorei quase uma hora a chegar, porque a agência fica em Sintra e nós agora moramos do outro lado da Margem, assim que cheguei, entrei como sempre entrei, mas quem estava no escritório da loira, era o marido, Klaus Mickaelson

A Caroline? – Perguntei com raiva

O que tu queres com a minha mulher, Damon? – Perguntou desgostoso

Eu quero que a tua mulher devolva a minha mulher! – Apontei o dedo e ele revirou os olhos

Não tenho nada haver com isso – Voltou a sua atenção para a papelada

O quê? Ela trata dos pagamentos e tu tratas da papelada? És a secretária dela agora? – Perguntei irónico

Eu sou o marido dela! – Sorriu sínico – E uma vez que ela tem estado ocupada, eu tenho liderado a agência

Ela tem estado ocupada com a estupida vingança dela? Ela tem estado ocupada com a Katherine? O que ela fez com a Katherine e porque agora tem a Elena? – Pergunto com raiva

Não sei e não me interessa! – Rebateu

 Não te interessa que estejas a perder a tua mulher? Não te interessa que a tua mulher esteja interessada noutro homem? Ou até mesmo que a tua mulher seja mais dedicada a uma vingança sem sentido do que ao próprio marido e à própria relação? Então desculpa dizer, mas isso não é uma relação, de todo! Mas eu não te culpo, tu és umas das vitimas desta história, tiveste o azar de a amares perdidamente ao ponto de mesmo com tudo o que ela te faz passar, tu continuares com essa esperança, porque eu sei que tu a amas e sei que queres a Caroline de volta, então faz por isso, ela pode dizer o que quiser, fazer o que quiser, mas eu via como ela era louca por ti, e esse amor não se vai sem mais nem menos, ela ama-te, mesmo dizendo que me ama a mim, ela simplesmente se sente iludida por eu ter sido o amigo que tu precisavas de ser. Se tu a amas, Klaus, não desistas dela! – Ele me ouvia atentamente, magoado – Já passaram 11 anos, não deixes prolongar mais isto, se não vais perdê-la para sempre!

Ela está no piso -3 - Disse visivelmente magoado. Agradeci e corri para o elevado e assim que cheguei ao piso -3 comecei a ouvir vozes e abri a porta bruscamente

●●

NÃOOOOOOOOO! – Gritei em uníssono com a Katherine. Ela estava com as mãos amarradas à parede e sentada no chão, pela falta de forças, eu estava amarrado a uma cadeira, pelos pulsos e pelos tornozelos, assim como a Elena à minha frente, só que a diferença era que ela estava com as pernas cortadas e com uma navalha espetada na barriga. Senti o meu mundo cair, não conseguia ver a Elena, uma vez que pela força do impacto ela se inclinou para a frente

Pronto, um bebé por um bebé! – Foi a última coisa que a loira falou antes de sair. A Elena continuava inclinada para frente com a cabeça baixa, reparei que deixou de fazer força nos pulsos e as suas lágrimas começaram a juntar-se com o sangue que caía no chão. Tentei me soltar, mas ela inútil, uma vez que quanto mais me mexia, mais as amarras apertavam.

CAROLINE! – Chamei raivoso – CAROLINE VOLTA AQUI! CAROLINE! – Continuei a gritar, eu precisava de me soltar, precisava de as levar para o hospital, não podia deixar que o meu mais recente filho morresse, não podia causar esse tipo de dor na mulher que amo, ela já sofreu demais comigo, não podia sofrer mais. A porta foi aberta, mas quem passou por ela, foi Klaus que correu até mim e me desamarrou

Desculpa, Damon, tu tens razão! Eu tenho que voltar! – Correu para fora da sala e a primeira coisa que fiz, foi libertar a Elena que me olhava sem expressão, mas saíam lagrimas dos seus olhos como se fosse uma torneira entreaberta, sempre que tentava limpar uma, vinha logo outra, e por aí. Tentei levantá-la, mas a força nas pernas falhou, fazendo-a quase cair no chão, peguei nela ao colo e olhei para a Katherine

Vai, Damon! – Falou enquanto chorava – Por favor, não deixes que nada aconteça – Pediu chorosa e corri dali para fora com ela. A viagem até ao hospital foi rápida, pois mesmo que o hospital dela seja em Lisboa, já eram 2h da manhã e não havia praticamente ninguém na rua. Entrei no hospital com ela no meu colo e rapidamente vieram enfermeiros ter connosco

Por favor, façam alguma coisa! – Pedi, me referindo a ela e ao bebé. Rapidamente veio uma maca e coloquei-a lá e segui-os até chegar ao bloco operatório, onde tive que esperar lá fora. A expressão da Elena, não havia mudado, estava atónica, sem qualquer sentimento à vista, estava completamente sem reação e isso estava a preocupar-me, será que ela ainda sentia o Filipe? Será que ela estava tão quieta para poupar as energias e tentar salvar o filho mais novo? Será que ela vai ficar bem? Só quero que ela fique bem, eu já a magoei demais para uma vida, ela não me merecia na vida dela, mas agora, mais que nunca, não a poderia deixar, eu era o causador desta dor, e tinha que ser eu a tirar ou, pelo menos, aliviar essa dor. Peguei no telemóvel e reparei que tinhas umas quantas mensagens e chamadas, decidi mandar uma mensagem para o Kai a avisar que estava no hospital, mas que logo estaria em casa com a Elena.