Vida Eterna escrita por Anônimo


Capítulo 1
Para tudo há um início e fim




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Segurou aquele pequeno cordão e com leve ressentimento, adormeceu, sabendo que só poderia usa-lo uma vez. Naquela noite sonharia com a Vida ou a Morte. Não sonharia como morreria ou teria um sonho de toda sua vida. O ser Vida ou o ser Morte viria lhe visitar em seu sonho, graças ao cordão.

Após uma batalha em um reino distante, conseguiu aquele precioso objeto, que lhe daria todas as respostas que quisesse. Entretanto, quem vinha responder, era Vida ou Morte.

Não demorou muito para cair no sono. No inicio estava completamente escuro. Mas era diferente de quando dormia das outras vezes. Era como se estivesse acordado, conseguia pensar e agir. E logo, um clarão apareceu, obrigando-o a fechar os olhos. O príncipe estava confuso, sobre o que veria o que escutaria. Seu pai, o rei, tinha lhe avisado para não usar. As maiorias das pessoas ficavam loucas depois. Dependendo do tipo de pergunta.

Abriu os olhos, depois do clarão, e se viu na praça de seu reino, mas todos que passavam não o enxergavam. Sua visão estava embaçada, como em uma memória de um sonho após acordar. Sentado no banco, confuso e com medo, observou. Aquilo não respondia suas perguntas.

— Suas perguntas são complicadas, jovem. — uma voz ao seu lado iniciou. Virou-se assustado. Uma adolescente estava sentada com ele. Tinha cabelos brancos e curtos, olhos castanhos e pele clara. Usava um vestido simples de tom roxo com traços brancos. Ela olhava para frente, e não para ele. — Embora previsíveis.

— Como? Quem é você? — Questionou, sabendo as opções para a resposta.

— Você me conhece como Vida. Mas também sou Morte. — respondeu, finalmente olhando-o. — Estou aqui para responder suas perguntas. — voltou-se para frente, se preparando para começar, suspirando — Estou aqui há muito tempo. Tenho a aparência de uma jovem para representar o inicio da vida, e os cabelos de um idoso para o fim dela. Sou Vida, mas também Morte, pois ela faz parte de mim. A maioria das pessoas me pergunta o que vem depois da vida e eu respondo... Vida. Claro, para iniciar uma nova vida, precisamos passar pela morte. Mas depois sempre vem a vida. Alguns começam uma nova onde acreditam ser o céu, outros, recomeçam em um corpo e mente diferente. E os poucos casos, deixam de ser algo físico e vagam pelo extenso universo, observando, em paz.

— Mas não há um destino igual para todos?

— Não. Você pode escolher o que quer depois dessa Vida. — respondeu a outra, com um sorriso acolhedor — Basta querer. — suspirou — O universo é vigiado por um guardião. Há outros guardiões para outros universos. E eu sou uma agente dele. Ele tem três agentes. O primeiro deles sou eu. O segundo é o Destino, e você o vê na mesma aparência da pessoa qual mais ama ou odeia, pois quem decide quem você irá odiar ou amar, é ele. Mas é claro que ele também faz outras coisas... O terceiro é Tempo. Ele decide quanto tempo cada vida sua durará, e quanto tempo cada planeta, galáxia, estrela e qualquer coisa do universo vai durar. Cada emprego, relacionamento, viagem... Qualquer coisa. O guardião que falei, ele jogou vários objetos preciosos pelo universo, cabendo a vocês acharem caso queiram respostas.

— E porque ele fez isso? — Ele indagou.

— Vocês vão morrer se não fizermos isso. Vocês são tão obcecados por terem respostas para tudo. — disse franzindo o cenho — Não conseguem viver em paz sem elas, ao ponto de iniciarem uma guerra por isso. O guardião fez isso para que nem todas fossem a loucura. E encaminhou nós três, Vida, Destino e Tempo para responder suas perguntas.

— Mas meu povo diz que só você aparece. Ninguém nunca citou Tempo ou Destino.

— Pois o que não lhes deixa dormir a noite é a questão sobre o que vem depois da morte, e só eu posso responder. — Disse rápida — Em vez de aproveitar suas vidas agora, sabendo que um dia ela irá acabar e que por isso deveriam aproveitar, preferem gastá-la com perguntas que um dia terão a resposta de um jeito ou de outro. Vocês se perguntam todos os dias o que irá acontecer, mas por quê? Quando morrerem irão saber, então porque se preocupar? Eu me perguntava isso todos os dias... Até que concluí. Vocês tem medo, medo do que vem depois, de encarar e não estar preparado. Um medo bobo.

— Bobo?! — perguntou o outro, exaltado.

— É bobo, pois não podem evitar. Mas preferem continuar pensando, em vez de aceitar e seguir em frente. — Falou o encarando — Em vez de fazer o inteligente, gastam todos os seus anos com essa preocupação. Não é porque podemos ter várias vidas que uma delas deixa de ter valor para jogarem fora deste jeito.

— Então podemos viver várias vidas? Mesmo?

— Vocês... — continuou — possuem uma alma, e essa alma, quando sua casca morre, pode vagar pelo universo em uma velocidade incrível. Eu não possuo alma, e por isso, assim que eu morrer irei deixar de existir.

— Você vai... morrer?

— Sim. Todos um dia vamos até mesmo o universo qual você está agora. Mas sempre virá outra coisa em seu lugar.

— Como?

— É. Realmente não conseguem conviver com a dúvida. Querem resposta para tudo. — riu — Mas seu tempo acabou. Querem que você acorde agora.

— O que? Mas ainda não terminei! Eu ainda tenho perguntas!

— Viva com elas. Não desperdice seu tempo procurando respostas agora, pois em breve elas virão. Viva. — E a jovem tocou sua testa.

De repente acordou em seu quarto, com um serviçal batendo em sua porta.

Era verdade, o ser humano não conseguia conviver com a dúvida.

Depois daquela conversa, como iria conviver com suas perguntas ainda não respondidas? Questões ficariam martelando em sua cabeça até suas outras vidas, caso a conversa tenha sido real como parecia. Mas ainda não conseguia compreender grande parte daquilo. Queria voltar a dormir e conseguir mais respostas, mas aquilo seria impossível.

Seria que ele também tinha perdido grande parte da sua vida, pensando sobre o assunto? Cientistas e religiosos passam anos refletindo sobre o significado da vida e sobre o que vem depois dela. Quando a resposta é só acreditar.

Era estranho.


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Notas finais do capítulo

Bem... Eu só queria falar que parem de se preocupar tanto com a morte, o destino e etc. Ué, um dia eles chegam. :v Eu só precisa escrever algo, então foi isso. Espero que não tenha confundido vocês.



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