Apocalipse escrita por MapleWolf


Capítulo 7
Amnésia


Notas iniciais do capítulo

Hey yaa!!
Leitores e Leitoras! Feliz Ano Novo! Que seja próspero e cheio de paz, amor, felicidade...
E como não poderia deixar passar essa data, agendei um capítulo para hoje :3 Porque eu sou legal -q
Esse capítulo tá um pouco sanguinolento... Não mentira, tá muito sanguinolento...
Sobre o título, não poderia ser outro, não faz muito sentido, mas vocês já vão entender o porquê de "Amnésia" e.e

— Boa Leitura!
— Não esqueça de ler as notas finais
~May ♥



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Duas semanas se passaram desde a morte de Charles. O grupo chegou aos Estados Unidos à alguns dias, mas já enfrentavam dificuldades: seguiam viagem a pé, o que os deixavam extremamente cansados e famintos. Além disso, era difícil encontrar água ou comida naquela cidade deserta. A viagem pelo mar foi tranquila, puderam descansar e conversar, além do fato de que poderiam pescar para comer. Nick sabia pilotar, ainda que o iate estivesse com pouco combustível, na metade do caminho tiveram que remar.

No fim de mais um dia, o grupo parou para descansar no hall de um prédio, Nick fez uma fogueira para assar os esquilos que tinha caçado naquela tarde. Lizzie estava sentada no chão, encostada na parede observando o fogo, seu olhar transmitia tristeza. Ellie estava dormindo em seu colo, após comer um esquilo, abraçada ao gatinho cinza. Desde que seu pai morreu, a ruiva passou a ser um tipo de irmã mais velha para a menina.

— O que houve? - Nick perguntou, sentando ao seu lado.

— Hoje, eu e Aika encontramos um pássaro... Eu ia trazê-lo, mas não tive coragem para matá-lo... - ela suspirou tristemente.

— Não tem problema. - ele sorriu. - Matar animais não é fácil, principalmente se você gosta muito deles. Deixe a tarefa de caça comigo, você se encarrega de encontrar um carro.

A jovem assentiu com a cabeça, depois fechou seus olhos para dormir.

***

— Então você vai embora mesmo? - pergunta a ruiva tristemente.

Tinha se passado um mês desde que se mudaram para Quebec. A garota estava se adaptando a casa nova, mas ainda não tinha companhia. Seu pai tinha parado de roubar, desde que conseguiu uma fortuna em seu último assalto, ele compartilhou o dinheiro com Steven.

— Eu tenho que ir.. - Steven começou. - Minha esposa e minha filha estão me esperando em Vancouver, e graças ao seu pai, eu finalmente posso voltar para elas.

— Mas... E eu? Eu não quero ficar sozinha...

Steven bagunçou seus cabelos e sorriu:

— Você não vai ficar sozinha, com certeza vai fazer muitos amigos na escola. Além disso... - ele se aproximou para sussurrar em seu ouvido. - Seu pai vai trazer um animalzinho para você... - ele levantou e piscou para ela.

A garota pensou um pouco e depois assentiu. Steven a abraçou apertado, ele sentiria muita falta dela, Lizzie era como uma filha para ele, depois disso foi embora. Naquele dia a ruiva conheceu a dor de ter que se despedir de alguém querido e se entregou à solidão.

***

— Aika... Me deixa dormir... - gemeu a ruiva, despertando com os latidos e choramingos da collie.

Ela abriu os olhos lentamente, estava em um cômodo escuro, e sozinha. Ficou confusa, pois o hall era grande e iluminado pela luz fria do luar. Sua cabeça doía. Ela olhou em volta e percebeu que estava em banheiro. Os latidos de sua cachorra chegavam aos seus ouvidos, ainda que estivessem distantes. O que teria acontecido? Lizzie não conseguia se lembrar. Estava com frio, só então percebeu que estava apenas com suas roupas intimas, ela tentou mover suas mãos para tirar os cabelos da frente, mas não conseguiu. Seus pulsos estavam amarrados. Teria sido sequestrada? Onde estariam os outros?

O desespero começou a subir à sua cabeça. Ela se levantou cambaleando e se olhou em um dos espelhos inteiros do banheiro: estava com um corte na testa e uma mecha do seu cabelo estava empapada de sangue, quase coagulado. Talvez tivessem dado uma pancada em sua cabeça para desmaiá-la, o que explica sua amnésia repentina.

Do lado de fora começa a ecoar passos pesados e sons de chaves batendo uma nas outras, esses barulhos estavam ficando cada vez mais altos, alguém estava se aproximando. A porta se destranca. "Lembre-se: se não puder usar as mãos para se defender, use seus pés." a voz de Steven ecoou em sua cabeça. Ela tomou coragem e ficou ao lado da porta, encostada na parede. A porta se abre devagar e surge um cano de pistola, sendo segurada por um homem.

Assim que parte do corpo do homem atravessou a porta, a ruiva chutou sua mão, fazendo a arma voar. Ela não deixou o homem arrumar as ideias na cabeça; sua perna que estava no ar voltou-se para baixo, acertando a cabeça do homem com o calcanhar. Atordoado, o homem cambaleou para dentro e Lizzie o chutou, fazendo-o perder o equilíbrio e cair de cara no chão. Rápida como um gato, ela sentou em suas costas, prendendo seus braços com os joelhos.

— QUEM É VOCÊ?! - ela indaga irritada e assustada.

— Eu não sou ninguém! Me solte, sua vadia! - o homem respondeu enfurecido.

As mãos leves de Lizzie percorreram o bolso do homem e encontraram uma faca, enquanto se soltava, resolveu distraí-lo:

— O que fizeram comigo e com meus companheiros?

— Com você nada, ainda... - ela sentiu a malícia em sua voz. - Mas eu não posso dizer o mesmo de seus amigos...

— Onde estamos? - ela questiona, corajosa.

— Pra você não importa, vadia!

— Eu vou te mostrar quem é a vadia!

Com as mãos livres, ela empunha a faca e a enfia lentamente no braço direito do homem e puxando para baixo, cortando o músculo em dois. O grito de dor do homem não podia ser mais satisfatório para a jovem psicopata. Quando a faca chegou ao cotovelo ela voltou a falar:

— ONDE ESTAMOS?!

— Em... Um prédio...

— E minhas roupas?!

— Eu não sei...

— Como eu saio daqui?!

— Isso eu não vou dizer...!

Ela retira a faca do braço ferido com violência e repete o processo com o braço esquerdo.

— COMO EU SAIO DAQUI, SEU ARROMBADO?! - ela questiona.

— Pelo... Estacionamento... Mas você não vai conseguir... Tem homens pelo prédio todo...

— Muito obrigada. - e ela dá o golpe final enfiando a faca na nuca do homem.

Satisfeita, ela veste a enorme camisa xadrez do homem e a calça, mas foi preciso apertar bem o cinto e rasgar a barra da calça para que ficasse bom em seu corpo. Prendeu o cabelo, pegou a faca e a arma e saiu, lembrando-se de fechar a porta atrás de si. O corredor estava vazio e tinha dois caminhos, esquerda e direita. Os choramingos de Aika ecoam pelo corredor outra vez, e ela os segue, pela esquerda. O corredor tinha várias portas, todas trancadas, mas ela sempre conferia para ver se tinha alguém dentro do cômodo.

Vozes começam a surgir do fim do corredor, ela rapidamente se esconde atrás de uma maquina de lanches e prende a respiração.

— Onde está o Ben? - um dos homens pergunta.

— Ele me disse que ia ver a garota. - o outro homem responde, mas essa voz soava familiar para Lizzie.

Os homens passaram pela garota sem notá-la.

— Esse grupo que vocês encontraram... - o homem com a voz familiar começou. - Era grande?

— Não... Só tinha um casal, uma garota, um cão e um gato. Por quê? Está procurando algo?

— Não, é só curiosidade...

Lizzie continua seguindo pelo corredor, em silêncio, até chegar à uma escada. Sem outra opção, ela desce. Para sua infelicidade, o andar de baixo tinha muitos corredores, cheios de portas, como se fosse um andar com muitos escritórios. Ela segue silenciosamente pelo primeiro corredor, imaginando que seria mais fácil começar pela ponta.

— Ei, você! - um homem atrás dela a chama.

A ruiva se vira rapidamente, apontando a arma para ele:

— O que é? - ela pergunta em tom tedioso.

O homem ruivo engole em seco e continua:

— Você é uma das prisioneiras! E está com a roupa do Ben! O que você fez com ele?

— Não é da sua conta, e se ousar gritar eu atiro em você.

— Olha que gracinha, ela sabe usar uma arma! - o homem riu debochando.

— Onde está a collie que estava comigo? - ela pergunta impaciente.

— Vai me dizer que se eu não falar você vai atirar?

— Vou.

— Você está blefando!

Já irritada, ela mira no joelho esquerdo do homem e atira.

— Quem é que tá blefando mesmo? - ela diz com o máximo de paciência possível, provocando-o. - Onde é que ta a minha cachorra, seu merdinha?

— Ela... Ela tá no andar de baixo, no número 5.

— Obrigada. - ela atira em sua cabeça logo após.

"Não sou obrigada a aturar desaforo..." ela pensou consigo mesma.

Ela desceu pelas escadas, impaciente, começou a procurar pela porta com o número 5. Não foi tão fácil de encontrar, as portas tinham números aleatórios, mas a jovem conseguiu encontrar.

— Aika...? - ela sussurrou na fechadura da porta.

A collie ganiu em resposta.

— Eu vou tirar você daí.

Ela tomou distância e atirou na fechadura. Esse era seu jeito de destrancar portas. Ela entrou sem muita cautela, abraçou sua cachorra, esta que abanava a cauda e lambia seu pescoço. Aika estava ferida: uma de suas patas traseiras estava sangrando, mas não era algo grave. Mas adiante estava o pequeno corpo do gatinho cinza de Ellie, estirado no chão, sem sinal de vida, em volta uma poça de sangue. Seu pelo estava empapado do seu próprio líquido vermelho. Lizzie ficou chocada inicialmente, mas logo se transformou em raiva.

— Certo Aika, vamos lá.

— Vão aonde? - um homem grande e moreno na porta questionou, com um sorriso desafiador.

— Olha... Eu acho que não é da sua conta... - ela responde indiferente, aceitando o convite para a briga.

— Como você é educada... - ele responde, irônico.

— Obrigada. - ela sorri, provocando-o.

O homem saca sua arma, mas Lizzie foi mais rápida e atirou em seu pé.

— Olha que coisa! Tem um furo no seu sapato! - ela comenta com o tom mais sarcástico possível. - Poderia me dizer quem foi que fez isso com esses animais?

— Fui eu mesmo... - ele responde, tentando esconder sua dor.

— Ahh... - ela o olha de cima a baixo, com desprezo. - Não seria uma pena se te torturassem também?

— E quem vai fazer isso? Você? - o homem ri em deboche.

A ruiva revira os olhos e puxa um porrete que estava encostado no canto. Fazendo cara de paisagem e se aproximando furtivamente do homem - que ainda gargalhava. Ela acerta o mesmo pé que ela atirou.

— EU TÔ COM CARA DE QUEM TÁ BRINCANDO?! SEU FILHO DUMA PUTA! SE ACHA SÓ PORQUE TEM TAMANHO! - e antes que ele pudesse dizer algo ela bate, com força, em seu rosto com o porrete. - COMO SE SENTE? APANHANDO DE UMA GAROTINHA! SEUS PAIS DEVERIAM TER NOJO DE VOCÊ, SEU PROJETO DE SER HUMANO!

Enfurecida, ela o puxa para dentro da sala, fazendo o homem se desequilibrar e cair no chão. Vingando Aika, ela perfura toda sua perna com a faca. O homem gritava de dor, estimulando ainda mais Lizzie, que abria um sorriso maligno e esfaqueava com mais vontade.

Com seu braço dormente, ela o chuta de lado, para olhar bem no fundo de seus olhos:

— Quais são suas últimas palavras? - ela ainda sorria como uma psicopata.

Vai pro inferno!— Ele disse, com os dentes semicerrados.

— Com muito prazer, quem sabe nos encontramos lá? Otário! - sem pestanejar, ela enfia a faca no olho do homem e pisa sobre ela, garantindo que chegaria ao cérebro.

Ela saiu do cômodo, sem nem puxar a faca de volta, deu a ordem para Aika farejar Ellie e Nick. A collie, obediente, se pôs a atender ao pedido de sua mestra. As unhas da cachorra batendo no chão era a única coisa que se ouvia. Aika farejou mais algumas portas e latiu em frente a uma com o número 19.

Lizzie girou a maçaneta, mas a porta estava trancada, ela atirou na fechadura e chutou a porta com violência. Ellie estava amarrada à uma cadeira, chorando, e com um enorme corte em sua bochecha, o sangue escorria pelo seu rosto angelical. Aquilo enfureceu Lizzie ainda mais.

— Quem fez isso com você? - ela perguntou, tentando manter a calma.

— E-ele. - ela fez um movimento com a cabeça, denunciando o homem magrelo que se escondia atrás de uma caixa.

Lizzie se aproximou, respirando fundo e bufando. Quando ficou à menos de cinco passos do homem ela parou:

— Por que está se escondendo? Está com medo? - ela pergunta calmamente.

— Não, mas... Disseram que uma prisioneira escapou e está matando todos.

— Ah... Vejo que as notícias aqui se espalham como fogo... E é verdade, chegou sua hora.

Ela sacou a arma da cintura e atirou no joelho, mas a munição tinha acabado. A ruiva bufou e jogou a arma no pé descalço do homem, e sem o deixar soltar uma interjeição de dor o atingiu com um soco na barriga e um no rosto.

A jovem esperou ele se recuperar

— Vem. Ou está com medo? - ela o desafiou.

— Ora sua!

Os dois começaram a lutar. Lizzie estava se divertindo muito com aquilo, pois ela sempre conseguia desviar dos socos do magrelo. Mas ela se cansou daquela brincadeira banal. Com a astúcia de um ninja, a ruiva o golpeia com soco no nariz - aparentemente quebrando-o - seguido de uma joelhada na barriga. Foi o suficiente para fazê-lo ficar sem fôlego.

— É só isso que você pode fazer?! - ela o provocou.

O homem levanta cambaleando e limpando o nariz - que sangrava. Mas ela não deu o tempo necessário para que ele botasse as ideias em ordem, voltou a golpeá-lo com vários socos, até sua mão ficar dormente outra vez. Mais uma vez ela se cansou da brincadeira. Puxou uma faca que estava em cima da caixa e esfaqueou sua barriga, próximo do pulmão, e puxou para baixo, abrindo seu abdômen e deixando seus órgão à mostra.

Depois, desamarrou Ellie. A menina abraçou a jovem e agradeceu, mas a ruiva nada disse. Estava pronta para ir procurar Nick, quando Aika chamou sua atenção.

— O que foi garota? - ela a seguiu. - Encontrou algo?

Aika latia para a caixa. Lizzie foi conferir e encontrou algumas pistolas e munição.

— Mas que delícia... Eu estava mesmo precisando disso!

Lizzie encheu os bolsos da calça de munição e pegou quatro pistolas carregadas.

Finalmente saíram daquele cômodo. Aika começou a farejar o ar e seguindo o cheiro de Nick. Desceram mais um andar. Este era diferente: tinha uma fonte no centro, e ao redor paredes e quatro portas. Em uma das portas podia se ouvir o tumulto que se fazia dentro do cômodo. Lizzie pediu para Ellie esperar com Aika na escada enquanto ela ia procurar por Nick.

Ela chegou perto da porta e ouviu risadas e conversas, no qual ela não conseguiu entender. A porta estava encostada. Ela iria fazer uma entrada um tanto... Ousada.

Lizzie chutou a porta violentamente e entrou atirando com uma arma em cada mão. Os tiros eram certeiros, logo mataram os sete homens que estavam na sala, mas sem que percebesse, foi baleada no braço esquerdo. Ela ganiu de dor, mas não deu a atenção necessária, afinal, seu parceiro era mais importante. Nick estava nas mesmas condições de Ellie amarrado na cadeira; porém ele tinha sido muito maltratado, os homens agrediram-no, seu rosto estava coberto de sangue e inchado, além de vários cortes.

— Nick! - ela correu até ele e o desamarrou. - Meu Deus!

— Lizzie... - ele disse com dificuldade. - Você precisa sair daqui...

— Eu não vou sem você!

Ela ouve passos atrás de si, rapidamente se prepara, mirando na direção da porta. Um dos homens que passou por ela mais cedo entra e aponta sua arma para ela, mas ele logo abaixa.

— Lizzie? - ele parecia feliz em vê-la.


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Notas finais do capítulo

Hey yoo!
Chegamos ao fim do ano... Ainda bem, porque eu não estava mais aguentando! Tava muito chato ;-; Como dito nas notas iniciais, feliz Ano Novo!

Bem sobre o capítulo... Ele está confuso, eu sei, tem bastante sangue, eu sei, o gatinho cinza morreu, eu sei, essa ideia brotou na minha cabeça, eu sei... Não pera -q
EU CRIEI UMA PSICOPATA!! Huashuash. Ela é meio estressadinha, não? Mas eu gosto dela 'u' O que será que aconteceu para ela não se lembrar? e.e E quem é esse cara que sabe o nome da Lizzie? O.õ
Só no próximo capítulo e.e
Um pouquinho de suspense para começar o ano não mata ninguém e.e

Esse capítulo deu um certo trabalho, mas ficou bom...

~May



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