Grenada escrita por ElenaraCastro


Capítulo 12
XII


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, mil desculpas pela demora! Estava atualizando no Wattpad, só que esqueci de postar aqui XD desculpa mesmo.
Mas agora já vou deixar programado os capítulos, então... Boa leitura!



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– A senhora quer que eu roube o colar do menino? - Esperanza perguntou sem entender muito bem o que a avó queria.

– Roubar não. Pegar o que nos pertence. - A avó falou destemida. Não conseguiu o colar de volta por bem, pois agora iria conseguir por mal.

– Mas avó, eu não posso arrancar o color do pescoço do garoto. Eu posso ser presa. - Falou indignada. Suas mãos tremeram quando a avó levantou de supetão derrubando a cadeira.

– Você é tão burra quanto parece! - Gritou. Esperaza não pode nem ficar ofendida, pois tinha certo medo da avó, aquele sentimento predominava no momento. - Você não ouve o que falo e depois fica falando besteira, menina! Eu não disse para você roubar o colar quando estivesse nele, e sim quando não estivesse no garoto.

Esperanza tinha certeza que a avó não tinha dito aquilo, mas não iria desmentir-la. Olhou para as mãos, o esmalte vermelho descascando em suas unhas.

– A senhora poderia repetir o que eu devo fazer? - Perguntou torcendo para que ela não a transformasse em sapo... De novo. Ainda lembrava o quão nojento foi comer moscas por um dia.

– Eu sempre faço, não é mesmo? - A encarou. Respirou fundo e começou a falar pausadamente. - O garoto dorme com a janela aberta, no segundo andar, a última janela da direita. - Informou como se já estivesse tido naquela casa. - Sim, eu já estive lá. - Falou como se tivesse adivinhado os pensamentos da neta. Talvez tivesse. - Um tempo atrás. Bem, voltando a explicar novamente o que irá fazer. Você vai entrar no quarto no meio da noite usando a sua vassoura. Já aprendeu a usá-la ou terei que ensiná-la de novo?

Esperanza apenas balançou a cabeça negativamente para a avó, não sabia muito bem ainda, mas não queria que a avó ensinasse novamente.

– Muito bem, assim que entrar no quarto, o mais silenciosamente possível, O MAIS SILENCIOSAMENTE POSSÍVEL, pegue o colar onde estiver e saía do mesmo jeito : em silêncio. - Explicou e virou para sair dali, ainda tinha que terminar poções e mais poções.

– Mas, avó... - Esperanza chamou ainda olhando para as mãos. - E se ele estiver usando o colar?

– De um jeito, e não estrague tudo. - Respondeu sem olhar para a neta. Revirou os olhos e saiu dali, deixando Esperanza apreensiva.

E se eu estragar tudo?

.......

Está com fome? - Ben perguntou no outro sofá, observado Skyler ler um livro. Era sexta-feira a noite, e ali estavam os dois.

– Não. - Respondeu sem parar de olhar para as páginas amarelas do livro.

Okay. - Olhou para à TV sem muito interesse. - Então, estava pensando sobre o pedido da mão daquele seu amigo Marcus...

– Matthew. - O corrigiu. Marcou a página com uma folha de papel que tinha encontrado na cozinha, e começou a prestar atenção no que o pai dizia.

– Sim, Matthew... Bem, eu disse que não, mas talvez eu diga sim. - Concluiu.

Skyler levantou e se espreguiçou, estava sentado ali desde às seis horas depois que jantou.

– Por que?

– Acho que... Seria bom pra você. Sair um pouco com um amigo.

– A verdade é que eu não queria ir, não estou com vontade. Mas se eu falar que não quero, ele vai ficar chateado. - Confessou.

Ben desligou a TV e encarou o filho. Abbey tinha ido à casa de uma amiga e estavam as sóis.

– Lembro que sua mãe reclamava. - Sorriu relembrando. - Que você sempre queria ir à algum lugar com seus amigos.

Skyler respirou fundo, torcendo para que o pai não percebesse que estava desconfortável para ele, falar sobre aquilo.

– Eu acho que mudei. - Segurou a barra da camisa velha que usava para dormir.

Ben olhou para os pés descalços. Ele não queria que Skyler tivesse mudado. Claros que ele não seria tão alegre como antes, mas vê o filho sempre pensativo e com um olhar triste era péssimo.

– Tem certeza?... De que não quer ir?

– Não sei, ainda têm alguns meses para o final das aulas. - Falou. Talvez fosse bom ir dormir. Fingiu um bocejo. - Acho que já vou dormir.

– Tudo bem, tenha uma boa noite. - Ben sorriu. O acompanhou com o olhar até ele subir todos os degraus e sumir de sua visão.

........

– Tudo bem. Eu sei fazer isso. - Esperanza tentava se equilibrar na vassoura com magia da avó. Não podia estragar tudo. - Só mais um pouquinho e...

Bum! Caiu com tudo dentro no chão do quarto.

Fechou os olhos, o garoto deveria ter acordado. Era o fim, seria um sapo para sempre. Mas quando tomou coragem para abrir os olhos e olhar em direção a cama, o garoto ainda dormia.

– Ufa. - Levantou. Ainda bem que o menino parecia ter o sono pesado. Colocou a vassoura da avó encostada na parede e se aproximou da cama.

Skyler dormia virado para o lado esquerdo, Esperanza percebeu que ele não dormiu calmamente. Algo na sua expressão entregava isso. Desviou o olhar, não foi para aquilo que estava ali. Precisava pegar o colar o mais rápido possível, mas... Onde ele estava?

Como ela pensava, o colar estava no pescoço dele. Como iria retirá-lo sem acordar Skyler?

Ouviu o barulho da porta abrindo e entrou em pânico, não pensou quando se jogou no chão entrando em baixo da cama. Espiou. Era um homem bem parecido com o menino do colar, o pai dele, talvez.

– Você vem agora? - Abbey perguntou ao marido.

– Já vou. - Respondeu. Olhou para o filho e se aproximou para arrumar o cobertor. Esperanza prendeu a respiração.

Ben ficou ali por alguns segundos, depois saiu apagando a luz do abajur e fechando a porta.

– É melhor pegar isso logo. - Saiu de baixo da cama limpando a roupa. Esticou os braços para chegar até o pescoço de Skyler, onde estava o colar. Mas se tirasse iria acordá-lo com certeza. - Fica quietinho. - Sussurou. - Não acorda. - Começou a tirar o colar dali. - Não...

– Ah. - Skyler acordou em sobressalto. Arregalou os olhos quando sentiu a mão da mulher tampar sua boca.

– Não grita, por favor, sou eu. - Esperanza tentou alcama-lo.

Skyler não se sentiu mais seguro sabendo que era aquela louca. Tirou a mão da mulher e sentou rapidamente.

– O que está fazendo aqui? Você é louca? - Perguntou irritado, o que aquela maluca estava fazendo no seu quarto?

Agora estava, como diziam, " ferrada".


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