– Raven?

– Que é, Jason? — Indaguei enquanto terminava de escrever o artigo que tiraria dessa cidade.

– Nós precisamos conversar.

Três palavras foram suficientes para mover meus olhos do monitor do computador, em direção a irís preta de Jason.

– Pode dizer. — Tirei meu óculos de descanso gigante e o depositei em cima da mesa.

– Eu recebi a tal promoção, Raven. — Confessa num murmúrio.

O ambiente ficou no mais profundo silêncio.

– E o que irá fazer?

– Não sei. Simplesmente não sei.

Sorri, mas não foi um sorriso verdadeiro. Esperei que ele dissesse que não poderia viver sem mim, que queria me levar com ele. Porém, essas palavras não saíram de sua boca.

– Se quiser terminar, não precisa me enrolar com palavras doces. Entendo a sua situação. — Tentei ser compreensiva.

– Raven, eu estou indo para Paris hoje a noite e pretendo não voltar.

Baixei a cabeça para que ele não visse minhas lágrimas. Inútil, já que quando terminara de proferir sua sentença, Jason saiu pela porta da frente e nunca mais voltou.