Velhos Hábitos Não Morrem escrita por GrangerHastings


Capítulo 4
Capítulo 4 - Irracional


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo à Anny Andrade. Pelo simples fato dela ter me presenteado, mesmo sem saber, com várias histórias maravilhosas.



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– Isso foi totalmente antiprofissional, Gina! - Hermione estava horrorizada com a violência da amiga, quando esta contara que azarou Rita Skeeter. Ela, Rony e as crianças estavam na tenda dos Potter na manhã seguinte. - Tudo bem que essa mulher é absolutamente intragável, mas isso poderia custar seu emprego!

– Por favor, Mione, é claro que não. - Respondeu a ruiva, suspirando, impaciente, enquanto escovava o cabelo de Lily. - A imprensa inteira não suporta Rita, eu os fiz um favor.

– Além do mais, não foi ela que prendeu Rita em um pote de vidro, quando esta estava em sua forma animaga. - Rony provocou, rindo, seguido da irmã.

– Isso foi diferente! - Hermione respondeu, franzindo os lábios, sem graça.

– E bem mais divertido! - Gina riu.

– Hermione tem razão. - Harry interveio. Gina revirou os olhos com a ''caretice'' do marido e da amiga. - Tente ser menos impulsiva, querida.

– Se eu disser que prometo vocês me deixam em paz? - Gina perguntou, fingindo-se de inocente. Rony riu pelo nariz.

– Bem, é melhor irmos para a chave do portal. - Rony se levantou.

– Espere. - Hermione colocou a mão no braço do marido. - Rose me pediu para andarmos um pouco pelo acampamento antes de irmos.

– Sim, papai! - A ruiva apareceu por trás do pai. - A maioria das pessoas, vão embora mais tarde. São de tantos países diferentes! Quero conhecer seus costumes! Além do mais, quero conhecer um pouco da cultura da Argentina também.

– Não sei como uma caminhada pelo acampamento ajudaria, mas já que insiste...- Rony pegou a mão da filha e Hermione pegou a mão do filho, acenando para os amigos.

– Ajuda sim, Ronald. - Hermione sorriu e o marido poderia jurar que viu seus olhos brilhando enquanto olhava para a filha.

Quarenta minutos de caminhada depois, Rony poderia ter deitado ali no chão mesmo.

– Agora podemos ir, sim? - Encarou a filha mais velha, tentando lançar-lhe um sorriso, mas suspeitou que o que conseguiu, fora apenas uma careta ofegante.

– É, acho que sim. - Rose deu de ombros, ainda olhando para todos os lados, enquanto parecia fotografar tudo aquilo na mente e tomar anotações mentais.

Rony observou, que Hermione parecia fazer o mesmo, mas mais discretamente que a filha. A grande sorte, foi que a maioria das pessoas estavam dentro das barracas, e os poucos do lado de fora não os reconheceram de imediato. Seria uma bagunça.

– Her-mioni?

Aquela inconfundível voz, com igual inconfundível sotaque, encheu os ouvidos de Rony como o som de uma chaleira prestes a explodir. Notou, que foi o primeiro a virar de encontro a pessoa que falara. Hugo soltou uma exclamação.

– É ele!

– Vítor? - Retorquiu Hermione que pareceu não ouvir a voz do amigo de imediato, e acabara de se virar. - Oh, Merlin! Que bom te ver!

Sorriu para ele. Rony cruzou os braços e inconscientemente, se pôs ao lado da mulher.

– Senhor Krum? - Rose, até então, alheia a tudo que acontecia ali, direcionou seu olhar para o jogador a sua frente.

– Olá. - Vítor sorriu de modo sedutor para Hermione e depois, gentilmente para as crianças.

– Demais! - Exclamou Hugo.

– Meu filho...- Começou Hermione.

– Nosso filho. - Rony se manifestou pela primeira vez e se postou a frente da esposa. Esta, teve que chegar para o lado, pois o ruivo entrara bem no meio do seu campo de visão.

Vítor, que pareceu notar a presença de Rony somente agora, olhou para ele, com certa acidez na expressão.

– Oi, Ronald.

– Como eu ia dizendo... - Hermione retomou a palavra, quando viu que seu marido iria dizer algo mais. - Meu filho é um grande fã. Poderia dar um autógrafo? E talvez uma foto?

– Clarro! - Vítor sorriu, daquele jeito, novamente. Hermione ajeitou o filho ao lado do búlgaro e lançou uma máquina fotográfica a Rony.

– Tire a foto para o seu filho. - Disse, se aproximando dele. - Faça algo agradável. - Terminou, falando bem baixo, para que apenas Rony a ouvisse.

Rony, a contragosto - e lançando um olhar mortífero para a mulher - acatou a seu pedido. Hermione sorria, como se estivesse na foto, observando a felicidade do seu filho. Logo após que o autógrafo foi dado, Rony tinha a certeza que se livrara daquele momento constrangedor.

Estava errado.

– Como vai, Herrmioni? - Vítor tornou a perguntar, como se toda a atenção do mundo fosse para ela. Parecia ter se esquecido da presença de um certo ruivo, a centímetros dela.

– Vou muito bem e você? - Hermione pousou as mãos nos ombros de Hugo que estava à frente dela, e não pôde deixar de notar a carranca de Rony e a cara amarrada de Rose. Resolveu ignorá-los. - Ora, mais que pergunta! - Riu - Dado os recentes acontecimentos, deve estar radiante! Meus parabéns, Vítor. Mesmo. - Sorriu.

O sorriso que Rony queria apenas direcionado a ele.

– Obrrigado. - Krum não parava de sorrir. Isso estava consumindo Rony por inteiro. Quem esse búlgaro caduco pensa que é?– Focê continua linda. O tempo non passa parra você.

Hermione corou. E aquilo era de mais para Rony.

– Por isso me casei com ela!

– Ronald! - Hermione girou o rosto para o marido, se afastando dele.

– Não estamos casados!? - Ironizou o ruivo.

– Desculpe por isso, Vítor, e obrigada. - Voltou o olhar para o homem a sua frente.

Krum riu. E Rony poderia estuporá-lo ali mesmo.

– Casamentos...- Suspirou o - agora - ex-apanhador. - A piorr parrte é o defórcio. Saí de um recentemente.

– Oh. - O tom de voz de Hermione, era de sincero lamento. - Sinto muito.

Ele deu de ombros. Rony queria socá-lo.

– Continuo com o mesmo pensamento de alguns anos atrrás. - Comentou. - Todas as mulherres bonitas são comprometidas.

Hermione sorriu sem graça e Rony não aguentava mais.

– Olhe, temos que nos apressar, caso contrário, perderemos a chave do portal. - Vociferou o ruivo, incapaz de controlar o timbre de sua voz, que se tornara bem mais audível que o normal. - Temos que ir, agora.– Puxou Rose pela mão e agarrou o braço de Hermione. - Foi um prazer. - Apertou a mão de Krum.

– Até mais ver, Vítor. Cuide-se. - Sorriu Hermione, tentando se esquivar dos braços do marido: inútil tentativa.

– Non deixa de manter contato. - Vítor acenou para ela.

Quando Rony finalmente largou o braço da esposa, regressou alguns poucos passos, onde Krum ainda os observava se afastar.

– Na próxima vez, espero que demonstre mais respeito com minha esposa. - Rony cuspiu as palavras como se fossem veneno, e se lhe perguntassem se ele realmente havia dito aquilo, ele não saberia responder.

Virou as costas, dando tempo de enxergar apenas uma expressão surpresa tomar conta das feições duras do búlgaro, que logo se tornaria raiva, ele sabia. Krum era maior que Rony, e se quisesse alguma luta corpo a corpo, certamente venceria. Mas a essa altura, o ruivo não poderia se importar menos. Estava cansado de permanecer calado e dar espaço para esse tipo de coisa acontecer.

Quando chegaram na tenda e Hermione pediu para as crianças ajudarem os tios com o que precisassem, na tenda ao lado, Rony sabia o que viria a seguir.

– Que diabos foi aquilo Rony!? - Vociferou ela. - E o que você disse para Vítor, que o deixou com aquela cara terrível?

– Teremos que concordar que ele já tem a cara terrível.

– Ronald!

– Eu apenas disse para ele ter mais respeito com a minha esposa. - Ele mergulhou o dedo no peito, enfaticamente. - Bastou um simples elogio daquele maldito búlgaro que você corou, Hermione, corou! - A voz dele aumentara gradativamente, conforme ia chegando no fim da frase. - Corou como uma garotinha recém convidada para o baile!

Apesar de sua bochecha se tingir vigorosamente de vermelho, Hermione nem mesmo se recolhera com a voz alta do marido. Ergueu ainda mais a cabeça, se assim fosse possível, e manteve o olhar duro cravado nos olhos azuis de Rony.

– Que vexame! - Ela também alterou a voz. - E não pense que não ouvi, você insinuando para Vítor, que casou comigo apenas por minha suposta beleza!

– Ora, cale a boca! - Rony sentia seu sangue ferver. - Fiquei nervoso, me atrapalhei, não sabia o que dizer! Não me faça pedir desculpas em uma situação que você errou!

– E aonde exatamente eu errei!?

– Inferno! - Rony andou para o outro lado da tenda, bagunçando os cabelos. - Você era todo sorrisos para ele!

Hermione se jogou para trás, caindo pesadamente no sofá, quando uma cadeira voou até o espelho do quarto do casal, e o acertou em cheio. A cadeira quebrou e o vidro trincou.

– DROGA! - Ela se assustou de novo, massageando o peito, ofegante, com o grito repentino do marido. - Desculpe! Eu...eu não percebi que...

– Está agindo como um louco?

Rony encarou a esposa, não tendo certeza se ela realmente dissera algo. Sua voz saiu tão baixa, quase como um sussurro. E ele se lembrou, quase que automaticamente, da voz que saíra do desiluminador, a dezessete anos atrás. Ele caminhou lentamente até ficar próximo de onde Hermione estava sentada e se ajoelhou em frente a ela. Colocou as mãos no joelho dela e por sorte, ela não reagiu. Ele abaixou a cabeça sem saber ao certo o que dizer. Era outro ataque de ciúmes afinal, mas antes, não fizera nenhuma magia involuntária.

Alguns segundos depois, que pareceram horas, sentiu um beijo no topo de sua cabeça e mãos pequenas e delicadas levantaram seu queixo, uma em cada lado. Antes que pudesse encarar a esposa, ela lhe deu um beijo na testa.

– Eu deveria me acostumar. - Comentou e riu cansada. Rony deslizou para o meio das pernas de Hermione, largou-se em cima das próprias pernas e abraçou a cintura dela.

– Meu amor pode ser irracional às vezes...- Disse, com a voz abafada, devido estar com o rosto enterrado na barriga da esposa. Se lembrou, do dia em que descobriu que iria ser pai e passava a maior partes dos dias, com o ouvido no ventre de Hermione, deitado sobre ela.

– Eu sempre espero que você faça o certo. - Hermione disse, abraçando o marido pelos ombros e encostando o queixo no topo da cabeça dele. - E sempre te perdoo quando erra de novo. Acho que eu também sou irracional.

– Hermione e irracional na mesma frase? - Riu ele, contra o abdômen dela. - Você só pode estar brincando.

– Quando se tem Ronald na frase...

– Touché.

Ambos riram.

Rony levantou a cabeça, ergueu o corpo e se sentou ao lado da esposa no sofá, a trazendo para si. Ele beijou os cabelos dela, aproveitando para sentir o cheiro que vinha deles. Lembrou-se, quando se pegava desejando fazer isso na época de Hogwarts e logo se repreendia por achar um grande absurdo. Ou até mesmo, loucura.

Suspirou profundamente o cheiro de sua mulher. Agradecendo por, finalmente, ser livre para fazer isso todas as vezes que quisesse.


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Notas finais do capítulo

Morro de medo de fantasmas, podem aparecer. A opinião de vocês é muito importante!
beijos



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