Rosálie POV

- Rickkkkkk, me devolve minha bonecaaaaaaaaaaaaa

- Se você ta querendo... Vem buscar, Melanie!

- Ahhhhhhh! Me devolve seu...

   O parque estava cheio de crianças, correndo pra lá e pra cá, e seus pais estavam sentados nos bancos vendo seus pequeninos brincarem alegres pelo gramado, eu estava sentada em um dos bancos sozinha, me relembrando do que Bella havia dito...

COMEÇO DO FLASH BACK

  Estava em meu quarto me negando a descer ate a “Santa” estivesse pelo menos a oito quilômetros daqui.

- Ah qual é ursinha, a Bella é uma garota legal! – disse Emmett, eu sei que ela é legal e é por isso que não gosto dela!

- Olha Emmett, ela pode ter ganhado a confiança de vocês, mas a minha não e não adianta dizer nada! – aquela conversa já estava me irritando

- No que vai adiantar ficar aqui trancados no quarto e irritada com a menina que não fez nada pra você, meu amor! – nisso ele tinha razão

- Então vamos para outro lugar – eu disse indo em direção a porta, estávamos descendo as escadas quando escuto a conversa:

   – Imagine-se em um quarto claro e agradável deitado em uma cama quentinha, com as janelas abertas... É verão o ar quente entra pela janela levantando as cortinas ate o ar quente e gostoso chegar a vocês, estão conseguindo imaginar? – A “Santa” já estava dando sua “aula” para a MINHA família... Que ridículo! - é um espaço muito agradável para se descansar, mas não há liberdade, não podem correr, não podem ir ao trabalho ou a escola para verem seus amigos, vocês todo o dia vê sua família te passando coragem para seguir em frente, mas ainda assim vê no fundo de seus olhos a tristeza – ela fez uma pausa, eu não sei a razão, mas eu sentia um grande aperto em meu peito só de imaginar uma criança deitada numa cama, quando continuou sua voz saiu meio tremida – podem imaginar a felicidade em si imaginar no lugar dos personagens de seus livros preferidos? Tendo seus “felizes para sempre”?... – eu não ia conseguir continuar ali, precisava sair dali e tinha que ser agora!

- Rose... O que foi? – perguntou Emmett

- Nada... Só preciso sair daqui agora

- Vou com você...

- Não! Não precisa, eu quero ficar sozinha esta bem, eu volto já, esta bem? – nem esperei por sua resposta e sai o quanto antes de MINHA própria casa, pra ficar mais longe possível daquela garota!

FINAL DO FLASH BACK

   Só de me lembrar de suas palavras e olhando para aqueles pequeninos brincando sorridente a minha frente, me dava vontade de chorar...

- "A criança é um por natureza um ser do encantamento, um ser que experimenta a leveza, e que não retém a dor." (Cris Griscon) – quando percebi Bella estava ao meu lado, na hora eu fechei a cara, e ela continuava sorridente pra mim, será que ela não tinha sequer um dia que ficava de mau humor? Eu heim!

- O que você esta fazendo aqui?

- Vim te ver! Esta tudo bem?

- Claro por que eu não estaria bem?

- Emmett disse que você escutou a minha conversa com a sua família e disse também que queria ficar sozinha... – ah Emmett! Seu bocudo!

- Se você sabia que eu queria ficar sozinha, então por que veio?

- Eu estava preocupada contigo

- Preocupada? Comigo? Hunf! Por favor, EU sei que você não esta nem ai com o meu bem-estar tanto quando eu estou ai com você!

- É ai que somos diferentes, Rosálie, eu me importo sim com o seu bem-estar, não só o seu, mas de sua família.

- Ah, claro! É agora que eu tenho que me sensibilizar com suas palavras e me abrir contigo não é? Mas vou te dizer uma coisinha... Não vai rolar! Não adianta! Eu não vou com a sua cara e não quero ser sua amiga!...

  Fiquei um bom tempo fazendo uma lista para ela do por que eu não gostava dela e ela só me olhavam séria, escutando tudo nunca desviando os nossos olhares até que a minha lista acabou eu não sabia mais o que dizer:

- Rosálie... Você tem inveja de mim? – O QUE?

- Eu? Com inveja? E ainda por cima de você? Há, há, há muito engraçadinha você!

- Por que eu tenho inveja de você! Você tem algo que há muito tempo eu não tenho!

- Ah é! E o que seria? – tudo é claro! A menina é tão sem sal!

- Uma família!

- Como assim? – Que foi? Sou curiosa ta! Admito! Mas parecia que ela não queria contar então mudou de assunto

- Posso te contar uma história Rosálie?

- Sobre o que seria?

- Uma família que não teve seus “felizes para sempre” – eu concordei e ela começou – Era uma vez, em um pequeno Vale no sul da Itália, havia um pequeno vilarejo, todos que moravam lá eram pessoas muito humildes, mas felizes! Todos eram amigos, lá não havia problemas de roubos, e nem pessoas más... As crianças podiam ficar brincando ate ao entardecer sem problemas. E nesse vilarejo morava uma família, era um casal jovem que nunca viam o lado negativo da vida. E esse casal tinha uma filhinha que a amavam muito, na verdade todos do vilarejo a amavam ela sempre conseguia fazer nem que fosse a pessoa mais mau humorada ou triste sorrir com pouca coisa, todos no vilarejo a chamavam “Guardia Ângelo” que significa...

- Anjinho da guarda – eu nem percebi que havia respondido

- Sim, essa garotinha adorava ficar correndo pelo vilarejo a procura de uma criança mais nova ou um animal pequeno que precisasse de sua ajuda, ela gostava de se sentir útil, então a apelidaram com esse nome!

   Mas também ela era uma garotinha diferente das outras! Quando alguém estava em perigo ela sabia, ou quando alguém estava muito doente ela sabia mesmo ninguém contando a ela, e todas as vezes que perguntavam como ela sabia, ela dizia:

- Papai do céu, me mandou uma mensagem pelos seus anjos me dizendo que alguém precisava de ajuda!

   É claro que eles acreditavam, pois crianças nunca mentiam! – ela deu uma pequena pausa ela contava a história como se estivesse lá será que... – Mas não era só isso... A garotinha também era especial por que por um simples toque de suas mãozinhas na pessoa doente e sua oração com muito fervor a pessoa era curada. Depois de um tempo fazendo esses pequenos milagres, ela ficou conhecida e pessoas de vários locais a procuravam para ajudá-los, e ela sempre os ajudava com um grande sorriso e sempre respondia para as pessoas: - Papai do céu me deu esse dom para ajudar todas as pessoas, e não guardá-las para mim mesma!

   Mas com esse dom veio à maldição! Todas as vezes que ela ajudava alguém ela adoecia, uma doença que não havia cura só o tempo e muita oração, seus pais não queriam que ela continuasse, mas ela dizia que tinha que ser feito, pois ela gostava de deixar os outros felizes... – ela deu outra pausa e continuou a história agora mais sombria – Foi quando aconteceu... “Homens muito maus vieram conhecer a menina milagrosa, eles a queriam, pois achavam seus poderes eram muito “valioso” para serem desperdiçados sem serem pagos, “gananciosos, egoístas, homens maus” a menininha dizia para eles “eu nunca irei com vocês, eu faço o que faço por amor e não por dinheiro”.

   Seus pais negaram a eles dizendo que eles nunca mais voltem aqui, pois a resposta seria a mesma, mas eles por semanas insistiram, ate que um dia cansados e irritados por um “sim” eles tiveram a grande idéia de levar a menina à força, eles contrataram caçadores de recompensas aqueles que faziam de tudo por dinheiro... Até matar! – ela não estava mais me encarando, ela estava olhando entre as arvores a nossa frente diante do parquinho – A família estava jantando juntos, conversando sobre seu dia, e felizes que sua pequenina não estava mais doente, a última pessoa que ela ajudara estava já em leito de morte, mas ela conseguiu salva-la, mas ela ficou muito doente em conseqüência com febre muito elevada, mas conseguiu se livrar daquele mal e estava muito feliz! Até que... Os capangas arrobam a porta da frente e entram quebrando tudo que havia a sua frente até encontrarem o que estavam procurando, agarraram seus pequenos bracinhos tirando da mesa onde ela estava seu pai tentou a todo custo retira-la dos braços daquele homem, mas ele foi brutalmente assassinado na frente da pequenina que estava apavorada, sua mão conseguiu tira-la dos braços do homem e a envolvendo em seus braços mandando, exigindo que os intrusos fossem embora, mas a sua resposta foi uma bofetada na cara, ela caiu no chão, um dos homens teve a idéia de “brincar” um pouco já que ela seria morta, então eles abusaram da mãe da pequenina, e garotinha não sabia o que fazer! Ela estava horrorizada com tanta maldade naqueles homens, sua mãe mandou ela fugir, mas ela não conseguia sair do lugar, então ela se ajoelhou ao poça de sangue de seu pai e orou “Papai do céu, por favor mande um de seus anjos para fazerem estes homens maus pararem de machucar a minha mamãe!” – ela estava com grossas lágrimas escorrendo de seu rosto, e a minha reação foi enxugar suas lágrimas, não sei por que diz aquilo, mas fiz – Foi aí então, como uma tempestade com raios e trovões seu salvador chega, ele entra em sua casa um homem que nunca havia visto muito belo, ela imaginava que era o anjo que havia pedido a Deus, ele entrou olhou em volta viu a cena, mas não me encarou só ficava encarando a cena horrorosa, então como um raio ele pegou aqueles homens e... Os matou a sangue frio, e do mesmo jeito que entrou ele saiu, mas não antes de encará-la e ela o encarou de volta sussurrando para ele “obrigado” em seguida desapareceu levando consigo os corpos dos homens maus, e ela ficaram ali ao lado dos corpos de seus pais sem vida, e ficou assim por horas. Até que um casal entra na sua casa e vê a cena, horrorizados pegam a menina e a levam para uma cabana eles a alimentaram, a limparam e a vestiram, mas eles não podiam ficar com ela, então a levaram para um orfanato sempre dizendo a ela que iria visitá-la, e foi o que fizeram uma vez por semana eles a visitava e foi assim, se passavam dias, semanas, meses... Anos. Ninguém nunca a adotava, ela sabia que muitos casais a queriam, mas nunca a adotavam e ela não sabia o por que, ela achava que Deus não amava mais, ela tinha virado uma criança triste e solitária. – ela estava soluçando alto e com as mãos em seu rosto – Agora você entende o porquê de eu ter inveja de você Rosálie? Eu não te invejo por ser bela, ou dinheiro, mas sim por ter amor de uma família – ela agora estava chorando, eu não sabia o que fazer foi quando ela me abraçou ainda chorando em meu ombro, então eu a abracei de volta, eu queria perguntar muitas coisas se a historia era dela, quando isso aconteceu, se ela era humana, ou se ela era um anjo ou algo assim, mas a única palavra que consegui desentalar de minha garganta foi:

- Perdão!

                                           Fim do capítulo