Time and Chaos escrita por Kat0203


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi! Ér...não sei o que escrever aqui mas...oi! Obrigada por ler esse primeiro capítulo, sério. Você acaba de deixar alguém feliz ^-^
Tá, chega de enrolação e vamos ao que interessa; esta fic.



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—Ariana, acorde querida. Você vai se atrasar para a escola. — Disse minha mãe, calmamente, me sacudindo. Abri os olhos mas os fechei novamente assim que vi a luz da lâmpada acesa. Deveriam ser umas seis e pouca da manhã, já que tudo estava silencioso.

—Só mais cinco minutos, mãe. — Falei, colocando a cabeça no travesseiro.

—Ariana, você não pode faltar nem se atrasar hoje. É o seu primeiro dia na escola nova! — Minha mãe, ou apenas Margareth, se levantou, deixando um espaço vazio ao meu lado. — Se você não levantar, vou proibi-la de comer sanduíche de manteiga de amendoim com geleia.

Depois que ela disse aquilo, me levantei rapidamente — quase tropecei em um fio no caminho — e fui até a porta do banheiro em meu quarto.

—Já levantei, viu? — Margareth riu e murmurou algo que não consegui ouvir antes de fechar a porta.

Entrei no banheiro e encarei o meu reflexo no espelho. Eu não estava nem um pouco animada para ir à escola. Tenho medo de alguém rir de mim se eu fizer alguma besteira ou de ficarem cochichando sobre a minha aparência. Eu tinha um pouco de vergonha dela algumas vezes. Odiava meus cabelos escuros e minha pele pálida demais. Mesmo rejeitando isso, amava os meus olhos verdes, que eu havia herdado do meu pai. Fora isso, eu sou quase igual a minha mãe, tirando o cabelo vermelho que ela tinha pintado.

Sempre que penso na minha aparência, lembro-me de quando eu tinha oito anos — há três anos — e as pessoas viviam dizendo que eu era igual ao meu pai. Eu não ligava muito, já que ele sempre negava. Só que depois de sua morte, as pessoas pararam de dizer isso. Talvez passaram a me ver como uma coitadinha e não queriam me ver triste. O que elas não sabiam, era que me deixavam brava por não dizer repetidas vezes que eu era igual ao meu pai, já que se fosse por ele, eu estaria morta.

Se não fosse por aquele ônibus, ele ainda estaria vivo...

Afasto os pensamentos sobre meu pai e impeço que as imagens daquela tragédia voltem. Não quero estragar o meu primeiro dia nesta nova cidade dessa maneira.

Após o meu demorado — e nada exagerado — banho, vesti a minha calça jeans escura, a blusa que faz parte do uniforme escolar e meu All Star vermelho. Penteei meu cabelo e fiz um rabo de cavalo lateral para não chamar muita atenção. Tenho certeza que se deixasse meu cabelo solto ou ridículo demais, seria facilmente notada. Arrumei a minha mochila e sai do quarto, indo para a cozinha.

Meu irmão estava sentado à mesa, conversando com a minha mãe enquanto ela fazia suas famosas panquecas. Margareth, antes de nos mudarmos, trabalhava em uma lanchonete bem famosa, já que era uma cidade pequena. Lembro-me que quando papai ainda era vivo, levava eu e Josh e para comermos lá e aproveitar para visitar a mamãe. Eu sempre pedia os deliciosos sanduíches de manteiga de amendoim com geleia — que só a minha mãe sabia fazer perfeitamente — ou as famosas panquecas. Nunca sai de lá triste, nunca...

Me sentei em uma cadeira ao lado de Josh, meu irmão mais velho. Ele era, com certeza, o mais diferente da família. Seus cabelos, herdados do nosso avô, eram loiros e seus olhos eram castanhos claros — que eram muito bonitos, por sinal. Sua pele não era pálida igual a minha, era bronzeada, como se ele fosse todo dia à praia. Ele nem parecia ser mesmo o meu irmão!

—E aí, pirralha? — Cumprimentou Josh com um sorriso, dando uma cotovelada de leve em meu braço

—Oi Josh. — Falei, enchendo meu copo com o melhor suco de laranja do mundo.

—Está animada para o seu primeiro dia na escola nova? — Perguntou ele, roubando o meu copo e bebendo o suco. Revirei os olhos com o ato.

—Eu pareço estar, por acaso? — Rebati, pegando outro copo que estava outro lado da mesa. Josh examinou o meu rosto com a sua famosa cara pensativa. Aquele garoto sabia mesmo como me irritar. —Pare de me olhar com essa cara, Josh!

—Vocês dois, parem de discutir. — Disse minha mãe colocando, calmamente, algumas panquecas em meu prato.

—Ele que começou. — Falei, rapidamente, antes que Josh pudesse constatar de alguma maneira.

—Josh, quantas vezes eu já falei para não perturbar a sua irmã? — Perguntou a minha mãe, virando e indo até a bancada da cozinha. Aproveitei a oportunidade e mostrei a língua para Josh.

—Várias, mãe. — Bufou ele, dando um peteleco na minha testa.

—Ai! — Bati em seu braço, sem força porque não queria ser repreendida também, e comecei a comer minhas panquecas. O ótimo gosto me fez querer dançar e, ao mesmo tempo, chorar. Igualzinha aos velhos tempos...

Enquanto comia, minha mãe fazia tudo com muita rapidez. Ela andava de um lado para o outro, fazendo seus cabelos vermelhos voarem e passarem na frente do sol que entrava pela janela. Soltei um riso ao comparar o cabelo de minha mãe com o fogo, mas fiquei séria ao rever as imagens do carro vermelho amassado daquele dia.

Não, não novamente...

—Josh, leve a sua irmã à escola para mim, por favor? — Pediu Margareth, me tirando dos meus pensamentos. Agora que eu havia percebido como ela estava vestida. Usava uma saia que ia até um pouco acima dos joelhos rosa, uma blusa de manga curta branca e saltos pretos.

—Claro, mãe. — Respondeu Josh com um sorriso. Quantos sorrisos, irmãozinho. Provavelmente ele acordou de bom humor.

—Obrigada, filho. — Ela deu um beijo em nossas cabeças e correu para a sala. — Consegui um emprego em uma lanchonete aqui perto, por isso estou tão apressada. — Mamãe desapareceu de vista e pouco tempo depois escutamos um barulho de coisas sendo reviradas. — Onde foi que eu deixei a minha bolsa? Josh, você viu a minha bolsa!? — Ri com a situação e bebi o meu suco.

—Acho que está no sofá, mãe! — Gritou Josh como resposta e segurando o riso.

Vimos nossa mãe ir até o sofá e pegar a sua bolsa preta de couro. Seu cabelo estava amarrado em um coque e ela exibia um lindo sorriso. Nem parecia que ela tinha quase quarenta anos — que emoção.

—Até mais, crianças. Vejo vocês mais tarde! — Estava quase saindo quando virou-se para nós novamente. — A louça é sua hoje, Josh. Agora sim posso ir. — Ela acenou e saiu de casa, fechando a porta logo em seguida.

Eu e Josh nos entreolhamos e rimos. Me levantei e coloquei os pratos e copos na pia. Ainda bem que não seria eu que lavaria a louça.

—Vamos logo, Ari. — Disse Josh, colocando uma camisa igual a minha e a mochila nas costas.

—Vamos estudar na mesma escola? — Perguntei, pegando a minha mochila em cima da poltrona na sala.

—Vamos, e isso é bom porque vou te caçoar de vez em quando. — Respondeu ele, rindo. Revirei os olhos e fui escovar os dentes. Assim que acabei, saímos de casa e caminhamos até a escola, conversando sobre com ela deveria ser.

—Espero que tenha garotas bonitas. — Disse ele, sorrindo.

—Espero que os professores sejam legais. — Falei. — E também espero que não tenha ninguém como o Eric aqui. — Eric era o valentão da nossa antiga escola. Ele não me provocava, mas provocava as minhas colegas o que não era legal. Acho que ele e o seu grupinho não me incomodavam porque Josh fazia parte da rodinha. Eric falava comigo algumas vezes, mas nunca chegamos a ser amigos.

—Vou sentir falta daquele cara. — Ele se calou por um momento. — Ele gostava de você.

Parei e olhei para ele, surpresa.

—O quê?

—Ah, qual é, Ari. Nunca se perguntou o porquê de ele incomodar todos menos você? — Riu Josh, colocando a mão em meu ombro.

—Nossa, que revelação. — Estava tão chocada que abaixei a cabeça. Nunca achei que alguém poderia gostar de mim. Além do mais, quem iria gostar de uma garota feia como eu?

—Ari, eu sei o que você deve estar pensando. — Disse Josh, repentinamente. Ele segurou meu queixo, levantando minha cabeça, e olhou em meus olhos — Pare com isso, Ari. Você é uma garota linda e com certeza terá vários pretendentes aqui! Se eles conseguirem passar por mim, claro.

Ri e soquei o seu ombro.

—Pare de ser idiota, Josh. Só tenho onze anos!

—E eu tenho treze. Pra mim, você parece uma criança...parece não, você é uma criança. — Concluiu ele. — Se algum garoto chegar perto de você, ele vai para a minha lista negra.

—Idiota. — Falei, rindo. — Agora vamos. Iremos nos atrasar.

Continuamos a andar, conversando menos para não nos atrasarmos.

Assim que entramos na escola, os olhares dos alunos caíram sobre nós. Bem, caíram mais sobre o meu irmão do que em mim, o que eu achei muito bom para um primeiro dia.

—Tente não criar confusão, ok? — Disse Josh, quase sussurrando para mim.

—Eu que devia te dizer isso, idiota. — Falei.

—É, tem razão. Quer saber, vou me perder por aí. — Um quarteto de garotas da idade de Josh passou na nossa frente. — E eu já até sei onde. — Bufei e ele me olhou. — Te dou dez contos da minha mesada se você ficar de boca fechada e não contar para a mamãe.

—Fechado.

Ele me deu uma piscadela e foi na mesma direção que as garotas. Ri e olhei ao redor. Todos conversavam com alguém, tipo todos mesmo. Me senti meio solitária e desconfortável ali, no meio de toda aquela gente. Comecei a andar pelo corredor, meio envergonhada, até chegar ao meu armário. Quando minha mãe me matriculou nessa escola, vim com ela para ver onde era o meu armário e receber a chave dele. Bom, agora estou aqui, prestes a abri o meu armário, em uma nova escola, prestes a conhecer novas pessoas e, assim, ter uma nova vida.

Quando o abri, encontrei os livros que eu havia ganho. Peguei o de matemática e o de ciências, que serão as matérias de hoje segundo o papel com o horário na porta do armário. O tranquei e fui para a minha sala, já que não tinha nada para fazer.

Me arrependi assim que cheguei na porta e todos os olhares pararam em mim. Cabisbaixa, fui até uma mesa afastada de todos e fiquei por lá, esperando a aula começar.

—E aí, novata? — Disse uma garota, na minha frente. Ela era ruiva, tinha olhos azuis e a pele bem branca, como a neve. Era meio fortinha e exibia um lindo sorriso, acompanhado de um brilho nos olhos.

—Ér...oi. — Cumprimentei com um sorriso fraco.

—Qual é o seu nome? — Perguntou ela.

—Ariana. — Respondi.

—Tipo Ariana Grande!?

—EU OUVI ARIANA GRANDE!? — Uma morena com mechas azuis na enorme cabeleira escura chegou voando, quase caindo, em cima da ruiva. Ela deu um enorme sorriso para mim e se virou para a suposta amiga. — Você disse Ariana Grande?

—Disse sim. O nome dela é Ariana! — Falou a ruiva, apontando para mim por um segundo.

—TEU NOME É ARIANA!? — A morena virou para trás e quando ela chegou perto do chão, fez uma cambalhota inesperada. Ela correu até mim e sentou na mesa. — Olá, Ariana! Meu nome é Francesca, mas todos me chamam de Jane porque é meu outro nome. E essa ruiva oxigenada aqui é a Camilla.

—Ei, eu sou ruiva natural! — Protestou a menina, dando um tapa de leve no braço da amiga. — Ariana, estamos aqui para te salvar das pessoas dessa escola!

—Vamos te dar algumas dicas que você deve levar para o resto dos anos aqui. — Disse Jane.

—Se tiver a mesma idade que a gente, no caso onze anos, você sairá daqui com dezesseis.

—Ou seja, mais cinco anos aqui.

—É triste, sabemos, mas pense pelo lado bom...

—Você terá a gente do seu lado!

—Ei, calma aí meninas. Se vocês continuarem assim, não vou entender nada! — Falei, levantando as mãos como se estivesse me rendendo.

—Desculpa, a gente meio que...

—Se acostumou a falar assim quando tem novatos. — Completou Camilla.

—Ok, mas falem mais devagar. — Pedi.

As meninas suspiraram e se acalmaram um pouco.

—Vamos começar pelas pessoas e seus grupinhos! — Disse Jane, se aproximando. — Aquele grupinho ali são as pessoas que gostam de pizza e são nerds. As morenas são Hannah, Ally e Julia. A loira é a Isabelle e os dois garotos são Oliver e Harry. — Ela indicou um grupo de pessoas no outro lado da sala. Todos usavam óculos, menos um garoto que supus ser Oliver. Ele parecia mais um emo do que um nerd.

Desta vez, Camilla se aproximou e indicou um grupo de meninas loiras conversando.

—Aquelas ali são Ambre, Kate e Gabriella. Você não vai querer ser uma daquelas va...

—Camilla, olha o respeito! — Repreendeu Jane.

—Ai, desculpa. Foi sem querer. Mas você realmente não iria querer ser uma delas, sério. — Soltei uma risada com a atitude da ruiva.

—Acho que elas não fazem o meu tipo. — Falei com um sorriso. Meus olhos se direcionaram para a porta quando uns nove garotos entraram na sala. O que mais me chamou a atenção foi um loiro alto, que exibia um sorriso bobo para as loiras.

—Quem é aquele? — Perguntei, indicando o loiro. As meninas não me responderam, porque estavam olhando diretamente para o loiro alto. — Meninas!

—Ahn? Quê? — Camilla saiu do transe. — A-aquele? Ah, ele...

—O nome dele é Andrew. Ele é um dos garotos mais gatos da escola. — Respondeu Jane. — Aconselharia a você não se apaixonar por ele, já tem muitas na fila.

Fiz uma careta e examinei melhor a sala. Meus olhos pararam quando vi um garoto sentado sozinho, afastado de todos. Sua pele era pálida, quase igual a minha, seus cabelos eram de um tom loiro meio castanho e ele usava óculos. Era magro e parecia ser quase do mesmo tamanho de Andrew, ou até maior!

—Quem é aquele? — Perguntei, indicando o garoto solitário que lembrou-me a mim mesma.

—É o Lucas. — Respondeu Camilla. — Ele não fala muito.

—Por que ele não está em um grupinho daqueles?

—Ele é meio...como posso dizer?

—Anti-social. — Disse Jane, poupando o trabalho de Camilla. — Se quiser, pode puxar assunto com ele mas duvido muito que você consiga levar a conversa adiante.

Fiquei olhando alguns minutos para Lucas. Será que eu deveria falar com ele? Não, não quero que ele vá para a lista negra do meu irmão... Ah, quer saber? Dane-se a lista negra idiota do idiota do Josh — que poético —, eu vou falar com ele.

Quando eu estava pensando em levantar e ir até o garoto, o sinal tocou.

—Vish, já está na hora. — Disse Camilla. — A gente se vê no recreio, Ariana.

—É, a gente se vê! — E elas foram para o outro lado da sala, quase perto do Lucas. Maldito sinal!

Os alunos se sentaram em suas carteiras e me surpreendi quando Andrew se sentou na minha frente.

—Ei, esse lugar é meu. — Falou um moreno alto, colocando a mão na minha (ou não) mesa.

—Ahn...e-eu...

O garoto me examinou melhor e deu um sorriso.

—Olha, Andrew. Uma novata. — Disse ele. O loiro na minha frente virou ao ouvir o seu nome.

—Opa, oi novata. — Cumprimentou ele. — Sou Andrew, esse é meu amigo Matt.

—Ér...o-oi. Meu nome é Ariana. — Falei com um sorriso. Me virei para olhar Jane e Camilla e percebi que elas me observavam com uma certa raiva.

—Ariana, é? Nome bonito. — Elogiou Andrew.

—Muito. — Reforçou Matt. — Olha, me desculpe. Não sabia que você era uma novata. Pode ficar aí, se quiser. Eu arrumarei outro lugar. — E ele se afastou, indo para o começo da fileira e expulsando um nerd de lá.

Percebi que Andrew ainda me observava. Seus olhos verdes estavam focados em mim como se eu fosse um objeto muito precioso.

—Algum problema? — Perguntei, tirando-o do transe.

—Não, nenhum... — Respondeu ele com um sorriso o mesmo sorriso que ele deu para as garotas loiras. Por fim, ele se virou para frente e começou a conversar com um de seus amigos.

Ok, isso foi estranho. Muito estranho.

—Bom dia, turma! — Disse uma mulher baixinha entrando na sala. Ela usava um terno rosa feminino e saltos pretos. Seu cabelo estava amarrado em um coque e ela parecia ter mais ou menos a idade de minha mãe. Talvez ela seja a professora de matemática. A mulher foi até a escrivaninha e correu os olhos pela sala, observando cada um. Quando seus olhos pararam em mim senti um certo nervosismo. — Oh, temos uma aluna nova. Que tal vir aqui na frente se apresentar, querida?

Respirei fundo, me levantei e fui até a frente da sala. Todos os olharem pararam e mim e me senti mais nervosa ainda.

Não gagueje, Ari. Não gagueje...

—Meu nome é Ariana White, tenho onze anos e vim de uma cidade pequena, no norte da Califórnia. Sou a filha caçula e amo tigres, mas nunca pude ter um porque...bem, essa parte vocês devem saber. — Falei demais. Eu sempre falo demais.

A sala toda riu, até a professora. Dei um sorriso pensando nas piadinhas que eu teria que aguentar sobre tigres daqui para frente.

—Muito bem, Srta. White. Pode voltar para o seu lugar.

O restante das aulas não foi tão chato como pensei. Às vezes, a Sra. Kelly nos deixava conversar e desenhar depois dos trabalhos. O tempo passou voando e quando vi já era hora do recreio.

Quando todos estavam saindo, Camilla e Jane vieram até mim.

—Você ficou louca? — Perguntou Jane.

—Como teve coragem de falar com Andrew e nem nos convidar? — Disse Camilla mas eu estava prestando atenção em Lucas, que estava guardando o seu material.

Enquanto as meninas falavam no meu ouvido, Lucas saia da sala sem olhar para nada, a não ser para o chão. Eu tinha que segui-lo.

—Meninas, desculpem-me mas preciso fazer uma coisa urgente. — Falei, pegando a minha mochila e saindo, esperando encontrar o garoto.

Eu o estava seguindo até Andrew parar na minha frente, interrompendo a minha perseguição.

—Oi, Ariana. Quer vir lanchar comigo? — Convidou ele com um sorriso. A única coisa que percebi era que ele era muito alto mesmo.

—Desculpa mas estou ocupada agora. — O afastei para o lado e continuei seguindo Lucas sem olhar para trás.

—Ei, você! Espere!

Ele se virou e me olhou espantado.

—Eu te conheço? — Perguntou ele, em um tom meio ignorante.

—Ainda não. — Espero que o meu "ainda" possa ser transformado em um "sim, você me conhece".

—Eu deveria conhecer? — Agora já sei porque ele é solitário.

—Ér...eu não sei, talvez?

Ele bufou e virou as costas, se afastando. Eu não desistiria tão fácil. Continuei seguindo-o, meio que aquilo o irritasse.

—Pare de me seguir! — Disse ele, zangado.

—Não vou parar até você conversar civilizadamente comigo. — Falei.

Ele parou embaixo de uma árvore e se sentou, encostando em seu tronco. O acompanhei e fiquei ali do seu lado.

—O que você quer? — Perguntou ele.

—Quero conversar com você, ser sua amiga...

—Amiga? — Ele soltou uma risada forçada. — Eu não preciso de amigos.

—Claro que precisa. Amigos são as melhores coisas que podem acontecer na vida de uma pessoa!

—Não sou uma pessoa, então. — Disse ele.

—Por favor, me dê uma chance! Só...converse comigo. — Ele ficou em silêncio. Suspirei e tentei me acalmar. Nunca havia insistido por uma amizade antes, também nunca fui uma garota de ter amigos... — Olha, eu...eu nunca insistir por uma amizade antes. Nunca tive amigos, sabe? Sempre fiquei sozinha no meu canto, sem me aproximar de ninguém. Quando eu vi você na sala, sozinho e sem ninguém para conversar, comecei a lembrar de mim há alguns meses. Por favor, apenas me dê uma chance para ser sua amiga.

O garoto me olhou e suspirou. Ele parecia estar mais calmo.

—Seu nome é Ariana, não é? — Perguntou. Assenti logo em seguida. — Prazer, Lucas Novatti.

Dei um sorriso. Acho que esse pode ser o começo de uma grande amizade — ou não!


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Preciso melhorar algum coisa?Beijos de luz :*



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