One-Shot - Clichê escrita por Sheila


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O ano mal havia começado e eu já estava cansado. Era tudo tão igual, tão... Monótono e repetitivo.

Na escola eram os mesmos colegas de sala – tinha uns novos aqui e ali, mas nenhum que fizesse diferença para mim, – os mesmos professores, as mesmas briguinhas, romances, triângulos amorosos… Tudo tão clichê!

Mas espera… A vida é clichê. Que decepção!

Na realidade, o fato de eu estar reclamando da escola, da adolescência, da mesmice e de tudo o mais é clichê também.

Merda, nem eu escapo do clichê!

Mais um dia chato dessa fase horrível e confusa que é a adolescência. Tudo de ruim aparece nessa fase, tudo fica mais dramático, mais confuso, mais indeciso, mais, mais, mais… Mais, tudo é ao extremo.

Pelo menos eu tenho ela...

Sentei na cama após ouvir o som irritante do meu despertador.

Se você gosta muito de uma música não a coloque, em hipótese alguma, como som para lhe acordar. Você passa a odia-lá.

Acredite, isso é uma verdade universal.

Continuei sentado, olhando para o vazio, pensando em nada específico. Na verdade eu estava tentando entender tudo a minha volta. Acordar para mim é algo confuso e muitas vezes completamente desnecessário, mas como eu disse, para mim.

Minha mãe tem uma opnião completamente diferente, o que é normal. As mães tem disso, elas discordam de tudo, nem parece que já foram adolescentes e confusas. Se já passaram por essa terrível fase, deveriam entender melhor, certo?

Mas não, nunca entendem! Isso é enervante e clichê.

Conversei sobre isso com minha mãe e as respostam são as normais:

“Querido, a adolescência é uma fase complicada, nós não conseguimos saber o que se passa na cabeça de vocês. É tudo confuso e rápido de mais. Vocês mudam de ideias, ideais e gostos com uma rapidez incrivel!”

Esse “nós” quer dizer os adultos.

Aquele ser superior que nunca erra, muito menos fica confuso.

Adulto é tipo uma palavra mágica. “Essa é uma conversa somente para adultos”. “Quando for adulto você irá entender”.

Definição de Adulto e Adolescente na cabeça dos adultos:

Adulto: Ser superior que está sempre correto e nunca falha. Eles podem fazer tudo e carregar muito peso nas costas. Só não são imortais, por acreditar que vão super lotar a terra, portanto, são altruístas ao ponto de se permitir morrer.

Adolescentes: Mortais e confusos que estão sempre errados, mas não admitem isso de jeito nenhum! Mesquinhos, se acham os certos sempre! Odeiam os adultos, mesmo sabendo que vão se transformar neles um dia.

Eu estou sendo dramático e isso é bem notável... E clichê.

Mas quem liga?

Eu, com certeza, não!

— Edward, escola!

Vamos lá, para mais um dia!

*****

— Bom dia, Edward!

Suspirei, como sempre faço, ao sentir o beijo tímido e delicado que Bella me dava na bochecha todos os dias.

Branca, ao ponto de ser quase transparente, cabelos ruivos e curtos, olhos verde claro, com 1,60 de altura; é Bella, na verdade é Isabella Swan. Garota inteligente e adolescente de dezesseis anos, filha do chefe de polícia local e minha paixão desde os catorze.

Se ela sabe disso?

Mas é lógico que sim!

Me recusei a conviver com mais esse clichê em minha vida, então, assim que tive oportunidade, me declarei. Gaguejei e suei frio, admito, mas disse tudo.

Nós tinhamos 15 anos e estávamos na biblioteca estudando para um trabalho de Química. Íamos ali com frequência, não era o local mais movimentado da escola, mas alguns alunos compareciam as vezes. Entretanto, mesmo assim, ocupávamos sempre a mesa mais afastada e “escondida”. Ela ficava atrás da penúltima estante.

As mesas ali eram assim, escondidas entre as estantes, para dar mais privacidade e tudo mais…

Foi ali também que eu conheci Bella. Ela acabara de chegar na cidade, consequentemente na escola também. Eu havia faltado no dia anterior e ela sentou na “minha” mesa na biblioteca. No dia seguinte, tive aulas com ela, nós tinhamos todas as aulas juntos, mas não havia prestado tanta atenção... Ela parecia um filhote assustado quando recebia atenção demais, então, resolvi respeitá-la, afinal não sou o tipo sociável também. No intervalo fui direto para “minha mesa” e fiquei surpreso ao vê-la lá. Eu até tentei brincar, mas sou péssimo nisso.

— Ei, essa mesa é minha! – Falei num tom que eu achava ser simpático, mas…

— Oh, desculpe, não sabia que as mesas eram marcadas, vou… – Olhou para as estantes — Vou procurar alguma vazia e isolada como essa. Desculpe!

Alô, eu não sou sociável, como vou saber ser simpático?!

— Não! – Falei apressadamente. — Desculpa, as mesas não são marcadas... Eu tentei brincar, mas sou péssimo nisso, sou horrível sendo social... Me desculpe, pode ficar na mesa tranquila.

Para o meu alívio ela sorriu timidamente para mim, olhei para a mesa e vi o livro que ela estava lendo.

— Harry Potter? – Ela sorriu assentindo, sentei na cadeira a sua frente e iniciamos uma amizade.

Depois da minha declaração ridícula e clichê, ela me beijou.

Disse que eu havia tomado a difícil iniciativa de se declarar, então, a iniciativa do beijo tinha que partir dela. Não argumentei.

Foi perfeito para os dois e houve muitos outros beijos ali.

— Bom dia, Bella!

Sentou ao meu lado e me empurrou de leve com os ombros, um tímido sorriso nos lábios.

Eu sorri timidamente também, balançando a cabeça e olhando para minhas mãos que descansavam em minhas pernas.

As aulas correram como sempre, lentas, tediosas, chatas... Clichês.

Graças a Deus que era um sexta-feira!

****

Bella e eu estávamos namorando há mais de 1 ano. Nos beijávamos com frequência, ambos românticos, então tinha muitas declarações de amor, mas nunca passamos disso, não até aquele momento.

Eu, praticamente, morava no meio da floresta. Aos fundos da minha casa, um pouco depois do meu quintal, havia um lago rodeado por algumas árvores. Sempre que a chuva dava uma trégua e o sol aparecia, nós marcavamos presença ali. Eu forrava um lençol e nos deitávamos, fazíamos piqueniques, liamos algum livro, namorávamos ou só ficavamos ali, aproveitando a natureza e a presença um do outro.

Foi o que aconteceu no sábado, tudo normal.

Estávamos deitados e em silêncio quando me bateu uma vontade louca de beijar Bella... E foi o que fiz. Mas uma urgência tomou conta de mim e pouco depois, me vi em cima dela.

Percebi que tinha uma ereção muito perceptível e me afastei um pouco dela, com vergonha, admito. Afundei meu rosto em seu pescoço e procurei me acalmar e passei a pensar.

Mas vergonha de que? Somos namorados há mais de um ano, é completamente normal, não é?!

Foi pensando nisso que a olhei... Ela estava calma, como sempre, e eu deveria parecer bem temeroso, mas decidido, pois sua expressão começou a mudar.

A beijei novamente, me afastei e aos poucos, lentamente, testei pressionar meu quadril ao dela.

— Ohh… – Foi o tímido sussurro que saiu de seus lábios.

Fiquei tenso, com medo dela não gostar, afinal nunca falamos sobre sexo abertamente.

Bella mordeu o lábio inferior e empurrou o quadril de encontro ao meu e assim, ganhei confiança para continuar.

Nos beijamos intensamente, porém nos esfregavamos com calma e lentidão, como nossa personalidade.

Algum tempo depois, a vontate de pegar nos seios dela, apertar e chupar me assaltou. Me vi subindo sua blusa com um pouco de pressa e no limite do sutiã dela eu parei, apertei o tecido em minhas mãos com força e me joguei para o lado respirando como um fugitivo da polícia nas cidades grandes.

— O que houve? – Ouvi seu sussurro meio ofegante.

— Eu ia tirar sua blusa sem pedir permissão. Desculpa... As coisas esquentaram rápido demais! Sou um adolescente normal, pelo visto. Cheio desses hormônios…

— Clichês. – Ela completou. —Sim, sei como é, me sinto do mesmo jeito.

Ela fico meio de lado, meio em cima de mim e me beijou novamente.

Não houve mais nada aquele dia, mas a noite demorei a dormir mais do que o normal.

****

Os dias, semanas e meses foram passando rapidamente e tudo estava normal.

Bem, exceto que eu e Bella estávamos com dezessete anos e no último ano do Ensino Médio, portanto, universidade a vista. Escolhemos a local, vamos ficar perto de nossos pais e de Forks, cidade que amávamos, não tinha como negar.

No decorrer do último ano eu e Bella passamos a nos conhecer mais intimamente. Vi, peguei e chupei seus seios duas semanas após o acontecido do lago.

Ela soltou seu primeiro gemido e também tirou minha blusa, coisa que nunca havia acontecido.

Foi uma tarde de algumas “primeiras vezes”.

Um mês depois nós gozamos pela primeira vez, juntos e nos esfregando. Eu usava só a minha cueca. Não, não era uma boxer, era uma cueca normal, porém apresentável. Bella usava um conjunto de lingerie que não combinava em nada. Calcinha/short rosa bebê e um sutiã bege. Sim, só reparei na cor, se me perguntar detalhes, vai ter que me desculpar. Arranquei o sutiã sem dar uma segunda olhada nele. Era uma peça totalmente desnecessária e a calcinha, bem... Ela permaneceu, mas também era desnecessária, assim como minha cueca, mas enfim…

Sempre que aparecia uma oportunidade, lá estavamos nós, nos esfregando a todo vapor. Uma delícia!

Certa tarde, estávamos na casa dela, no quarto com a porta aberta. Não por ordem de Charlie, mas por questão de respeito da nossa parte.

Charlie sempre foi tranquilo e legal, um bom pai, sogro e amigo.

Sempre é engraçado quando ele cisma em abraçar e ficar beijando a filha. Ela cora muito, mas nunca nega o carinho, ela diz que gosta.

Um pai chefe de policia que tem tudo pra ser um típico machão é um manteiga derretida, carinhoso e sentimental com a filha. Sim, gosto muito de Charlie Swan. As vezes também sou alvo dos abraços dele, e sempre sou chamado de “filho”.

Voltando a história inicial… Naquela tarde, nós acabamos pegando no sono, estávamos realmente cansados. Fomos acordados por Charlie, era uma hora da manhã, ainda desorientados fomos informados de uma tempestade e que ele teria que ir dar apoio em um local onde uma árvore havia caído em cima da casa de alguém. Sue, enfermeira e a nova esposa dele, iria para o hospital para ajudar com alguns feridos, pois outra árvore havia caído no meio da estrada.

Ele nos disse que havia ligado para os meus pais mais cedo, os informando que eu estava seguro e antes de sair ordenou que não saíssemos dali e para manter o celular carregado e ligado. Assentimos e ele foi.

— Cuidado, pai! Você e Sue. – Bella gritou ainda sentada na cama.

— Sempre temos, querida! Não se procupe, qualquer coisa nós ligamos. Tenham cuidado e não saiam. – Sue disse já se dirigindo as escadas.

E ficamos sozinhos em casa, no quarto, em uma confortável cama de casal.

Eu sorri travesso pra ela e movi as sobrancelhas sugestivamente.

Bella gargalhou e se jogou em mim.

Fiz meu primeiro oral, ganhei meu primeiro boquete.

“Obrigada, tempestade!”

“De nada, Edward! Sempre que precisar...”

***

Nossa primeira transa foi três meses depois e não foi planejado.

Era uma manhã de domingo e meus pais haviam ido para La Push, um tipo de aldeia vizinha a Forks que tem uma linda e congelante praia. Estávamos em meu quarto vendo os últimos detalhes de um trabalho de biologia.

— Ufa! Pensei que não terminaria nunca! – Me estiquei todo ao levantar da cadeira em frente ao computador.

— Mas terminamos, graças a Deus! – Bella já estava deixando tudo organizado então só me joguei na cama.

Alguns minutos depois, tudo em seu devido lugar, Bella virou para mim e sorriu tímida.

— Tenho uma surpresa. – Ansioso como sou, pedi para ver rapidamente.

Parecendo bastante envergonhada, Bella começou a tirar a roupa. Primeiro a blusa, depois a calça e ali, bem a minha frente, estava minha namorada vestida em uma lingerie azul claro muito sexy.

— Porra! – Me apressei a tirar toda a minha roupa e logo a puxei para a cama. — Você está muito bonita e... Gostosa. – Ela sorriu.

— Que bom que você gostou... Você está muito bonito e gostoso também.

A lingerie era linda, sem dúvidas, mas a retirei rapidamente e logo estávamos ofegantes.

— Eu quero, Edward... Agora, tudo.

Eu sorri e corri para pegar uma das camisinhas que nós compramos juntos, há um tempo. Por precaução.

Não foi nada escandaloso, nem cheio de posições do Kamassutra, nem doloroso.

Foi calmo, carinhoso, prazeroso, perfeito... Foi clichê.

****

O fim do Ensino Médio chegou e os 18 anos também.

Somos adultos!

Quer dizer, para os nossos pais ainda somos crianças. Batemos o pé dizendo que somos adultos (não que bater o pé seja uma prova que crescemos, mas...), como sempre eles vieram com o mais novo argumento preferido:

“Quando tiverem filhos, vocês saberão do que falamos.”

Antes era “Quando forem adultos..”

Agora que somos adultos, “Quando se tornarem pais...”

Muito clichê!

Eu estava trabalhando como Auxiliar Administrativo. Meu pai havia arranjado o emprego com um paciente empresário dele, Aro Volturi, homem muito legal e engraçado.

Bella estava de Auxiliar de Bibliotecária. Sim, a minúscula Forks tem uma biblioteca pública e é até movimentada. A madrasta arranjou para ela, com uma paciente também.

Nosso último dia no Ensino Médio e fomos nos despedir da nossa mesa na biblioteca.

Bons tempos!

Nos beijamos um pouco, mas logo eu estava de joelhos em frente a Bella.

Não, não estava fazendo um oral, bando de mentes sujas!

— Senhorita, ladra de mesas e corações alheios, aceita se casar com esse mero rapaz sem mesa e coração?

Sorrindo e com lágrimas nos olhos, ela me respondeu:

— Sim. A mesa eu divido, o coração só entrego se você, ladrão de sorrisos e corações alheios, me devolver o meu.

Levantando, coloquei o anel que possuía uma pequena pedra de diamante, em seu dedo.

— Sinto desapontá-la, mas não tenho planos em devolver esse coração, cara dama.

— Então será para sempre, caro Senhor.

Nos beijamos apaixonadamente.

*

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Sim, desisti de tentar ir contra o clichê, me processem!

O clichê é bom, quando se encontra a pessoa certa, e eu, amigos, sou um sortudo!

FIM!


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Notas finais do capítulo

Bom, aí está mais uma de minhas loucuras!Espero, do fundo do coração, que tenham gostado.Comentários são bem vindos! ;)


Notas da Beta: E a Nat, mais uma vez teve o prazer de betar uma one dessa autora maravilhosa que vos posta.
Sério gente... Ela sempre se supera. E dessa vez não foi diferente.
Amo esses Edward adolescentes tímidos e confusos e é claro que amei esse também. Uma fanfic tão simples, com uma temática tão clichê (risos), mas que é sempre gostoso de ler.
Eu amei e queremos saber a opinião de vocês. Comentem e digam o que acharam.
E agora me vou betar outra one u.u