O amor nos escolhe. escrita por Forninho


Capítulo 1
Eu as conheci.




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Meu nome é Clara, tenho 17 anos e não gosto de apresentações.

Quando era mais nova, tive um cachorro chamado Jack. Ele era meu companheiro, mas morreu após um atropelamento de carro.

Nunca superei esse fato, mas a vida segue, não é mesmo ?!

Meus pais são separados.

Minha mãe acha que sou um caso sério na vida dela, alias, na vida de todo mundo. Só porque ela não aceita minha opção sexual.

Acho que não desrespeito ninguém, então tenho o direito de amar quem eu quero nessa vida.

As coisas funcionam assim pra mim, até porque não estou invadindo o espaço alheio, não desrespeito ninguém e muito menos ajo com preconceito.

A questão é que não ligo para o que vão pensar sobre mim, afinal, pecado é não viver a vida por conta do que os outros falam de você.

Eu moro com meu pai, desde que minha mãe não me quis mais como filha. Porém, o juiz determinou que devo passar alguns fins de semana com ela, até eu completar meus 18 anos. E será em breve.

Quando vou a casa da minha mãe, não fico praticamente lá. Eu saio, vou dar umas voltas no parque e durmo na casa do meu melhor amigo Dhaniel.

Bom, ele não é gay, mas é meu melhor amigo. Fazemos tudo juntos desde a 1ª série. Ele me salvou de um tumulto no meio do pátio da escola. Se ele não tivesse me tirado de lá, talvez eu teria sido esmagada pela multidão de crianças que corriam porque um garotinho gordo queria brincar e ninguém gostava dele.

Meu pai diz que me apoia em tudo, mas quase nunca esta presente na minha vida de escolhas. Por isso ele diz que me apoia.

Não o culpo por isso, até porque ele trabalha muito e quando fica de folga, faz o que pode por mim.

Meu pai é como se fosse meu melhor amigo. Ele é uma mistura de Elvis Presley, com Pc Siqueira.

Não sei como fiz essa combinação marota, mas é o que eu acho. Ele tem muito humor e o jeito do Elvis.

Já eu, não puxei ele. Não tenho nada a ver com o Elvis e nem tenho um humor do Pc. Mas sou igual a minha mãe.

Minha mãe é uma mistura de Madonna, com Amy Winehouse. Tipo, as características da Madonna e o jeito da Amy.

Sei lá, meu pai diz que é isso, eu já não sei muito bem se é verdade, só concordo.

Minha vida não é um pesadelo, afinal, nem tenho irmãos.

Meu pai arranjou uma namorada nova, e aos fins de semanas ela vem em casa, ficar lá com a gente. Ela tenta me agradar, mas no fundo todos sabem que ela me odeia.

Eu não sei porque tanto ódio, eu sou um amor de pessoa (ou não.)

Esses dias, chegou gente nova no bairro, meu pai já fez amizade. E hoje de manhã, escutei vozes na cozinha, desci pra ver quem era.

Bom dia, filha. Vai tomar café antes de ir pra casa da sua mãe ? —Pai, vem aqui na sala um instante ?

Meu pai me olhou como se eu fosse falar alguma coisa ruim, mas eu só queria saber quem eram aquelas duas pessoas.

—O que foi, Clara ? Elas são nossas vizinhas novas. Senhora Jennifer e sua filha Amanda. —Pai, calma. Eu só queria saber quem eram mesmo. Esses dias veio umas duas mulheres aqui, mas não abri a porta porque pareciam do departamento de policia. —Clara, porque não abriu a porta ? —Não sei, fiquei com medo. —Tudo bem, vamos pra cozinha e se apresente adequadamente.

Como eu iria me apresentar adequadamente se estava de pijama, com o cabelo todo desarrumado e a cara amassada ?

Enfim, fui a cozinha me apresentar "adequadamente".

—Olá, meu nome é Clara. E vocês são Jennifer e Amanda ?

Elas me olharam com um sorriso no rosto. E eu nem ia comentar, mas essa guria chamada Amanda era linda.

—Desculpe a péssima impressão de começo, mas eu acabei de acordar e quase nunca recebemos visitas, mas tudo bem. —Nos desculpe estarmos aqui a essa hora da manhã, queríamos apenas conhecer a vizinhança. Bom, essa aqui é minha filha Amanda. Talvez vocês façam amizade.

A senhora Jennifer tinha cabelos ruivos tingidos, aparentava ter uns 40 anos, mas era bem bonita e estilosa. E eu nem percebi meu pai babando nela.

Já a Amanda, era uma garota simples, parecia não gostar de chamar atenção, linda, olhos claros, cabelos longos, loira. Acho que meu pai tá querendo aprontar alguma coisa.

—Bom, vamos para sala então, Amanda ? Deixa eles tomarem café e se conhecerem. —Tudo bem.

Ela virou pra mãe fazendo com a cabeça que iria pra sala.

Me joguei no sofá, liguei a tv e comecei assistir aqueles desenhos que passam de manhã.

—Você curte desenhos também ?

Fiz que sim a pergunta dela. Mas nem dei tanta atenção.

—Posso te fazer uma pergunta meio intima ?

Olhei com cara de assustada, sentei direito no sofá e esperei ela dizer.

—Bom, desculpa esse tipo de pergunta, mas você gosta de garotas ? —Ãhn, bem... Eu, e-eu, gosto. É, eu gosto. Como sabe ?

Fiquei muito surpresa por essa pergunta, mas o mundo inteiro sabe, porque ela não iria saber ?

—Bom, ouvi uma garota dizendo que você era e que não conversava muito com outras pessoas. Achei que era por esse motivo.

Entendi, mais uma pessoa achando que sou excluída da sociedade pelo fato da minha sexualidade.

—Nada a ver. Só não sou muito de fazer amizades por aqui. —Ah, ok. Talvez possamos ser amigas, né ?!

Nossa, claro que podemos ser amigas. Que mal tem isso ?

—Sim, sem problema nenhum.

Deitei de novo no sofá e voltei a assistir aqueles desenhos.

Meu pai e a senhora Jennifer estavam vindo até a sala, acho que já era hora delas irem embora.

Eu levantei do sofá e logo em seguida meu pai disse:

—Voltem sempre e se precisarem, minha filha fica aqui de semana. Eu só apareço aos fins de semana, porque trabalho muito.

Meu pai tem um escritório no centro da cidade e ele dorme lá pra não ter que gastar gasolina e essas coisas, tem até um quarto.

—Ótimo, virei para jogar um papo fora. Vamos Amanda ?

Amanda me deu um beijo no rosto como uma despedida e um abraço em meu pai.

—Adorei vocês. Mais tarde ficarei sozinha em casa, minha mãe trabalha como diretora na escola. Posso vir aqui, Clara ?

Ok, eu estou começando a ficar com medo desta garota.

—Pode sim. Sem problemas.

Acho que a vizinhança mudou. Antigamente eramos os velhos vizinhos que iriam dar as boas-vindas. Hoje são os novatos que entram na sua casa e se oferecem pra passar o fim de tarde com você.


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Notas finais do capítulo

Próximoooo



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