The Dollhouse- HIATUS escrita por Zia Jackson


Capítulo 3
Capítulo 2 — Sorte no domingo, azar nos dias de semana


Notas iniciais do capítulo

OLAAAAAAAA CUPCAKES! TUDO BEM?
Eu espero que sim, pq estou ótima. Gostaria de agradecer pelos reviews,MP's , acompanhmentos e favoritos que a fic ganhou.
Bom, aqui vai mais um cap.



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O dia amanheceu com um belo sol iluminando as flores do jardim dos Williams. Melanie ainda dormia e seu marido, George, digitava em seu telefone sem nem ter a decência de esconder o destinatário de seus filhos. Enquanto isso, Nathaniel e Valentina jogavam uma partida de xadrez que alimentaria a competividade entre eles.

— Xeque mate. — Gritou a garota de cabelos castanhos claro. — Parece que o venci novamente, maninho.

— Parabéns. Mas continuo sendo o manão, pois sou mais velho.— Disse o rapaz, com ironia. — Quer que eu te dê uma boneca como prêmio?

— Não preciso de prêmio, mas prometo que se um dia você conseguir ganhar de mim, lhe darei dinheiro para comprar droga. Afinal, não quero que venda a mamãe em troca de maconha.

Se ficou ofendido, Nath não demonstrou. Apenas retirou as peças do tabuleiro e guardou-as no habitual saquinho de veludo vermelho, depois levantou-se rapidamente e foi guardar o jogo em seu quarto. Valentina se levantou também, indo comer alguma coisa na cozinha. Acabou pegando um pedaço de pão e um pouco de café. Era domingo, por isso o condomínio estava mais lotado que o de costume, os carros das visitas dos moradores estacionados nos dois lados da rua impedindo a passagem de outros veículos. Pela janela, Valentina viu o porteiro procurar pelos donos dos carros. Devia ser um trabalho estressante, pensava ela, todo fim de semana procurar casa por casa até achar o dono de um veículo deixado em local errado.

O seu celular vibrou, indicando que uma mensagem chegara. Ao conferi-lá, a garota desejou jamais te-la aberto. Era só mais uma puxa-saco convidando-a para participar de uma festa na piscina.

—Como se eu não tivesse uma. — Bufou.

— Começou a falar sozinha depois de grande? — Disse seu pai. — Não tenho tempo de te levar ao psicólogo, então trate de parar com essa gracinha.

Ela revirou os olhos somente ao perceber que ninguém a observava. Os pais eram muito brutos quando viam algum dos filhos fazendo cara feia, e isso sempre gerava uma série de acusações como “Olha o que seu filho está fazendo” ou “você o estragou com suas manias grotescas”. O dia estava lindo e uma dessas frases serviria para estragá-lo. Terminado de comer seu pão, a garota voltou para seu quarto e pegou sua bolsa, decidida a aproveitar o domingo.

— Aonde pensa que vai? — Repreendeu uma voz vinda do alto da escada quando a garota ja estava quase no final.

—Sair. É proibido agora?

Melanie desceu as escadas rapidamente, alcançando a filha.

— Sair não é proibido, mas sair sem perdir permissão o é.

Valentina repreendeu a vontade de dizer que a mulher não se importava com o que ela fazia desde que trouxesse alguma bebida na volta. Ao invés disso, indagou:

— Eu posso sair?

— Pergunte ao seu pai. — Respondeu a mãe, subindo as escadas novamente.

Sem paciência, ela desceu os degraus restantes pisando fortemente no chão. Caminhou até o sofá e parou de frente para George.

— Vou sair. — Avisou. — Alguma constestação sobre isso?

— Hã. — Respondeu o homem sem nem prestar atenção no que a garota dizia.

Feliz por ele ter seguido o procedimento de não a escutar, ela colocou a bolsa no ombro e saiu apressada para o lado de fora de sua casa. Angelo, o motorista, cochilava em uma cadeira ao lado do carro.

— Angelo. — Chamou a garota, cutucando-o. — Ei, Angelo.

O homem despertou em um pulo, ofegante.

— Diga, srta. Williams. Precisa do carro?

Com um meneio de cabeça, ela entrou no banco traseiro e esperou até que o homem pegasse as chaves e jogasse uma água no rosto. Apesar de ter dezessete anos de idade e um ano de carteira de motorista, a garota não dirigia. Isso se devia ao fato de ter sido multada tantas vezes que teve de ter a carteira recolhida. Ela sabia,porém, que receber a carteira novamente seria apenas questão de tempo, bastava algumas palavrinhas de seu pai à algum subordinado da prefeitura e ela teria a condição de dirigir novamente. Entretanto, a boa vontade de seu pai parecia ter sucumbido perante o enorme desjeo de castigá-la por tentar dar uma de “rebelde” (por mais que a garota dissesse que as multas não foram rebeldia, apenas falta de atenção às normas de trânsito).

Angelo no carro e deu a partida, sem se importa que seus ralos cabelos grisalhos estivessem despentados. Valentina gostava de Angelo e, por mais que ele dormisse em horário de serviço, ela não ligava.

— Para onde deseja ir, Srta. Williams? — Indagou ele, encarando-a pelo espelhinho.

— Ainda estou pensando no local. Mas, por enquanto, pode me levar para aquela boate daquele ex-vereador.

— Se refere à boate do Sr. Jonh Fitz?

— Sim, essa mesmo.

— Bom, senhorita, creio que ela esteja fechada. Sabe, é domingo e...

— Sr. Fitz sempre foi conhecido por querer voltar à prefeitura. Se eu mencionar que lembrarei meu pai de sua existência... Bom, ele me doaria até mesmo a sua mãe.

Angelo não disse nada, mas pareceu achar ridículo que o homem se vendesse de tal maneira.

—Bom, acho que ouvi algo sobre a boate ser aberta mais cedo aos domingos. — Resmungou o motorista. — Mas aquele lugar não é o que podemos chamar de boa coisa, não? Há algum tempo um sequestrador foi preso lá, ao que parece, colocava droga na bebida das pessoas e...

— Não se preocupe, Angelo. Não beberei nada lá.

O motorista se calou, sintonizando a rádio em uma estação de notícias. Após alguns minutos, já estava no centro de Strateferd. A cidade era bonita, de um lado, cercada de prédios e tecnologia e, do outro, decorada com belos parques e casas antigas. Pela janela, Valentina via famílias fazendo piquenique no parque e até mesmo um ou outro conhecido. Só percebeu que havia chegado ao seu destino quando o carro estacionou em um beco repleto de pichações e lixeiras. Era estranho, ela pensava, que na mesma avenida ficassem uma boate “ficha-suja”e uma cafeteria tradicional que recebia famílias e várias idosas.

— Fique aqui, volto em um minuto. — Disse ela ao motorista. O homem desafivelou o cinto de segurança e tirou do porta luvas um jornal.

A garota desceu do carro, caminhando pela ruazinha do beco até alcançar a calçada da avenida do centro. Parara a alguns metros da boate para o caso de algum jornalista a visse, não soubesse dizer para onde fora. Quando estava quase na porta da boate, porém, ouviu uma voz aguda atrás de si.

— Oh, senhorita, eu estava mesmo querendo falar com você.

Fazendo sua melhor expressão de menina doce, ela se virou e deu de cara com Elizabeth, uma senhora cujo filho cuidava gerenciava o departamento de trânsito da cidade. Elizabeth parecia estar sufocada por seus colares de pérola branca, que tinham a mesma cor de seus cabelos curtinhos.

— Sra. Evans,que prazer em vê-la. — Disse, abraçando a mulher. — Que faz aqui?

— Ah, nada de mais. Vim tomar um chá com algumas conhecidas de longa data.

— Parece ter sido muito bom. — Mentiu a garota. — Agora, se me dá licença, eu tenho que resolver umas coisas aqui.

— Duvido que se juntar a nós por alguns minutos fosse prejudicá-la, Tina.

— É Valentina, senhora. — Corrigiu a garota.

— Ah, certo. Minha memória não anda nada bem. Agora ande rápido,minhas amigas adorariam te conhecer.

A senhora agarrou o braço de Valentina e obrigou-a a caminahr junto com ela para o outro lado da rua, onde ficava a cafeteria de fachada cor de algodão doce e azul claro. Quando passaram pela porta de vidro, um sininho tocou.

— Mesa para duas? — Peguntou uma atendente , sorrindo.

— Não, querida, ela se sentará comigo. — Disse a senhora. — Obrigada.

Um pouco frustrada, a mulher se retirou e foi atender um grupo de adultos que acabara de chegar.

— A mesa é por aqui. — Indicou Elizabeth. — Sente-se no lugar vago ao meu lado.

No canto da cafeteria havia uma mesa quase encostada nas janelas de vidro. O conjunto de mesas e cadeiras fazia Valentina se sentir em uma cafeteria dos anos quarenta, embora só as tivesse visto na televisão. Ela fingiu estar feliz por estar cercada de pessoas que interormperam seus planos e se sentou. Em cinco minutos, a garota já estava se sentindo sufocada.

— Esses jovens de hoje em dia não valorizam nada. Ontem mesmo minha neta disse que pintaria seus cabelos de uma cor chamativa e, quando eu critiquei, mandou-me ficar queita. — Disse uma das senhoras.

— Isso é realmente horrível, Isabel. — Elizabeth concluiu. — Mas ainda existem jovens bons, podemos ver por Valentina.

— Obrigada. — Agradeceu falsamente.

Alguém menciocou um nome e todas começaram a fofocar sobre a pessoa. Enquanto isso acontecia, um rapaz de apoximou da mesa.

— Valentina, quanto tempo. — Excalmou, embora a garota nunca o tivesse visto em sua vida. — Nossa, mamãe não se aguenta de vontade de te ver. Ela está no carro, quer da um olá?

Ela se surpreendeu, mas ele deu uma piscadela e Valentina viu ali a chance de se livrar das senhoras.

— Claro. — Disse, depois virou-se para Elizabeth. — Volto em um minuto.

A mulher tornou a tomar seu chá quando a garota se levantou. Seguiu o rapaz desconhecido até o lado da cafeteria e só parou quando, na esquina, ele se virou para ela.

— Acho que acabei de fazer minha boa ação do dia. —Disse ele, encarando-a com seus olhos cor de avelã. — Imagino que estivesse de saco cheio daquelas mulheres, não?

— Nem me fale.

O rapaz era realmente bonito. A pele era levemente bronzeada e os olhos eram escuros, tal como os cabelos. Ele era um pouco mais baixo que Valentina, mas tinha uma aura que fazia com que se parecesse mil vezes maior.

— Bom, acho que já posso voltar para minha vida agora. Até mais, Valentina.

— Ei, como sabe meu nome?

— Aquela senhora ao seu lado praticamente o anunciou em um megafone. Aliás, meu nome é Enzo Fitzgerald, não que você queira saber, é claro.

A garota riu.

— Na verdade eu queria mesmo saber. Aliás, como posso entar em contato com você de novo. Não que eu queira, é claro.

Ele retirou de sua mochila um pedaço de papel e uma caneta. Escreveu rapidamente usando a parede como suporte e então entregou o papel à Valentina.

— Caso precisar se livrar de senhoras novamete, é só chamar.

— Chamarei. — Respondeu ela, vendo o garoto se afastar. Quando já estava distante,ela murmurou — Pode ter certza que chamarei, Sr. Lindão. Realmente, sair em domingos nos dá um resultado ótimo...


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Bjus da Zia