Não podia se deixar afetar pela conversa com Nick, ela tenta apenas não pensar nele, mas é impossível o filho que carrega em seu ventre é dele também, será deveras difícil evitar Nick de agora em diante. Olivia não quer, mas tem certeza que isso acabará magoando Amanda de algum modo, pois mesmo negando seus sentimentos Olivia ainda sente algo pelo idiota que lhe traiu.

Olivia estaciona o carro em frente ao mercado. Antes de ir para casa precisa comprar alguns ingredientes para fazer sua, mais que elogiada, lasanha. Convidou os detetives para jantarem em sua casa essa noite, pretende contar para eles sobre a gravidez, pois amanhã entrará com os papéis para tirar sua licença maternidade.

Já na fila do caixa Olivia percebe olhos sobre ela ao longe, mas não dá muita atenção. Pensa ser apenas algum desconhecido. Após pagar suas compras caminha até o carro com as sacolas em mão. Ao abrir a porta do carro para guardar seus ingredientes sobre o banco traseiro sente seu celular vibrar.

–Benson. –atende.

–Vocês se entenderam? –pergunta Amanda.

–Mais ou menos. Ele não aceita...

–Nossa relação? –pergunta Amanda sabendo a resposta.

–Sim. –confirma Olivia desanimada.

–Não se preocupe, com o tempo ele supera isso. Venha logo para cá. Fin já chegou.

–Estou guardando as...

Olivia não termina a frase. Ela é agarrada por trás, um pano com algum tipo de remédio é colocado sobre seu nariz, ao sentir o odor acaba desmaiando nos braços do homem que lhe agarra.

–Olivia? –Amanda fica preocupada com a falta de resposta de Olivia.

O celular cai ao chão e o homem musculoso pisa sobre ele, quebrando a tela, e o mesmo logo lhe joga na vala mais próxima.

Quando Olivia acorda está amarrada em uma cadeira. Observa o lugar: parece ser um cômodo de uma casa qualquer, as paredes são vermelhas, não é muito grande. Pode ver a sombra de pés do lado de fora da porta.

Ela não tem ideia de onde está ou de quem era o homem que lhe trouxe até aquele lugar desconhecido.

–Socorro! –ela grita, sem ter mais opções.

Um homem abre a porta e olha para ela com um olhar furioso.

–Onde estou? Quem é você? –pergunta Olivia sentindo sua cabeça girar.

O homem se aproxima dela.

–Cale a boca ou serei obrigado a tampar sua boca com fita também. –ele sorri. –Ela já irá chegar.

–Ela quem? –Olivia fica cada vez mais confusa.

O homem sai do cômodo e fecha a porta novamente. Olivia conta os minutos mentalmente, passaram-se vinte minutos quando ele abre a porta novamente, agora está com um copo de água.

–Você quer? –ele pergunta mostrando o copo de água com um canudo para facilitar que Olivia beba.

Ela balança a cabeça negativamente, não sabe o que aquele homem colocou no copo.

–Não se preocupe. Não coloquei nada na água. –ele diz, como se tivesse lido os pensamentos dela. –Não ainda. Então, aproveite. Sei que deve se manter hidratada, afina está gerando outro ser. –ele sorri.

A morena fica surpresa, como ele sabe de sua gravidez? Mesmo com medo ela bebe alguns goles de água.

–Satisfeita? –ele pergunta sorrindo. Mais uma vez sai da sala.

Menos de cinco minutos depois ele abre a porta.

–Onde estou? –pergunta Olivia novamente, agora está desesperada.

–Você não vai querer saber, querida. –Olivia ouve a voz se aproximando, logo a loira adentra o cômodo.

–Alex? Alex? –Olivia não acredita no que vê.

–Olá, Olivia. Quanto tempo, não é mesmo? –Alex fica em sua frente. Parece a mesma de antes, mas não está de terninho.

–Por que estou aqui? Por que estou amarrada? –Olivia grita.

–Você está muito abalada, fique calma. Ou fará mal ao bebê. –Alex sorri.

–Por que está fazendo isso?

–Apenas cumprindo ordens. Muita coisa aconteceu desde a última vez que nos vimos. –Alex rodeia a cadeira de Olivia.

–Você sabe que toda a polícia de New York virá atrás de você. –diz Olivia seguindo a loira com os olhos.

–Temos um tempo até isso acontecer. –Alex para e caminha em direção ao armário no canto do cômodo.

–Você pode me dizer o que está acontecendo? –pergunta Olivia.

–Ok. –ela pega uma pequena maleta de dentro do armário e coloca sobre a mesa. –Nick.

–O que... Nick? –Olivia não entende.

–Ele deve certa quantia para meu patrão e bem... Estou cobrando. –ela ri.

–Você trabalha...? –Olivia está cada vez mais confusa.

–Liv, sei que nos conhecemos quando eu era “boazinha” e que isso deve estar muito estranho, mas agora eu trabalho com eles e, talvez, depois de acabar com isso, eu te leve para um café. –Alex abre um sorriso, retira pequena, mas afiadíssima, faca da maleta.

–Eu não... Isso não está acontecendo. –Olivia repete para si mesmo tentando não se preocupar.

Durante alguns minutos o silêncio ecoou pelo cômodo vermelho, Olivia permanece encarando Alex, que sem dizer nada segura a faca entre os dedos.

–Richard! –ela grita por fim. O homem que levou água para Olivia adentra o lugar e para diante da loira.

–Sim, senhora. –ele diz de cabeça abaixada.

–Onde estão as fotos? –pergunta com tom autoritário.

–Com o chefe, senhora. Ele virá até aqui durante a noite para lhe ver. –responde o homem nervoso.

–Isso vai ser interessante. –Alex olha para Olivia. –Pode se retirar agora.

–Senhora... Ele mandou lhe avisar que a negociação fica sobre sua supervisão, como pediu. –diz o homem e logo sai da sala.

–Ora, ora, ora. –Alex se aproxima de Olivia, ergue a cabeça da morena, e aperta a ponta da faca em um das bochechas da mesma. –Está na hora de ligar para seu amado.