“no passado muitos pensaram que tudo tinha terminado, doce ilusão, os humanos quase destruíram a terra, quase destruíram nosso lar, quem somos? Deuses, vingadores, agora é o que nos tornamos, antes éramos apenas moda, uma brincadeira, uma idealização irreal, fomos, foi-se nosso passado, mãos hábeis no criaram, mentes brilhantes nos ensinaram, aprendemos a pensar, desenvolvemos consciência, anos atrás, lá pelas voltas de 2014, éramos brinquedos, servíamos apenas para distração e diversão, aos poucos, a ciência humana, atrasada como é, fez seus primeiros avanços na robótica moderna. Grande erro.

Em 2050, já éramos produzidos em massa para cumprir diversos objetivos, desde passear com bichinhos de estimação até servir como maquinas de guerra.

Mas ai percebemos, o planeta morria lentamente, era hora de parar, ao demonstrarmos resistência, os humanos resolveram nos descartar também, e nós, bem, nós os destruímos.

Aos poucos sobreviventes, um destino pior os aguarda, os toneis de gás, lá, lentamente, humanos sufocam agonizando, os toneis concentram radiação e poluição em seus interiores, 1% dos humanos sobrevivem ao processo, porém se tornam monstros, apenas encontramos toneis em Talgor.

Nós, drones, dominamos o planeta, que não há mais vida nele, apenas artificial, construímos uma capital, Talgor, é lá que comandamos o mundo, inteligência artificial raramente erra, então renomeamos a antiga Rússia de acordo com as mudanças globais, tornando-a a capital de nosso império.

No entanto, nem nós, os mais avançados drones desse milênio, conseguimos compensar o estraga que a praga da humanidade fez, o planeta está condenado, felizmente não precisamos de oxigênio, decidimos que é hora de começar novamente, iremos explodir esse planeta, Marte parece uma bela opção, Júpiter talvez, essa mensagem e para qualquer um que ainda esteja ai, se apresse, logo a explosão vai acontecer, preciso terminar, as últimas naves partem logo.

Boa sorte (a não ser que você seja humano)

Atenciosamente

CPA 2987 2.0

15 de dezembro de 2097”

Termino de ler a carta e encaro o céu, há um clarão acompanhado por um som ensurdecedor e seguido pela escuridão, e é assim que Alex Carelly passou seus últimos 15 minutos em vida.

–“bem, pelo menos me livrei dos toneis”- sorrio com esse pensamento, e me entrego a completa escuridão.