True Blood escrita por Naevia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

primeiro capítulo ta aqui faz meses só tomei coragem pra postar hoje heheheh
anyway, espero que gostem
to bem enferrujada



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/651357/chapter/1

Beth colocou Pequeno Wrath no berço. Observou a calma do bebê com um sentimento agridoce, estava feliz com seu filho, sua família e seu hellren, e sabia que seu filho também assim seria. Dentro parecia que algo lhe faltava, e sabia o que era. Talvez fossem só os resquícios de hormônios da gravidez, mas o fato de não ter conhecido sua mãe parecia lhe doer ainda mais ultimamente. Sabia que estava morta, claro. Contudo isso não fazia a ferida doer menos.

Tudo começou algum tempo depois do nascimento de seu filho. Sonhava todos os dias com uma senhora com os olhos cor de mel, a pele azeitonada e seus cabelos eram do mesmo tom e textura. Nos sonhos ela falava uma língua que Beth não entendia – algo próximo ao espanhol talvez. Aquilo e o fato de não ter uma referência em como ser mãe lhe deixavam triste como o inferno.

Uma batida na porta a tirou dos devaneios. O cheiro de cigarro anunciou quem era no corredor.

-- Entre Vishous.

O Irmão abriu a porta do quarto e colocou a cabeça para dentro da porta. O contraste das paredes azuis com o couro e tatuagens já não fazia Beth se admirar. O entre e saia dos Irmãos no pequeno quarto se tornara rotina depois das primeiras semanas após o parto. Todos estavam ansiosos para ver e ninar o herdeiro da raça. Mais do que isso: queriam demonstrar o carinho que sentiam pelo filho de seu Rei, pelo filho de seu Irmão.

-- Encontrei o que você pediu. – estendeu um envelope pardo parecia conter uma bomba a ponto de explodir. Tinha medo de abrir e detonar toda a calma que aquele quarto possuia. – Beth. Os arquivos que você queria estão aqui.

Não conseguia olhar para Vishous. Será que era isso mesmo que queria? Descobrir onde ficava uma velha cova só para ter onde chorar?

Percebeu que derrubava lagrimas quentes em cima do berço. Inferno de hormônios.

-- Beth. – ela não respondeu. – Beth, sua mãe não está morta.

A frase bateu como uma ventania nas suas costas. Sua espinha gelou e os cabelos da nuca pinicaram como milhões de agulhas. Sem se virar, ela pediu para que repetisse. Havia um erro. Darius saberia se uma de suas fêmeas tivesse sobrevivido ao parto. Ela não podia ter sido jogada no sistema à toa, no final das contas. Era impossível imaginar um mundo onde uma mãe abriria mão de uma coisa tão preciosa quanto sua própria carne. Mas o sistema não estava cheio de crianças abandonadas?

Beth balançou a cabeça e afastou esse pensamento da cabeça.

Estava. Morta. Ponto final.

-- Não está certo, Vishous. Minha mãe morreu ao dar à luz. Você deve ter se confundido.

-- Eu nunca me engano. – respondeu de forma rápida. Sentia-se levemente ofendido por ela ter pensando nessa possibilidade. Passou a mão sobre o rosto. As tatuagens se curvaram como cobras. – Beth, tem mais. Você tem irmãos. – fez uma pausa – Uma, na verdade. Ela deve ter por volta de dezoito anos, e está para começar a faculdade.

Ok. Aquela informação era demais. Se sentia doente, como se fosse cair. Cambaleou até a poltrona que Wrath usava após ter quebrado a cadeira de balanço. As paredes azuis, o berço, as poltronas. Tudo mobilhado com ajuda de Mary, Bella, Cormia e Layla. Wrath e os Irmãos se abstiveram das compras neonatais. Exceto Rhage e Lassister que se empolgaram como crianças na hora de escolher as roupas e brinquedos. Brinquedos que seu filho ainda nem abrira; o pequeno Dragão de pelúcia era o favorito do Pequeno Wrath – presente de Rhage. O garoto já o usara tanto que foi preciso comprar um segundo para que o primeiro pudesse ser lavado. Rhage se gabava disso sempre que podia. Mary era uma mulher de sorte.

Por que infernos estava pensando em Mary?

Sua mãe estava viva. Ela tinha uma irmã.

Uma irmã.

Essa informação doeu mais do que saber que a mulher que lhe dera a vida estava viva. Isso significava que ela havia sido realmente jogada no sistema com intenção. Durante seus anos em lares adotivos pensara ter superado isso, e após descobrir sua real origem, esse fato parecia ter sido enfiado de vez no passado. Voltar e descobrir – pela segunda vez – que tinha sido abandonada era triste demais. Saber que uma outra criança havia sido quista e criada quando ela passava anos penando na mão de lares temporários, fugindo de homens que visitavam suas filhas durante a noite e mulheres submissas demais para fazerem algo, era doloroso. Um buraco queimava no seu peito como se tivesse sido abandonada pela segunda vez.

-- Leelan? – a voz de Wrath foi um bote salva vidas, tirando-a do doloroso transe em que se encontrava.

-- Sim? – sua voz estava rouca. A quanto tempo ficara em silêncio?

Seu hellren se aproximou com destreza e ajoelhou-se em sua frente. Suas pesadas sobrancelhas franziram, deixando seu rosto com uma expressão preocupada por trás dos óculos.

-- Você está bem?

Beth respondeu afirmando. Seu sim não pareceu convencer Wrath que continuou lhe encarando.

-- A forma como que seu rosto está agora? Poderia jurar que você consegue enxergar até minha alma.

A pesada mão de Wrath lhe acariciou o rosto de forma carinhosa.

-- Não preciso de olhos para isso.

Um minuto se passou. O bebê gemeu em seu sono e revirou-se no berço voltando a dormir após um longo suspiro. Beth levantou e foi em direção a ele. Ficou olhando sem realmente vê-lo enquanto as lágrimas caiam quentes pelo rosto. Não sabia quanto tempo se manteve daquela forma, mas quando se voltou para Wrath sabia que não tinha mais nenhuma gota de agua a derramar. Havia tomado uma decisão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

revisei várias vezes massss pode ter uns erros
se alguém ler (comentar né mores, pra eu saber se vão continuar) posto o resto
to bem animada pq já tem várias ideias
xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "True Blood" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.