I am the Target escrita por Hawtrey, KCWatson


Capítulo 20
Rastro de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, demorei? Escrevi mais de 3.000 palavras dessa vez, espero que gostem!
NOTAS: Notei, logo no inicio, que não há muitas fanfics de Elementary. Bem, sendo apaixonada por essa série e mais apaixonada ainda pela escrita, decidi ouvir uma amiga e começar a escrever mais sobre essa série que deveria ser eterna. Então, vim aqui pedir ajuda a vocês. Mandem ideias/sugestões para um enredo, ou se quiserem só ajuda para começar uma fic, eu também estou aqui. Basta entrar em contato por aqui mesmo ou por mensagem privada, vamos aumentar essa lista no nyah gente!

SÓ PARA DEIXAR CLARO: As lembranças estão escritas em ITÁLICO!



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Agosto se iniciou com uma chuva mórbida logo pela manhã, sendo acompanhado por um frio incomum. Ela sentou-se no primeiro sofá da sala e fechou os olhos, tentando desligar sua mente de todos aqueles problemas por pelo menos um minuto. Mas só conseguia se lembrar do telefone tocando sem parar e da voz urgente de Joshua a chamando para a mansão de Morland Holmes há quase um mês. Eram cenas que se negavam a sumir do seu dia-a-dia e de seu sono. Joan ainda sentia o coração se apertar exatamente como naquele dia, quando concluiu que já sabia que mais problemas surgiriam e quando o pouco tempo de viagem fora gasto para pensar em quem era o responsável dessa vez.

― O Senhor Holmes me ligou a mais ou menos uma hora dizendo que havia um corpo no corredor dele ― foi o que Joshua dissera assim que ela chegou.

Joan paralisou na porta, temendo os próprios passos. Dali mesmo já conseguia ver um espesso rastro de sangue que seguia até o corredor. Os seguranças de Holmes vagueando ao redor dele como se fosse algo normal.

― É alguém que eu conheço? ― perguntou fracamente.

― Aparentemente sim ― Joshua respondeu a confundindo.

Naquela hora ela não conseguiu imaginar quem seria. Com certeza não era Sherlock, Kitty ou Moriarty, caso contrário Joshua teria confirmado sua pergunta com mais firmeza. Então foi movida apenas pela curiosidade que seguiu o rastro de sangue.

Se Joan soubesse quem encontraria no final daquele rastro, talvez nunca tivesse se aproximado. Não para impedir uma possível dor ou sofrimento por uma perda, mas para impedir um impacto continuo de um homem morto que ela mal conhecia. Mas ela não sabia, nem poderia imaginar, e depois que saiu do transe seguiu sem hesitação pelo caminho traçado e quando chegou ao final, perto da última porta do corredor, Joan reconheceu os cabelos loiros e os olhos azuis que pertenciam a alguém que vira duas vezes – e que ainda estava vivo.

― Michael? ― certificou-se ao se abaixar perto dele.

Michael Morstan, o professor de História que tentou conversar com ela no The Griffin e que foi testemunha de uma das ações de Holloway, ergueu os olhos na direção dela e imediatamente sorriu. Tinha um olho inchado e alguns hematomas, mas Joan só conseguia olhar para a faca que mal perfurava seu abdômen. Olhou para Morland:

― Não é um ferimento tão grave. Por que não chamaram uma ambulância? Ele está aqui há muito tempo.

― Ele não quis ― Morland se limitou a responder.

― Por quê? ― ela questionou a Michael ― O ferimento não foi fundo, mas você vai morrer se continuar perdendo sangue assim.

Ele sorriu de um modo quase convencido e garantiu:

― É assim que tem que ser. Era eu ou você.

Joan franziu o cenho começando a ficar ainda mais confusa.

― O que quer dizer com isso?

― Holloway...

Joan sentiu suas mãos começarem a tremer e o ar começar a faltar, era o desespero começando a tomar conta novamente.

― Por que Holloway quer você morto?

― Porque comecei a me apaixonar por você ― Michael respondeu sorrindo.

Ela paralisou, desacreditando do que ouvia. Como ele podia estar se apaixonando? Se quer falavam um com o outro!

― Como pode estar apaixonado por mim? Michael, nem nos conhecemos!

― É o que a vida faz... Você encontra uma pessoa na boate, olha nos olhos dela... e não consegue mais esquecê-la.

Joan sentiu os olhos começando a ficar marejados. Como era possível? Como podia ser tão testada assim em uma única vida? Como Holloway podia matar alguém que – prematuramente – gostava dela? O propósito era derrubá-la com a culpa, era só o que conseguia imaginar. Matando-a lentamente não só com as mortes de quem ela amava, mas de quem a amava também.

― Não consegui parar de pensar em você Joan ― Michael continuou com dificuldade enquanto tentava empurrar um maço de cartas para ela ― E escrevi uma carta cada vez que me atrevi a fazer isso.

Joan empurrou as cartas para longe e se aproximou dele já sem conseguir conter as lagrimas.

― Michael, por favor, isso é loucura. Deixe-me ajudá-lo, você não merece morrer assim.

― Fiz minha escolha.

― Então repense! Por mim... não faça isso comigo.

― Nada disso é em vão. Você verá.

Depois disso Michael se recusou a falar novamente, mesmo que ela chorasse e implorasse, ele nada dizia. E quando seus olhos finalmente se fecharam para sempre, Joan apenas se levantou e se trancou no primeiro cômodo que encontrou.

Agora lá estava ela, finalmente de volta ao seu apartamento, com as cartas de Michael em mãos. Ele se fora há quase um mês e nesse meio tempo tanta coisa acontecera que ela nem se quer ousou tocar naquelas cartas até aquele dia. Era a sua luta interna particular: ler ou não ler. Michael já estava fazendo-a sofrer sem ter qualquer ligação direta ou uma lembrança importante com Joan, seria pior se ela lesse as cartas e soubesse como ele realmente se sentia?

― Precisam de um novo plano ― Morland comentou horas mais tarde, quando o corpo já havia sido retirado.

― Precisamos do plano B ― Forllet respondeu imediatamente.

Joan, ainda de olhos vermelhos, pigarreou para tentar encontrar sua voz e perguntar:

― O que é o plano B?

Demorou a compreender que o plano B fora pensado desde o momento em que aceitara ajudar Morland e demorou muito mais para aceitá-lo como uma possível fuga. Não queria fugir, queria resolver logo tudo de uma vez e ter paz! Era um plano simples, mas também era uma fantasia e Joan não queria adicionar nenhuma outra mentira à sua lista já extensa. Mas se era uma chance de manter Sherlock, Kitty e Arthur fora de perigo...

― Vai dar certo Joan ― Joshua garantiu ― Confie em mim.

― Acho que Holloway vai descobrir tudo assim que ouvir a história ― ela comentou sincera enquanto observava a pequena caixa de veludo sobre a mesa.

― Nós só precisamos chamar a atenção dele ― Forllet resumiu sentando ao lado dela ― Ele vai querer confirmar o que ouviu e estaremos prontos dessa vez.

― E por que tenho que fingir que nada mudou se o objetivo é chamar a atenção dele? ― Joan insistiu.

― Porque é assim que ele vai pensar que está tentando esconder tudo e Holloway é curioso. É uma jogada de sorte.

A campainha tocou, despertando-a. Olhou no seu relógio de pulso e concluiu que ainda era um pouco cedo para visitas. Ainda assim apertou um pouco mais o casaco ao redor do corpo e foi abrir a porta já imaginando quem seria.

― Joan!

Kitty nem esperou a porta ser aberta direito para lhe envolver em um abraço. Joan notara o quanto ela havia mudado, estava mais feliz e relaxada, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas ou como se recebesse uma ótima noticia todas as manhãs.

Atrás dela estava Sherlock, com uma travessa coberta nas mãos e um sorriso convencido no rosto. Subitamente ela sentiu vontade de fechar a porta e deixa-lo do lado de fora, mas esboçou o seu melhor sorriso e o deixou entrar.

Sua relação com o ex-parceiro – ou parceiro – havia mudado. Agora havia certezas. Sherlock agora tinha certeza que ela estava escondendo algo, algo muito importante que estava diretamente ligado a ele e depois do jantar que ocorreu no dia em que saíra do hospital, Sherlock também tinha certeza de que ela se tornara profissional em esconder fatos dele. Algo um pouco inédito em sua vida. Mas Joan só tinha certeza de que iria mata-lo com as próprias mãos se ele não começasse a ficar quieto. Sherlock parecia um pouco obcecado demais em descobrir a verdade e ela notara isso quando o mesmo começara a visita-la quase todos os dias, sempre trazendo Kitty como distração e começando a chama-la para outros casos.

O caso de Holloway estava parado e não conseguia pensar como o famoso Sherlock Holmes deixara aquilo acontecer. Ele não ficou sem fazer nada, pegara outros casos menores – tanto particulares quanto entregues pelo Capitão Gregson – e por vezes a chamava ou pedia alguma opinião. Joan ria sempre que pensava no tipo de pergunta que ele faria, questionamentos sobre o dia ou o que fazia nas horas vagas não eram comuns na voz dele, mas era o que estava acontecendo. Sherlock estava sedento por informações e Joan estava ficando boa em se limitar a mentir.

― Vieram cedo hoje ― comentou enquanto pegava as cartas de Michael e guardava no alto da estante.

― Kitty quer falar com você ― Sherlock anunciou colocando a travessa sobre a bancada.

― Comunicar na verdade ― Kitty corrigiu sorridente ― Vou viajar.

― De novo? ― Joan questionou se aproximando deles.

― Isso mesmo, para Londres. Vou visitar um amigo.

Joan parou e arqueou uma sobrancelha.

― Um amigo?

Kitty revirou os olhos enquanto Sherlock tentava esconder um sorriso.

― Você teve exatamente a mesma reação do Sherlock. E é só um amigo!

― Certo ― Joan cruzou os braços ― E posso saber quem é seu amigo? Me dê o número dele.

― O quê? ― Kitty arregalou os olhos ― É necessário?

― Se é necessário? ― Joan descruzou os braços e suspirou dramaticamente ― Vou ligar pra você toda semana, mas e se algo acontecer? Se perder o celular ou for roubada? Com quem acha que vou falar procurando por você? Posso ligar para a Scotland Yard se quiser, tenho um amigo lá...

― Um amigo?

Joan sorriu, convencida.

― Sim, um amigo que vai adorar espalhar cartazes com sua foto.

― Tudo bem! Tudo bem, eu passo dou o número do meu amigo ― Kitty desistiu pegando o celular.

― Por mim você nem iria ― Sherlock declarou.

― Eu sou maior de idade sabia papai? ― Kitty se defendeu sarcástica ― Posso simplesmente ir embora quando quiser.

― E só por isso vai atravessar o oceano sem um chip localizador no celular.

Kitty intercalou seu olhar desconfiado entre Sherlock e o celular em suas mãos antes de dar de ombros e voltar a guardá-lo. Joan sabia que era apenas preocupação, que Sherlock não tinha motivos para temer pela vida de Kitty em um lugar distante dali como Londres, mesmo assim fez uma anotação mental para, mais tarde, verificar em seu próprio celular se não havia um tipo de chip localizador dentro.

― E o que fez essa semana?

Joan se surpreendeu ao ouvir essa pergunta de Kitty.

― Não nos vimos muito e ando bem curiosa por novidades suas ― Kitty continuou com um meio sorriso, brincando com algum fio da sua roupa.

Joan franziu o cenho. Não se lembrava de ter uma conversa séria com Kitty sobre Holloway ou sobre o que escondia de Sherlock, mas naquele momento teve quase certeza de a garota sabia de algo. Aquele sorriso nunca era em vão.

― Não fiz muita coisa, na verdade ― limitou-se a responder ― Tentei me ocupar com alguns casos.

― Sério? Só isso?

― Sim, por quê?

Kitty deu de ombros.

― Não sei, você parece diferente.

― Diferente como?

― Sei lá, só... diferente ― o sorriso de Kitty voltou ― Isso tem algo a ver com aquele cara do hospital?

O quê?

― Joshua? ― verificou quase paralisada ― Onde nos viu, exatamente?

― Não é como se vocês estivessem realmente escondidos dentro daquela sala...

Na verdade eles estavam sim, praticamente trancados na sala de serviço de uma parte do corredor da UTI que só podia ser acessada por funcionários. Joan teve que pedir um enorme favor a um antigo colega para conseguir entrar ali e aparentemente Kitty tinha conseguido o mesmo sem chamar nenhuma atenção.

Franziu o cenho, compreendendo o sorriso da garota. As conversas não eram mais necessárias, Kitty já sabia de tudo o que conversara com Joshua, ou seja, praticamente todos os planos.

Tentando se manter neutra, Joan olhou para trás e encontrou Sherlock arrumando a bancada. Conhecia-o bem para saber que seus ouvidos e sua atenção estavam totalmente virados para elas, então optou pela famosa enrolação com uma pitada de verdade.

― Sim ― concordou finalmente ― Sim, tem algo a ver com Joshua.

O sorriso de Kitty aumentou ainda mais, como se fosse possível. Joan calculou mentalmente as consequências do que estava fazendo e olhou para Sherlock, encontrando-o do mesmo jeito de antes. É, aparentemente ele não se importava com quem estava na vida dela. Provavelmente isso iria ser mais uma vantagem do que um problema.

― Quando vamos conhecer?

Joan arregalou os olhos.

― O quê?

A campainha tocou novamente, fazendo-a suspirar. Quem seria dessa vez?

― Depois conversamos ― sussurrou para Kitty em tom irritado antes de abrir a porta.

Sentiu todo o seu sangue sumir do seu rosto assim que encontrou o olhar divertido e o sorriso torto de Moriarty.

― O que faz aqui?

― Soube que vai fazer um almoço em família. Posso entrar?

Joan engoliu em seco, o coração batendo forte. Nunca esperou encontrar Jamie Moriarty bem na sua porta pronta para uma visita e sinceramente, não achava que seria um problema deixa-la entrar em qualquer outro dia. Em qualquer outro dia quando estivesse só. Mas nesse dia em especial não estava, Kitty estava ali – pronta para adicionar em sua mente qualquer outra informação que pudesse ouvir – e Sherlock, o maior problema seria Sherlock. Olhou por cima do ombro e lá estava ele, bem atento a presença de sua ex-amante.

― Como escapou dessa vez? ― ele perguntou sério ― Não vejo cortes nos pulsos.

― Eu ainda tenho uma lista de desejos Sherlock ― Moriarty respondeu em tom suave.

Joan revirou os olhos, já imaginando que Moriarty não perderia a chance de provocar Sherlock, sentimentalmente e psicologicamente, e vendo que ambos já estavam cientes da presença um do outro, decidiu deixa-la entrar, trancando a porta em seguida.

― Jamie, essa é Kitty Winter. Kitty, essa é Jamie Moriarty, também conhecida como Irene Adler.

O olhar da garota escureceu e Joan sabia bem o motivo. Kitty não costumava ouvir adjetivos bons ou agradáveis creditados a Irene, muito menos a Moriarty. Tudo o que sabia e o que permaneceu em sua mente foi o irritante fato de que aquela mulher quase destruiu a vida de Sherlock.

― Jamie? ― Sherlock repetiu debochado ― Desde quando ela deixou de ser Moriarty para ser só Jamie?

― Não se preocupe meu caro ― Moriarty interferiu ― Não pretendo roubar Joan de você, ela só está sendo educada em me chamar pelo primeiro nome, como eu pedi.

O olhar de Sherlock foi rapidamente até Joan, mesclado entre desconfiado e enfurecido.

 ― Como é?

― Muito bem Jamie ― Joan continuou de forma automática, ignorando-o ― Pode ficar à vontade. Vou fazer o almoço.

― Eu ajudo ― Moriarty se prontificou de imediato ― Nada mais justo se apareci de surpresa.

― Dê uma chance a ela ― Joan sussurrou para Kitty, ganhando um olhar estranho como resposta.

― Então vocês são amigas? ― Sherlock insistiu.

― Sherlock... por favor.

― Não tente Watson, está obvio que andaram conversando bastante, até o tratamento entre vocês mudou.

Joan o ignorou novamente, procurando pelo macarrão. Aqueles últimas palavras de Sherlock só aumentaram sua certeza de que ele não iria embora, tampouco Kitty. Ambos estavam curiosos demais para isso, com o bônus de que Sherlock provavelmente via a chance de entender melhor o que Joan estava escondendo.

Se ela se importava com isso? Bem, talvez. Tinha plena consciência de cada movimento seu e de Moriarty iriam ser estudados, analisados segundo por segundo até Sherlock ficar satisfeito. Mas sim, Joan estava preocupada em deixar escapar algo. Não que não confiasse na própria atuação – que havia melhorado bastante – mas ainda tinha medo de perder o controle, de agir involuntariamente. Deixar a verdade escapar mesmo sem dizer nada.

― No que está pensando? ― Moriarty perguntou.

Joan pigarreou, tentando agir naturalmente. Os três já estavam olhando para ela.

― Que é você que vai fazer o macarrão ― enrolou, entregando o pacote a ela ― Não nos envenene.

Moriarty sorriu, pegando o pacote sem contestar.

― Você gosta da Joan ou age assim com todo mundo? ― Kitty perguntou parecendo veridicamente curiosa.

― Assim como? ― Moriarty questionou sem entender.

― Não sei, gentil? Ouvi muita coisa ruim sobre você, como já deve saber, mas agora eu tenho a impressão que você não seria capaz de fazer algo contra Joan.

― É só impressão sua Kitty ― Joan cortou seca.

― Não seja rude com a situação Joan ― Moriarty repreendeu, em seguida se voltou para Kitty ― Meu interesse por Joan é quase cientifico... Ela é tão esperta quanto Sherlock e eu não podia deixar algo assim passar, muito menos deixar que fosse destruído. Quando eu entende-la, o meu interesse acaba e eu seguirei em frente, assim como Sherlock.

Kitty bufou, enfurecida. Mas Joan se limitou a suspirar, começando a ficar irritada.

― Só por curiosidade... você anota essas frases em algum lugar?

Moriarty riu.

― Então você lembra?

― Do dia em que você disse que Sherlock cansaria de mim? ― Joan retorquiu sarcástica, apoiando a mão na cintura ― É, lembro. Perfeitamente.

― O que? ― Sherlock interviu surpreso.

― Isso foi há anos ― Moriarty implicou ― Por que ainda lembra?

― Porque concordei com muita coisa que você disse. Está mais feliz agora?

― Você acha que eu a amo? ― Sherlock questionou indignado, levantando a voz ― Não se lembra de tudo o que ela fez?

Joan sentiu a raiva começar a subir e imediatamente largou a faca que usaria para cortar as verduras, então respirou fundo e virou-se para fita-lo.

― Antes de tudo Holmes, ninguém aqui falou em amor. Depois, é exatamente por tudo o que ela fez que me faz ter certeza que a ama. Não parou pra pensar nisso ainda? Mesmo depois de tudo, você ainda não a odeia. E você odeia muita gente por muito menos que isso. Expulsa pessoas da sua vida por praticamente nada e mesmo assim Moriarty ainda está ai, bem acolhida na sua memória e quem diria, no seu coração!

― Watson só posso imaginar que estamos vivendo em dimensões completamente diferentes para que você conclua tudo isso ― Sherlock retrucou quase enfurecido ― Ou você só pode estar cega, é a única maneira de não enxergar a raiva que sinto quando a vejo.

― Raiva? ― Joan riu sem humor ― Essa raiva você sente de si mesmo quando percebe que ainda a ama, que ainda a ama mesmo com tudo o que ela fez a você e a muitos outros! Ela enganou você e acredito que esse orgulho ferido é o único motivo de você não ter corrido de volta pra ela até agora.

Sherlock silvou de raiva e puxou os próprios cabelos, indicando o inicio de seu descontrole.

― Orgulho ferido? Nem acredito no amor!

― Ah! É muito bom saber disso! Eu não vou esquecer.

Sherlock rosnou e lhe deu as costas.

― Acho que vocês precisam de um tempo sozinhos ― Kitty comentou com cautela.

― Não ― Joan cortou decidida ― Não quero ficar sozinha com ele.

― Mas-

A campainha tocou pela terceira vez naquele dia, mas Joan estava farta de deixar surpresas entrarem por aquela porta.

― Estou ocupada para visitas! ― gritou irritada.

― Polícia de Nova York! ― uma voz masculina gritou de volta ― Preciso falar com urgência com Joan Watson!

Joan viu Moriarty, lentamente, ir para o corredor que dava acesso ao seu quarto, mas não pensou duas vezes antes de, literalmente, correr até a porta e abri-la de chofre.

― Sou eu.

O policial fardado a sua frente a saudou com um aceno de cabeça e lhe entregou uma carta lacrada.

― A senhorita está sendo intimada a comparecer ao Departamento imediatamente para testemunhar sobre seu envolvimento no caso de Hector Holloway.

― O quê? ― ela paralisou ― Que tipo de envolvimento?

― O Capitão Gregson explicará tudo quando chegarmos lá, senhorita.

― Vamos agora?

― Imediatamente.


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Notas finais do capítulo

Comentários, que tal? Recomendações também aceito.



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