Pop Star - Uma Estrela No Céu escrita por Ana Letícia


Capítulo 36
Quem espera sempre alcança.


Notas iniciais do capítulo

Aviso importante: CAPITULO NARRADO PELO RICK!!!



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Eu já estava quase terminando a faculdade, eu cursava Artes Plásticas. Eu pintava obras incríveis, ou pelo menos eu as achava incríveis.

Eu sabia que os professores não eram fãs das minhas obras, sempre tirava notas medianas, parecia que ninguém conseguia enxergar meu potencial.

Eu já tinha 20 anos quando estava no ultimo período da faculdade, faltava um único projeto a ser avaliado, e este, iria definir se eu receberia meu diploma ou não.

Fiz uma pintura realista de minha mãe, apesar de minha família não gostar do rumo que eu tinha escolhido pra minha vida, acharam a pintura incrível, e eu estava convencido que logo estaria formado.

Eu estava muito enganado.

No dia da entrega do projeto, a maioria dos meus colegas receberam criticas positivas de meu professor carrasco, mas quando chegou a vez dele avaliar o meu projeto, ele acabou comigo.

– Uma pintura da sua mamãe? - ele debochou – Isso é ridículo, volte pro fundamental e aprenda a desenhar coisa melhor!

Todos da turma riram de mim, passaram dias me atormentado, dizendo que eu era um fracasso, que eu não receberia meu diploma, e que eu nunca ia servir pra nada.

Isso tudo me abalou, mas não me venceu.

Eu sempre sonhei em ser um grande artista. Todas as noites sonhava com minha própria galeria, lotada de clientes, e que um dia eu pudesse ser professor na melhor faculdade de arte do mundo. Mas isso estava bem longe de acontecer.

Meus colegas me atormentaram tanto que eu corri pro banheiro, fiquei enfornado lá dentro, reprimindo as lágrimas e tentando me convencer que eles estavam errados sobre mim.

“Mas e se eles estiverem certos?” Dizia uma voz na minha cabeça.

Quase uma hora depois sai do banheiro, já eram quase cinco da tarde, eu estava pensando no que ia dizer aos meus pais quando eles perguntassem como foi a avaliação do professor. E mais uma vez eu ia ouvir “Rickardo, por que você não é igual ao seu irmão William?”, “William sim soube escolher uma profissão, um médico de sucesso!”. Eu estava pensando seriamente em desistir da arte e fazer vestibular para cursar medicina, mas o destino tinha outros planos pra mim.

Eu andava distraído pelos corredores, que nem vi uma garota sentada no chão. Acabei tropeçando nela.

– AAAAIIIIIIII!!!! – ela gritou.

– Droga! Me desculpe, moça. – disse eu.

– Você é cego, garoto? Você estragou minha maquiagem!!!! Nunca vou conseguir refazer a tempo pra festa! Que droga!

– Sinto muito, eu juro que não tive a intenção de te atrapalhar ou machucar. – falei. – Mas por que você ta se maquiando no chão? O banheiro é logo ali.

– Você já entrou no banheiro feminino? - ela perguntou irritada.

– Claro que não. – respondi.

– Ele fica cheio de garotas! O tempo inteiro, mal da pra se olhar no espelho por mais de três segundos, imagina se maquiar lá dentro. – ela disse frustrada.

– O banheiro masculino está vazio, quer que eu fique de guarda pra você se maquiar lá? - perguntei.

– Não, se a coordenação me pega lá posso ser suspensa.

– Posso te ajudar a refazer a maquiagem então?

– O que você sabe sobre maquiagem?

– Eu sou pintor, maquiar não deve ser muito diferente.

– Olha, eu estou atrasada, e você já me fez perder muito tempo.

– Ah, ok.

– Mas já que insiste, pode me maquiar. – ela disse com um sorriso travesso.

– Vamos pra um lugar mais claro. - disse eu.

– Você não vai se incomodar se as outras pessoas virem você fazendo maquiagem?

– Acredite, minha reputação já não é mais das melhores.

– Então vamos. –ela disse por fim.

Eu a ajudei a se levantar e carreguei suas bolsas, e logo chegamos ao pátio. Sentamos em um banco, e eu comecei a remover a maquiagem dela.

Ela me deu umas instruções básicas, me disse para que cada item servia, então comecei.

Passei a base em seu rosto, e corretivo nas partes que tinham sardas, depois cobri tudo com o pó. Comecei a trabalhar em seus olhos, fiz uma mistura de cores: marrom, preto, branco e dourado, pois achei que combinava com qualquer coisa.

Logo, uma platéia começou a se formar ao redor, umas meninas paravam pra olhar, uns caras ficaram rindo de mim, mas não dei importância.

Minutos depois a maquiagem estava pronta, perfeita, quando a garota viu ficou boquiaberta.

– Meu Deus, você sabe mesmo maquiar. Qual seu nome mesmo?

– Rickardo Fortinelli.

– Quando me perguntarem quem me maquiou direi que foi Rick Fortinelli.

Depois disso as meninas viviam me importunando na faculdade, perguntando quando eu cobrava pra maquiar, perguntando quando eu podia.

Veja bem, eu não estava planejando ser maquiador, mas eu não recebi meu diploma na faculdade, fui reprovado pelo professor carrasco, eu tinha quase 21 anos e precisava de um emprego, e a melhor coisa que me apareceu foi isso.

E, bom, eu gostava de maquiar, me lembrava pintura, então deixei que isso fosse minha profissão: maquiador profissional.

Quando eu morava em Santa Catarina todos lá me conheciam, todos mesmo. Todas as moças queriam que eu as maquiasse, porém, a maioria achava que eu era gay.

E que fique claro: Eu Não Sou Gay.

Passei cinco anos por lá, maquiando pessoas, modelos, sendo contratado para eventos até que fui contatado por Hugo Pardinni, um famoso estilista. Ele estava à procura de um novo maquiador, pois passaria um tempo em uma cidade, escolhendo meninas para fazer novas roupas, e faria exibições em desfiles.

Não precisou muito para que eu notasse que Hugo não queria só um estilista, também queria um namorado. Mas fiz questão de deixar claro que eu não era gay. Mas Hugo quis me contratar como maquiador.

Enquanto eu o ajudava a escolher meninas para ele criar seus modelos, percebi o quanto gostei de procurar talentos. Isso meio que virou um hobbie, e disso surgiu um novo objetivo: encontrar um grande talento e mostrá-lo ao mundo.

Logo no meu primeiro ano no Nordeste do Brasil, onde Hugo quis procurar novas inspirações, encontrei minha primeira estrela. Diego Carvalho era seu nome.

Diego tinha dezesseis anos, era alto, bonito eu diria, os cabelos louros eram na altura dos ombros, o que o deixava com cara bad boy surfista, era super talentoso, tocava muitos instrumentos, nai tinha medo do público, e cantava bem, e eu quis investir em sua carreira. Estava dando muito certo, mas Diego recebeu uma critica negativa sobre sua voz e seu timbre, e isso o bloqueou, ele não conseguiu mais cantar depois disso, e ficava difícil tornar famoso um garoto que não canta.

Mas eu não havia desistido do Diego, só precisava encontrar alguém para fazer par com ele, e lançá-los juntos ao mundo da fama.

Não foi do dia pra noite, e não foi fácil, mas três anos depois encontrei aquela garota no shopping, alem de linda e simpática era muito talentosa, eu não sabia quando a vi, mas quando a ouvi cantando eu soube, eu senti, Annelise seria, sem dúvidas uma grande estrela, ela era a minha chave para o sucesso.

Não foi difícil tornar Annelise uma estrela, ela tinha potencial, e finalmente pude estrelar Diego junto, o garoto merecia, soube esperar pacientemente.

Mas agora, meses depois de toda a fama, Annelise estava triste, infeliz e preocupada, era muito difícil convencê-la de que não adiantava ficar assim, que as coisas são do jeito que tem que ser, mas quem dera ela me ouvisse.

Eu estava no corredor de sua casa, tomando coragem pra bater à porta de seu quarto, não era fácil enfrentar uma adolescente chorosa à beira de um colapso nervoso.

Finalmente bati.

– Quem é? -sua voz soou abafada.

– Papai Noel. – ironizei.

– Entra, espero que tenha trazido meus presentes aí.

Entrei.

– Meus Deus! – falei.

A situação estava pior do que eu pensava, ela estava largada na cama com uma grande bacia de brigadeiro no colo assistindo à uma maratona de The Walking Dead.

– O que foi? - perguntou Annelise.

– Vim ver se você estava melhor.

Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, seu rosto estava vermelho.

– Não estou. – ela disse com um suspiro.

– Qual temporada? - perguntei olhando para a televisão.

– Terceira. – ela disse.

– Já disse aos seus fãs que você está bem?

– Não estou disposta.

– Mas você precisa.

– Meu twitter está travado. Não para de chegar notificação.

– Então leia todas.

– Não estou disposta. – ela disse revirando os olhos.

– Eu vou arranjar alguém pra fazer isso pra você, pode ser?

– Fique à vontade. – disse ela.

– Ok.

Sai do quarto determinado a encontrar alguém que tivesse saco pra ler as notificações do twitter de uma adolescente famosa. Não seria uma tarefa fácil.

Pois é, empresários também sofrem.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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