Pop Star - Uma Estrela No Céu escrita por Ana Letícia


Capítulo 28
A competição.




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Comecei a cantar uma música que compus há muito tempo atrás. Eu a chamava de “Não tô nem aí”.

As vezes as pessoas nem olham pra mim

Parece que sou invisível

Mas eu faço o que eu quiser

Faço o que eu quiser

Não tô nem ai

As vezes alguém tenta mudar algo em mim

Diz pra eu ser mais perceptível

Mas falem o que quiserem

Digam o que quiserem

Eu não vou ouvir

Eu sou dona de mim.

Eu não tô nem ai

Eu não tô nem ai

Façam o que quiserem

Digam o que quiserem

Eu não vou ouvir.

Eu não tô nem ai

Eu não tô nem ai

Falem o que quiserem

Pensem o que quiserem

Eu não tô nem aí

Eu sou dona de mim.”

A medida que eu cantava, as pessoas batiam palmas para acompanhar, e gritavam e aplaudiam, alguns até gravavam. Quando eu terminei de cantar achei que a gritaria não fosse acabar mais.

Eles tinham gostado mesmo daquela música? Nem era das minhas melhores, na verdade eu achava até meio infantil, mas a galera estava enlouquecida. Gritavam, aplaudiam, assoviavam.

Olhei a hora e percebi que se não corresse ia me atrasar. E eu não queria parar na sala da diretora de novo. Joguei o microfone pro Pedro e saí correndo arrastando Ramonn, Thays, Armando e Sofia comigo.

As pessoas estavam correndo atrás de mim, umas meninas do primeiro ano pedindo pra tirar selfie. Gritei de volta que estava atrasada pra aula, elas pareciam prestes a chorar. Então prometi que na hora da saída iria tirar uma foto com elas.

Fui pra aula completamente feliz, eu não via a hora de dar atenção às minhas novas fãs.

***

Pareceu uma eternidade, mas, a hora da saída finalmente chegou. Havia um grupo de mais ou menos uma dúzia de meninas me esperando na porta da sala. Todas deram gritinhos ao me ver. Tirei fotos com ela de bom grado. Umas até pediram pra gravar um vídeo fazendo caras e bocas.

Elas não paravam de me chamar pra fazer perguntas. Olhei de relance para Ramonn e percebi que ele estava com uma cara nada boa.

Disse às meninas que eu precisava ir embora, e que foi um prazer tirar fotos com elas.

– O que foi? - perguntei a Ramonn.

– Vai ser isso todo dia? - ele disse carrancudo.

– Eu não sei. Isso te incomodou? Nem é você que tá sendo assediado. – assim que fechei a boca me arrependi de ter falado aquilo.

Ramonn acelerou o passo, ele dava passos largos e pesados. Estava obviamente correndo porque não queria mais falar comigo.

– Vai começar tudo de novo, Ramonn? - falei.

Ele parou. E se virou pra me olhar.

– Eu já te amava antes dessa historia de fama. Já te amava antes de você mostrar seu talento, já te amava quando você não era ninguém pra essas pessoas. Então só não se esqueça quem sempre te julgou importante e quem só quer estar perto de gente famosa. – ele usou aspas no famosa.

Fiquei abismada com o showzinho dele.

– Por que você não pode simplesmente ficar feliz por mim, Ramonn, por que?

– Por que você tem que ir adiante com isso? Não conseguia ser feliz com o que tinha? Precisa de um bando de desconhecidos de venerando pra se sentir completa? E eu, Lizzie? Onde me encaixo na sua vidinha de famosa?

Ele bateu o pé e saiu andando sem me dar a oportunidade de falar algo.

E eu achando que ele tinha mudado, que estava determinado a parar com isso. Mas, obviamente me enganei com ele mais uma vez. Eu fazia de tudo pra conciliar meu tempo entre estudar, investir na minha carreira e cuidar dele. Eu usava meu precioso tempo com ele, e ele achava que isso não era nada, ele desprezava tudo que eu tentava fazer por nós. E ainda tenta jogar a culpa toda em cima de mim.

Tentei esquecer isso, mas já era tarde. As lágrimas rolavam pelo meu rosto, e, infelizmente não dava para sugá-las de volta.

***

Desci sozinha e entrei no carro de meu pai tentando disfarçar que andei chorando. Contei a ele sobre o que aconteceu na escola, a música na rádio, as pessoas me seguindo, e a minha punição por ter faltado aula.

– Pelo menos você tem a chance de manter a bolsa. – disse meu pai.

– Mas, pai. Estou ganhando muito dinheiro, o senhor Micael já vai me enviar um cheque. Depois que nós resolvermos nossas questões financeiras, eu vou poder pagar minha mensalidade. – argumentei .

– Eu sei, Lizzie, mas dê valor à esta bolsa de estudos, estudar nessa escola como bolsista te abrirá muitas portas pro futuro da sua educação. – ele disse.

– Eu sei, pai.

Chegando em casa fiquei surpresa ao encontrar Rick lá. Parecia que vivíamos grudados agora, pensando bem, eu passava mais tempo com o Rick que com Ramonn nos últimos tempos.

– Vim te trazer este cheque, o senhor Micael acabou de assinar. – ele balançou o cheque no ar como se fosse um prêmio.

Eu o peguei da mão dele.

– Vinte mil reais???? - perguntei chocada.

– 50% do lucro com os videoclipes, e as músicas tocando na rádio. Fora que já tem gnete querendo te contratar pra fazer show no Rio de Janeiro.

Nem acreditei no que estava ouvindo.

Contei a ele e minha mãe como minha música virou febre na escola e nas rádios. Todos queriam me ter por perto, e também a minha punição por ter faltado.

Rick pareceu aliviado e preocupado.

– Vai conseguir dar conta disto e de novas músicas pro seu CD?

– As olimpíadas são semana que vem. – anunciei.

– Mas já? - perguntou Rick.

– Sim, e depois disto estarei livre para me dedicar às novas músicas.

Ele e meus pais ficaram conversando sobre o incidente das trufas enquanto eu tomava um banho.

Quando voltei perguntei casualmente:

– Cadê o Diego?

– Ele foi resolver uns assuntos na faculdade. – disse Rick.

– Ah, eu não sabia que ele fazia faculdade. – disse distraída.

– Ele cursa direito. – disse Rick.

– Que estranho, nunca imaginei o Diego como um advogado.

– Mas ele será um dos melhores, o cara consegue convencer muita gente a fazer coisas estúpidas.

– Como você e a trufa do sono.

– Pois é. – Rick deu uma risada sem graça.

***

Os dias foram se passando e Ramonn se tornava cada vez mais amargo comigo, mal me dava atenção, ele não queria entender que eu me comprometi com a diretora. Prometi que tentaria vencer, mas pra vencer eu teria que estudar, e o único que quis me ajudar com isso foi o Armando.

Armando decidira que ia participar das olimpíadas, mas deixou claro que só ia fazer isso pra esfregar na cara da Mayra que era ele quem ganhava e não a escola.

Depois das aulas, todos os dias eu ia à casa de Armando para estudar com ele. Vi a mãe dele algumas vezes, ela era bastante simpática, mas não nos dava muita atenção, estava sempre pendurada ao telefone. Vez ou outra aparecia para perguntar se queríamos algo, e Armando sempre parecia sem graça quando ela falava algo.

Finalmente chegou o dia de inicio das olimpíadas. Seria um dia inteiro de uma disputa por uma prova escrita, a primeira fase.

A prova era basicamente questões de lógica e cálculos, e quem se saísse bem iria para a segunda fase no dia seguinte, que aconteceria no teatro do estado,que era o maior lugar que eles conseguiram alugar para o evento.

Como esperado, Armando e eu passamos na primeira fase com ótimas colocações, ele sem segundo lugar e eu em terceiro. O primeiro lugar ficou para um garoto chamado Isaac, que Armando acreditava ser seu antigo colega de turma.

A segunda fase da competição era feita em times, era time contra time, era feita uma pergunta, e quem apertasse o botão primeiro e respondesse corretamente marcava um ponto. Eles selecionavam os melhores competidores de cada escola participante para formar um time. As escolas do nosso estado competiam entre si em um time de três.

No meu time estavam Armando, João e eu. Competimos com uma escola pública da parte alta da cidade, e vencemos. Depois com uma escola particular que não me lembro de onde era, e também ganhamos. Ganhamos de várias escolas, como esperado. Só estávamos empatados com uma: O Internato São Guilherme, a antiga escola de Armando.

Eu não havia visto o Internato SG competindo antes, só vi quem eram os participantes do trio na hora em que fomos competir.

Havia um garoto magro, de cabelos cheio que usava óculos, em sua plaquinha dizia “Isaac”, o garoto que tirou o primeiro lugar na primeira fase. Depois vinha um menino que era até bonitinho, tinha cabelos pretos bem cortados, pele morena e a boca carnuda, ele me lembrava um pouco o Ramonn, exceto pelos óculos de grau e um alargador na orelha.

Quase cai pra trás quando vi a ultima participante do trio. Uma garota louca, olhos castanhos, pele bronzeada, um sorriso de deboche brincava sem seus lábios vermelhos.

Era Mayra Mello.


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Notas finais do capítulo

ENFIM POSTEI!
Agora vamos ao blablabla de direitos autorais: essa musica citada no capitulo (meio bostinha, eu sei), é minha e não dou autorização pra ninguem pegar, sou possessiva kkkk.
Surpresos com a volta da Mayra? Felizes? Alguma emoção??
Enfim, espero que gostem s2.



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