Pop Star - Uma Estrela No Céu escrita por Ana Letícia


Capítulo 18
Acho que vou morrer.


Notas iniciais do capítulo

Aviso: este capitulo é narrado pelo Ramonn.



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Eu definitivamente não queria ficar em casa!

Eu estava tentando, realmente tentando, mas Annelise não facilitava as coisas.

Eu deixei pra trás as duas horas que ela passou sem falar comigo e nossa ultima briga e a convidei para sair. Mas ela aceitou? Não. Me disse que já havia marcado com o tal do Rick.

Ela preferiu sair com o tal cara metido a empresário do que comigo.

Enfim, Lizzie saiu para se divertir com o Rick e sei lá mais quem, e eu não ficaria em casa com cara de besta.

Assim que cheguei em casa corri pra tomar banho, me troquei e comi um sanduiche de frango com presunto. Avisei à minha mãe que ia sair.

– Vai sair com a Lizzie, filho? - ela quis saber.

– Não, só vou dar uma volta por aqui mesmo. Eu tô levando o celular, mas não vou demorar.

Isso pareceu acabar com as dúvidas dela.

Saí de casa furioso com Annelise, eu não a entendia, e não agüentava mais o atual comportamento dela. Me ignorava, recusava meus convites, e sempre estava ocupada demais pra mim.

Eu estava tão perdido em meus pensamentos que não olhava nem por onde estava andando até que esbarrei em algo, e pisei em ago, que provavelmente era um pé.

“AI”. A coisa gemeu de dor. Antes de olhar deduzi que era uma pessoa.

Quando olhei quem era fiquei surpreso.

– Você não me viu, Ramonn? - perguntou ela. – Achei que fosse me abraçar e não tentar arrancar meu dedão e levar meu ombro!

– Melly?- eu disse ainda confuso. – Ah, que droga, pisei no seu pé. Me desculpe!

– Não, você também deslocou meu ombro. – ela disse calmamente.

– Me desculpe. Desculpa mesmo.

– Tudo bem, só to chateada porque você borrou minha unha, eu acabei de pintar.

– Ah. – eu disse querendo encerrar o assunto.

Mas ela me olhava com expectativa.

– Posso fazer algo por você? - perguntei por pura pressão.

– Ah, não. Eu posso arrumar minha unha amanhã. Não se preocupe. – ela disse.

Mas eu tive a impressão de que ela queria que eu oferecesse algo, e eu não queria mais uma garota brava comigo.

– Você tá afim de tomar sorvete? - perguntei.

– Ah, adoraria.

Enquanto andávamos até a barraca do sorvete na praça, ela tentou puxar assunto.

– Você mora por aqui né?

– Sim. – eu queria encerrar a conversa, mas não queria ser rude. – Você também?

– Me mudei a pouco tempo. E estou muito feliz de morar por aqui porque minha melhor amiga mora por aqui, e ficar perto dela a qualquer hora do dia é tudo de bom e...

Ela continuou falando algo sobre DVDs que ela e a melhor amiga assistiam juntas, e sobre as amigas que estava fazendo na rua que morava, e que os meninos de lá eram legais.

Olhe, a caminhada não foi longa, foram só 4 minutos, mais ela falou como se fossem 4 horas. Finalmente chegamos, e tive que interromper sua historia nada engraçada sobre o cachorro que espirrou salsicha.

– Você ainda prefere chocolate?

– Sim. –ela respondeu e voltou a tagarelar.

Eu simplesmente não acreditava. Sai de casa chateado, tropecei nessa doida varrida que não calava a boca, e agora estava estava seis reais mais pobre.

Fomos à procura de um banco, porque se ela continuasse falando daquele jeito eu ia cochilar em pé e cair de cara no chão.

Por mais entediado que eu parecesse, Melly não parava de falar, eu não conseguia compreender. A garota mal parava para respirar, fiquei surpreso ao ver que seu sorvete finalmente acabou.

Eu estava louco para ir embora, mas Melly não calava a boca,e eu não estava afim de que ela começasse o mimimi de “você borrou minha unha.”.

– Quer outro sorvete?- perguntei.

– Pode ser. – ela disse retomando o assunto sobre uma garota falsa da escola.

Eu estava torcendo para ela ficar no banco me esperando e eu dar um jeito de escapar e cair fora, mas ela se levantou pra ir junto.

Quando pedi o sorvete, e peguei o dinheiro para pagar, como de costume olhei a hora, e vi que havia uma nova mensagem em meu whatsapp.

Enquanto andávamos de volta até o banco, eu chequei a mensagem e era de um número que eu não conhecia.

Havia uma imagem desfocada, porque meu celular só baixava imagens se eu autorizasse, e embaixo havia uma mensagem de texto:

Caso você não lembre de mim, aqui é a Jennifer.”

Quem diabos era Jennifer?

Jennifer, Jennifer...?

Daí me lembrei de uma Jennifer, e a que eu conheci foi enviada pelo próprio capeta para infernizar a vida de Annelise quando éramos pequenos.

Mas o que levou Jennifer a me procurar depois de quase dez anos? Onde ela conseguiu meu número e que imagem era aquela?

A parte da imagem era simples de se descobrir, cliquei em baixar.

O 3G estava muito lento, então fui me sentar no banco com Melly enquanto ela falava sobre a novela.

Mais três minutos depois a imagem foi baixada, eu cliquei para abrir e começou a carregar.

Quando a imagem finalmente abriu desejei não ter visto aquilo. Era uma foto de Annelise, em um lugar que eu não conhecia, mas não teria nada demais na foto, se não tivesse um cara beijando o pescoço dela.

Eu não consegui entender aquilo. Por que ela mentiu pra mim?

Disse que tinha uma reunião com o Rick, mas aquele obviamente não era o Rick, ele nem se quer estava por perto.

Ela mentiu para mim. E estava com outro. Comecei a sentir uma fraqueza nas pernas e fiquei ofegante.

Melly notou que algo estava errado.

– O que você tem, Ramonn? Está bem?

– Não, Melly. Sinto muito mas tenho que ir pra casa.

Ela começou a passar a mão no meu rosto.

– Você ta todo vermelho, mas não está com febre. – ela disse passando as mãos nos meus cabelos. – Precisa de ajuda pra chegar em casa?

– Não, eu consigo chegar lá. Não se preocupe.

Ela me ajudou e se levantar, mas eu continuava tonto, meus joelhos fraquejavam.

– Você nem consegue andar, Ramonn! Eu te ajudo, vamos. – ela disse.

Ela passou o braço em volta da minha cintura e me deu apoio para que eu conseguisse andar.

Saí da praça praticamente carregado por Melly, mas eu não queria de jeito nenhum que ela fosse até a minha casa comigo, tinha medo de que se ela descobrisse onde eu morava se achasse no direito de me visitar e passar horas tagarelando.

Felizmente quando chegamos perto da minha rua comecei a me sentir melhor, meu coração ainda doía, juntamente com minha cabeça.

Eu agradeci à Melly e disse que estava bem melhor, ela concordou, e disse que ia embora, mas eu poderia chamá-la se precisasse.

Entrei em casa quase caindo, e minha mãe obviamente não aceitou a desculpa de que eu comi algo que me fez mal. Mas percebeu que eu não queria contar os motivos reais da minha doença repentina.

Passei a noite em claro, meu coração doía mais que tudo,eu estava começando a achar que ia morrer de tanta dor, não consegui entender por quê Annelise fez isso comigo.

No dia seguinte eu ia conversar com ela.E seria a nossa última conversa.


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Notas finais do capítulo

eu nao queria colocar o Ramonn pra falar de seus sentimentos insignificantes agora kkk, mas devido os acontecimentos tretosos, achei que vcs gostariam de ler o que realmente aconteceu entre ele e a Melly, e o que ele sentiu ao pensar que estava sendo chifrado. No fim das contas ele e Lizzie são inocentes. Será?



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