Poesia-me escrita por Atenas
Pego um maço de cigarros e puxo com os lábios, o fumo sai em pequenos círculos, um pouco do tabaco que entope meus pulmões fazendo minhas artérias protestarem. O ar, não mais puro da madrugada, fica com o cheiro de incenso e nicotina. Olho para além das árvores tortuosas e melancólicas... Eu não precisaria de nada disso se você estivesse aqui. Não teria me rendido à vodca, tequila e noites de insônia se ainda pudesse te consumir. Nenhum entorpecente seria pário para nós, se ainda compusesse as canções inadequadas ao piano e violino.
Sento-me no gramado escuro, as gotas de orvalho repousam indiferentes, e a lua, meio sorrindo, meio suave, encara-me como uma história mal contada e eu aposto com ela que se você vier, apagarei o cigarro, fecharei os buracos do peito, terminarei as poesias abandonadas e voltarei a deixar os cantos dos lábios se contrairem.
Eu ainda não ganhei, mas durante a noite toda, foi de você que eu falei.
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