Recomeço escrita por Supernatural Girl


Capítulo 9
Treino Torturante


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo eu disse que só ia postar quando chegasse a 4 comentários, mas como eu vi várias pessoas marcando que está acompanhando, eu desisti de esperar e não falarei isso novamente. Juro pelo Anjo :P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/650904/chapter/9

— Então vamos começar! – diz Aro animado.

Depois que demonstrei meus poderes à Aro, ele decidiu que seria bom que eu treinasse com os outros membros da guarda além dele. Assim, eu terei um “exemplo prático de como devo fazer”. Ele acredita que isso poderá me ajudar a aprender mais rápido. Felizmente, Jane não irá me treinar. Consigo causar dor em alguém muito bem, e em mais de uma pessoa ao mesmo tempo, coisa que ela não faz.

— Como você já sabe ler mentes – ele continua – irei ensiná-la a protegê-la e depois você irá proteger quem estiver ao seu redor. Isso será muito útil contra poderes mentais.

Stefan e Vladimir nunca mencionaram esse poder no meu cronograma. Como eles não tem poderes mentais – na verdade poder nenhum – não daria para saber se estava funcionando ou não, mas, seria um poder bem útil caso Jane pensasse em me atacar quando não tivesse ninguém por perto. Porém, não tinha ideia de como fazer isso.

— Quero que você projete um escudo. Imagine ele como uma... névoa e cubra sua mente com ela.

Fecho meus olhos para me concentrar melhor. Começo a imaginar uma névoa cobrindo meu cérebro. Mas, não sinto nada de diferente. Sinto a mão de Aro tocando a minha e abro os olhos perguntando se deu certo. Ele nega com a cabeça.

— Essa foi apenas a primeira vez querida. Não cobre tanto de si.

Segunda, terceira, quarta... vigésima sétima tentativa e nada!

— Argh. Isso é impossível – digo.

— Talvez você precise de um pouco de motivação - fala Aro mais para si saindo da sala em que treinamos ontem me deixando sozinha com minhas frustrações.

Todas essas tentativas me deixaram mentalmente cansada. Eu queria muito aproveitar a saída do Aro e fugir, mas gostaria de saber que motivação ele poderia me dar. Eu não tenho nada para perder, literalmente. Sem falar que esse é um poder que será muito útil para mim.

Quando Aro retorna, uma menina baixinha sorrindo o acompanha.

Jane.

Meu coração e minha respiração param. O que Aro está planejando?

— Claire, você conhece a Jane, certo?

Claro que eu a conheço, eu a vi ontem com Alec, Demetri e Felix. Stefan e Vladimir também falaram dela e do irmão várias vezes para mim. Sabia que devia temê-los. Sabia que devia evitá-los.

— Como eu já li todos os seus pensamentos, você pode não estar se sentindo tão motivada assim para protegê-los – explica Aro – Por isso pedi que Jane viesse. Se você concordar, é claro.

Se eu concordar. Considerando que ela está aqui, não acho que eu tenha muita opção. Aro encara meu silêncio como um sim e faz sinal para Jane prosseguir.

Sinto a dor de seu poder. Meu corpo queima como se eu estivesse no meio de uma fogueira. Cada veia queima como se meu sangue tivesse sido substituído por lava e minha pele não tivesse pronta para suportar. Caio no chão incapaz de me sustentar. Sinto o desejo do meu corpo de se afastar, mas ele não se mexe. E mesmo que se mexesse, a dor iria me seguir. Minha visão começa a ficar preta e perco a consciência.

Acordo no meu quarto com tudo escuro. Acendo o abajur e vejo que tem um bilhete no criado-mudo.

Sandra irá levar seu jantar no quarto. Procure descansar. Amanhã no mesmo horário – Aro.

O relógio marca cinco horas da tarde. O jantar ainda irá demorar.

Começo a me lembrar do que aconteceu. O treino, a tortura... Levanto da cama e saio do quarto. Preciso buscar um pouco de ar, de preferência longe de todos esses seres sobrenaturais. Não tenho certeza se Aro me deixará sair, mas irei do mesmo jeito.

Quando chego na “sala de jantar” pronta para argumentar, vejo que ela está vazia. Ótimo, ninguém precisará saber que eu saí. Tento me lembrar qual caminho fiz para chegar até aqui. Felizmente, não me perco. Estranhamente ninguém me impede de sair. Na verdade, mal notam a minha passagem.

As ruas de Volterra não são muito cheias a noite. Poucas pessoas caminham perto da Torre do Relógio. Como eu não falo italiano e as ruas são muito parecidas, procuro não me afastar muito apesar de querer um lugar em que eu não possa ver o covil dos Volturi.

Sento em um restaurante a algumas quadras da torre. Peço um macarrão, afinal estamos na Itália, e observo as pessoas andando sem saber da existência de vampiros. Que sorte elas têm. Eu também costumava ter.

Não me arrependo de ter fugido de casa. Minha vida ali já tinha terminado fazia tempos, mas a maioria dos jovens que fazem isso, não acabam na mão de um clã de vampiros. Ainda mais de dois clãs. Minha estadia com os romenos não foi boa, contudo, não sentia ódio deles. Eles perderam tudo e o desejo de vingança é justificável. Não me arrependo de ter fugido. Eles me salvaram, porém estragaram tudo. Paguei a minha dívida suportando eles durante aquele período.

Eu não tenho dívida alguma com os Volturi. Estou aqui porque tive medo do que os romenos fariam comigo se me achassem, mas sei que os Volturi não são santos. Eles não são alguém que merecem a minha confiança e Aro provou isso hoje. “Não faremos todas essas crueldades com você” Aro me disse quando cheguei. Talvez, eles não fizessem todas as crueldades, mas isso não significa que aqui será como férias no Caribe. Preciso estar preparada. Preciso aprender a me defender sozinha. Preciso aprender rápido.

Buon apetito— diz o garçom me trazendo de volta a realidade. A comida parece bem apetitosa.

Dou a primeira garfada e percebo que não só parece, como está muito boa.

— Depois de beber apenas sangue durante todos esses anos, comida normal não me atrai mais – diz uma voz.

Olho em direção ao som e vejo Demetri parado próximo a minha mesa. Ele puxa a cadeira na minha frente e se senta.

— Aro ficou preocupado. Sandra foi entregar o seu jantar e não te encontrou.

— Não sabia que tinha que pedir permissão para sair.

— Não iria precisar se você não tivesse um grande histórico de fugas.

— Tenho certeza que não foi isso que deixou Aro preocupado – murmuro esquecendo-me da ótima audição dos vampiros.

— E o que teria sido? – pergunta ele curioso.

— Jane fez uma participação especial no treino de hoje.

Demetri ri.

— Gostaria muito de ter visto isso. Vou deixar você terminar seu... jantar. Direto para casa quando acabar. Se tentar fugir, eu vou te achar – Demetri pisca para mim e some.

Casa. Não estou lá nem um mês e já posso considerar esse lugar como casa? Isso faria dos Volturi minha família? Ainda tenho muita coisa para assimilar, mas antes terminarei meu jantar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje. Não sei quando sairá o próximo, mas se você estiver acompanhando a história, será avisado :P

Vejo vocês nos comentário. Beijinhos =^.^=