Já faz uma semana que eu e Alec estamos juntos. Não fizemos nenhum pronunciamento oficial, mas ele diz que todo mundo já sabe, pois depois do ataque, Aro passou a ler a mente de todos diariamente.

Com exceção da minha.

Ele até tenta de vez em quando, mas sabe que eu a protejo. Não protegê-la “garantia” que eu não sou cúmplice dos vampiros que me atacaram ou que não irei me voltar contra meu próprio clã, mas não gosto de compartilhar todos meus pensamentos. Além de que, já ouvi muita conversa que não deveria e isso poderia causar algum problema para mim.

Os treinamentos continuaram e consegui aprender a remover a audição. Alec pegou um pouco mais leve, mas não me deixava descansar com facilidade. Namorar o treinador é ainda pior. Ele quer provar que estamos treinando e não aos beijos.

— Aro está nos chamando – diz Alec entrando no meu quarto.

Juntos, vamos à sala dos tronos onde boa parte da guarda se encontra. Serão novas notícias dos vampiros que nos atacaram?

— Olá Claire – diz Aro sorridente.

— Do que se trata a reunião? – pergunta Alec antes que eu possa responder Aro.

— Nossa viagem à Romênia não nos rendeu boas informações, então precisamos procurar em outro lugar – responde Caius.

— Eu sugiro os Cullens – diz Jane – Eles têm aquela vampira que sabe bloquear mentes.

— O vampiro que pegamos tinha parte das memórias bloqueadas – diz Marcus – Bella não consegue fazer isso.

— Sem falar que Aro não pode ler a mente dela. Então não tem como sabermos se ela está ou não envolvida – diz Alec.

— Mas pode ler a do marido – explica Demetri – Ela não é tão esperta para bolar, sozinha, um plano desses. Algum deles deve saber.

— Mas eu nem conheço essa garota – digo – Por que ela iria querer me matar?

— Porque talvez ela não queira te atacar, mas sim nos atacar - diz Marcus – Nossos clãs tiveram um pequeno desentendimento em um passado não muito distante e você foi uma grande aquisição ao nosso.

— Há algum tempo atrás, recebemos uma denúncia que o clã Cullen havia transformado uma criança em vampira, e isso é contra nossas leis como você já sabe Claire – conta Aro – Fomos todos até lá, pois sabíamos que eles não iriam entregá-la facilmente e precisaríamos de um grande número, mas chegando lá, descobrimos que não foi isso o que aconteceu. Bella teve essa criança quando ainda era humana.

— E como alguém confundiu? – pergunto.

— Bella teve essa criança com um vampiro do clã – continua Aro – Uma híbrida. Metade humana, metade vampira. Cresce mais rápido que as crianças humanas e quando o crescimento para, se torna imortal.

Como isso pode ser possível? Vampiros não deveriam poder ter filhos. De todos os livros que li e filmes que assisti, nenhum deles diz que uma coisa dessas pode acontecer. Tudo bem que essas fontes não eram muito confiáveis e esses vampiros são bem diferentes dos que eu conheço, mas como isso poderia acontecer?

— Ficou preocupada Claire? – pergunta Demetri apenas para mim. Não o senti se aproximando – Se eu fosse você, tomaria cuidado ou teremos uma criança correndo por aqui. Na verdade, até que não seria uma má ideia. Poderíamos estudar um pouco esses híbridos.

— Também descobrimos que ela não foi a primeira e que um vampiro andava fazendo experimentos na América do Sul – diz Felix enquanto Demetri pisca para mim. Se alguém ouviu alguma coisa, não deixaram transparecer. Nem mesmo Alec.

— Os Cullens tem um motivo para nos atacar – diz Caius – Mesmo que não seja Bella quem está protegendo a mente deles, eles podem saber de algo. Podemos fazer uma visita ao clã Denali também.

— A informante era do clã Denali e Caius a matou – sussurra Alec para mim.

— Mas por que ele a matou? – pergunto inocente e silenciosamente para Alec – Ela só se confundiu. Aposto que ela não sabia que esse tipo de criança era possível.

— Por que eu a matei? – pergunta Caius que me ouviu. Às vezes eu me esqueço de que por mais baixo que eu fale, eles ainda podem me ouvir – Ela simplesmente vem até aqui, mente para nós, faz todo o clã e a guarda viajarem para um ataque, e não costumamos fazer isso, e você esperava que ela saísse ilesa?

Permaneço calada, pois sei que discutir com Caius é perda de tempo. Se ele acha que fez certo, então ninguém o convencerá do contrário, principalmente uma humana como eu.

Caius deve ser o membro mais irritante do clã, porque da guarda é a Jane. Ele sempre quer mandar em tudo e acha que está sempre certo. Apesar de ele ser um dos líderes, Aro é quem tem a palavra final. Sempre. Não sei como Caius aguentou todos esses anos.  

— Então iremos visitar o clã Cullen e o Denali – decide Aro – Precisamos ver como está a criança de qualquer jeito. Garantir que o crescimento dela parou e que ela não é uma ameaça a nosso segredo.

— E a profeta? – pergunta Jane – Ela saberá que estamos indo.

— Quem não deve, não teme – diz Aro olhando amorosamente para Jane – Alice saberá o motivo de nossa visita. Se eles estiverem dentro da lei, não terão nada com o que se preocupar. Será uma visita amigável.

As discussões de planejamento começam. Quem vai, quem fica, quando irão. Tudo isso precisa ser definido o mais rápido possível. Geralmente, o clã decide tudo e a guarda apenas faz o combinado, mas Aro mudou isso um pouco desde o primeiro ataque. Mais visões, menos erros.

Dou beijo em Alec, pois sei que ficarei para trás. Alec diz que me encontrará em meu quarto quando acabar. Só não sei que horas será isso.